Regulamentação

 RESOLUÇÃO Nº 1, DE 21 DE JANEIRO DE 2022


Regulamenta a Avaliação Psicológica para concessão de registro e porte de arma de fogo e revoga a Resolução CFP nº 18, de 09 de dezembro de 2008, a Resolução CFP nº 02, de 30 de março de 2009 e a Resolução CFP nº 10, de 21 de outubro de 2009.


O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, resolve:


Art. 1º Regulamentar procedimentos de avaliação psicológica para fins de concessão de registro e porte de arma de fogo a serem adotados no exercício profissional da psicologia.


Seção I


Preceitos da Avaliação Psicológica para Registro e


Porte de Arma de Fogo


Art. 2º A psicóloga e o psicólogo devem fundamentar a avaliação psicológica para registro e porte de arma de fogo nos seguintes dispositivos:


I – princípios éticos da Resolução CFP nº 10, de 21 de julho de 2005, Código de Ética Profissional do Psicólogo – CEPP;


II – determinações técnicas de avaliação psicológica, conforme Resolução CFP nº 09, de 25 de abril de 2018;


III – elaboração de documentos nos termos da Resolução CFP nº 06, de 29 de março de 2019;


IV – guarda de documentos nos termos da Resolução CFP nº 06, de 29 de março de 2019, observados os prazos de arquivamento dos instrumentos de avaliação estabelecidos por normas específicas;


V – respeito à dignidade e direitos da pessoa humana, conforme Constituição Federal e Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948.


Seção II


Dos Requisitos Profissionais para Avaliação Psicológica para Registro e


Porte de Arma de Fogo


Art. 3º A psicóloga e o psicólogo que fizerem avaliação psicológica para registro e porte de arma de fogo devem:


I – ter inscrição ativa no Conselho Regional de Psicologia;


II – estar adimplente em relação às anuidades dos exercícios anteriores, conforme consta no art. 89 da Resolução CFP nº 03, de 12 de fevereiro 2007;


III – não estar em cumprimento de pena de suspensão, cassação, nem inadimplente com pena de multa que resulta de processo ético, conforme estabelecem os incisos II, IV e V do art. 27 da Lei nº 5.766, de 1971;


IV – credenciar-se à Polícia Federal ou outros órgãos competentes para este credenciamento, conforme a Lei nº 10.826, 22 de dezembro de 2003;


V – conhecer e cumprir as regras legais e normativas expedidas pelos órgãos competentes referentes ao registro e porte de arma de fogo.


Seção III


Das Características Psicológicas Avaliadas


para Registro e Porte de Arma de Fogo


Art. 4º A psicóloga e o psicólogo devem avaliar as seguintes características psicológicas do interessado ao registro e porte de arma de fogo:


I – Aspectos cognitivos:


a) processos atencionais adequados;


b) nível intelectual, em que se indiquem candidatos com habilidades que não estejam na zona limítrofe ou inferior nesse funcionamento;


c) controle inibitório e planejamento (funções executivas).


II – Traços de personalidade:


a) agressividade adequada, que não pode estar exacerbada ou muito diminuída;


b) ansiedade adequada, que não pode estar exacerbada ou muito diminuída;


c) indicador de quaisquer transtornos que impliquem prejuízos de autocontrole.


III – Juízo crítico e comportamento:


a) respostas a situações hipotéticas que abordem ações, reações e decisões adequadas às situações-problema apresentadas que envolvam o uso de arma de fogo.


Seção IV


Dos Procedimentos de Avaliação Psicológica para Registro e


Porte de Arma de Fogo


Art. 5º A psicóloga e o psicólogo devem adotar os seguintes procedimentos em avaliação psicológica para registro e porte de arma de fogo:


I – escolher local adequado para essa finalidade, que preserve a intimidade e o conforto adequado do interessado, em observância às regras legais e normativas expedidas pelos órgãos competentes;


II – assegurar a qualidade técnica da avaliação psicológica com o uso de fontes fundamentais de informação, sobretudo da entrevista psicológica e o uso de testes psicológicos, conforme o caso;


III – usar fontes complementares de informação se for necessário subsidiar o laudo psicológico ou outros documentos psicológicos;


IV – avaliar os aspectos cognitivos em observância às regras legais e normativas expedidas pelos órgãos competentes;


V – avaliar os traços de personalidade por meios de três tipos diferentes de instrumentos:


a) projetivos;


b) expressivos;


c) psicométricos.


VI – realizar entrevista psicológica estruturada ou semiestruturada relacionada às características psicológicas e traços de personalidade, em especial para avaliação do juízo crítico e comportamento; a depender do contexto, pode-se recorrer a procedimentos e recursos auxiliares (fontes complementares de informação), conforme Resolução CFP nº 09, de 2018.


VII – cumprir com o rigor técnico na utilização de instrumentos de medidas psicológicas para fins de avaliação e com as normas técnicas dispostas nos respectivos manuais no processo de aplicação e avaliação dos resultados, utilizando aqueles com parecer favorável no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) para uso, conforme regulamentação do CFP;


VIII – entregar ao interessado ou solicitante os documentos psicológicos resultantes, conforme art. 16 da Resolução CFP nº 06, de 2019;


IX – realizar a entrevista devolutiva ao candidato e dar os respectivos encaminhamentos, quando o caso requerer, conforme art. 18 da Resolução CFP nº 06, de 2019.


Parágrafo único. A psicóloga e o psicólogo têm responsabilidade técnica de decidir sobre métodos, técnicas e instrumentos psicológicos a serem usados em Avaliação Psicológica para registro e porte de arma de fogo, desde que aprovados pelo CFP.


Seção V


Dos Impedimentos para Avaliação Psicológica para Registro e Porte de Arma de Fogo


Art. 6º São impedidos de procederem à Avaliação Psicológica para Registro e Porte de Arma de Fogo a psicóloga e o psicólogo que:


I – tenham interesse direto ou indireto na aprovação ou reprovação do interessado ou solicitante;


II – sejam cônjuges, companheiros ou parentes e afins até o terceiro grau do interessado ou solicitante;


III – estejam litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou solicitante;


IV – tenham vínculo com Centro de Formação de Vigilantes, Empresas de Segurança Privada, Escolas de Formação, Clubes de tiro ou com outras prestações de serviços com o candidato, observando os preceitos do Código de Ética Profissional.


Parágrafo único. É dever da psicóloga e do psicólogo declararem-se impedidos de realizar a Avaliação Psicológica para Registro e Porte de Arma de Fogo quando houver convergência com qualquer disposição deste artigo.


Seção VI


Da Validade do Conteúdo do Documento Psicológico que Resulta da Avaliação Psicológica para Registro e Porte de Arma de Fogo


Art. 7º A validade do conteúdo do documento psicológico que resulta da avaliação psicológica deverá observar os prazos estabelecidos por normas específicas, desde que não ultrapasse o prazo máximo de 2 anos, a contar da data de emissão do documento psicológico, conforme Resolução CFP nº 06, de 2019.


Art. 8º Ficam revogadas a Resolução CFP nº 18, de 09 de dezembro de 2008, a Resolução CFP nº 02, de 30 de março de 2009 e a Resolução CFP nº 10, de 21 de outubro de 2009.


Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nobrega


Conselheira-Presidente

Dinheiro nos bancos

 Depois do PIX e de medidas que restringem o rentismo dos bancos, este outro passo do governo Bolsonaro joga a avenida Paulista ainda mais nas mãos do lulopetismo. 

Depois da grande procura, o Banco Central (BC) decidiu, nesta terça-feira, suspender temporariamente o acesso ao sistema que permite a consulta de possíveis valores “esquecidos” a receber de bancos. São R$ 8 bilhões em poder dos bancos. Houve demanda de acessos muito acima da esperada, o que provocou instabilidade em sua página e também nos sites do BC”.A decisão de suspender temporariamente o acesso ao SVR foi tomada para estabilizar os endereços eletrônicos ligados ao Banco Central.

Apesar do “apagão”, a autoridade monetária informou que 79 mil cidadãos conseguiram acessar o Sistema Valores a Receber. Foram feitas 8,5 mil solicitações de devolução de recursos, totalizando R$ 900 mil.

O Sistema Valores a Receber teve grande aceitação entre os cidadãos, gerando demanda muito superior à esperada. Essas demandas representam um pequeno primeiro passo perante o potencial de R$ 3,9 bilhões e 28 milhões de CPFs e CNPJs nessa primeira fase”, disse o BC.