TI

O mercado de Tecnologia da Informação (TI) anda aquecido para quem busca empreender no Brasil. Na última década, a taxa de crescimento foi de 43%. Até maio, eram 275 mil empresas ativas, conforme o relatório Insights Report, divulgado em junho pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro-PR).

Somente no Brasil, estima-se que faltam 400 mil profissionais do setor. Até 2025, essa carência será ainda maior. O mercado de TI vai demandar 797 mil trabalhadores qualificados. É o que diz o levantamento realizado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

A pesquisa também indicou que a taxa de rotatividade dos colaboradores chega a 48% ao ano. Ou seja, além da dificuldade de encontrar profissionais, o setor de recursos humanos precisa lidar com o desafio de retê-los. Mesmo porque bons salários e benefícios não são suficientes hoje para atrair e manter os talentos no mercado.

O diferencial das corporações, no entanto, está em romper com o modelo tradicional e tornar o processo seletivo mais humanizado, em que os interesses dos candidatos estejam alinhados às necessidades da organização. É o que defende Frederico Sieck, CEO e fundador da Koud, empresa especializada em alocação e recrutamento de profissionais de tecnologia.

 Frederico Sieck, CEO e fundador da Koud

Atuando na área de consultoria em alocação e recrutamento desde 2019, a Koud, com sede em Curitiba (PR), percebeu que as entrevistas para as vagas de emprego não estavam chegando a um resultado esperado para as organizações.

Foi quando, há um ano, criou uma metodologia própria para os processos seletivos. O formato é alinhado às técnicas e estratégias avançadas de recrutamento, no entanto, valoriza as duas frentes: empresa e candidato.

Enquanto no modelo convencional o processo muitas vezes demora dias e meses e os currículos são analisados muitas vezes por robôs, sem criar uma aproximação da empresa com os inscritos e vice-versa, na Koud o processo é o oposto.

Os recrutadores da Koud direcionam aos clientes os perfis de candidatos que são mais aderentes às vagas. São levados em consideração alguns aspectos, como a cultura organizacional e o conhecimento técnico do candidato para alcançar o “match”.

“Com essa mudança de postura, focamos em reconhecer o valor de cada indivíduo, suas experiências de vida, criatividade e inovação, entendendo que cada um não é apenas um meio para obtenção de lucro”, sublinha o CEO.

Outro diferencial da Koud é que os “recrutas” são pessoas treinadas na área de vendas. Eles utilizam técnicas do ciclo de encantamento, uma metodologia utilizada para atrair os perfis ideais às vagas, o que gera economia de tempo e dinheiro para as empresas.

Processo

Para divulgar as vagas disponíveis na área de Tecnologia da Informação, o primeiro passo é entender o modelo de negócio e a cultura organizacional do cliente. “Levantamos todas as informações necessárias, como o posicionamento da empresa diante do mercado, faturamento, ambiente, quantidade de funcionários e o que a vaga propõe para o candidato”, completa Frederico.

Como base nessa miniconsultoria, a empresa divulga a vaga informando, por exemplo, o tipo de vaga, formato, nível de formação, requisitos obrigatórios e benefícios. O concorrente acessa o site da Koud e, ao encontrar a vaga adequada ao perfil, preenche nome completo, e-mail, telefone, carta de apresentação e envia o currículo.

O prazo de retorno é conforme a necessidade da empresa. No entanto, Frederico afirma que a transparência e feedback são diferenciais decisivos para atrair e manter talentos, além de criar uma boa reputação para a empresa contratante. “Com a falta de informações, os candidatos ficam sem entender se passaram ou não para a próxima fase do processo seletivo. Isso causa desânimo e até chateação com a empresa, o que é compreensível neste caso”, destaca.

Impactos significativos

Com a ruptura do modelo convencional de contratação, a Koud registrou, no último ano, um aumento de 45% na taxa de contratação para as pessoas e empresas. No entanto, Frederico deixa claro que a função é fazer o cliente crescer com excelência profissional e somar aos Recursos Humanos (RH), e não ser um problema. “A gente otimiza o trabalho do RH, encaminhando pessoas mais assertivas para as oportunidades. Assim, a equipe não perde tanto tempo com vários candidatos. Então, nos tornamos parceiros, e não concorrentes”, frisa o fundador. Com os resultados positivos, a expectativa da Koud é crescer 35% ainda este ano.