Nota de Marcel Van Hatten contra Marchezan Júnior

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Facebook do Marcel van Hattem

Pessoal, tenho sido muito perguntado a respeito da votação sorrateira da Câmara dos Deputados nas medidas anti-corrupção. Em especial, vários têm me perguntado sobre a posição de Nelson Marchezan Júnior, a quem apoiei abertamente para a prefeitura e por cuja trajetória política tenho maior respeito e mesmo, em vários momentos, admiração.
Na minha opinião, o silêncio de Marchezan é constrangedor e é o pior que poderia ocorrer no momento. Para começar, poucos sabem da batalha dele contra privilégios do Judiciário - com o que concordo, até porque sou contra privilégios em todos os outros poderes, incluindo o Legislativo. Mas o espírito da lei anti-corrupção aprovada não tinha este intuito, o de focar nos privilégios. São especialmente poucos os que sabem dessa batalha historica de Marchezan se compararmos às centenas de milhares de pessoas que votaram no Marchezan para ser prefeito de Porto Alegre. Logo, no mínimo uma explicação para o voto dele caberia em um vídeo ao vivo, ou video gravado, texto, post na página dele. Explicação que, na minha opinião, poderia até não justificar mas, pelo menos, como diz a palavra, explicaria. É o que em tempos de redes sociais todos esperam. E o que, vocês sabem, faço com muita frequência e sempre que necessário.
Em segundo lugar, na minha opinião, não era hora de tratar desse tema - "abuso de poder" -, ainda mais da forma como foi tratado: as sanções ao abuso de outros poderes foram no mínimo mal discutidas pelo tempo exíguo, estão subjetivas demais e, pior de tudo, foram propostas pelos mais sujos deputados, que querem justamente por um fim à Lava Jato. Revanchismo puro, abjeto - motivações que o próprio Marchezan conhece bem.
Quero crer que a coerência e apego às convicções tenham traído o futuro prefeito de Porto Alegre no sentido de não ver o contexto e de ter sido de boa fé levado a fazer o serviço sujo dos canalhas. Se PT e PCdoB votam todos a favor de algo, é quase certo que eu serei contra - incluo aí, aliás, também os do meu partido, onde também há muitos canalhas que deveriam estar na cadeia. Na verdade, não houve partido que não tenha gente que tenha votado a favor disso. Eu deixo claro que jamais teria votado a favor de um absurdo desses em virtude, sobretudo, das circunstâncias: uma votação na madrugada, claro revanchismo.
Concordo que todos têm de estar igualmente sujeitos ao rigor da lei, mas justamente para que a lei seja justa ela deve ser clara, simples e bem discutida. E deve ser votada com as melhores intenções, não as piores... agora, a situação está posta e o mínimo que eu espero do candidato a prefeito em quem eu votei, apoiei e fiz campanha, é que se pronuncie. Pena que até agora não o fez, motivo que me leva a postar publicamente isto, depous de aguardar quase dois dias inteiros por algum pronunciamento público.
Eu estou muito decepcionado com isso, não escondo nem dele. Não tanto com o voto de Marchezan, mas sobretudo com a falta de explicação pública. Transmissão ao vivo no Face não se faz só na campanha. A comunicação deve ser constante e, nos momentos mais críticos, o mais imediata possível.
Temo muito pelo mandato de Marchezan como prefeito de Porto Alegre, cujo apoio na sociedade está sendo severamente comprometido com esta inexplicável demora e, a continuar nesse silêncio, será muito difícil de reverter. É evidente porém que torço pelo contrário: ou seja, que Marchezan venha logo a público e consiga explicar e reverter essa situação, explicando bem sua posição sem nenhuma margem para dúvida, pelo bem de Porto Alegre e do Brasil. É o que tenho ouvido praticamente todos os seus eleitores dizer.


Pedido de desculpas da Odebrecht

A Odebrecht divulgou nota na qual reconhece o erro de ter se envolvido em práticas de corrupção e pedindo desculpa por não ter tomado antes a iniciativa de reconhecer o erro. Afirmando que "aprendeu várias lições com os seus erros", "está evoluindo" e comprometida por convicção a "virar essa página". O acordo de leniência do grupo Odebrecht prevê o pagamento de US$ 2,5 bilhões.

"Não importa se cedemos a pressões externas. Tampouco se há vícios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público. O que mais importa é que reconhecemos nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como deveríamos. Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética. Não admitiremos que isso se repita", afirmou em nota.

A empresa afirma que, com sua competência e qualidade, "definitivamente, não precisávamos ter cometido esses desvios". Na nota, informou ainda que o compromisso com a atuação ética e transparente já está em vigor e elencou 10 pontos, como combater e não tolerar qualquer forma de corrupção, extorsão e suborno; recusar negócios que conflitem com esse compromisso e "jamais invocar condições culturais ou usuais do mercado como justificativa para ações indevidas".

Veja a íntegra da nota:

"Desculpe, a Odebrecht errou,

A Odebrecht reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial.

Não importa se cedemos a pressões externas. Tampouco se há vícios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público. O que mais importa é que reconhecemos nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como deveríamos.

Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética.

Não admitiremos que isso se repita.

Por isso, a Odebrecht pede desculpas, inclusive por não ter tomado antes esta iniciativa.

Com a capacidade de gestão e entrega da Odebrecht, reconhecida pelos clientes, a competência e comprometimento dos nossos profissionais e a qualidade dos nossos produtos e serviços, definitivamente, não precisávamos ter cometido esses desvios.

A Odebrecht aprendeu várias lições com os seus erros. E está evoluindo.

Estamos comprometidos, por convicção, a virar essa página.

COMPROMISSO COM O FUTURO

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O Compromisso Odebrecht para uma atuação Ética, Íntegra e Transparente já está em vigor e será praticado de forma natural, convicta, responsável e irrestrita em todas as empresas da Odebrecht, sem exceções nem flexibilizações.


Não seremos complacentes.

Percival Puggina - O suicídio de um parlam,ento.

O SUICÍDIO DE UM PARLAMENTO-:
Na madrugada desta quarta-feira, 30 de novembro, o parlamento brasileiro suicidou-se moralmente num acesso de fúria contra tudo e contra todos. Do alto de suas gravatas, deputados federais urravam ódio nos microfones. Eles odiavam seus colegas probos, indignavam-se, numa indignação despida de dignidade, ante bons exemplos. E aplaudiam comparsas. Condutas íntegras faziam explodir sentimentos primitivos. Nada, porém, trazia mais espuma à boca e sangue aos olhos do que a atividade de policiais, promotores e magistrados. Tais funções, um dia, poderiam apontar crimes e sinalizar o rugoso caminho da cadeia.
          Que país é esse - pensava o Parlamento suicida - onde não mais se pode roubar em paz? Como obter mandato para servir ao povo em nobre atividade sem tomar dinheiro desse mesmo povo? Que mal atacou nossa gente, outrora dócil e tolerante, para levá-la às praças clamar contra meus negócios? De onde saiu essa corruptofobia? Tudo isso pensava e contra tudo isso vociferava o Parlamento enquanto o elevador da arrogância ascendia ao topo das torres gêmeas. E, dali, a queda livre até o solo.
          Não se diga que o finado ainda emite sinais vitais. Com efeito, coração bate, pulmões respiram, aparelho digestivo digere. Mas está morto. Morto como um peso morto. É um traste, esse suicida moral. Nós assistimos tudo! Como não atestar, então, seu óbito? O Antagonista resume assim, no rescaldo da madrugada:
· crime de responsabilidade para juízes e procuradores,
· prisão por desrespeito às prerrogativas dos advogados,
· criminosos não terão de devolver a fortuna acumulada com propinas,
· tempo de prescrição continuará com réu foragido,
· partidos não poderão ser punidos pelo roubo.
          Estas medidas, que favorecem a Frente Parlamentar da Corrupção, ou Orcrim, no relato de O Antagonista, foram aprovadas pelos partidos com estas proporções:
· PCdoB 100% pró-ORCRIM.
· PT: 98% pró-ORCRIM.
· PRB: 95% pró-ORCRIM.
· PDT: 87,5% pró-ORCRIM.
· PR: 83% pró-ORCRIM.
· PMDB: 82% pró-ORCRIM.
· PP: 81% pró-ORCRIM.
· DEM: 71% pró-ORCRIM.
· PSD: 61% pró-ORCRIM.
· PSB: 57% pró-ORCRIM.
· PSDB: 24% pró-ORCRIM.


          Domingo, dia 4 de dezembro, estaremos nas avenidas e praças do Brasil como testemunhas do que aconteceu e protagonistas dos princípios e valores que em algum momento, ali adiante, haverão de prevalecer. Há que cumprir o dever moral da persistência! Covardes e inúteis seremos se jogarmos a tolha ante cadáveres morais.