Guilherme Baumhardt , Correio do Povo - Para não esquecer

Quem pretende cometer um crime não precisa necessariamente de um revólver ou uma pistola

A tragédia desta semana é mais uma prova de que a tese do desarmamento é furada. Quem pretende cometer um crime não precisa necessariamente de um revólver ou uma pistola. É, também, mais uma evidência de que o desencarceramento em massa é um erro grotesco. Partidários da esquerda (dos radicais aos mais moderados) defendem com unhas e dentes a ideia de que tirar de circulação um delinquente não resolve o problema. Bom mesmo é deixá-lo livre, leve e solto. Para esta gente, o monstro de Blumenau provavelmente se enquadraria no perfil do bandido que pode viver em sociedade.

No prontuário do assassino que matou quatro crianças a golpes de machadinha constam uma tentativa de assassinato (do próprio padrasto), posse de cocaína, briga em boate, arrombamento, entre outros. Ou seja, havia sinais bastante claros de que se tratava de um sujeito sem condições de conviver livremente em sociedade. Apesar do histórico, ele estava solto.

Quando o leitor tiver o azar de topar com um defensor da ideia de que prender criminosos é ruim, estampe no rosto do sujeito as manchetes e as fotos de pais chorando sobre caixões de crianças, uma delas com apenas três anos de idade. Se ainda assim o sujeito insistir, talvez estejamos diante de um caso perdido. Nem mesmo a mais absurda das evidências parece ser suficiente para provar que o desencarceramento é ruim. De gente assim é melhor manter distância segura.

Zero Hora, Blumenau, Flávio Dino e o Neonazismo

 O jornal Zero Hora, do grupo RBS, parece não ter aprendido nada e nem esquecido nada com o fiasco que ele mesmo protagonizou, ao atacar de modo açodado as vinícolas gaúchas acusadas por usar trabalhadores de modo inapropriado ("condições análogas à escravidão", conforme série de reportagens. O próprio presidente do Conselho Editorial, Nelson Sirotsky, pediu perdão pelo erro.

É o que se depreende do conteúdo usado pelo jornal deste final de semana, ao dedicar uma página inteira de apoio incondicional ao último factoide produzido pelo ministro Flávio Dino, que se apropriou do episódio de Blumenau para fazer politicagem barata e mandar investigar grupos neonazistas no Brasil. O próprio jornal fez questão de relacionar uma coisa com a outra: "Ordem de FlávioDino veio horas depois dos assassinatos de Blumenau".

Ops !!

O jornal conta que Dino tomou a decisão depois de passar horas em reuniões. Com quem ? Com gente como os presidentes da UNE e da UBES, por exemplo. Isto explica tudo.

Em materia assinado pelo jornalista Humberto Trezzi, que sequer opõe restrições ao momentum e ao casamento do caso("Não se trata de mera coincidência", escreve Trezzi). Ojornalista, até pelo contrário, justifica o ato ministerial, ao escrever que há relação entre os ataques em  escolas a grupos neonazista, embora o próprio Trezzi admita que a ideologia nazista nunca  listou ataques a crianças eantreos seus alvos.

O jornalista da RBS conclui sua oficialesca reportagem com a informação de que oBrasil tem 10 milneonazistas, 1 mil dos quais estão no RS.