A velha política corrupta também trancou o passo da apuração de crimes por parte da Receita Federal


Veja abaixo o resultado da votação na comissão mista da MP da reforma administrativa sobre o “jabuti” que proíbe os auditores fiscais de compartilhar indícios de crimes diretamente com o Ministério Público Federal.
Quem votou para limitar a atuação dos auditores fiscais:
Senadora Simone Tebet (MDB)
Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB)
Senador Antonio Anastasia (PSDB)
Senadora Rose de Freitas (Podemos)
Senador Ciro Nogueira (PP)
Senador Nelsinho Trad (PSD)
Senador Rogério Carvalho (PT)
Senador Jayme Campos (DEM)
Deputado Valtenir Pereira (MDB)
Deputado Elmar Nascimento (DEM)
Deputado Célio Silveira (PSDB)
Deputado Arthur Lira (PP)
Deputado Marx Beltrão (PSD)
Deputado Alexandre Padilha (PT)
Deputado Luiz Carlos Motta (PR)
Quem votou para não aprovar a emenda:
Senadora Selma Arruda (PSL)
Senador Randolfe Rodrigues (Rede)
Senador Alessandro Vieira (Cidadania)
Senador Otto Alencar (PSD)
Deputado Filipe Barros (PSL)
Deputado Diego Garcia (Podemos)
Deputado Subtenente Gonzaga (PDT)
Deputado Camilo Capiberibe (PSB)
Deputado Daniel Coelho (Cidadania)

Prefácio de Polibio Braga para o livro "A Ideologia da Destruição", Luís Milman


Prefácio
Políbio Braga*

“Assim como não podem negar que o PT roubou de forma inigualável, a estratégia é suavizar o crime, mas a verdade é que a grande maioria das pessoas, no mundo capitalista e democrático, são honradas e se comportam nos limites da moralidade e da legalidade, condenando todos os delitos, sejam eles pequenos ou megadelitos”.
                O enunciado acima pode ser encontrado no capítulo "Falácia esquerdista: a tigrada e a parte pelo todo".
                O capítulo é um dos ensaios e artigos que permeiam esta obra, escrita no final da vida pelo meu amigo, o jornalista, professor e pensador Luis Milman. Ele foi mestre em Filosofia pela PUCRS. Fez estudos de doutorado na Universidade de Tel Aviv e na UFRGS, onde foi professor da Faculdade de Jornalismo, a Fabico.
                Esta publicação é póstuma.
                Luís Milman morreu de infarto fulminante no dia 30 de setembro de 2018, aos 61 aos, enquanto dormia.
                Poucas semanas antes de morrer, meu amigo ligou pelo celular e perguntou se eu poderia prefaciar este livro.
                Foi uma honrosa missão, mas antes mesmo de escrever, recebi a notícia de que ele tinha morrido em casa, dormindo, vítima de infarto fulminante. Nos dias seguintes, deixei a tarefa de lado e me preparei para o velório e o sepultamento. Acompanhei toda a cerimônia de despedida, toda ela realizada no âmbito de uma manhã chuvosa e ventosa, na qual ganhou expressão grandiloquente o elogio fúnebre pronunciado à beira da sepultura pelo advogado, meu e do Luis Milman, Luiz Francisco Corrêa Barbosa.
                Ultrapassados os dias de luto, a família de Luis Milman - a mulher Vera Milman, também jornalista, e os dois filhos, o advogado Francisco e o médico Michael - quiseram cumprir o desejo do meu amigo e incumbiram-me da tarefa de construir este prefácio.
                Li todo o texto com enorme atenção e percebi que estava diante de uma obra concisa, cortante, penetrante e complexa, mais para iniciados do que para o público em geral.
                Eu dividiria este livro em três grandes temas: 1) A desconstrução do marxismo, portanto da sua experiência malsucedida brasileira, o lulopetismo engendrado pelo PT. 2) A diferenciação exata entre judaísmo e sionismo por meio dos tortuosos caminhos da história. 3) O conhecimento através da filosofia.
                Inicialmente, como seu colega jornalista e depois como seu amigo, acompanhei, fiz coro e depois trabalhamos juntos numa cruzada cruel contra o lulopetismo, que acabou nos custando noites indormidas, retaliações profissionais e até mesmo processos judiciais, tudo para nos intimidar e nos calar.
                É uma pena que Luis Milman não tenha vivido para saborear nossa vitória nas urnas, no dia 28 de outubro de 2018, um marco histórico que marca a derrota dos renegados sociais, tudo no âmbito de uma batalha dessa grande guerra contra a escumalha lulopetista e seus aliados marxistas e neomarxistas, sabendo sempre que eles jamais abandonarão suas consignas reducionistas, todas elas marcantes dos atrasos político, econômico e social.
                O trecho que apartei e que encima o que escrevo neste momento, integra aquilo que eu chamo de "desconstrução do lulopetismo". O lulopetismo vem a ser a ideia e a prática pervertidas, tropicais, do marxismo, algo que de outra maneira também caracterizaram o comunismo soviético e ainda sobrevivem através da miséria castrista e da esquizofrênica mancebia dos dois sistemas econômicos e um só regime político da China e do Vietname.
                Eu estudei e conheci pessoalmente todas essas experiências.
                Neste livro, Luis Milman vai fundo na análise filosófica e sociológica do marxismo, mas sempre com os pés fincados em cima da experiência corrompida do lulopetismo, tema sobre o qual polemizou de maneira recorrente, corrosiva e irrespondível como articulista de blogs e sites.
                Ele explica seu fervor de polemista no capítulo "A lógica comunista é perversa", quando escreve:
                - Há uma lógica perversa e contínua na prática da persuasão comunista, desde o seu surgimento, no século XIX, até hoje. O Manifesto Comunista de 1848, a Mensagem da Direção Central à Liga dos Comunistas (1850), o panfleto leninista "Que Fazer?", as atas dos atuais Foro de São Paulo e Fórum Social Mundial, assim como os decretos da Venezuela, Bolívia e do Brasil na era petista, reproduzem o desejo de interferência e captura das relações humanas, em todos os níveis, do Estado controlado pelo Partido.
                É exatamente ao tratar do "conhecimento através da filosofia", a segunda mais importante parte deste livro, que o autor procura explicar o sentimento antissemita da esquerda.
                Luís Milman se debruça exaustivamente na análise dos fundamentos da filosofia. Nos capítulos dedicados a ela, mais transparece a qualidade do pensador que se apresenta em dia, up to date, com as formulações mais recorrentes da contemporaneidade, como fica evidente em capítulos como o que discute "Teologia e Utopia em Walter Benjamin", mas não só ali.
                No capítulo que trata do tema que mais o apaixona, "Antissemitismo e a esquerda", ele escreve:
                - O antissemitismo não é a expressão de preconceito e ódio irracionais. Ele pode ser acompanhado por manifestações psicóticas e paranoides, mas existe porque faz sentido em contextos históricos.
                Foi assim na Idade Média, como foi assim com o próprio marxismo. Em 1843, Marx escreveu o ensaio "A questão judaica", no qual dizia que a humanidade deve se emancipar do judaísmo, cuja face real e não ilusória forma espiritual seria o comércio. Dizia Marx:
                - O Deus dos judeus é o dinheiro.
                Isto fez sentido para o bolchevismo, como na mesma época fez sentido para o nazismo.
                Com o colapso da URSS em 1991, ensina Luis Milman, "a esquerda transferiu a luta contra o capitalismo e o imperialismo para o terreno do antiamericanismo, do qual o antissionismo torna-se objetiva e conceitualmente dependente".
                Infelizmente, o fracasso do chamado socialismo real, que para a esquerda poderia ter o mesmo efeito que a derrota nazifascista teve para a ultradireita, não se deu neste caso.
                E o que acontece?
                Escreve o autor:
                - Aí entra a luta contra o sionismo, na qual vale tudo para caracterizar Israel como sendo uma nação racista, que pratica o apartheid contra os árabes que vivem dentro de suas fronteiras, que oprime os árabes palestinos com uma ocupação militar, que, ao longo da sua história, adotou e adota práticas nazistas e chega mesmo a praticar o genocídio contra uma população desamparada.
                Esta é uma ideologia repleta de mitos, um dos quais, o do revisionismo, baseado sobretudo no negacionismo, chegou a fazer sucesso no Brasil e ainda entusiasma camadas inteiras da população, que não admitem o holocausto de judeus durante o regime nazista e que resultou no extermínio de 6 milhões de cidadãos.
                Extermínio, porque genocídios, como se sabe, atingiram populações de chineses, ucranianos, georgeanos, animistas, tutsis, armênios, assírios, ao longo da história.
                Luis Milman acusa diretamente franjas radicais do PT e MST, mas partidos inteiros como PSTU e PCO, pela prática de formas veladas ou claras de antissemitismo.
                O autor deste livro nunca foi apenas um pensador, mas foi, durante toda a vida, um ativista da ideia de que o Rio Grande do Sul e o Brasil não poderiam aceitar experiências de socialismos autoritários, sejam eles fruto da experiência dos chamados socialismo real, da sua variável bolivariana ou do nacional-socialismo. Foi o que nos uniu e uniu todos os brasileiros que estão profundamente imbuídos dos ideais da liberdade e suas várias acepções: liberdade econômica, política e de expressão.
                Foi com ele que resistimos aos renegados sociais neomarxistas que se renderam à corrupção, derrotando-os na batalha eleitoral de 28 de outubro de 2018, tudo com o apoio de uma opinião pública que ajudamos a conscientizar.
                A luta pela liberdade e pela razão não terminou nos idos de outubro e nem terminará depois da leitura deste livro.
                Até sempre, Luis Milman.

*Jornalista

Análise sobre a decisão do Copom


Esta análise acaba de ser enviada ao editor pelos economistas do Bradesco.

Em decisão unânime e sem surpresas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ontem manter a taxa básica de juros em 6,50%. As atenções se voltaram ao comunicado divulgado, no qual o colegiado fez alguns poucos ajustes, mas que, a nosso ver, abrem espaço para uma eventual discussão sobre corte de juros no médio prazo, sobretudo por conta do quadro de atividade econômica mais fraca do que o esperado.
Como prevíamos, as projeções de inflação para este ano foram elevadas, em grande medida pela incorporação do câmbio mais pressionado. Para 2020, contudo, as projeções vigentes na reunião anterior foram mantidas. Avaliamos que a inflação do próximo ano foi mantida refletindo a atividade econômica, para a qual o Comitê contempla “retomada do processo de recuperação gradual”. O cenário para os preços continua benigno, com as trajetórias previstas compatíveis com as metas deste ano e do próximo, tanto sob o cenário de juros e câmbio do mercado, quanto pelo que considera essas duas variáveis constantes no horizonte de projeção. O Comitê continuou reafirmando a leitura de que os núcleos de inflação estão em níveis apropriados.
O comunicado voltou a ressaltar que o balanço de riscos para a inflação continua simétrico, apesar da elevação do risco baixista associado ao nível de ociosidade da economia. Do lado altista, permanecem os riscos relacionados a uma eventual frustração em torno da agenda de reformas, que poderiam ser agravados com a deterioração do cenário externo, avaliado como desafiador e apresentando riscos menores associados à normalização das taxas de juros.
Houve ainda uma ligeira mudança em relação à avaliação do horizonte de política monetária. Seguindo o padrão de comunicação verificada em 2018 nesta mesma época do ano, o BC aumentou a relevância do ano seguinte em suas decisões de política monetária. Segundo o documento, o horizonte relevante para a condução da política monetária inclui o ano-calendário de 2019 e, “em maior grau”, de 2020.
Ao mesmo tempo em que reconheceu o arrefecimento da economia brasileira no início do ano, o comunicado apontou que o BC continuará atento ao longo do tempo. Permanece a visão de que cautela e perseverança ainda são necessárias. No que tange à sinalização para a próxima reunião, essencialmente a mensagem do encontro anterior foi mantida, com a avaliação de que é necessário observar a economia livre dos “efeitos remanescentes” dos diversos choques ocorridos no último ano e, “em especial, com redução do grau de incerteza a que a economia brasileira continua exposta”. A referência a “efeitos remanescentes”, no comunicado de ontem, sugere que a implicação desses choques para o diagnóstico do Copom quanto ao fraco ritmo de atividade tem perdido peso. Contudo, a autoridade monetária reafirmou que essa avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída no curto prazo, o que mantém a nossa perspectiva de manutenção da Selic na reunião de 19 de junho.
A nosso ver,  o Copom deixou aberta a possibilidade de uma discussão sobre corte de juros em algum momento do ano, ainda que tal movimento não seja iminente. Evidentemente, essa possibilidade dependerá de um contexto de atividade econômica fraca e expectativas de inflação bem ancoradas. Esse cenário também passa por algum alívio no câmbio, que poderia ocorrer com o avanço na agenda de reformas e um quadro global mais estável.