Artigo, Gilberto Jasper, Correio do Povo - Mitos e omissões na pandemia

Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

       Há quase dois anos somos submetidos a provações de todo tipo. A pandemia impôs conviver com o luto de familiares, amigos e colegas.. “Viver um dia de cada vez” deixou de ser uma frase de autoajuda para cards de “bom dia” e se impôs no cotidiano.

Não tem sido fácil viver – ou sobreviver – no emaranhado de más notícias turbinadas por manchetes fúnebres sem igual destaque para o percentual de curados. Minutos de silêncio no futebol, uso obrigatório de máscaras e despesas infindáveis com álcool gel se eternizaram.

 Quando a doença começa a ceder e as restrições diminuem surge uma nova cepa mortal. Como sempre, as fake news explodiram, não apenas nas redes sociais, mas em outrora respeitáveis veículos de comunicação. Em quem acreditar? Como manter a sanidade física e mental? Para onde correr?

Uma das grandes lacunas desde o início da pandemia é a inexistência de estudos respeitáveis referentes à incidência de doenças mentais. Alcoolismo, depressão, comportamento bipolar, irritação crônica, suicídio e violência doméstica compõem um quadro de ocorrências cotidianas em milhões de lares brasileiros, mas que permanecem no limbo da mídia.

Também é impossível mensurar o número de pacientes crônicos acometidos das mais variadas doenças. Longevos tratamentos foram bruscamente interrompidos. Moléstias se agravaram. Muitas vidas foram perdidas com o “fecha tudo, fica em casa”. Enfermos que necessitam de atenção permanente foram confinados pelo frenesi de “especialistas” que ganharam vez e voz sem a devida investigação de seus currículos.

Aos 61 anos talvez não assista o que será recorrente no futuro: a proliferação de estudos, documentários, séries, filmes e reportagens sobre os absurdos hoje considerados “estudos sérios” sobre a covid. Antes que me chamem de “negacionista” lembro que isto acontece ao longo de toda História. Apesar dos inúmeros exemplos, a explosão das redes sociais, a radicalização que transformou a crise sanitária em guerra política-ideológica e a manipulação da informação em grande escala impediu uma discussão exclusivamente científica.

 O resultado será lamentado por várias gerações. Resta a esperança de que, ao menos, sirva de reflexão para as próximas pandemias.

Novo livro

O espírito das confrarias retratado no livro que será lançado em Porto Alegre

Da Idade Média ao Bar do Beto em uma história de parceria e bom humor é o que retrata o livro “Confraria 1523”, a ser lançado dia 7/12 no mezanino do bar, na avenida Venâncio Aires, 876, com sessão de autógrafos das 18h às  22h.  Editado com os conteúdos em formato de cardápio, o livro tem a participação dos dez confrades e confreiras de uma irmandade que nasceu na TVE/FM Cultura na gestão do presidente Vieira da  Cunha (1995-98) e resiste até  hoje com encontros periódicos, interrompidos apenas durante a fase aguda da pandemia. São eles Lais Porcellis, Liana Zogbi, Antonio Bavaresco Jr, Charles Tizato, Eduardo Vital,  Flávio Dutra,  José Antonio Vieira da Cunha, Pedro Macedo, Sérgio Rotta  e Flávio Porcello (in memorian).  “Confraria 1523” deveria ser lançado em abril de 2020, o que não ocorreu devido também a pandemia. No lançamento, Porcello será representado pela filha Paula, também jornalista.

Com prefácio do Anonymus Gourmet, a edição começa relatando o surgimento das confrarias, ligadas às ordens religiosas na Idade Média, estabelece uma linha do tempo de evolução dessas irmandades, a chegada ao Brasil no século 16, recorda os mais famosos grupos de diversas atividades, incluindo os que fizeram história no Rio Grande do Sul e os que ainda resistem, até chegar à Confraria 1523 com seus encontros no Bar e na sede do Sindifisco, na Zona Sul. Além de divertidas histórias, o livro celebra o espírito que congrega as boas confrarias.  Como bônus, apresenta receitas dos principais pratos servidos nos encontros e uma sugestão de drinque. 

Lançamento do livro “Confraria 1523”

Quando:  07/12, terça-feira

Onde: Bar do Beto, av. Venâncio Aires, 876

Horário: das 18h às 22 h