Carta

 Leia a crta:

“Gustavo, meu advogado, te entrego em mãos esta carta para que possa ser divulgada. Não dei uma palavra contra a Graciela. Eu a defendi contra todos, até com você quando me chamava atenção em relação a ela eu brigava. Briguei contra todos, contra minha própria filha. Contra o Rondon, o Albuquerque e suas ameaças de morte. Tanto que ele procurou o Neskau para me ameaçar, e ele respondeu se for pessoalmente e de frente ele pagava para ver. Fiz dela minha continuação, mas ela se transformou numa ruptura. Nada dissemos contra ela, só falávamos a favor. O mal que está sendo dito na mídia são palavras dela e do grupo dela. Nayara, Jefferson, Valadares e Paula. São diálogos deles num grupo secreto. As piores palavras saem dela, do Valadares e do Jefferson.


Chamam meu grupo de 5a. coluna, falam em terminar com a seita robertista, que meu grupo aluga a legenda, que meu grupo quer destruir o PTB. Eu precisei ouvir 4 vezes as gravações do grupo secreto que eles formaram. Li várias vezes os tweets que eles escreveram. Minha cabeça se recusava a aceitar. Me abalou profundamente. Da Cristiane eu poderia esperar essas atitudes, mas da Graciela que eu gostava como filha, nunca. Repito, a crise não foi forjada por nós, mas pelas palavras de Grupo secreto da Graciela, publicadas pela Nayara que brigou com o grupo. A mim abalou. Ouvi várias vezes a zombaria feita contra mim e meus amigos.


Se o PTB não tem hoje tantos deputados, foi porque nós colocamos os viciados para fora. Os presidentes regionais construirão uma nova e grande bancada.


A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela. A Graciela foi pior de que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César. Quando ela me visitava na prisão ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão.


Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como? Quem ela é na verdade? A Graci que chora pra mim ou a que ri de mim nas minhas costas no grupo secreto? Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo.


Decisão judicial. Peço a você que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei como só poderia ser, minha criatura querida. Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB. Eu a edifiquei como uma grande líder para a vida. Ela quis me envolver com as cordas da sepultura. Escrevo esta carta que te entrego profundamente triste e abalado. Nossa força e vitória é Jesus! Roberto Jefferson, um preso político.”

Ativistas políticas na reunião com Marta Suplicy

 Marta Suplicy recebeu nesta sexta nomes como a senadora Simone Tebet, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, e a escritora e diretora-executiva da Casa Sueli Carneiro, Bianca Santana, que redigiu o texto da carta em conjunto com as demais participantes.

A lista de presenças teve ainda debatedoras como: a diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, a líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro, Carmen Silva, a artista e ativista Preta Ferreira, a advogada Sheila de Carvalho, a secretária municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres, a especialista em educação Claudia Costin, a escritora e roteirista Tati Bernardi e a jornalista Mariliz Pereira Jorge.

Microentrevista com Jerônimo Goergen

 MICROENTREVISTA

Deputado federal Jerônimo Goergen, PP do RS 

O presidente Bolsonaro falou, esta semana, em calotes bilionários aplicados no BNDES pelo governo cubano. Mas não é só o BNDES quem curte calote dos comunistas de Cuba.
O governo de Cuba aplicou um calote de mais de R$ 200 milhões em alimentos adquiridos de agroindústrias nacionais. As empresas brasileiras que exportaram alimentos para a ilha e até hoje não viram a cor do dinheiro. 

Isto é coisa de agora ?
O problema se arrasta há anos sem solução como uma herança da política comercial dos governos petistas com o governo cubano. 

Mas não tem charuto de garantia ?
Esse caso é gravíssimo, ainda mais agora que o próprio presidente do BNDES revelou que o Brasil aceitou charutos como garantia para um empréstimo bilionário para a construção do Porto de Mariel, em Cuba. Nossas empresas seguem sem receber pelos produtos enviados e o cidadão brasileiro pagou pela infraestrutura em outro país. Isso é revoltante.

Vem de quando ?
Acompanho o caso de perto desde 2017. Trata-se de um problema associado ao Programa de Financiamento às Exportações (Proex), programa do Governo Federal de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços. O Banco do Brasil é a instituição financeira responsável pela operacionalização da linha de crédito. 

Mas o BB não teria que pagar a conta ?
Ao longo desses últimos anos fizemos dezenas de reuniões com o Banco do Brasil, a CAMEX e o Tesouro Nacional em busca de uma solução administrativa que permitisse o pagamento dos valores atrasados. Infelizmente, não houve ressarcimento dos valores devidos.

O senhor tem interesse específico no caso ?
Sou autor da Proposta de Fiscalização e Controle, que tramitou na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados. A PFC 20 nvestigou o calote de Cuba às agroindústrias brasileiras dentro da linha do Proex. O relatório final dos trabalhos foi aprovado no final do ano passado e o parecer encaminhado aos órgãos competentes para a tomada de providências.

A estiagem no RS

 O começo do ano de 2022, infelizmente, está sendo marcado pelas altas temperaturas e a falta de chuva no Rio Grande do Sul. Todos nós estamos cientes do quão prejudicados estão diversos municípios gaúchos em razão da estiagem. São milhares de produtores com prejuízos impossíveis de mensurarmos e outras tantas famílias sem acesso à água para consumo. De acordo com a Emater/RS, são cerca de 22 mil famílias.


A soja, por exemplo, é o produto mais exportado pelo agronegócio do Rio Grande do Sul e a escassez da chuva dificultou o plantio e a colheita deste e de outros tantos grãos, além de causar déficit no abastecimento de alimentos na mesa dos brasileiros e torná-los mais caros para o consumidor. Resumindo, todos nós estamos sendo impactados com uma das piores crises hídricas dos últimos dez anos. A Defesa Civil estima que 347 municípios gaúchos estão em situação de emergência devido à estiagem e, de acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), as perdas financeiras no Valor Bruto da Produção de soja e milho, ultrapassam os R$ 19,77 bilhões.


A Emater/RS contabilizou os prejuízos causados pela falta de chuva. As perdas do milho para silagem já ultrapassam 65% em algumas regiões; a soja, 45%; o feijão, 60%; e a produção leiteira deixa de produzir 2,2 milhões de litros diariamente. São números alarmantes. Economicamente falando, o agronegócio é um dos principais responsáveis por alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) do estado gaúcho e do país. O agro brasileiro bateu recorde de exportações em 2021, sem falar que movimenta bilhões de reais todos os anos.



Em 2019, quando assumi a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul, através dos bancos de fomento ligados à Sedetur, uma das prioridades eram as liberações de créditos para que os agricultores pudessem investir em irrigação, por exemplo, pois a estiagem é um mal que assola nosso Estado há muitos anos. É desolador vermos as lavouras secas, a perda daquilo que é o “ganha-pão” de muitos e o alimento de milhares de famílias. Como parlamentar, é meu dever buscar soluções junto aos órgãos competentes para tentarmos sanar os danos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. É preciso agir com celeridade.