Carta de Ranolfo Vieira

 Caros gaúchos,

Infelizmente, no meio de uma pandemia, preciso vir a público para responder a uma atitude grotesca, ofensiva, preconceituosa e equivocada do senhor Roberto Jefferson, presidente nacional do meu partido.

Em entrevista a uma rádio de Porto Alegre, ele atacou não somente a mim, mas também ao governador Eduardo Leite e às forças de segurança do nosso Estado.

Tenha respeito com o Rio Grande do Sul!

Tenha respeito com o governador, tenha respeito comigo, tenha respeito com o PTB do nosso Estado – que tem uma linda história!

Tenha respeito com os agentes que estão cuidando da segurança da população!

Tenha respeito com os profissionais da saúde!

Tenha respeito com o povo gaúcho!

Todo o esforço que estamos fazendo no combate à pandemia é para salvar vidas e preservar a economia. O tempo inteiro buscamos esse equilíbrio, mas sem negar o momento de urgência pelo qual estamos passando, com os hospitais lotados e o aumento do número de mortes.

Não somos negacionistas, não somos demagogos, não somos fanfarrões, não somos frios e calculistas.

E lamento muito que o senhor esteja dirigindo o partido para um rumo tão equivocado e na contramão de nossas origens democráticas. Esse, definitivamente, não é o nosso rumo.

O governador Eduardo Leite, e eu ao lado dele como vice-governador e secretário da Segurança, além da competente equipe que formamos, estamos fazendo reformas estruturais que nenhum outro estado do país fez. Especificamente na área que está sob o meu comando, alcançamos os melhores índices de redução da criminalidade das últimas décadas. Estamos reprimindo o crime e os criminosos, isso sim – e lamento que o presidente do nosso partido esteja tão mal-informado sobre isso.

Tenho uma carreira de 23 anos como delegado de Polícia, já chefiei a Polícia Civil do Rio Grande, sou vice-governador eleito. Não aceito vossa vil reprimenda, não aceito vossa ameaça e não aceito também o vosso projeto. E além de não aceitar, também não temo – porque tenho a consciência tranquila do trabalho que estamos fazendo e dos valores que nos movem. 

Nos próximos dias, vou me reunir com os companheiros do nosso honrado PTB gaúcho para decidir os próximos passos que tomarei. Mas não fujo à luta, disso podem ter certeza. E peço desculpas ao povo gaúcho por ter que tratar disso em meio a uma pandemia. Vamos seguir unidos, focados no combate ao vírus e solidários com quem precisa da nossa ajuda.

Muito obrigado!