DEM quer trocar mandos nos Estados

O DEM quer abrir as portas para pelo menos mais 15 deputados federais e para acomodar estes novos interessados o Partido vai mudar.

A começar pelos diretórios estaduais. Alguns comandos poderão mudar de mãos.

De imediato.

Artigo, Tito Guarniere - Scheffel por ele mesmo

A exposição de Ernesto Frederico Scheffel, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul - MARGS, é um dos eventos mais relevantes da arte riograndense e brasileira. Scheffel é um artista incomum. Certamente o seu nome está inscrito entre os maiores do país.

Scheffel é artista de dois mundos, a sua trajetória e as suas criações se bipartem entre o Brasil e a Itália. Em cada lugar em que viveu e produziu as suas obras foi recolhendo percepções de mundo, conhecimento técnico e concepções estéticas, que se acumularam em equilíbrio e perfeccionismo. Daí resultou um artista único e genial, de talentos múltiplos (era pintor, escultor, restaurador, músico e poeta), um desses raros personagens que alcança o estado da graça, literalmente, causando-nos gáudio e surpresa, e elevando o patamar da manifestação artística, da expressão do belo.

A mostra se deve, sobretudo, à iniciativa do grande amigo de Scheffel, o médico Rolf Zelmanowicz, incentivador das artes, criador da Pinacoteca APLUB de Arte Riograndense, hoje da Fundação de Crédito Educativo. Eram tão amigos que Scheffel, já doente, passou os últimos meses na casa de Rolf, na Vila Nova, antes de morrer em 2015. A curadoria da mostra é do competente Ângelo Reinheimer.

A exposição abre em alto estilo com uma coletânea de quadros de artistas que influenciaram Scheffel, como ele mesmo, ainda em vida, reconheceu. São obras de mestres renomados do Rio Grande, como Fahrion, José Lutzenberger, Castañeda e Fernando Corona.

Depois, a emoção de ver os quadros, a revelação de figuras humanas desenhadas com o toque sutil do mestre, a mão que deslisa gentil, com desvelo e precisão, que cria, acentua e degrada a cor, a sombra, a luz, que insinua o movimento, que exprime sensações e sentimentos, às vezes uma projeção, às vezes uma volta no tempo.

Tudo é figura, magistralmente exposta, como se o artista tivesse - de certa maneira - vivido no Renascimento, e de um salto, quase sem escalas, tenha atravessado os séculos e pousado entre nós. Não foi sem propósito que Scheffel morou muitos anos em Florença.

O erotismo em Scheffel, parece envolto em um manto diáfano, que inspira e respira uma sensualidade serena, amorosa, jamais vulgar. Os pais podem levar seus filhos de certa idade sem susto, eles sairão da exposição elevados em espírito e apenas saciados de arte e beleza.

Na ala dos retratos, desfilam rostos e perfis de personagens de Scheffel, que ele retratou de meados dos anos 50 até o ano 2000. Retratos que nascem - é Scheffel quem fala - "do relacionamento de artista e retratado que decidem remover as máscaras, uma a uma, num ritual de concessão das diferentes formas assumidas pelo indivíduo", "no pacto comum que se transforma em obra de arte". Você verá em cada um daqueles semblantes, misturados e visíveis, mistérios e sensações, que dialogam quase em voz alta com o expectador extasiado.


Conselho que dou de graça: corra para ver a imperdível exposição que vai até 05 de dezembro, de terças a domingos, das 10h às 19h. Você sairá mais leve. Com todas as sombras ao nosso redor, ainda assim você dirá que a vida vale a pena.


mailto:titoguarniere@terra.com.br

Artigo, Marcelo Aiquel - Manuela D'Ávila candidata

Artigo, Marcelo Aiquel - Manuela D'Ávila candidata

         A maior aberração do ano (e olha que em 2017 tivemos muitas, só em Brasília, por ex., foram várias) é – sem dúvida alguma – o lançamento da deputada comunista Manuela D’Ávila para disputar a presidência do Brasil em 2018, representando o PC do B.
         Por favor, parem o carro que eu quero descer!
         Pois, tudo tem limite. Até as piadas de extremo mau gosto, como esta dos comunistas escolherem a MANU MENTIRA como sua candidata.
         Vivendo no RS aprendi, há muito, a “filtrar” tudo que a Manuela diz, sempre com aquela tremenda cara de pau fantasiada de menina séria.
         Ela MENTE descaradamente (até rimou....) quando defende a sua ideologia comunista. Ideologia de araque, eis que – quando viajou para comprar o enxoval do bebê que estava gestando – foi para a Capital do capitalismo, e não para algum centro comunista.
         Ela aparece seguidamente dando “aulas” de história que somente consegue convencer àqueles fanáticos comunistas que nunca estudaram uma linha sequer fora dos ensinamentos de Karl Marx. Leram e não entenderam “bulhufas”!
         A MANU consegue falar as maiores barbaridades (mentiras) com uma carinha e um tom de voz que até engana... aos néscios, óbvio! Ela finge que sabe do que fala, mas apenas repete aquilo que escuta dos seus “camaradas”. Por isto recebe tantos votos. Porque, além dos tolos, ela ainda tem a simpatia de gente irresponsável que vota como se estivesse brincando na rua.
         Se mantida esta candidatura – o que, sinceramente, eu não creio – me arvoro em fazer uma previsão: ela, a MANU MENTIRA, possivelmente tire o último lugar entre todos os postulantes ao cargo de presidente.

         Competência para tanto ela tem. De sobra.

Previdência é uma usina de injustiças sociais

Previdência é uma usina de injustiças sociais
Editorial, O Globo
Com sua grande capacidade de criar situações inusitadas, a política brasileira gerou um presidente improvável, Michel Temer, em decorrência do impeachment da titular do governo, e colocou à frente dele a missão de empreender uma operação político-parlamentar vital, a fim de viabilizar no Congresso reformas sem as quais o país não terá horizonte positivo previsível. E, sem isso, a economia não voltará a decolar, a gerar empregos.
Há, como em toda situação como esta, uma dura guerra de informações. E vale tudo, até garantir que a Previdência, em vez de déficit, tem superávit, mágica realizada ao se destinarem ao sistema do INSS receitas já gastas em outras despesas.
A verdade é que, entre outras distorções, todo o aparato de seguridade brasileiro — incluindo os servidores públicos — é uma eficiente máquina de produzir disparidades e injustiças sociais.
Esta realidade ficou visível na dita greve geral contra as reformas, em que foram responsáveis pelos protestos basicamente militantes partidários e sindicalistas, estes preocupados com a perda do dinheiro fácil do imposto sindical, tornado optativo pelas mudanças feitas na legislação trabalhista até agora.
A crise tem permitido se constatarem as disparidades entre aposentarias de servidores e de empregados da iniciativa privada, e mesmo entre estes. Dois terços dos aposentados fora do setor público recebem benefício de um salário mínimo, enquanto, a depender do segmento da máquina do Estado em que o servidor se aposenta, ele pode receber até 30 vezes mais.
A reforma em discussão estabelece que servidores admitidos antes de 2003 — os contratados posteriormente já obedecem ao limite de benefício do INSS — terão de atingir o limite de 65 anos de idade, mediante uma regra de transição como para todos os demais, a fim de que possam manter o último salário e receber os reajustes do pessoal da atividade — privilégios protegidos pelo princípio do direito adquirido.
Mas nem isso esses servidores aceitam. Compreende-se a dificuldade de se entender a realidade quando ela é adversa. Mas, ao chegar a consumir cerca de 40% da despesa primária da União (sem os juros da dívida), é lógico que algo precisa ser feito na Previdência. Mesmo que a economia volte a crescer a curto prazo, não é mais possível manter um sistema em que as pessoas se aposentam em média aos 58 anos, com longa sobrevida à frente.
Mesmo entre os aposentados do setor privado há injustiças. Como revelou O GLOBO de ontem, o Brasil gasta em aposentadorias e pensões de pessoas com menos de 60 anos 2,2% do PIB (dado de 2015), contra 1,1% nos países da União Europeia, índice que chegará a 0,6%.

Os brasileiros que conseguem se manter no mercado formal — mais instruídos, por certo — têm conseguido se aposentar mais cedo. Os mais pobres, quase sempre trabalhando sem vínculo empregatício, aposentam-se mesmo aos 65 anos, o teto estabelecido pela atual reforma. Mas é em nome deles que se grita nas ruas contra as mudanças.