Hospital Moinhos de Vento recruta pacientes com câncer de próstata de menor risco para estudo nacional

 Hospital Moinhos de Vento recruta pacientes com câncer de próstata de menor risco para estudo nacional

Pacientes devem ter entre 18 e 78 anos e não podem ter realizado tratamentos cirúrgicos, radioterápicos ou hormonais anteriormente


O câncer de próstata é o segundo tumor mais frequente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, foram diagnosticados 65.840 novos casos da doença.  Ainda de acordo com o INCA, o câncer de próstata também pode ser tratado sem intervenções agressivas, como cirurgia, radioterapia e/ou hormonioterapia, uma vez que cerca de 30% a 40% dos pacientes apresentam baixo risco de progressão da doença. Assim, muitos países instituem programas de vigilância ativa direcionados a estes casos de menor gravidade. 

A estratégia de vigilância ativa se baseia na observação do paciente por meio de consultas médicas e exames periódicos. Visa retardar ao máximo ações terapêuticas mais invasivas e assim minimizar os possíveis efeitos adversos das intervenções radicais, como disfunção sexual e incontinência urinária, possibilitando ao paciente viver com melhor qualidade de vida.

Neste cenário, segundo a Sociedade Americana de Oncologia, muitos pacientes com câncer de próstata, por apresentarem doença de baixo risco, não necessitam de intervenções radicais e têm desfechos favoráveis, sem aumento de PSA (Antígeno Específico da Próstata) e sem progressão do câncer. Contudo, o Brasil ainda carece de dados que demonstrem o impacto da estratégia de vigilância ativa em pacientes com câncer de próstata de prognóstico favorável (baixo risco). Por isso, o Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, conduzirá, de forma inédita, um estudo nacional  com o objetivo de avaliar os resultados de uma coorte de pacientes com câncer de próstata localizado de baixo risco acompanhados pela estratégia de vigilância ativa através de um protocolo assistencial em ambulatórios especializados no Sistema único de Saúde (SUS).

O Hospital Moinhos de Vento irá recrutar parte dos pacientes para o estudo a partir de agosto, oferecendo atendimento ambulatorial aos pacientes do SUS que se enquadrem nos critérios de seleção. O ambulatório ficará disponível até o final do estudo ou até atingir o número de inclusões necessárias. Podem participar do estudo pacientes com idade entre 18 e 78 anos, com diagnóstico de câncer de próstata nos últimos 12 meses e que não realizaram tratamento cirúrgico, radioterápico ou hormonal. O câncer deve ter características de baixo risco: doença localizada na próstata, biópsia apenas com  escore de Gleason igual ou menor a 6 (3+3) e exame de PSA menor ou igual a 10 ng/ml.

Os selecionados serão submetidos a consultas médicas semestrais, bem como exames de PSA, ressonância magnética e biópsia da próstata. Além da análise dos desfechos clínicos, será realizada uma avaliação dos benefícios econômicos da utilização desta estratégia assistencial no SUS.

O estudo é conduzido pelos médicos Dr. Pedro Isaacsson, Dr. Jeziel Basso e Dr. Ricardo Zordan. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail vigiasus@hmv.org.br ou pelos telefones (51) 3314-2965 e (51) 98019-7063.

 

O primeiro 5G a gente nunca esquece

 Eu sou pão duro e acho o preço da entrega de comida um acinte. Por este motivo, ontem à noite fui buscar uma comida chinesa num restaurante bem no coração do bairro Tristeza em Porto Alegre. Esperando, fui checar se realmente o 5G havia chegado na região, conforme prometido. Acionei o aplicativo de verificação de velocidade e o ponteirinho quase saiu fora do meu Motorola G50 5G. Quase 1 Mbps de velocidade, 5 vezes o que tenho de WiFi em casa! Espetáculo. Sei que as aplicações que advirão desta nova tecnologia darão corpo à famosa "Internet das Coisas", um conceito que regerá a conexão entre dispositivos que nos rodeiam, encorparão negócios futuros, integrarão recursos, gerarão aumento de produtividade e eficiência de operações comerciais, criarão novos modelos de negócios e vão ofertar conexões fáceis e diretas do mundo físico dos negócios ao mundo digital para gerar ainda mais valor. Isso tudo é estimulante e vai mudar ainda mais o semblante do futuro, em níveis que seja difícil de conceber hoje, levando em conta a forma como as coisas são pensadas, feitas e entregues.  Hoje, já são mais de 10 bilhões de dispositivos IoT (Internet of Things) conectados, mas especialistas esperam que esse número cresça para 22 bilhões em 2025. Teremos muito em breve, acesso a tecnologia de baixo custo e baixa potência, maior conectividade, plataformas de computação em nuvem, "Machine learning" e muito, muito mais.

Hang vence ação contra Gleisi

 A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, foi condenada a indenizar o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, em R$ 25 mil por publicação falsa que o acusava de sonegação.

O julgamento foi ontem pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Soma-se a de outros dois processos nos quais a petista já foi condenada por fatos semelhantes a pagar indenizações ao empresário que ultrapassam os R$ 65 mil. Em todas essas ocasiões, o empresário esteve representado pela Leal & Varasquim Advogados. No julgamento, o Tribunal afastou ainda o pedido de indenização de Gleisi por publicação de Hang que satirizou o relacionamento da deputada com Lindbergh Farias. No texto, o empresário ironiza que ambos teriam se conhecido no “PTinder” e poderiam passar a lua de mel em Cuba ou Venezuela. Ainda, os desembargadores entenderam que por ter feito gesto ofensivo com as mãos à Gleisi, em uma live, Luciano Hang deve pagar a ela uma indenização menor, no valor de R$ 15 mil. A relatoria coube ao desembargador Gilberto Ferreira.

O valor da indenização será doado para a Apae da comarca onde foi julgado processo.

 




 

Estímulos fiscais deverão adiar a desaceleração da atividade

o A economia brasileira segue surpreendendo positivamente. Os dados de arrecadação federal, emprego, crédito e utilização da capacidade instalada confirmam essa dinâmica. A esses indicadores se somarão os programas de auxílio do governo neste segundo semestre, o que nos fez revisar a projeção para o PIB deste ano de 1,8% para 2,3%.


o Para 2023, os efeitos defasados da política monetária e a desaceleração global devem levar à estabilidade do PIB. Os juros reais estão acima do nível médio observado em 2015 e o endividamento das famílias está em elevação por conta da alta de preços. Logo, é plausível esperar desaceleração do mercado de crédito e das contratações no próximo ano. 


o As desonerações de curto prazo prevaleceram em nossa revisão para o IPCA deste ano, de 7,5% para 7,1%. Para 2023, contando com os efeitos defasados dos juros e algum arrefecimento das commodities, esperamos desaceleração para 4,9%, estável em relação à nossa última projeção. 


o O balanço de riscos para o Copom se alterou desde a última reunião. Dado o estágio avançado do ciclo de aperto monetário, esperamos que o Copom encerre a alta da Selic em 13,75% e a mantenha nesse patamar por um longo período. Para o próximo ano, o grau de incerteza segue maior do que o habitual, mas, por ora, esperamos cortes de juros que levem a Selic para 11,75% ao final de 2023. 




Depoimento da testemunha do MPRS, Gabriel Galli Arevalo, contra Políbio Braga

11a. Vara Criminal, Foro Central de Porto Alegre. Ação criminal movida pelo MPRS contra o jornalista, acusado por supostamente ter cometido crime de homofobia.

O editor mandou digitar todo o áudio e a transcrição é fiel a ele. Onde se lê  "T" ou "R", leia-se "Testemunha". J é Juiza, "MP" é Ministério Público e "D" é Defesa.

(início inaudível) J. Testemunha arrolada pelo Ministério Público. 

Data de nascimento? 

T. 05/06/1990 

J. Nome da sua mãe? 

R. Iris Galli J. 

Sua profissão? 

R. Sou jornalista 

J. Senhor Gabriel, aqui é um processo contra o senhor Políbio Adolfo Braga. 

R. O seu áudio está travando, não consegui ouvir a pergunta. 

J. Aqui é um processo contra o senhor Políbio Adolfo Braga, conhece o acusado? 

R. Não o conheço pessoalmente, conheço pela internet pela atuação dele enquanto jornalista. 

J. Ele foi acusado aqui (parte inaudível – juíza se desloca até a sala para continuar a oitiva) 

J. Testemunha então 

Gabriel Galli, jornalista. 

O senhor conhece o senhor Políbio do meio jornalístico, através de opiniões e expressões dele e não pessoalmente, é isso? 

T. Isso, não pessoalmente, apenas de ver o que ele escreve na internet e no trabalho dele anterior na imprensa. 

J. O senhor já teve algum tipo de atrito, mesmo que através da imprensa, de discordância de opiniões publicadas por ele, mas além do jornalista que o senhor tenha se sentido de alguma forma ofendido? 

T. Não. 

J. Não? 

T. Não que eu me recorde. 

J. Certo, está admitido e compromissado aqui. O senhor Políbio está sendo acusado de em 18/05/2021 ter feito uma publicação em um blog, usuário Políbio Braga, e essa publicação de acordo com a denúncia é acusada de ter cunho homofóbico. Vou deixar que o Ministério Público e a Defesa façam algumas perguntas ao senhor sobre esses fatos. 

Doutor, pelo Ministério Público. 

MP. Doutora o som continua ruim. 

J. Eu sei Doutor. MP. O meu mesmo aqui pra mim está dando duplo. 

J. Eu acho que é o som da testemunha Gabriel que está causando a interferência. Então vou pedir senhor Gabriel que só ligue na hora de responder e depois deixe desligado para que se faça a pergunta. 

T. Tá bom. 

MP. Gabriel, o que o senhor sabe sobre esses fatos que estão sendo imputados? 

T. Olha, eu sei que no dia 18 de maio o jornalista Políbio Braga fez uma publicação no blog dele registrando a iluminação que o Palácio, que o Governo do Estado realizou no palácio Piratini, né, em relação à alusão a um dia de combate à LGBTfobia. Essa é uma data bastante importante para o movimento LGBT porque marca a saída da caracterização da homossexualidade como uma doença dos registros da Organização Mundial da Saúde. E, nesse texto opinativo que o senhor Políbio realizou nesse blog, ele utilizou uma serie de termos que, na minha compreensão e da organização a que eu faço parte, ONG Somos, que trabalha há 20 anos na defesa e na luta por direitos humanos, tem uma conotação LGBTfóbica. E essas conotações, elas aparecem de forma, na nossa interpretação, propositalmente camufladas, mas que ficam evidentes o teor homofóbico quando faz uma serie de brincadeiras de certa forma com a própria homossexualidade do governador do Estado de cunho vexatório e também quando relaciona a homossexualidade com outras práticas sexuais ou outras, até questões que vão para um cunho de patologia ou doença mental como a zoofilia, pedofilia, né. Fazendo uma associação que é bem clássica e bem conhecida do movimento LGBT, quando tentam nos caracterizar como pessoas sujas e perversas, né (A conceituação que ele concede ao termo “homossexualismo” é própria, pessoal, e não tem nada a ver com o sentido etimológico e legal do termo – veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade). Então esse texto ele passa dessa forma e, na nossa compreensão, enquanto jornalista o senhor Políbio Braga assume a posição de disseminar conteúdo discriminatório quando ele faz esse texto. Não é a primeira vez que ele se comporta dessa forma né, por isso também que eu me motivei a prestar essa denúncia, porque nós acreditamos que é de interesse público que esse tipo de comportamento seja pausado. Hoje mesmo houve comentários no blog dele a respeito de como mulheres trans tiram o lugar de pessoas, de outras mulheres no esporte, enfim, sei que não é o conteúdo, não é o caso aqui do que está sendo analisado por essa Vara. Mas eu cito aqui que é uma pessoa que é conhecida por disseminar conteúdos que, na nossa compreensão, podem ser entendidos enquanto discriminatórios e nós entendemos que a partir do momento que o STF define que a homofobia é um crime, nós entendemos que isso deveria ser classificado dessa forma então. 

MP. Certo, o senhor está com o texto em mãos? 

T. Sim, eu estou com o texto em mãos. 

MP. O senhor pode destacar que partes dos textos o senhor entende que são atentatórios ou homofóbicos, na sua visão? 

T. Posso. Ele começa no terceiro parágrafo ele diz o seguinte: “o governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo”. A legalização já é um termo bastante curioso de ser utilizado, porque a homossexualidade nunca foi considerada um crime no Brasil, né, então da entender que o autor do blog considerava que ela deveria ser um crime de alguma certa forma, então tem um tom de ironia em relação ao tema. O que por si só ironia não é um crime, mas há uma incitação na minha interpretação de como o tema deve ser tratado em tom jocoso. Ele também usa o sufixo ‘ismo’ para se referir ao homossexualismo, que é um sufixo próprio de doença, quando se costuma utilizar o termo homossexualidade para não se referir homossexualismo como doença. 

MP. Só, desculpa te interromper, mas desculpa, eu posso ser ignorante, mas eu também uso a expressão homossexualismo. Eu não sabia que isso não é admitido pela associação de vocês. Me desculpa. Então é uma interpretação sua de que ele agiu dessa forma? Como é que o senhor pode dizer que o fato dele ter usado homossexualismo é de cunho discriminatório homofóbico? Porque eu mesmo uso essa expressão e confesso aqui minha total ignorância, eu to surpreso aqui. Desculpa. 

T. É, são tudo possibilidades de interpretações, né. 

MP. Tá, então, é uma interpretação sua. 

T. Sim, em relação a essa palavra é uma interpretação minha. 

MP. Porque é a palavra que eu to lendo aqui na própria denúncia, mas desculpa, eu achei que se utilizava essa palavra, mas ok não vamos fazer um debate aqui, mas fiquei surpreso. Quais outras expressões que o senhor interpreta como homofóbicas discriminatórias? 

T. Sim, sugiro que o senhor se informe melhor sobre esse termo porque ele é amplamente utilizado. 

MP. Prometo que o farei. 

T. Por favor. Depois ele segue se referindo ali como, dizendo que, a frase inteira é “o governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia, pelo menos do ponto de vista da polemica OMS”. O que está implícito aí? Que a OMS, essa instituição polêmica, considera o homossexualismo como algo que é da vontade das pessoas e não como uma patologia, por isso ela é polêmica, né, o correto seria considerar como uma patologia. Além disso... 

MP. Ok, mas a OMS considera dessa forma? 

T. A OMS considerou durante um tempo enquanto uma doença e hoje não considera mais. 

MP. Desde quando ela não considera mais? 

T. Desde 1990. 

MP. Tá. 

T. E aí depois ele fala “ontem foi o dia internacional do universo LGBTQIA+, que engloba não só o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia”, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos de cochilas pouco frequentadas. Então fica bastante evidente.... 

MP. O que é a zoofilia? 

T. A zoofilia é a prática de sexo com animais. O senhor sabe, desculpa, o senhor Vaccaro é promotor do Mistério Público? 

MP. Isso. 

T. Promotor Vaccaro, é muito comum a associação. Quando a gente fala em discriminação de pessoas LGBTs, é muito comum a associação da homossexualidade com qualquer outra prática que seja entendida pela sociedade como algo que seja visto como sujo, como patológico, como algo assim que seja entendido de um ponto de vista como uma deturpação, como uma perversão. Não faz sentido nenhum que se faça uma associação com a zoofilia e muito menos com a pedofilia que é o que vem a se fazer depois, se não me engano tem uma associação com a pedofilia, se não estou enganado. Mas posso estar sendo injusto aqui, mas em algum momento houve uma associação com a pedofilia, se não tiver aqui me retrato, não estou encontrando, mas a gente sim, tem uma recordação de que houve, se houve está no print que nós fizemos na denúncia que foi feita. Aqui no texto não to vendo, pode ter sido alterado o texto, enfim, não sei. 

MP. Na denúncia aqui não fala em pedofilia. 

T. Então ta tudo bem, então ta tudo bem. Então não teve pedofilia, mas acho que a questão da zoofilia já é bastante simbólica da intenção do texto. E o que eu acho que é mais perigoso nessa situação toda é que se escreve sempre de uma forma a tentar ocultar a intenção e o conteúdo homofóbico, LGBTfóbico, de forma a dizer assim ‘não, mas isso não foi dito, isso não foi colocado’. Mas qualquer pessoa LGBT que já passou por uma discriminação e já se viu relacionada com atitudes que são consideradas perversas, sujas, pela sociedade, sabe exatamente do que o editor desse blog ta falando. E aí a gente vai ver os outros posts que ele faz, sempre tratando as questões envolvendo homossexualidade como se fossem perversões, como se fossem questões que não devessem ser tratadas, a gente entende exatamente do que ta sendo falado nesse texto. Então, isso não é, não é apenas uma interpretação superficial, é uma tentativa direta de fazer chacota em cima da sexualidade de uma pessoa e uma conduta homofóbica que deveria ser tratada como uma atitude de discriminação. MP. O senhor é jornalista né? O senhor mencionou. T. Sou, sou jornalista e mestre em comunicação.

 MP. Tá. E, como jornalista, esse tipo de publicação ele fere alguma... Nós temos a liberdade de expressão também no nosso país, né, to tentando entender aí qual é, se é que há algum limite né, entre a liberdade de expressão e essa acusação de ato discriminatório, né? 

T. Sim, é um ótimo ponto. Existe uma diferença entre a liberdade de expressão e a liberdade de discriminação, de opressão, né? Tanto é que o código de ética dos jornalistas no Brasil define de uma forma muito evidente que o jornalismo deve ser usado para garantia das liberdades democráticas e jamais para o ataque aos direitos humanos. A liberdade de expressão ela não deve ser uma liberdade de expressão que violente os direitos humanos. Tanto é que nos temos inclusive dentro do Ministério Público uma área específica para a proteção dos direitos humanos. Direitos Humanos são valores que não são negociáveis, então se a gente vai partir do princípio de que liberdade de expressão é algo que pode violentar os direitos humanos, a gente não deveria ter áreas de proteção de direitos humanos, porque eles são valores que não são assim, negociáveis, que são coisas que não devem ser protegidas. Então quando a gente entra em (inaudível) ela não é algo que deve ser simplesmente garantido de qualquer forma né, e acho que há jurisprudência suficiente para entender que questões envolvendo racismo, homofobia, preconceito e discriminação de forma geral e irrestrita não deve ser entendido como liberdade de expressão. MP. E nessa publicação ali, houve alguma referência específica, além do que o senhor já mencionou né, a alguém? Atingindo alguma pessoa especial, ou é genérica? T. Houve uma referência ao governador Eduardo Leite, mas eu acho que essa até nem é a questão principal. Eu acho que o que, pelo menos pra mim enquanto denunciante, enquanto a pessoa que fez a denúncia em relação a essa situação, o ataque ao governador enquanto pessoa política não é a questão principal. O que é a questão principal é o ataque a alguém em relação a questão da sexualidade em si né. É que a pessoa não possa tomar uma decisão política em prol de um movimento social de defesa de direitos humanos e que tenha questionado a nível de chacota a sua decisão, em um país que é o país que mais mata pessoas LGBTs no mundo, porque vai ser acusada de ta ai defendendo a legalização do homossexualismo né, isso é bastante preocupante. 

MP. Sim, e o senhor tem conhecimento se o governador ele chegou a se manifestar sobre essa matéria, essa publicação? Tomou alguma providência jurídica quanto a isso?

 T. Não tenho conhecimento sobre isso, não tenho relações pessoais com o governador do estado e não tenho conhecimento sobre essa questão. 

MP. E além de jornalista, o senhor trabalha com a política? 

T. Sim, eu sou assessor parlamentar de um mandato federal. E sou vice-presidente do conselho municipal de direitos humanos também do município de Porto Alegre e diretor da ONG Somos. 

MP. Qual mandato? Pode nos dizer? 

T. Sim eu sou assessor parlamentar do mandato da Deputada Fernanda Melchiona. 

MP. E como é que chegou a seu conhecimento essa publicação aí? 

T. Eu leio o blog do senhor Políbio.

 MP. O senhor leu no mesmo dia da publicação? 

T. Sim. Eu leio o blog do senhor Políbio todos os dias. 

MP. E qual a providência que tomou tão logo tenha lido? 

T. Eu enviei no grupo da ONG do qual eu faço parte e do conselho municipal de direitos humanos, do qual eu sou vice-presidente. E lá nós discutimos qual seria a melhor ação em relação a isso e decidimos então fazer uma denúncia na delegacia e apresentar o caso publicamente. 

MP. Ok. Sem mais perguntas 

J. Pela defesa. Só um esclarecimento, Doutor Rafael, agora sim abriu seu áudio. 

D. Boa tarde senhor Gabriel, tudo bem? 

D. O senhor referiu que o senhor pertence a essa ONG Somos, o senhor teria algum cargo nessa ONG? Seria remunerado? 

T. Eu sou diretor operacional e não sou remunerado por este cargo. 

D. Certo. O senhor disse agora que trabalha com a Deputada Fernanda Melchiona, do PSOL? 

T. Sim, trabalho com a Deputada Fernanda Melchiona, do PSOL. 

D. O senhor sabe que o ora réu aqui tem um longo histórico, que inclusive da pra ser comprovado, ele é e são inimigos, esse pessoal do PSOL, Melchiona, Luciana Genro, são inimigos pessoais do réu? O senhor sabia ou não? 

T. Não tenho conhecimento sobre ser inimigos, mas eu sei que eles estão em campos políticos opostos e isso faz parte do jogo democrático, mas não vejo como isso pode impactar de nenhuma forma o crime que o senhor Políbio cometeu. 

D. Tudo bem, o senhor disse ali que o Senhor Políbio tem reiteradas manifestações homofóbicas e ai eu faço coro ao Doutor Promotor Vaccaro, eu também não tinha conhecimento dessa questão ai do sufixo, da palavra, realmente não é teatro o que nos estamos fazendo aqui. Eu pelo menos não tinha conhecimento desse tipo de expressão e esse sufismo, se representa uma depreciação ou não, inclusive antecipadamente eu quero me solidarizar se toda a causa, eu sou do princípio que todas as pessoas são rigorosamente iguais, então eu trato todo mundo de uma forma igual. Mas uma coisa que o senhor falou que eu achei interessante, o senhor diz que ele Políbio tem reiteradas manifestações homofóbicas e o senhor citou até como exemplo hoje, que ele teria publicado em seu blog uma crítica ao transexuais competirem em atividades esportivas na condição, nessa condição, e assim levarem vantagem. O senhor acha isso uma manifestação homofóbica ou um direito de opinião? 

T. Eu acho que isso faz parte de um contexto onde o jornalista Políbio Braga tem se manifestado diretamente contra os direitos das pessoas LGBTs ocuparem os espaços que possam garantir a dignidade delas. E, dentro desse sentido, isso configura enquanto um processo de perseguição homofóbica. 

D. O senhor acha justo um atleta que nasceu do gênero masculino e depois transexual optou por ser mulher ele competir no meio das mulheres. O senhor acha justo? Uma pergunta só de caráter pessoal. 

J. Doutor Rafael, desculpa interrompê-lo, mas a opinião da testemunha sobre fatos alheios aos imputados aqui ao acusado é irrelevante aqui para o decorrer. Eu na verdade até vou, aqui me penitencio, vou levantar o compromisso feito inicialmente, o senhor Gabriel vai ser ouvido também como de certa forma ofendido, porque ele é o que encaminha a notícia-crime à delegacia de polícia, dá início a investigação contra o aqui réu e vai ser ouvido aqui na qualidade de vítima. Mas ainda assim, opinião pessoal que fogem aos fatos imputados não cabem aqui Doutor. Então o senhor quer fazer mais alguma pergunta sobre os fatos imputados? 

D. Quero fazer. Ele referiu que a questão da zoofilia e o direito é nada mais do que o retrato da sociedade. O senhor sabia, que parece mentira, não que concordemos ou não, mas é um fato, que na fronteira do Rio Grande do Sul, pelo lado da fronteira, do campo, Bagé, Livramento, esse tipo de relacionamento da zoofilia é bastante comum e até aceitável pela sociedade? 

J. Doutor, vamos lá, aqui é imputado o crime de indução, incitação a discriminação de cunho homofóbico. O senhor quer fazer alguma pergunta específica sobre a imputação? 

D. Excelência ele referiu que a zoofilia seria algo abjeto. Eu só estou perguntando se ele tem conhecimento que a zoofilia é praticada ou era praticada na fronteira do Rio Grande do Sul, totalmente aceita socialmente naqueles tempos e naqueles lugares. 

T. Eu acho que a gente pode dar oportunidade então, para o jornalista Políbio, já que esse é o tema que está aqui, para que ele explique qual a relação disso com os homossexuais então. 

J. Senhor Gabriel, ele vai ser o último a falar (inaudível), o interrogatório é o último ato. Já que o senhor mencionou a zoofilia, sabe responder se a zoofilia era culturalmente, os costumes aqui do estado, principalmente na fronteira? 

T. Eu posso, eu acho que ela provavelmente pode ser aceita como um costume das fronteiras e eu acho que é bem interessante esse ponto que o advogado trouxe, porque mostra como esse é um tema que não tem nada a ver com a homossexualidade, mas ele é relacionado com o tema da homossexualidade no texto do jornalista Políbio Braga, porque ele é tratado enquanto uma bizarrice, enquanto um elemento que faz uma associação que possibilita ainda mais a discriminação. Que é o que acaba sendo uma questão que nós pessoas LGBTs ouvimos a vida inteira né, de relacionar com as coisas mais bizarras possíveis para poder aumentar o contexto e esse ecossistema de discriminação em torno da questão da diversidade sexual e de gênero. Então acho simbólico que o advogado traga de novo, tentando naturalizar a questão da zoofilia porque deixa ainda mais evidente como não faz sentido nenhum associar e o jornalista ainda optou por fazer essa associação. 

D. O senhor sabe se o jornalista Políbio Braga, o Políbio Braga com 60 anos de profissão teve alguma, alguma acusação ou processo anterior relacionado a homofobia? 

T. Não sei, mas eu se visse o jornalista Políbio Braga roubando, eu não deixaria de denunciá-lo porque eu não sei se ele já roubou alguma coisa na vida alguma vez. Então crime é crime e temos que denunciar de qualquer forma. 

D. Nada mais.


Nominata do PSB do RS

 Deputado Federal (23)

Ana Patella

Beatriz Souza

Carmem Rosane Roveré

Cássia Katherine

Cassiano Fontana

Dalciso Oliveira

Dr. Benvegnu

Gilvani O Grindo

Heitor Schuch (reeleição)

Jair Rizzo

Laércio Zancan - Lalá

Lauro  Hagemann

Leo Grande Do Sul

Malu Loose

Maria Ignes Goulart

Mario Bruck

Marisa Protetora De Animais

Marli Liperte

Neorildo Dassi

Serginho Ubirajara

Thais Quintana

Vicente Selistre

Wagner Petrini

Petrobrás

 A Petrobras anunciou, ontem, que distribuirá dividendos recordes, algo como R$ 87,8 bilhões referente ao lucro do segundo trimestre. É a parcela dos lucros repassada aos acionistas.

Desse total, R$ 25,2 bilhões da estatal deverão ficar com a União, que é a maior acionista da Petrobras. Com os cerca de R$ 14 bilhões distribuídos ao governo no primeiro trimestre, a União receberá em torno de R$ 39 bilhões em dividendos referentes aos seis primeiros meses de 2022. Os dividendos de estatais representam uma das fontes de recursos que o Tesouro Nacional pretende usar para custear o pagamento de R$ 41,25 bilhões da emenda constitucional que aumentou benefícios sociais e criou auxílios temporários para taxistas e caminhoneiros. 

Segundo informou a companhia, o dividendo proposto está “alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”. A Política prevê, também, a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada.


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Em comunicado enviado hoje à tarde à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras informou que os dividendos do segundo trimestre serão pagos em duas parcelas iguais em agosto e setembro. Cada ação – preferencial ou ordinária – receberá R$ 6,732003, com os papéis preferenciais tendo prioridade no pagamento.


No primeiro trimestre, a Petrobras havia repassado R$ 48,5 bilhões em dividendos aos acionistas. Com o volume recorde distribuído no segundo trimestre, o montante distribuído em 2022 chega a R$ 136,3 bilhões. O volume do primeiro semestre supera o total de dividendos distribuídos ao longo de todo o ano passado. Em 2021, a petroleira pagou R$ 101,4 bilhões em dividendos, dos quais a União recebeu R$ 37,3 bilhões.


Tradicionalmente, as empresas têm duas opções para o lucro: reinvestir na própria companhia ou distribuir dividendos aos acionistas. Em nota, a Petrobras informou que optou por pagar um volume recorde de dividendos porque não há investimentos suspensos ou em espera por restrições financeiras ou orçamentárias.


Segundo números divulgados hoje pelo Tesouro Nacional, no primeiro semestre, o governo federal recebeu R$ 45,202 bilhões em dividendos de estatais, em valores corrigidos pela inflação, contra R$ 16,157 bilhões no mesmo período de 2021