A lei é para todos... E para o Lula

A lei é para todos... E para o Lula

Mateus Bandeira *

      Os defensores de Lula, que será julgado por corrupção no próximo dia 24, baseiam-se em duas frentes para defender seu guia: falta de provas e injustiça. As duas premissas são falsas.

      A Lava-Jato, como nunca antes na história deste País, levou pra cadeia gente muito graúda que no passado sempre escapava das grades. Procuradores e delegados juntaram um caminhão de provas, de confissões e de perícias incontestáveis.

      Mais do que isto. A Lava-Jato obteve a confissão de diversos corruptores.

      Mais ainda. Esta turba de milionários (alguns até bilionários) já começou a devolver dinheiro roubado aos cofres públicos. Ninguém devolve dinheiro que é seu, obtido de maneira honesta.

      Alguém, por mais Velhinha de Taubaté que seja, acredita que faltam provas para condenar e encarcerar esses ladrões? Claro que não.

      A quantidade maciça de provas provoca, porém, um fenômeno. A militância cega, e que não quer admitir que foi enganada por larápios travestidos de políticos, prefere colocar a culpa nos outros.

      O culpado é sempre o adversário político. Já os correligionários são sempre inocentes. Justificativa cínica.

      E, claro, não existem corruptores sem corruptos. Se alguém pagou, alguém recebeu. Neste caso, quem recebeu foram, na grande maioria, agentes públicos - como os muitos parlamentares denunciados.

Garanhuns é passado

      E quanto à injustiça? Lula hoje não é nem sombra do retirante que chegou à São Paulo vindo de Garanhuns.

      Hoje ele é milionário, tem bens valiosos em seu nome e no dos filhos, viaja de jato particular, tem motoristas e seguranças à sua disposição, convive com gente endinheira como os empreiteiros. Faz parte, assim, da elite brasileira.

      Sua condição faz com ele tenha acesso aos melhores e mais caros advogados do País. Apenas este privilégio garante a ele o direito que a maioria dos brasileiros não dispõe.

      Basta ver que ele já foi condenado, mas está solto. E, caso seja condenado novamente pelo TRF-4, de Porto Alegre, permanecerá livre.

      É injusto isto? Que tal perguntar aos 34% de presos provisórios no Brasil. São mais de 221 mil encarcerados sem julgamento, de acordo com o CNJ. Isto, sim, é injustiça.

      Injustiça é não ter direito à escola e à creche de qualidade. Injustiça é esperar meses para ser atendido num hospital ou num posto de saúde.

      Injustiça é estar desempregado, como os 13 milhões de trabalhadores jogados na desesperança por conta das aventuras econômicas do governo do PT. Lula não é injustiçado.

      Com o julgamento do dia 24 de janeiro, seu caso já terá sido analisado por três juízes. Como haverá recursos, seu processo ainda passará por muitos magistrados antes da decisão final. Privilégio que só gente da elite, como Lula, tem acesso.

      Vale lembrar, ainda, que Lula não foi denunciado por tucanos invejosos. Foram seus amigos íntimos que o acusaram de ladroagem.

      No fundo, aquele vídeo de artistas engajados está certo. A lei é para todos. E para o Lula.

* Mateus Bandeira foi CEO da Falconi, presidente do Banrisul e secretário de Planejamento do RS


Artigo, Astor Wartchow - Em defesa das autoridades

Artigo, Astor Wartchow - Em defesa das autoridades
Astor Wartchow
Advogado
          Faz algum tempo, escrevi em defesa dos árbitros de futebol criticando os arrogantes comentários dos analistas de arbitragem, bem acomodados nas cabines, com visão ampliada e apoiados em vários replays. Ao contrário do árbitro!
      Os árbitros também são vitimados pela deslealdade e irresponsabilidade dos jogadores, “artistas” da simulação e dissimulação. Sem esquecer os dirigentes de clubes que fazem insinuações “criminosas” e cogitam irresponsavelmente possíveis favorecimentos.  
      Agora, façamos uma analogia do futebol com os episódios político-partidários – leia-se Operação Lava-Jato. Seus críticos ironizam e denigrem juízes, procuradores e policiais federais.
      Propositalmente, ignoram o fato mais significativo das últimas décadas. Pela primeira vez se atinge – de modo contundente e sistêmico - o núcleo da corrupção nacional. Mais especificamente os setores empresariais e políticos que se valem da fragilidade do nosso sistema partidário e da exagerada intervenção estatal na economia, fato que coloca nas mãos dos governantes altíssimo poder de decisão e destinação de valores do orçamento nacional.
      Conseqüentemente, líderes político-partidários e empresários “amigos”, à direita e à esquerda do espectro ideológico, têm feito a festa, cuja conta final é o cidadão que paga.
      Entretanto, o que vemos? Um feroz ataque aos juízes, procuradores e policiais federais, acusando-os de parcialidade e abuso de poder.  Uma audaciosa e despudorada defesa de denunciados, acusados e processados.
      Pior: ignoram que são profissionais concursados, com longas e sólidas carreiras, sujeitos às suas corregedorias, tribunais superiores de recursos e processos administrativo-disciplinares. Estes servidores públicos têm famílias, amigos e colegas a quem também devem respeito e dignificação acerca de suas tarefas e obrigações institucionais.
      Parênteses: como alguém pode dizer que o triplex deveria estar formalmente no nome de Lula para caracterizar prova de que lhe era destinado? Não seria como exigir – como prova de recebimento de propina – a declaração no Imposto de Renda ou depósito em conta bancária? 
      Confesso minha perplexidade com a dimensão epidêmica da “doença” e inconsequente propagação do vírus da desconfiança institucional.

       

A hidra e seus tentáculos

A Hidra e seus Tentáculos-

Iracilda Gonzalez
Médica e Psicanalista.
Quer seja através do Mito grego abatido por Hércules, quer seja através dos quadrinhos da Marvel – que mostram uma organização criminosa infiltrada em todos os ramos da sociedade, constituindo as várias cabeças de um grande monstro – revelam-nos simbolicamente o que estamos vendo e vivenciando nos dias atuais, ao vivo, a cores, sofridamente.
O comprometimento por corrupção tem sido mostrado nos mais diferentes segmentos, tanto públicos, como privados. E foi feito com método, com lógica, não ocorreu ao acaso.
Os métodos de envolver as pessoas, de manipular os chamados movimentos sociais, continuam os mesmos. Lula chega de avião particular, as “massas” chegam espremidas nos ônibus. Mostra bem que ele é o chefe.
A negação intencional dos fatos ocorreu de maneira estarrecedora, agredindo a realidade e a inteligência das pessoas. A negação, como um artefato mágico, escamoteava a realidade, criando uma situação que não se sustentava e novos artefatos tinham que serem criados. Há um prazer na negação, porque de alguma maneira ela é vivida como um triunfo.
Os tentáculos da Hidra-Lula estão sendo desfeitos. Hoje temos o julgamento do recurso de um condenado, o ex-presidente Lula.
 Há, no entanto, os que permanecem a ele agarrados, pois dali tiram sua subsistência.
O comportamento é muito similar ao das psicopatias. Vicente Garrido, professor de criminologia em Valencia, no seu livro -El psicópata-, chama-nos atenção que: “Os psicopatas constituem um dos maiores desafios que tem a humanidade no século XXI”. Diz ainda: “é uma condição individual que pode alimentar-se mediante estruturas sociais, culturais e políticas. Haveria existido um Eichmann, o genocida, se não houvesse existido um regime político psicopático?”
É encontrado em todas as camadas sociais e existem vários níveis de comprometimento.
Os psicopatas carregam em si a essência da maldade humana.
Como deter esse mal? Um das maneiras é como está acontecendo no Brasil - a aplicação da lei. Eles são transgressores por natureza. Personificam a perversão em todos os sentidos. Tentam sodomizar uma nação. É o sórdido oferecido como espetáculo. Forçam a regressão das pessoas a estágios primitivos de bestialidade. Há um comportamento histriônico. Direcionam seus ataques contra todos que impuserem limites a seus instintos destrutivos.
Existe uma fronteira que, uma vez cruzada, priva o homem de sua humanidade completa, e me parece que Lula e seus seguidores já a ultrapassaram.
Felizmente, para nós, no meio do caminho tinha um Juiz, e toda uma equipe competente que luta bravamente para que a lei seja cumprida.
Reni Dotti - criminalista, jurista e professor -, em entrevista ao Estadão (03/9/2017), disse: “A Lava Jato, no meu entendimento, interrompeu um golpe de Estado”. Com conhecimento e sabedoria fez essa afirmação.
Uma corrosão social inaudita foi perpetrada por Lula e seus tentáculos. Somente uma pessoa com a capacidade inata para a perversidade atrairia tantos seguidores - uns pela fragilidade da mente, outros por se identificarem com ele e estarem no mesmo nível de sintonia.
O que queremos para o Brasil: um compromisso com a verdade. Não queremos mais palavras que são “clichês” de doutrinação: palavras gastas, como carimbos, são feitas e carimbadas no ouvido das pessoas, que são tidas como massa de manobra. Pessoas que são violentadas pela ignorância ou pela necessidade.
O que não queremos é que o Brasil siga os passos da Venezuela, cuja elite é representada por Maduro, e o país vive hoje uma situação desastrosa. Não queremos que o nosso país chegue a esse ponto de irreversibilidade para regimes de esquerda ditatoriais, em que só uma minoria tem vez, ao contrário do que propagam.