Artigo, João Satt - Verdade x Realidade

Este artigo foi publicado originalmente no Jornal do Comércio, Porto Alegre.

João Satt – estrategista e CEO do Grupo G5

Yuval Noah Harari desperta, no seu livro NEXUS, sentimentos inquietantes quando aborda a diferença entre verdade e realidade. Ao longo de quase 500 páginas, não mede esforços para formalizar que a verdade, assim como a realidade, são narrativas materializadas sob forma de informações. O processo de decisão sempre parte de uma informação, em qualquer circunstância: seja social, empresarial, militar, política ou no âmbito pessoal. Os problemas começam a despontar quando aumentam exponencialmente a velocidade e a quantidade de informações, sem que tenhamos tempo, nem tampouco conhecimento suficiente para processar e medir o quanto essas “verdades parciais” representam, de fato, a realidade. Uma vez feita a decisão – acionados os mísseis –, não existe como reduzir o impacto das ogivas nucleares. O grande equívoco é decidir sobre algo sem ter a grande foto –              da realidade - o que pode comprometer a vida de uma pessoa, uma empresa ou até mesmo uma nação.

 

O desafio começa em separar o “joio do trigo”, distinguindo a verdade da realidade. “A verdade e a realidade são coisas diferentes, porque, por mais verdadeira que seja uma explicação, ela nunca conseguirá representar a realidade em todos os seus aspectos”.

 

No ambiente corporativo, a verdade trazida por um diretor, ou até mesmo apresentada por um conselheiro, pode levar a empresa a canonizar ou execrar um profissional ou parceiro estratégico. O “estado de medo” é o que move os seres humanos, isso é fato. Diferentes causas – vírus com alto índice de contágio, sensação de falência, impotência para atender às expectativas de crescimento – são apenas alguns exemplos que nos aceleram a agir. Agora, vamos um pouco mais fundo. Vem comigo, pensa e me responde: o que é a verdade entre tantos gritos, descontrole e interesses velados?

 

O que mais me assusta nesse cenário é observar o grande formigueiro, enfim: nossa sociedade, em intensa atividade, muitas vezes absolutamente desconectada da realidade. Estamos dentro de uma nova epidemia de alto risco, onde o vírus é a desinformação.

Urge criar um vigoroso movimento que produza conexão e ignição social, tendo como compromisso apresentar uma proposta que dialogue com a realidade – isto é, fora da bolha. Imparcial sob todos os aspectos, sendo conduzida pelas forças e lideranças representativas dos diferentes segmentos da sociedade, dando voz para quem está́ na ponta produzindo, comercializando, fazendo a economia girar. Sem uma radiografia das dores e necessidades setoriais, a possibilidade de construir um programa efetivo é mínima. Considerando experiências já́ vivenciadas enquanto estrategista de vários movimentos, entre eles o do Combate ao Colapso Econômico e Social, em 2020, sugiro especial atenção em:

1. desidratar e desencorajar o debate ideológico;

2. valorizar soluções pertinentes e viáveis;

3. buscar convergência antes de formular o conjunto de estratégias.

Aceitar e buscar a realidade é duro e dói. No entanto, é a única forma de sair do negacionismo e fazer acontecer o que precisa ser feito.

Eduardo Bolsonaro será o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara

 O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vai presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) da Câmara dos Deputados. 

O anúncio foi feito pelo líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante.

A Creden é responsável por debater e votar propostas sobre as relações diplomáticas e consulares e a política externa do País. Também está no escopo do colegiado projetos que tratam sobre direito militar, defesa nacional, direito internacional, público e privado, autorização para a saída do presidente e do vice-presidente do País e outros assuntos referentes às Forças Armadas.

As comissões devem ser instaladas pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o Carnaval.

O comando da Creden deve fortalecer os projetos de Eduardo para expor as pautas do bolsonarismo para fora do País. Além disso, o comando da comissão vai trazer visibilidade para a campanha dele a uma cadeira do Senado por São Paulo, em 2026.