Nota da Igreja Universal


A Igreja Universal do Reino de Deus repudia as declarações caluniosas e preconceituosas do candidato Fernando Haddad, proferidas nesta sexta-feira (12).

Com sua fala criminosa, o ex-prefeito de São Paulo desrespeita não apenas os mais de 7 milhões de adeptos da Universal apenas no Brasil, mas todos os brasileiros católicos e evangélicos que não querem a volta ao poder de um partido político que tem como projeto a destruição dos valores cristãos, como a família, a honra e a decência.

Quando o Bispo Edir Macedo apoiou o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula, o apoio era muito bem-vindo. Agora, quando o líder espiritual da Universal declara que seu candidato é Jair Bolsonaro, o Bispo Macedo deve ser ofendido de forma leviana?

Atacando uma das maiores lideranças evangélicas do País, Haddad tenta incitar uma guerra religiosa ao dar essa declaração em um local sagrado aos católicos, em pleno feriado católico.

Charlatão é o candidato que mente para o povo para ser eleito.

Fome de dinheiro tem o partido político que assalta estatais e os cofres públicos para sustentar uma estrutura que a Justiça definiu como “organização criminosa”.

Em 2017, os programas sociais da Universal atenderam 9 milhões de brasileiros invisíveis aos governos: moradores de rua, viciados em drogas, presidiários e seus familiares, mulheres vítimas de violência doméstica, idosos abandonados, policiais militares oprimidos, jovens da periferia das grandes cidades, empresários falidos. Toda essa assistência é prestada a custo zero aos cofres públicos.

O candidato responderá na Justiça pelo ódio religioso que tenta espalhar e por suas calúnias.

De resto, o povo saberá dar resposta a ele.

Artigo, Antonio Britto - Nós, os constituintes de 1988, fracassamos


Artigo, Antonio Britto - Nós, os constituintes de 1988, fracassamos

O país onde a realidade é inacreditável esmerou-se em 72 horas, de 6ª feira a domingo (5 a 7 de outubro de 2018). O Brasil comemorou 30 anos da Constituição que implantou a democracia. Realizou eleições em que o tema foi a fragilidade da mesma democracia. Escolheu como únicas opções para fortalecê-la por meio de reformas (que exigem consenso) os maiores campeões em rejeição.
É mais do que hora de aqueles que sonharam e construíram o período democrático confessem seus erros e assumam seus fracassos.
Nós, os constituintes de 1988, erramos porque legislamos para trás. Tudo o que fosse oposto à ditadura, nós aprovamos como bom ou necessário. Para cada acerto em favor da sociedade e de mecanismos de controle do Estado, constitucionalizamos a fragilização do setor público e sua submissão às corporações.
Enfraquecemos o setor público, confundindo o Estado autoritário (que mais do que nunca é necessário abominar) com o Estado ineficiente e corrompível, também ele inimigo da democracia.
Nós, os democratas, permitimos que a expressão máxima do regime das liberdades –eleições, partidos e Congresso Nacional– fossem em grande parte transformados em estabelecimentos comerciais entregues a frequentadores contumazes das páginas policiais. E a eles conferimos imunidade.
Nós, a alternativa respeitável da social-democracia, transformamos o que poderia ter sido um grande, sério e confiável partido nacional –o PSDB– em um camarim para a disputa de vaidades paulistas. Silenciosas diante da corrupção. Covardes diante do governo Temer a ponto de este ter feito o governo Dilma sumir do debate eleitoral dois anos depois de seu histórico fracasso, como se nunca tivesse existido.
Nós, a alternativa de uma esquerda moderna e séria, condenamos o que parecia ser um partido popular e transformador –o PT– a tornar-se o maior gerador de corrupção da história do país. E, pior: acabamos construindo um biombo de esquerda para a mais velha e reacionária das práticas –um caudilhismo que também o país ainda não tinha vivido.
Nós, os liberais, por oportunismo ou medo, abandonamos a pauta conservadora pela agenda do ódio. Passamos gradualmente a construir um caminho de rejeição à primeira das regras democráticas: o respeito à diversidade, o prazer na pluralidade e a convivência com as minorias.
Fizemos pior. Fechamos os olhos à inaceitável proliferação e ao poder de algumas igrejas que, na verdade, são estabelecimentos comerciais. Mais recentemente, concluímos a obra conservadora fazendo com que o país voltasse a conhecer e discutir o nome de militares.
Nós, os que trabalhamos ou dependemos do Direito, tivemos muito medo de dizer que caberia ao menos preservar o Judiciário, diante das crises dos partidos, do Congresso e do Executivo.
Situado a metros do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a harmonia dos Poderes aconselhava solidariedade no pior. E igualou-se no descrédito.
Passamos os 30 anos comemorados na 6ª feira construindo o resultado de ontem. Não faltarão agora os que buscarão na miséria de grande parte dos brasileiros (sem emprego e saúde) e na insegurança da outra parte (diante da violência e da falta de eficiência dos governos) a explicação para o que aconteceu. Como se deles fosse a responsabilidade pelo dia de ontem.
Será mais um –e o pior erro de quem é democrata. Os brasileiros, de forma repetitiva, quase monótona, aprovam a democracia, exigem a liberdade, mas querem governos que funcionem gerando o básico. Voltam-se ao populismo em busca de comida. Ou deslizam para o autoritarismo em busca de segurança.
Já sabemos o que esperar de quem vencer nesse 2º turno. E não parece nada bom. Mas o que esperar de quem perdeu ontem, foi humilhado pelas urnas e condenado pelos 30 últimos anos, não importa o partido?
Há um sabor extremamente amargo deixado por esse domingo para todos que tenham bom senso. Cabe agora esperar que as três próximas semanas, de forma quase milagrosa, desmintam os maus presságios. E cabe cobrar com veemência que os expulsos da vida política ontem façam com atraso o reconhecimento do quanto erraram, surdos diante de um sentimento que se explodiu ontem e que vinha sendo construído lentamente ao longo desses últimos anos.

Antônio Britto
Antônio Britto Filho, 66 anos, é jornalista, executivo e político brasileiro. Foi deputado federal, ministro da Previdência Social e governador do Estado do Rio Grande do Sul. Atualmente é presidente do Conselho Consultivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).