Sinpro defende direito dos professores protestarem contra governo Bolsonaro em salas de aula


Eis a nota do Sinpro, que é o sindicato dos professores de escolas particulares.

Colegiado reitera defesa dos direitos dos professores
A primeira reunião do Colegiado Estadual do Sinpro/RS, após encerramento das eleições para a presidência da República, foi realizada neste sábado, 10, em Porto Alegre. Além da avaliação do resultado das eleições, foram discutidas as definições iniciais do futuro governo e avaliadas as perspectivas sinalizadas pelas mesmas.
Foi considerada emblemática a decisão de extinguir o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), bem como as iniciativas para a retomada da reforma da Previdência e as manifestações com vistas ao aprofundamento da reforma trabalhista.
Na discussão, foi destacado o respeito ao resultado das eleições, porém reiterado o compromisso com a resistência à retirada e à flexibilização de direitos trabalhistas, a defesa do direito à aposentadoria e da Previdência Pública e a oposição às atuais propostas de reforma da Previdência.
Mereceram destaque especial na reunião, as manifestações de pais e alunos contra professores, que vêm ocorrendo em escolas e instituições de educação superior nas últimas semanas. Foi reiterado pelo Colegiado Estadual do Sinpro/RS o compromisso com a defesa da liberdade de cátedra dos professores, constitucional e legalmente definida, e a orientação à categoria para que qualquer constrangimento pessoal e/ou afronta a este direito seja comunicado ao Sindicato (direcao@sinprors.org.br ou pelo fone 51. 4009.2990).
Foi assinalada também a oposição categórica ao projeto Escola sem Partido, em tramitação na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa e em diversas câmaras de vereadores, por seu caráter conservador e autoritário, que ataca às prerrogativas da atividade docente.
O Sindicato já está desenvolvendo campanha de esclarecimento aos professores e à sociedade sobre os riscos destes projetos de lei. O primeiro áudio sobre o assunto pode ser acessado aqui.
A pauta do Colegiado Estadual incluiu ainda a avaliação e definição de iniciativas para a continuidade da campanha de alerta sobre o FGTS, a formalização de acordos coletivos para a educação infantil e a sustentação financeira do Sindicato.
Direção Colegiada

Artigo, Rogério Mendelski, Correio do Povo - Ideologia de gênero em Caxias do Sul


O vereador Chico Guerra (PRB) não conseguiu aprovar um projeto de lei de sua autoria que proibia material sobre ideologia ou identidade de gênero nas escolas municipais de Caxias do Sul, na última quinta-feira. Por 12 x 8 foi aprovado o parecer do vereador Flávio Cassina (PTB) que entendeu ser inconstitucional o projeto de Chico Guerra, já que compete ao Executivo legislar sobre a matéria.
O vereador defendia que assuntos referentes à ideologia ou identidade de gênero deveriam ser analisados antes de sua distribuição nas escolas, pois temas dessa natureza “não são de competência da escola e sim da família”. Para Chico Guerra, as crianças devem ser livres para qualquer escolha.
“A ideia é proteger as crianças, porque ninguém pode ensinar algo que vai contra a natureza”, justificou o vereador do PRB. Já os vereadores Rafael Bueno (PDT) e Denise Pessoa (PT) defenderam a identidade de gênero, por ser tratar de uma questão de respeito à diversidade.
Bueno afirmou que “ninguém vai ficar catequizando as crianças, pois se um menino quer brincar de boneca, pode e uma menina quer brincar de carrinho também pode.” A vereadora petista completou afirmando que (essa liberdade) “ajuda a evitar que surjam homofóbicos e transfóbicos”.
A Câmara de Vereadores saiu, como diria Leonel Brizola, costeando o alambrado. Ficou no aspecto formal e constitucional, quando o assunto levantado pelo vereador Chico Guerra é de importância estratégica na discussão dos currículos escolares. Ideologia ou identidade de gênero é tema para se discutir em família já que os defensores dessa nova forma de comportamento não aceitam o contraponto em sala de aula e por que crianças e adolescentes não possuem suficiente argumentação para uma opinião contrária a um professor simpatizante da causa.
No dia 23 de novembro de 2010, numa sessão da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, o então secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, disse que na questão de um “beijo lésbico nós ficamos discutindo três meses até onde entrava a língua”. Discutia-se na ocasião o material a ser distribuído pelo Ministério, mais tarde vetado por Dilma Rousseff. É assim que esse pessoal age, indo às últimas tentativas para atingir o núcleo familiar, não fosse o veto presidencial, talvez as escolas brasileiras estivessem debatendo a “profundidade de um beijo lésbico, dependendo do tamanho das línguas dos meninos e das meninas”.
O vereador Chico Guerra queria discutir esse assunto e legislar alguma medida, desde que não fosse inconstitucional. É importar ressaltar que numa democracia todos são livres para todas as discussões, desde que o Estado não se intrometa em questões que são atribuições das famílias.
O senhor e a senhora que estão lendo esta coluna como reagiriam se seus filhos chegassem em casa lhes perguntando sobre “um beijo de língua no colega de aula?”
Continue na sua luta, vereador Chico Guerra. O senhor não está sozinho.