hermenêutica aberta. 07.08.2028

 Promotor Luciano Vaccaro

Gabriel, o que o senhor sabe sobre esses fatos que estão sendo imputados ao Jornalista Polibio Braga.

Gabriel Galli Arévalo, funcionário do gabinete da Deputada Federal do PSOL, Fernanda Melchionna, e representante da ONG Somos, testemunha do Promotor e um dos autores do Boletim de Ocorrência registrado na Polícia.

Olha, eu sei que no dia 18 de maio de 2021, o jornalista Políbio Braga fez uma publicação no blog dele registrando a iluminação que o Palácio, que o Governo do Estado realizou no palácio Piratini, né, em relação à alusão a um dia de combate à LGBTfobia. Essa é uma data bastante importante para o movimento LGBT porque marca a saída da caracterização da homossexualidade como uma doença dos registros da Organização Mundial da Saúde. E, nesse texto opinativo que o senhor Políbio realizou nesse blog, ele utilizou uma serie de termos que, na minha compreensão e da organização a que eu faço parte, ONG Somos, que trabalha há 20 anos na defesa e na luta por direitos humanos, tem uma conotação LGBTfóbica. E essas conotações, elas aparecem de forma, na nossa interpretação, propositalmente camufladas, mas que ficam evidentes o teor homofóbico quando faz uma serie de brincadeiras de certa forma com a própria homossexualidade do governador do Estado de cunho vexatório e também quando relaciona a homossexualidade com outras práticas sexuais ou outras, até questões que vão para um cunho de patologia ou doença mental como a zoofilia, pedofilia, né. Fazendo uma associação que é bem clássica e bem conhecida do movimento LGBT, quando tentam nos caracterizar como pessoas sujas e perversas, né (A conceituação que ele concede ao termo “homossexualismo” é própria, pessoal, e não tem nada a ver com o sentido etimológico e legal do termo – veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade). Então esse texto ele passa dessa forma e, na nossa compreensão, enquanto jornalista o senhor Políbio Braga assume a posição de disseminar conteúdo discriminatório quando ele faz esse texto. Não é a primeira vez que ele se comporta dessa forma né, por isso também que eu me motivei a prestar essa denúncia, porque nós acreditamos que é de interesse público que esse tipo de comportamento seja pausado. Hoje mesmo houve comentários no blog dele a respeito de como mulheres trans tiram o lugar de pessoas, de outras mulheres no esporte, enfim, sei que não é o conteúdo, não é o caso aqui do que está sendo analisado por essa Vara. Mas eu cito aqui que é uma pessoa que é conhecida por disseminar conteúdos que, na nossa compreensão, podem ser entendidos enquanto discriminatórios e nós entendemos que a partir do momento que o STF define que a homofobia é um crime, nós entendemos que isso deveria ser classificado dessa forma então. 

Promotor Luciano Vaccaro
Só, desculpa te interromper, mas desculpa, eu posso ser ignorante, mas eu também uso a expressão homossexualismo. Eu não sabia que isso não é admitido pela associação de vocês. Me desculpa. Então é uma interpretação sua de que ele agiu dessa forma? Como é que o senhor pode dizer que o fato dele ter usado homossexualismo é de cunho discriminatório homofóbico? Porque eu mesmo uso essa expressão e confesso aqui minha total ignorância, eu estou surpreso. Desculpa.

 

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Este empregado do gabinete da Deputada Federal Fernanda Melchionna, Psol, no caso Gabriel Galli Arévalo, Diretor Operacional da ONG Somos, que é também Jornalista, foi a única testemunha arrolada pela Promotora Ivana Machado Moraes Battaglia ao acolher indiciamento pedido pela Delegada Andrea Matos e denunciar-me perante a 11a., Vara Criminal do Foro de Porto Alegre por crime de homofobia. 

O Jornalista e Mestre em Comunicação Galli Arévalo, foi ouvido em audiência no dia 20 de junho de 2022 pela juíza Quelen Van Caneghan, que não só acolheu as acusações feitas no inquérito policial conduzido em tempo recorde pela Delegada Andrea Mattos, como ampliou os ataques e condenou o editor a 2 anos de cadeia.

Galli Arévalo e seu companheiro da ONG Somos, Carlos Cesar Klein, registraram o BO no dia 18 de maio de 2021, dois dias depois Mattos instaurou o inquérito, 5 dias mais tarde ouviu Carlos Klein e a mim mesmo e um mês depois concluiu sua tarefa com meu indiciamento, acolhido em seguida pelo Ministério Público Estadual, que sequer quis me ouvir.

A partir daí, o Ministério Público Estadual e o aparato oficial e oficioso do PSOL, com ênfase para as deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna, abriram um campanha pública de calúnias, injúrias e difamações, usando todo o arsenal conhecido de assassinatos de reputação, inclusive com campanha direta e bem sucedida de intimidação de anunciante do blog www.polibiobraga.com.br

 

O editor tentou obter Direito de Respostas às acusações públicas do Ministério Público Estadual, mas elas foram interditadas administrativa e judicialmente, prevalecendo o discurso único oficial.

Depois de condenado a 2 anos de cadeia por sentença da juíza da 11a. Vara Criminal de Porto Alegre, Quelen Van Caneghan, dia 16 de agosto de 2022, os advogados Rafael Nunes Leal, Taís Comasseto e Isabela Muller Rocha apelaram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no dia 3 de abril de 2023. No dia 23 de setembro, a 8a. Câmara Criminal  do Tribunal de Justiça concluiu inédito acórdão, anulando todo o processo e remetendo-o para a Justiça Federal, sob o básico entendimento de que o suposto crime de homofobia ocorreu no âmbito da internet, rede mundial de computadores regulada por tratados internacionais dos quais o governo federal brasileiro é signatário. Mas não só.

No dia 26 de março de 2024, o Procurador Federal Felipe Souza ignorou a discussão sobre o foro adequado, considerando fato vencido, e foi diretamente ao ponto, fulminando os termos do inquérito, da denúncia e da sentença. Souza pediu o arquivamento da ação. O juiz federal Guilherme Beltrami, no mesmo dia, arquivou o processo, que transitou em julgado.

Todos os atores que participaram da orquestração ilegal pagarão pelo que fizeram, menos a Delegada Andrea Mattos, que morreu antes de responder em juízo e fora dele pelas acusações infundadas.

Ao fim e ao cabo, prevaleceu esta manifestação inequívoca a favor da liberdade de expressão, portanto também de imprensa, traduzida em letra de forma pelo Procurador Federal Felipe Souza, tudo no dia 26 de março de 2024:

- Ouso divergir do MP-RS e não vislumbrar no texto indução ao pensamento discriminatório, tampouco incitação ao preconceito e discurso de ódio (....) O trecho não contém nenhum tipo de argumentação encadeada (...) Não me parece adequado, quando da formulação da denúncia, pretender emprestar a quaisquer manifestações públicas a pior interpretação possível, capaz de vislumbrar nelas intento criminoso (...) Pelo contrário, a liberdade de expressão é direito fundamental e deve ser ao máximo prestigiada (...) Sendo compatível com a Gramática e a Lógica, mais consentâneo com a dita liberdade afigura-se-me tentar ler qualquer postagem pública de forma daqr ao tgexto interpretação que não o leve a ser criminializado (...)P Tendo sido feita in bonam partem, afasta o caráter criminoso que lhe irrogou o MP-RS).

 

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Listar legislação invocada.

 

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O imbroglio todo começou com uma curta nota publicada no blog www.polibiobraga.com.br no dia 18 de maio de 2021:

O governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia, pelo menos do ponto de vista da polêmica OMS.

Ontem foi o Dia Internacional do Universo LGTBQIA+, que engloba nao apenas o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos de coxilhas do Rio Grande.

No RS, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBTQIA+, implantada com decisão por Eduaedo Leite, visa laborar, estimular, apoiar, participar e promover eventos, estudos, pesquisas, debates e ações que envolvam discussões de saúde da população LGBTQIA+.  O relatório mais recente do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado no início de 2019, registrou que em 2018 ocorreram 420 mortes de LGBTs no Brasil - entre 320 homicídios e 100 suicídios

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 Na terça-feira, 25 de maio, o dia vai amanhecer frio e com geada entre o norte gaúcho, oeste de Santa Catarina, Planalto Catarinense, na região serrana entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e nas áreas do centro-sul do Paraná e também em Curitiba

10,8o no dia 26. Pouca chuva no mês.

16, 20 e 13o, temperaturas 

Outono


A primeira Delegacia de Combate à Intolerância do RS foi inaugurada, na manhã desta quinta-feira (10), em Porto Alegre. A unidade especializada será vinculada ao Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis, e terá como titular a delegada Andrea Mattos.


Antes distribuídas em diferentes delegacias, as investigações de crimes de racismo, homofobia e injúria qualificada (ofensas de teor discriminatório) agora ficam sob responsabilidade da nova delegacia, que contará com cinco policiais.


A criação da unidade tinha sido anunciada no início do ano passado, logo após a chefe de Polícia Civil, Nadine Anflor, tomar posse. "Nós somos diferentes, mas nós somos maiores nas nossas diferenças", disse ela, durante a inauguração.



A chefe da Polícia Civil também lembrou da cartilha "Não Tolere a Intolerância", lançada na quarta (9) com conteúdos informativos sobre o combate à intolerância.


Dia dos Direitos Humanos

A Delegacia de Combate à Intolerância foi inaugurada na data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que marca o lançamento da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU, em 1948.


"[A intolerância] Pode parecer pouco, diante de outros crimes mais relevantes. Mas para quem sofre com ela, é 100%. Inibe sua capacidade profissional, seus talentos, oprime, não apenas individualmente mas coletivamente na nossa sociedade", definiu o governador do estado, Eduardo Leite, durante a cerimônia.


Leite lembrou do assassinato do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças negros no Carrefour, no dia 19 de novembro: "Também nos sentimos agredidos". A investigação do caso está a cargo da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.


O vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, afirmou que o combate à intolerância será incluído nos currículos dos cursos de formação dos policiais.


A delegacia fica na avenida Presidente Franklin Roosevelt, 981, bairro São Geraldo.

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Com quase 20 anos de experiência policial, Tatiana Bastos assume área especializada em investigações sobre crimes motivados pelo ódio e pelo desrespeito à diversidade

Luiz Dibe

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Carlos Macedo / Agencia RBS
Tatiana dirigiu a Divisão de Proteção à Mulher até 2020

Desarticular células extremistas e neonazistas, gerar dados em contraponto à subnotificação de crimes e agir de forma preditiva a ponto de evitar agressões orientadas por intolerância e propagação de discursos de ódio são algumas das metas da recém-empossada titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, delegada Tatiana Bastos.

A delegada tomou posse nesta quinta-feira (22), assumindo também a direção da Divisão de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância, departamento da Polícia Civil gaúcha que também abriga a Delegacia de Proteção ao Idoso.  A Delegacia de Combate à Intolerância foi criada em dezembro de 2020


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14.4.2023

Morreu, aos 42 anos, nesta sexta-feira (14), a delegada Andréa Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) de Porto Alegre. Natural de Brasília, a policial lutava contra um câncer desde 2019. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.

O velório acontece neste sábado (15), no Salão Nobre do Cemitério Jardim da Paz, às 10h. O sepultamento está marcado para às 15h.

Ela foi a primeira titular da DPCIinaugurada em 2020.