Artigo, Dagoberto Lima Godoy - discutível lógica do lockdown

Dagoberto Lima Godoy - Cidadão gaúcho


O fechamento do comércio e as limitações impostas pelo governo ao funcionamento das atividades produtivas, com o propósito de conter a propagação do Covid 19, fazem lembrar a anedota do bêbado que perdeu a chave da casa e a foi procurar só sob a luz do poste, porque ... era o único lugar iluminado na rua. Em ambos os casos, a lógica parece ser a mesma, uma vez que é nos locais de trabalho interditados que os protocolos contra a contaminação são mais corretamente respeitados, enquanto o vírus se espalha à vontade, como se tem visto, em praias, parques e ruas, em geral. 

É certo que, nos espaços públicos, as autoridades não têm conseguido fazer cumprir as suas proibições, sejam ou não justificadas cientificamente. Mas, somente um raciocínio perturbado pela pandemia poderia levá-las a compensar sua frustração impondo medidas autoritárias onde menos elas seriam necessárias e causam enormes prejuízos. Põem em risco as empresas paralisadas, ameaçam empregos e desatendem necessidades da população.

O heroico esforço que está sendo demandado dos profissionais da saúde deve ser reconhecido e justamente homenageado, mas só poderá ser aliviado, de fato, com novos e urgentes investimentos na estrutura material e humana do sistema. Isso, em escala muito maior do que os que foram feitos, em mais de um ano, desde que se iniciou o terrível flagelo.  Na falta ou insuficiência de reforços substanciais, além do risco de aumentarem as mortes causadas pelo terrível vírus, continuarão se acumulando os danos decorrentes das restrições nos atendimentos de outras moléstias. Estes, assim como os que estão sofrendo as atividades que produzem emprego e renda, provavelmente haverão de se prolongar até por mais tempo do que a incerta duração da pandemia.  

Enquanto não vêm as vacinas, em quantidade e eficácia suficientes, é preciso insistir na estratégia de distanciamento entre pessoas. Entretanto, seja o isolamento vertical (que sempre me pareceu o mais lógico), seja o horizontal (adotado pelos governos), nenhum dos dois dará o resultado esperado enquanto a população, que resiste até ao uso preventivo das máscaras, não se conscientizar de que a luta contra o vírus só será vencida, como nas guerras antigas, pela infantaria. Quero dizer, no combate individual, em que cada cidadão e cidadã luta por sua própria vida e protege solidariamente as dos seus semelhantes. 


O fracasso das “autoridades locais” no enfrentamento da Covid-19

 O fracasso das “autoridades locais” no enfrentamento da Covid-19


Quase todos os governadores dos 27 estados brasileiros, incluindo-se aí o do Distrito Federal, terão pelo menos uma coisa em comum nas suas biografias: o fracasso diante da Covid. Uns tiveram resultados piores que os dos outros, outros erraram mais do que uns, e a maioria teve a coparticipação entusiasmada dos prefeitos no fiasco geral. Mas todos foram derrotados. Estão querendo, ao que parece, fazer “um pacto nacional” para dizer o quanto são bons. Não vai adiantar nada.


Não é uma questão de ponto de vista. Os fatos mostram que os governadores – “autoridades locais”, como foram definidos pelo STF – estão administrando a Covid com autonomia e com responsabilidade exclusiva, no mundo das coisas práticas, há mais de um ano. Passado este tempo todo, os hospitais públicos sob a sua gerência direta estão em colapso – sem leitos suficientes nas UTIs, sem equipamento adequado, e sem outras coisas essenciais para o tratamento da doença. São eles mesmos que dizem isso.


Por que os hospitais públicos estão em colapso, se os governadores tiveram um ano inteiro, e mais de R$ 30 bilhões em verbas da União, para cuidarem do serviço? Não pode ser porque foram competentes e tiveram azar. Não pode ser porque houve uma quantidade de infectados não prevista, ou porque ocorreu alguma outra surpresa. Não foi por culpa de seres extra-terrestres. O que aconteceu, para quem não quer ser enganado com palavrório vazio, é que os responsáveis fizeram mal o trabalho que estavam obrigados a fazer.


Durante este ano em que tiveram plenos poderes para tratar da epidemia quase todos os governadores brasileiros, com a participação dos prefeitos, fizeram o que bem entenderam e não tiveram de responder legalmente por nada. Governaram por decreto-lei, fizeram compras sem licitação, proibiram a entrada nos parques públicos, fecharam o comércio, fecharam a indústria, fecharam as escolas. Há um ano vivem e governam para um mundo exclusivo da classe média alta, e daí para cima – o mundo do “home office”, do “delivery” e do “fique em casa”, facilidades não disponíveis para a imensa maioria da população brasileira. Em troca, temos 260 mil mortos e hospitais quebrados.


Os governadores já puseram a culpa do seu fracasso no presidente da República, porque, entre outros delitos anti-distanciamento social, ele não usa máscara, faz discurso em aglomeração e diz que se cansou do “mimimi” em torno da epidemia. Agora, para reforçar, deram de jogar a culpa em ninguém menos que os próprios cidadãos que governam – em seu modo de ver as coisas, são eles que estão causando a doença, por não obedecerem às ordens dos “comitês de salvação pública” montados dentro dos governos estaduais para gerir a Covid.


Não importa que todos obedecem a maioria das ordens, e na maioria do tempo – se foi até a esquina sem máscara, ou coisa parecida, o indivíduo começa a ser visto como um marginal pelas “autoridades locais”. Tanto faz, também, que as ordens que os governadores vêm dando há um ano não tenham servido para rigorosamente nada em termos de reduzir mortes e infecções – que, ao contrário, só aumentam. A culpa, agora, não é mais apenas do presidente. É também da população. Aí eles socam multa em cima das pessoas – e ficam com a consciência em paz.

Pesquisa

 Pesquisa da CDL mostra que os empresários estão preocupados com a grave situação da saúde, que julgam as atuais medidas ineficazes e que isto está levando as empresas ao colapso


Ao longo de toda a pandemia, a CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Passo Fundo, cumprindo o seu papel de representar empresários de todos os segmentos e portes, recebendo inúmeras informações e demandas das empresas da cidade. Informações essas, que sempre foram e serão transmitidas às autoridades por meio de ofícios, notas e reuniões, para que as medidas de combate à pandemia sempre andassem juntas com a economia.

Para mensurar, com maior amplitude, as percepções e as expectativas dos empresários com relação às atuais medidas, a CDL realizou uma pesquisa cientifica de forma quantitativa-descritiva, com 255 entrevistados de forma on-line entre os dias 04 e 06 de março de 2021. A pesquisa que expressa a opinião dos empresários, abordou questões relativas à saúde, a situação dos negócios, a autonomia financeira, as ações e o stress dos entrevistados em razão de toda esta situação. 

Saúde e Medidas

A situação atual exige ações de preservação das vidas, pois de acordo com a pesquisa, 84,5% dos empresários, este é um momento de gravidade ou muita gravidade na saúde. Para mais de 68% dos empresários, as medidas restritivas a atuação, não colaboram para a redução do contágio da COVID-19, ou seja, acreditam que essa não seja uma medida efetiva. 

Situação dos negócios e as ações dos empresários


Já com relação a percepção aos impactos, 76% dos entrevistados apontam a situação é ruim. Dentre algumas as ações que os empresários vão tomar, 65% apontam que rever estratégias comerciais é uma saída, 46% indicaram a redução do número de colaboradores e o que é muito preocupante, é que 8% indicaram o encerramento das atividades como alternativa. A pesquisa também avaliou o tempo que os negócios suportam as atuais medidas, e 40% deles indicaram que conseguem manter seus negócios por até 15 dias, porém desses 40% mais da metade apontou que suporta as restrições por apenas uma semana. 

Stress

Por fim o estudo perguntou aos empresários se eles se sentem em uma situação de tensão e estresse. E 86,47%, deles indicaram que sim, dado também preocupante, considerando o momento que exige de todas decisões rápidas. 

Para o presidente da CDL, Sérgio Giacomini, a pesquisa é de grande importância para retratar este grave momento e o eminente de colapso nos negócios e na economia, em razão da  manutenção das restrições atuais “este instrumento científico, nos permite ter uma visão ampla e aprofundada dos impactos das atuais restrições no setor produtivo e na economia de Passo Fundo e principalmente da urgência de revisão das medidas restritivas atuais que provocará um aumento do desemprego, do fechamento de empresas e colapso da economia”, alerta Giacomini.




Democracia e Morte

 DEMOCRACIA E MORTE

Glauco Fonseca

 

 

O dia da morte, da entrega, está chegando. Somos Fidípedes correndo a maratona e, assim como ele, morreremos no final. 

Estamos exaustos. 

Elegemos pessoas para nos liderar e pagamos a elas regiamente. Porém, mais uma vez, teremos de ir para a rua protestar porque elas esperam que façamos o trabalho delas. De novo!

Elegemos e pagamos pessoas para nos proteger, defender nossas propriedades e liberdades. Pagamos bastante por isso. Entregamos excelentes salários a deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e presidentes. A gente dá a eles todas as condições para que eles nos salvem de problemas, que promovam segurança, que façam leis e as façam serem cumpridas. Mas não adianta. Eles não trabalham direito e temos que, toda hora, refazer o trabalho deles, que é ruim, demorado, cheio de vícios e defeitos. 

Também oferecemos vagas e salários abundantes a juízes, promotores, procuradores, desembargadores e a tanta gente para cuidar de nossas leis e fazer com que elas sejam bem cumpridas. Damos a eles prédios suntuosos, revestidos em mármores e granitos caros. Ocupam salas e cadeiras confortáveis, com secretárias, cafés e águas. A alguns deles, ofertamos até mesmo lagostas e vinhos premiados, tudo por nossa conta. E mesmo assim, eles não cumprem suas funções a contento, tornando tudo modorrento, ineficaz, injusto e caro, quando não temerário e criminoso.

Chegamos a ponto de pensar que a democracia é cara demais, com muita gente deixando de fazer o que deveria, às custas de milhões e milhões que mal tem o que comer, vestir. Chegamos a nos perceber como abusados, vilipendiados, debochados, desprezados. Cansa ver o mal prosperar todo dia e o bem sucumbir a todo instante. Dói saber que o ladrão emerge grandioso, enquanto o roubado é tratado a porrete.

Não é pandemia que nos assola. Ela terá fim. O custo é altíssimo, mas ela vai acabar. A epidemia de ignomínia, que apavora os que trabalham e os que já desistiram de trabalhar, dá a certeza, esta sim, de que não tem cura. 

Uma democracia assim, tal como uma vacina barata, não está nos imunizando. Está nos enganando e matando. Não temos mais anticorpos para tanta bandalheira, desfaçatez e desonestidade. 

Não é a nossa democracia que está "sendo atacada". É a maioria de nós.

Esta nossa democracia precisa ser revista, atualizada, corrigida porque, do jeito que está, não serve mais.



Glauco Fonseca

glfonseca@outlook.com


Diretriz do Novo

 “O NOVO nasceu a partir de um propósito: melhorar de forma duradoura a qualidade de vida do maior número de pessoas. Para cumprir este objetivo, o caminho escolhido foi o da política, com a criação de um partido baseado em ideias, princípios e valores, e neste sentido, o NOVO apresenta a sua Diretriz Partidária de nº 03.


O bolsonarismo, assim como o petismo, tem como propósito o oposto: melhorar a vida de alguns às custas da maioria. Os meios também diferem. No lugar de ideias, vemos polêmicas; ao invés de princípios e valores, oportunismo.


Após 2 anos de governo, vemos que o bolsonarismo pode causar tanto mal quanto o petismo aos brasileiros. O NOVO é, e sempre será, oposição a qualquer ideologia política perversa e populista que vá na direção oposta da construção do Brasil que merecemos.


Diante do cenário de nova polarização entre bolsonarismo e petismo que se desenha para 2022, o NOVO trabalhará ainda mais arduamente para que o Brasil tenha um caminho alternativo nas urnas.


Diretriz Partidária DN-NOVO – ATO N° 03 DE 06 MARÇO DE 2021.


O DIRETÓRIO NACIONAL do PARTIDO NOVO – NOVO, no uso das competências que lhe conferem o art. 7º, §1º, da Lei 9.504/97 e o art. 31, incisos, III, IV, XXIV, XXV e XXVI do seu Estatuto, RESOLVE estabelecer novas Diretrizes Partidárias do NOVO, sem revogar quaisquer outras anteriores, o que o faz nos seguintes termos:


• Considerando que a atuação do Partido NOVO tem por princípios da sua fundação zelar pelo cumprimento da Constituição Federal, defender os Direitos Fundamentais nela garantidos, a Democracia e as instituições a ela inerentes, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico sustentável do nosso país e o respeito à liberdade de expressão, em defesa dos princípios republicanos de respeito à coisa pública e ao bem comum, em busca da eficiência e qualidade na gestão pública (art. 2º do Estatuto do NOVO)


• Considerando o abandono pelo Governo Federal de pautas relevantes envolvendo reformas essenciais para o cidadão e para o retorno ao crescimento sustentável do país;


• Considerando a forma de comunicação ofensiva utilizada pelo Presidente da República em várias ocasiões para com as instituições democráticas estabelecidas, entre elas o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e o Sistema Eleitoral, acabando por estimular discursos e ações radicais contra estas instituições, tanto nas redes sociais, quanto em atos públicos;


• Considerando o abandono das políticas anticorrupção, culminando com o encerramento da Lava Jato, maior operação de combate à corrupção da história da República Federativa do Brasil, por meio de ato do Procurador-Geral escolhido para o cargo pelo Presidente da República;


• Considerando a interferência direta do Presidente da República em instituições do Estado como a Polícia Federal, na escolha direta de cargos não diretamente ligados ao Presidente, contrariando seu então Ministro da Justiça, escolhido exatamente por sua atuação no combate a corrupção, e também se omitindo sobre a acusação da participação de órgão do Governo na elaboração de material para a defesa em processos de interesse e/ou envolvimento de seus familiares, totalmente estranhos às funções que devem nortear tais atribuições;


• Considerando a atuação do Ministério das Relações Exteriores voltada a questões ideológicas, e não aos mais importantes e relevantes interesses que devem nortear o bom relacionamento entres as nações e com ênfase nos interesses econômicos e comerciais do Brasil;


• Considerando as omissões e a falta de liderança do Presidente da República que, ao longo da maior crise sanitária mundial do último século, deixou de coordenar as ações, optando por menosprezar o problema, desprezando ações de efetivo controle da pandemia, divulgando medicamento não recomendado pelas autoridades sanitárias; acabando por trocar três vezes o ministro da Saúde, até escolher aquele que, por não ter conhecimento da área de saúde e sua estrutura, deixou de criar as mínimas condições para um melhor controle e combate da pandemia, por meio de estímulos e informações à população acerca da mais adequada maneira de se realizar o controle da disseminação do vírus da Covid-19; deixando de priorizar, de maneira prévia e imediata, a compra e o planejamento da distribuição de vacinas para a população brasileira, hoje notadamente em falta, impactando na elevação da quantidade de óbitos e prolongando o período de incertezas ao postergar a retomada normal das atividades econômicas.


• Considerando a percepção do uso pelo Governo Federal de falas e ações populistas e irresponsáveis, já tão combatidas pelo NOVO quando utilizadas em governos anteriores;


• Considerando a uniformidade de posicionamento do NOVO, centrado em princípios e valores, a exemplo do seu posicionamento frente aos governos do PT, em que sempre se manifestou de forma clara e objetiva, se opondo frontalmente a atos e políticas populistas e contrárias aos interesses do eleitor e do pagador de impostos;


• Considerando que as práticas populistas e patrimonialistas do governo ao longo dos últimos dois anos em nada se diferenciam das práticas antirrepublicanas dos governos do PT, às quais o Novo sempre se opôs


Art. 1º – O Partido NOVO posiciona-se como oposição ao atual Governo Federal, orientação esta que norteará desde já tanto nossas posições institucionais quanto nossas candidaturas para 2022.


Orientando-se, fundamentalmente:


I – no disposto no Estatuto Partidário;

II – nos Princípios fundantes do Partido; e

III – nos considerandos iniciais desta Diretriz.


Parágrafo Primeiro: ressalva-se que a atuação e votação dos mandatários seguirá sendo pautada de acordo e em consonância com os princípios e valores do NOVO e a favor do Brasil, não sendo seus votos, como jamais foram, definidos pela orientação do governo em relação às matérias colocadas em pauta.


Parágrafo Segundo: a bancada federal permanecerá formalmente independente na Câmara dos Deputados, não se aliando aos partidos do bloco de oposição que, assim como o governo, também não apresentam compatibilidade com os princípios e valores do NOVO.


A posição institucional do NOVO, portanto, jamais será contrária aos interesses do país, mas sim às irresponsabilidades cometidas pelo governo.


Art. 2º – O Partido NOVO também reitera, e assim orienta seus filiados, contra a realização, fomento, divulgação ou repasse de quaisquer atos ou discursos que visem a desmoralização das instituições democráticas, envolvendo quaisquer dos três poderes federais, os órgãos de Estado e o processo eleitoral.


A presente Diretriz Partidária entra em vigor na data de sua publicação.”