Análise - Incerteza global afeta economia brasileira


Análise - Incerteza global afeta economia brasileira

Este trabalho é da equipe de economistas do Bradesco. Foi enviado há pouco ao editor, que repassa tudo para conhecimento dos leitores. Leia:

O balanço de riscos para o cenário doméstico ficou mais simétrico no último mês devido ao aumento das incertezas no ambiente global. A depreciação cambial ocorrida no mês passado e a elevação dos preços do petróleo são um contraponto ao quadro observado nos últimos meses, em que a direção do cenário era de inequívoca desaceleração da inflação e queda dos juros. Ainda que haja fundamentos para uma apreciação do câmbio ao longo do ano, o aumento da volatilidade na moeda produz sinais ambíguos para esse quadro.
- Os principais indicadores de atividade têm indicado que o ritmo de recuperação tem sido gradual, como apontamos na revisão de cenário feita no mês passado. Adicionalmente, as surpresas baixistas com a inflação corrente continuaram ocorrendo nas últimas divulgações, o que, em conjunto com essa temperatura mais amena da atividade, segue indicando um cenário benigno para a inflação. Diante da ociosidade ainda existente na economia, é muito provável que a depreciação cambial e o eventual repasse da alta dos preços do petróleo não se transmitam de forma importante para a inflação. Mas é muito provável que o Banco Central pause o corte de juros após a próxima reunião para observar os efeitos. Sem o aumento da volatilidade da moeda, os sinais de inflação e atividade apontariam para a continuidade do corte de juros para além de 6,25%.
- Diante desses novos eventos, calibramos nossa expectativa para a taxa de câmbio para R$/US$ 3,35 no final deste ano, mas seguimos projetando uma alta do IPCA de 3,5% e Selic chegando a 6,25% em 2018.
Desafios do cenário global têm crescido, diante da escalada dos preços do petróleo e de sinais de desaceleração marginal da atividade econômica
- Apesar de os riscos advindos do posicionamento mais protecionista dos EUA e das ameaças de aumento de regulação e da tributação sobre o setor de tecnologia não terem tido novas escaladas ao longo de abril, as incertezas quanto aos impactos dessas medidas para a economia global permanecem. Adicionalmente, a recente alta dos preços do petróleo, refletindo o aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio e a maior restrição potencial de oferta da commodity, pode se traduzir em aceleração adicional da inflação e consequente redução do consumo privado em alguns países desenvolvidos. Essa é uma preocupação particularmente importante em países mais avançados no ciclo econômico, especialmente nos EUA e, em menor intensidade, na Europa. Esse conjunto de fatores torna o cenário global mais desafiador, conforme temos alertado desde março. Com a intensificação dessas questões de meados de abril em diante, colocamos um viés de baixa para nossa estimativa de crescimento de 3,8% da economia mundial para 2018.
- Acreditamos que o posicionamento mais protecionista dos EUA, um possível aumento de regulação no setor de tecnologia e a recente escalada dos preços do petróleo resultarão em um cenário mais desafiador para a economia global. Cenário esse caracterizado por uma combinação de aumento na volatilidade e aversão ao risco dos mercados, com inflação mais alta acompanhada de uma possível redução no crescimento econômico. Diante disso, as taxas de juros dos títulos do governo dos EUA devem continuar pressionadas, o que tende a dificultar a atratividade dos fluxos para as economias emergentes, colocando novos desafios para essas economias nesse ambiente em transformação.
Tendo em vista o aumento das incertezas do cenário global, calibramos nossa expectativa para a taxa de câmbio
O balanço de riscos para o cenário doméstico ficou mais simétrico no último mês devido ao aumento das incertezas no ambiente global. A depreciação cambial ocorrida no mês passado e a elevação dos preços do petróleo são um contraponto ao quadro observado nos últimos meses em que a direção do cenário era de inequívoca desaceleração da inflação e queda dos juros. Ainda que haja fundamentos para uma apreciação do câmbio ao longo do ano, o aumento da volatilidade na moeda produz sinais ambíguos para esse quadro. Os principais indicadores de atividade têm indicado que o ritmo de recuperação tem sido gradual, como apontamos na revisão de cenário feita no mês passado. Adicionalmente, as surpresas baixistas com a inflação corrente continuaram ocorrendo nas últimas divulgações, o que, em conjunto com essa temperatura mais amena da atividade, segue indicando um cenário benigno para a inflação. Diante da ociosidade ainda existente na economia, é muito provável que a depreciação cambial e o eventual repasse da alta dos preços do petróleo não se transmitam de forma importante para a inflação, mas é muito provável que o Banco Central pause o corte de juros após a próxima reunião para observar os efeitos. Sem o aumento da volatilidade da moeda, os sinais de inflação e atividade apontariam para a continuidade do corte de juros para além de 6,25%. Diante desses novos eventos, calibramos nossa expectativa para a taxa de câmbio para R$/US$ 3,35 no final deste ano, mas seguimos projetando uma alta do IPCA de 3,5% e Selic chegando a 6,25% em 2018.
A mudança da nossa projeção para R$/US$ 3,35 ao final do ano responde tanto a fatores domésticos como externos. A alta de juros nos EUA e o aumento das barreiras protecionistas pioraram o ambiente para os emergentes. Do lado doméstico, o adiamento da agenda de ajuste fiscal e o menor crescimento fazem com que, diante dessa maior volatilidade global, o diferencial de juros do Brasil contra o mundo – no menor patamar histórico – passe a influenciar o Real, algo que não era habitual na economia brasileira. Essa depreciação não tem sido acompanhada de piora significativa do risco país ou dos preços dos demais ativos, o que sugere que o movimento, até os patamares atuais, deriva desses eventos de curto prazo e não de um aumento de incerteza com a economia. Aliás, o câmbio real no país não está distante de sua média histórica como evidenciado no gráfico abaixo, o que corrobora essa avaliação. À medida que o crescimento ganhar tração, especialmente com a agenda de ajuste fiscal sendo retomada, vislumbramos que o diferencial de juros perderá relevância para os fluxos de divisas e a queda do risco país seguirá. Adicionalmente, a robustez das contas externas – evidenciada no elevado nível de reservas internacionais, no baixo estoque de swaps cambiais e dívida externa do governo, no reduzido déficit em conta corrente e na significativa melhora da posição externa de muitas empresas – tende a limitar uma depreciação elevada enquanto houver expectativa de retomada da agenda fiscal e do crescimento.
Do lado da atividade, os dados correntes continuam mostrando uma recuperação gradual. O setor de serviços não tem exibido recuperação e vem se mantendo defasado em relação ao comércio e à indústria no ciclo econômico, que mostram algum crescimento. Por sua vez, os dados de emprego voltaram a mostrar contração em março, o que não era esperado para a atual fase do ciclo econômico, interrompendo a tendência de queda da taxa de desemprego. A indústria também recuou na passagem do primeiro para o segundo trimestre, com destaque para o desempenho fraco dos bens intermediários, apesar de se verificar maior dinamismo na produção de bens de capital e de bens de consumo. Entendemos que a recuperação econômica seguirá seu curso, especialmente diante do estímulo monetário atual – e há sinais claros no setor automotivo e imobiliário – mas existem dúvidas sobre a velocidade de retomada, que vem se mostrando menor do que a necessária para a concretização da nossa projeção de crescimento de 2,5%. De todo modo, as condições para o crescimento estão colocadas, especialmente quando levamos em conta a desalavancagem das famílias, os estoques mais ajustados e os efeitos defasados da política monetária e, por isso, mantemos nossa expectativa de aceleração da economia nos próximos meses.
Sustentando essa nossa leitura, os últimos dados do mercado de crédito destacaram-se pelo melhor desempenho de pessoa jurídica com recursos livres. Neste ano, passamos a observar crescimento mais generalizado das concessões para as empresas, antes concentrada em linhas menos arriscadas, e, agora, com expansão nas demais linhas, como capital de giro. Acreditamos em aceleração dos desembolsos às empresas, com recursos livres, de forma a gerar um crescimento de 4,2% dessa carteira em 2018. E, o mercado de capitais, de forma similar, segue em expansão. A carteira de crédito à pessoa física com recursos livres também segue avançando, em especial as linhas de consignado e aquisição de veículos, em linha com o forte aumento de vendas registrado nos últimos meses. De fato, em estágio mais avançado no processo de desalavancagem, o crédito às famílias vem apresentando crescimento robusto desde 2017 e deve continuar como destaque neste ano. Assim, a despeito do fraco desempenho da carteira com recursos direcionados, o estoque total de crédito deve avançar 4,5% em 2018, impulsionado pela alta de 5,7% da carteira de recursos livres total, que exibe maior correlação com a atividade econômica. A continuidade da tendência positiva do mercado de crédito, favorecida pela defasagem de política monetária de forma mais ampla, deverá balancear o risco de observarmos um crescimento novamente moderado no segundo trimestre.
Do lado da inflação, mantivemos nossa projeção de alta de 3,5% do IPCA para este ano, reconhecendo um equilíbrio no balanço de riscos do cenário. Nos últimos meses, os riscos associados ao cenário apontavam, quase todos, para uma inflação mais baixa. Porém, nas últimas semanas, a movimentação da taxa de câmbio e do preço do petróleo voltou a equilibrar esses riscos. Incorporando a nossa revisão do cenário de câmbio e o preço do barril do petróleo ao redor de US$ 70, poderíamos ter um impacto adicional de cerca de 0,50 p.p. na projeção do IPCA. Por outro lado, os dados correntes de inflação e a evolução gradual da atividade têm mantido a dinâmica benigna dos preços e a velocidade de descompressão segue surpreendendo para baixo e ocorrendo de forma disseminada. Tanto os núcleos – parcela bastante associada à evolução dos ciclos econômicos – quanto os preços de alimentos continuam em patamares historicamente reduzidos. Além disso, os últimos dados continuam mostrando uma dinâmica de salários bastante favorável, com ganhos contidos. Portanto, acreditamos que a gradual retomada da economia, com ainda elevada ociosidade, somada à inflação corrente baixa e à ausência de pressões salariais, deverá seguir atuando como limitadores de uma rápida aceleração dos preços e/ou repasse da depreciação da taxa de câmbio aos consumidores.
Os resultados fiscais, por sua vez, estão alinhados com o ritmo de recuperação da atividade, com elevação moderada da arrecadação. No ano, a arrecadação subiu 4% em termos reais, quando excluímos fatores não recorrentes, mostrando recuperação bem expressiva. Em março, contudo, a alta foi mais modesta, de 2,1%, em linha com o que esperamos de crescimento para as receitas no ano. Do lado das despesas, o governo tem feito um esforço de antecipar pagamentos de precatórios, o que inflou o montante dispendido nos resultados recentes. Em relação ao último mês, vale uma observação: a probabilidade de se atingir déficit menor diminuiu, frente à possibilidade de postergação do leilão de excedente da área de cessão onerosa para o ano que vem. De todo modo, o limite do teto nos parece bastante crível e é nossa hipótese de trabalho. Esperamos que o governo consiga cumprir a meta fiscal deste ano, com riscos balanceados: (i) de um lado, o crescimento esperado está um pouco aquém da projeção do governo, a privatização da Eletrobras e o leilão de excedente de petróleo parecem menos prováveis; (ii) de outro, os leilões já realizados apresentaram resultado bem acima do esperado e novas áreas podem ser colocadas em leilão ainda este ano.
Em suma, continuamos acreditando que nosso cenário base está alinhado com o plano de voo proposto pelo Banco Central, que deve levar a taxa Selic para 6,25% em maio e seguir nesse patamar até o final do ano. O fato novo no último mês é um equilíbrio maior do balanço de riscos para inflação quando comparamos com o mês passado. Havia certa assimetria para baixo que, se concretizada, contribuiria para juros ainda menores. Hoje, tendo em vista o ajuste da taxa de câmbio e as incertezas maiores no cenário externo, entendemos que a possibilidade de os juros caírem para abaixo de 6,25% cedeu razoavelmente. Isso, contudo, não invalida nossa visão de que segue elevada a probabilidade de manutenção de taxas de juros em patamares historicamente reduzidos ao longo dos próximos trimestres.
Desafios do cenário global têm crescido, diante da escalada dos preços do petróleo e de sinais de desaceleração marginal da atividade econômica
Apesar de os riscos advindos do posicionamento mais protecionista dos EUA e das ameaças de aumento de regulação e da tributação sobre o setor de tecnologia não terem tido novas escaladas ao longo de abril, as incertezas quanto aos impactos dessas medidas para a economia global permanecem. Adicionalmente, a recente alta dos preços do petróleo, refletindo o aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio e a maior restrição potencial de oferta da commodity, pode se traduzir em aceleração adicional da inflação e consequente redução do consumo privado em alguns países desenvolvidos. Essa é uma preocupação particularmente importante em países mais avançados no ciclo econômico, especialmente nos EUA e, em menor intensidade, na Europa. Esse conjunto de fatores torna o cenário global mais desafiador, conforme temos alertado desde março. E, com a intensificação dessas questões de meados de abril em diante, colocamos viés de baixa para nossa estimativa de crescimento de 3,8% da economia mundial para 2018.
Reconhecemos que nas últimas semanas, a tensão comercial mostrou algum alívio, com a isenção concedida pelo governo norte-americano (ainda que temporária) a alguns países com relação às medidas comerciais restritivas e com discursos mais conciliadores de Donald Trump com relação à taxação das empresas de tecnologia. Entretanto, como podemos observar nos gráficos 1 e 2, o desempenho dos índices das empresas de tecnologia dos EUA e das maiores produtores de aço e alumínio ainda se mostra pior do que os respectivos índices locais.
Essa incerteza quanto à política externa e regulatória dos EUA já se refletiu em uma piora dos indicadores de confiança empresarial na Europa e nos EUA, em março e abril. Por mais que ainda não seja possível mensurar os impactos diretos desse aumento da incerteza nos dados de comércio e de atividade das economias, é muito provável que esse cenário reduza o ritmo de crescimento da economia global. Ademais, de forma geral, desde meados de abril, os resultados dos dados de atividade global têm surpreendido negativamente a mediana das expectativas dos analistas. O ritmo de expansão global ainda é bom, mas gradualmente acumulam-se evidências de que podemos entrar em um processo de desaceleração da atividade nos próximos meses.
Para reforçar esse cenário global mais desafiador e sujeito a maior volatilidade, as cotações de petróleo continuaram subindo em abril, superando US$ 70/barril (do tipo Brent). Suportando essa tendência altista, destacamos uma mudança de fundamentos, com oferta mais restrita dos países da OPEP por mais tempo, e um componente mais temporário, associado às tensões geopolíticas, o que sugere que não veremos uma reversão rápida desse movimento. Nossa expectativa para o preço de “equilíbrio” da commodity, após esses eventos, subiu do intervalo de US$ 60 a 65 para US$ 65 a US$ 70/barril.
A OPEP reforçou o compromisso em continuar limitando a oferta do grupo, buscando um patamar de estoques mundiais mais baixo do que anteriormente sinalizado. Além da sinalização, os dados efetivos da produção do grupo têm mostrado cumprimento do acordo, além dos limites estabelecidos. Assim, parece-nos que a OPEP está, neste momento, fazendo uma escolha por preços mais elevados – mesmo que isso signifique perda de uma parte do mercado (uma vez que preços mais atrativos voltam a incentivar o aumento da produção de petróleo nos EUA). De fato, as estimativas de produção norte-americana de petróleo continuam sendo revisadas para cima, com projeções de que a produção chegue muito próxima à da Arábia Saudita nos próximos anos (em torno de 12  milhões de barris/dia). No curto prazo, há restrições de infraestrutura para aumento expressivo da produção no país, mas com a maturação dos investimentos já realizados e com novos investimentos que devem ocorrer estimulados pelo aumento dos preços, essa limitação deve ser resolvida no médio prazo. Dessa maneira, entendemos que a limitação da oferta no curto prazo, em um ambiente em que a demanda mantém-se sustentada, deve sustentar um preço de equilíbrio mais alto nesse momento.
Soma-se a esse cenário a elevação do risco geopolítico observada nos últimos meses, quando comparado com os trimestres anteriores. No próximo dia 12, o presidente dos EUA deve decidir se assina ou não o termo de continuidade do acordo nuclear com o Irã. Caso não assine e restabeleça as sanções comerciais ao Irã, a oferta mundial de petróleo poderia diminuir mais um pouco (no limite, algo como 3% da produção total da OPEP). Mais do que essa diminuição de oferta, que não é irrelevante, o nível de risco geopolítico seguiria elevado no Oriente Médio, mantendo os preços em patamar superior ao sugerido exclusivamente pelos fundamentos.
Portanto, esse choque de preços não deve ser apenas temporário, tendo consequências aserem observadas nos índices de inflação dos próximos meses. Isso deve ser observado especialmente nas economias com reduzida ociosidade no mercado de trabalho, potencializando a transmissão dessa pressão dos preços de combustíveis para os demais preços.
Diante desse conjunto de condições mais ruidosas do ambiente global, acreditamos que o impacto sobre a economia norte-americana possa ser um dos mais relevantes, levando em conta o aumento da incerteza quanto à política comercial, o possível crescimento da regulação no setor de tecnologia e os efeitos cíclicos de uma alta do preço do petróleo. A alta dos preços dos combustíveis e o recuo dos preços das ações deverão levar simultaneamente a uma queda do poder de compra e da riqueza das famílias, com prováveis impactos negativos sobre o consumo doméstico nos próximos meses. Dessa forma, considerando esses efeitos somados, ajustamos nossa estimativa para o crescimento do PIB dos EUA de 2,6% para 2,5% para este ano, mesmo com um importante impulso fiscal em curso. Essa combinação de crescimento mais brando e elevação da inflação deve deixar as taxas de juros dos títulos do governo norte-americano mais pressionadas no restante do ano, o que reforça nossa percepção de que o FED deve fazer mais três altas de juros em 2018, sem alívios para os mercados de títulos e colocando desafios também para os preços de ativos reais e ações.
Os impactos desse cenário para o Reino Unido são bastante semelhantes, principalmente com relação aos efeitos do aumento da pressão dos preços. Os efeitos negativos sobre o crescimento doméstico, por outro lado, devem se materializar numa menor escala quando comparado aos EUA, uma vez que, até agora, o país não foi alvo das medidas tarifarias impostas pelos EUA. A despeito disso, o Banco Central do país terá que lidar com a combinação de alta dos preços de energia, mercado de trabalho aquecido e economia crescendo acima do potencial. Diante desse cenário, acreditamos que o BoE voltará a elevar a taxa básica de juros antes do final do ano.
Para a Área do Euro, permanece em aberto se os EUA irão ou não elevar as tarifas de importação dos produtos oriundos da região. De qualquer forma, já observamos alguns impactos dessa incerteza na queda da confiança dos empresários. Mantemos, por ora, nossa avaliação de que a região continuará em expansão robusta, porém colocamos um viés de baixa para nossa expectativa de crescimento de 2,2% para o ano, principalmente refletindo o menor apetite para investimentos dos empresários da região. A Europa é uma região com alto nível de comércio internacional e reflete bem este aumento da incerteza sobre o comércio global adiante.  Já o cenário para inflação, que apesar de permanecer longe da meta do Banco Central Europeu (BCE), tem mostrado aumento da pressão de salários e deve incorporar alguma pressão advinda dos preços dos combustíveis. Com isso, podemos observar uma correção das taxas de juros dos títulos dos países da região, que permanecem muito próximas de zero por conta da atuação do BCE.
Em paralelo, a economia chinesa segue crescendo em bom ritmo, ainda que acreditemos em moderação nos trimestres à frente. Recentemente, contudo, a frustração com alguns resultados econômicos e as sinalizações dadas pelo governo sugerem um alinhamento com o que descrevemos até agora para o cenário global. Houve redução do compulsório bancário, frustração com o resultado dos indicadores de março e ajuste na comunicação do governo, dando foco na demanda doméstica de curto prazo e reduzindo o peso da necessidade de desalavancagem da economia. Diante disso, aumentaram as preocupações do mercado de uma desaceleração mais pronunciada à frente.
Algumas considerações importantes minimizam essa possível reversão da visão corrente mais positiva da China. Esse corte do compulsório implicou uma injeção de liquidez que compensou o vencimento de outra linha de médio prazo direcionada ao mercado interbancário. Ou seja, o efeito líquido desse movimento é relativamente neutro em termos de estímulo para a atividade. De todo modo, se necessário, o governo pode sim lançar mão de uma política monetária e/ou creditícia mais frouxa (com o custo de não reduzir a alavancagem). Somado a isso, ainda que o potencial de redução das exportações – em decorrência dos conflitos atuais entre EUA e China – seja importante, há formas de compensar essa perda. A saber, o desempenho do setor imobiliário segue surpreendendo de forma positiva e os investimentos em infraestrutura podem acelerar, ao menos temporariamente. Dessa forma, ainda nos parece precipitado apostar em uma desaceleração mais intensa nos próximos meses.
Em suma, acreditamos que esse posicionamento mais protecionista dos EUA, um possível aumento de regulação no setor de tecnologia e a recente escalada dos preços do petróleo resultarão em um cenário mais desafiador para a economia global. Cenário esse caracterizado por uma combinação de aumento na volatilidade e aversão ao risco dos mercados, com inflação mais alta acompanhada de uma possível redução no crescimento econômico. Diante desse cenário, as taxas de juros dos títulos do governo dos EUA devem continuar pressionadas, o que tende a dificultar a atratividade dos fluxos para as economias emergentes, colocando novos desafios para estas economias neste ambiente em transformação.

Confira os estádios e os prováveis MVP´s da Copa da Rússia 2018

O maior evento de futebol do mundo demora para ser realizado, só acontece de quatro em quatro anos, mas enfim ele está aos poucos chegando. Depois do sucesso da Copa do Mundo de 2014 (não para a seleção anfitriã), a vez de receber os 32 times classificadas e milhares de turistas, fica por conta da Rússia. O país milenar está localizado no Leste Europeu e na Ásia Setentrional, é o maior país em extensão territorial e muito conhecido pela sua rica história e cultura.

A Rússia foi escolhida para sediar a Copa do Mundo em dezembro de 2010, após se candidatar junto a países com grande tradição no futebol, como Inglaterra e Espanha.

Porém, dentro de campo, a seleção russa não precisou vencer adversários para se classificar ao torneio, até porque os países anfitriões se classificam ao mundial de maneira automática. Em 2018 é a 11° participação dos russos no maior evento do futebol mundial.

Os estádios também chamam atenção quando o assunto é futebol. Na Rússia serão 12 arenas espalhadas por 11 cidades, e a capital Moscou comportará dois estádios durante o torneio. O que inicialmente surpreendeu a todos foi a arquitetura peculiar de alguns destes palcos. Confira abaixo as sedes, as cidades e os valores estimados na construção dessas obras.


1. Estádio de Luzhniki (foto)

Localizado em Moscou, capital russa, a arena é o principal palco do torneio. Ela abrigará a abertura e final, além de uma semifinal, oitavas de final e jogos da fase de grupos. Foi inaugurado em 1980 para a Olimpíada de Moscou e atualmente possui capacidade para 81 mil espectadores. Reformado e com arquitetura comedida, o estádio custou cerca de US$ 470 milhões.

2. Arena Zenit

É o segundo maior em capacidade de público e fica na cidade de São Petersburgo. Receberá o jogo da disputa de terceiro lugar, uma das semifinais, além de partidas das oitavas e da fase de grupos. A casa do time Zenit demorou 10 anos para ficar pronta e comporta mais de 68 mil pessoas. Importante sede do mundial, a arena custou por volta de US$ 841 milhões.

3. Fisht Stadium

Inaugurado em 2013, o estádio de Sochi recebeu a Olimpíada de Inverno em 2014. Abrigará um jogo das quartas de final, outro das oitavas e partidas da fase de grupos. O estádio pode abrigar 47 mil torcedores.
Construído recentemente, gastou-se na reforma da arena pra copa cerca de US$ 52 milhões.

4. Kazan Arena

Casa de um time tradicional da cidade, o Rubin Kazam, o estádio inaugurado em 2013 já recebeu a Olimpíada Universitária no mesmo ano. Na Copa vai receber uma partida das quartas de final, uma das oitavas e jogos da fase de grupos. Comporta cerca de 45 mil torcedores. Recebendo jogos há mais de 4 anos, o estádio custou US$ 324 milhões aos cofres dos russos.

5. Samara Arena

Outro estádio que começou a ser construído do zero, a arena fica localizada na cidade de Samara. Vai comportar uma partida das quartas de final, uma das oitavas e jogos da fase de grupos. Sua capacidade fica em volta de 44 mil espectadores. Com design arrojado que chama atenção, a obra custou cerca de US$ 320 milhões.

6. Estádio Spartak

Com poucos anos de uso e inaugurado em 2014 também na capital russa, tem uma fachada parecida com o estádio do Bayern de Munique. Sediará jogos da fase de grupos e um das oitavas de final. Tem mais de 45 mil lugares à disposição para o público. Local costuma receber partidas da seleção russa e custou por volta de US$ 325 milhões.

7. Rostov Arena

Na cidade de Rostov, o estádio fica próximo ao Rio Dion, área turística da cidade. Receberá um jogo das oitavas de final e partidas da fase de grupos. Poderá receber mais de 45 mil torcedores. Retangular e com curvas leves, a arena custou cerca de US$ 350 milhões.

8. Nizhny Novgorod Stadium

Também saiu do zero e foi planejado especificamente para o mundial desse ano. Localizado em Novgorod, abrigará um duelo das quartas, outro das oitavas de final e quatro da fase de grupos. Tem capacidade para cerca de 45 mil fãs. Perto dos rios Volga e Oka, gastou-se na obra cerca de US$ 310 milhões.

9. Volgograd Arena

Localizado em Volgogrado, será casa do FC Rotor após a Copa. Receberá apenas partidas da fase de grupos e comporta cerca de 45 mil espectadores. Remodelado, o estádio custou por volta de US$ 290 milhões.

10. Mordovia Arena

O estádio fica na cidade de Saransk e mistura estruturas fixas com temporárias. Será palco de quatro partidas da fase de grupos, com capacidade de abrigar quase 45 mil torcedores. Com previsão de ter parte desmontada após o torneio, gastou-se na obra por volta de US$ 290 milhões.

11. Ekaterinburg Arena

É mais um palco especificamente produzido para a Copa do Mundo. Fica em Iecaterimburgo e receberá apenas jogos da fase de grupos. Sua capacidade é de pouco mais de 35 mil pessoas.
Imagem. Palco apenas da fase inicial da Copa, a arena custou cerca de US$ 220 milhões.

12. Kaliningrad Stadium

Se localiza em uma ilha do território russo que geograficamente fica isolada do restante do país. A justificativa da Fifa é que a região será desenvolvida após recepcionar o mundial. Será palco para partidas da fase inicial do torneio e consegue comportar mais de 35 mil pessoas. Separado do restante do país, os custos do estádio ficaram por volta de US$ 310 milhões.
FOTO: Reprodução Web


QUEM SERÃO OS JOGADORES MAIS VALIOSOS DA COPA (MVP)?

Fãs e adeptos do futebol já começam a pensar em quem pode se destacar no Mundial, se será um jovem ou craque consagrado. Então, resolvemos pesquisar e montar um time de jovens promessas do mundo da bola que se destacaram na última temporada e podem vir com tudo na Rússia. Confira abaixo:

Goleiro:
- Donnarumma, 18 anos, italiano, jogador do Milan.

Zagueiros:
- John Stones, 22 anos, inglês, do Manchester City.
- Kurt Zouma, 22 anos, francês, do Chelsea.

Laterais:
- Héctor Bellerín, 22 anos, lateral-direito, espanhol do Arsenal.
- Brandt, 20 anos, lateral-esquerdo, alemão do Bayer Leverkusen.

Meio campo:
- Leroy Sané, 21 anos, alemão do Manchester City.
- Renato Sanchez, 19 anos, português do Bayern de Munique.
- Dele Alli, 20 anos, inglês do Tottenham.

Atacantes:
- Gabriel Jesus, 19 anos, brasileiro do Manchester City.
- Ousmane Dembelé, 19 anos, francês do Borussia Dortmund.

- Mbappe, 18 anos, francês do Monaco.

Brasil, Alemanha e Espanha são os principais favoritos ao título na Copa da Rússia

Dois estreantes, vários regressos, grandes ausências e quatro favoritos em todas as apostas (Alemanha, Espanha, Brasil e França) anunciam a próxima Copa do Mundo, que será disputada em 11 cidades russas a partir de 14 de junho de 2018. No dia 1º de dezembro, em Moscou, serão definidos os grupos e a tabela de jogos durante o sorteio das equipes. As 32 seleções já conhecem sua divisão nos quatro potes que definirão os oito grupos de quatro times e o trajeto até a final de 15 de julho na capital russa. Confira a definição dos grupos:

Grupos da Copa

Pote 1: Rússia, Alemanha, Brasil, Portugal, Argentina, Bélgica, Polônia e França.
Pote 2: Espanha, Peru, Suíça, Inglaterra, Colômbia, México, Uruguai e Croácia.
Pote 3: Dinamarca, Islândia, Costa Rica, Suécia, Tunísia, Egito, Senegal e Irã.
Pote 4: Sérvia, Nigéria, Austrália, Japão, Marocos, Panamá, Coreia do Sul e Arábia.

Confira abaixo os principais favoritos ao título:

ALEMANHA
- Obteve 10 vitórias em 10 partidas para chegar à Rússia; desde 2001 não perde um jogo de classificação para uma Copa. O desafio será administrar e encontrar uma mistura entre a equipe que saiu campeã há quatro anos no Brasil e a nova geração que chega.
Ranking FIFA: 1º/ Posições nas últimas cinco Copas: 7º (1998) – 2º (2002) – 3º (2006) – 3º (2010) – 1º (2014)

ESPANHA
- O ano invicto de 2017 serviu para completar uma transição que parecia complicada. O grupo de classificação foi resolvido com 36 gols marcados e apenas 3 sofridos, nove vitórias e um empate, e a consolidação de nove jogadores e um técnico, com Isco como símbolo de uma nova geração que se entrosa com campeões do mundo ainda remanescentes dentro de campo.
Ranking FIFA: 8º/ Posições nas últimas cinco Copas: 17º (1998) – 5º (2002) – 9º (2006) – 1º (2010) – 23º (2014)

BRASIL
- É a única seleção que disputou todas as Copas, mas em meados de 2016, após seis rodadas, estava em sexto lugar e fora da zona de repescagem. Tite então assumiu o comando no lugar de Dunga, levando os brasileiros a vencerem nove jogos, tornando-se a primeira seleção a carimbar o passaporte para a Rússia.
Ranking FIFA: 2º/ Posições nas últimas cinco Copas: 2º (1998) - 1º (2002) - 5º (2006) - 6º (2010) - 4º (2014)

FRANÇA
- A progressão de Varane e Umtiti consolida a zaga e, a partir daí, o técnico Deschamps tem opções para escolher, por mais que ignore Benzema e continue procurando um camisa 9 que se ajuste à seleção e possa atuar ao lado de Griezmann e Mbappé.
Ranking FIFA: 7º/ Posições nas últimas cinco Copas: 1º (1998) – 28º (2002) – 2º (2006) – 29º (2010) – 7º (2014).

Copa da Rússia 2018: saiba quanto custa e dicas de viagem

O brasileiro que pretende ir para Rússia durante a Copa do Mundo de Futebol vai precisar ter muita paciência. Não há opções de voo diretos de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo para Moscou. Os viajantes terão que escolher um local de parada na Europa (ou Estados Unidos) para a conexão: o país dependerá da companhia aérea solicitada: Paris, Amsterdã, Lisboa, Zurique, entre outras opções. O tempo de viagem pode ficar em torno de 13h a 16h, em voos com apenas uma parada. O preço para uma passagem de ida em junho e retorno em julho, atualmente, está variando entre R$ 2600 e R$ 3500, na classe econômica - saindo de Rio ou São Paulo.

É PRECISO VISTO?
- Turistas brasileiros não precisam de visto para ter sua entrada na Rússia permitida. O Brasil tem um acordo com a Rússia que permite, desde 2010, que seus nativos possam visitar o país europeu e lá permanecer por até 90 dias, com passaporte válido.

DESLOCAMENTO INTERNO
- Para poder curtir a Copa do Mundo e investir em ingressos, além de permitir seu deslocamento, o torcedor deve pensar bem onde se hospedar em cada sede. As opções são mais variadas, obviamente, nas grandes cidades - mas a oferta em todas as cidades que receberão jogos deve aumentar na época do Mundial.

TÁXI E CARROS PARTICULARES
- O uso de táxi também pode ser uma peculiaridade na Rússia, se comparado a outros países europeus. Na realidade, a função de transporte de passageiros é dividida por táxis oficiais (com os tradicionais letreiros em cima) e por carros particulares, mas não só por meio de aplicativos como o Uber (que também é usado no país). Para conseguir um carro para levar ao destino desejado, basta o passageiro fazer sinal na rua e esperar que alguém pare.

TRANSPORTE PÚBLICO
- Metrô: As cidades em que o metrô pode ser uma ótima opção para deslocamento são justamente as duas maiores da Rússia: Moscou e São Petersburgo, que oferecem uma grande malha de estações. Entre as sedes da Copa ainda há outras cidades que possuem metrô, mas com malha menos abrangente: Kazan, Níjni Novgorod, Samara e Ekaterimburgo.
- Ônibus e bondes elétricos: nos locais em que o metrô não traz opções diversificadas, as alternativas podem ser as linhas de ônibus e até mesmo bondes elétricos, os Trams, que ainda podem ser encontrados até mesmo em grandes cidades, como Moscou.

COMIDA TÍPICA
- A Rússia possui uma vasta variedade de saladas em sua culinária, sejam elas com legumes, maionese, frango... As sopas também fazem parte da alimentação no país, com destaque para a Borsh, feita com beterraba. Outro artigo popular da culinária local é um bolinho de carne moída chamado kotleti. Os peixes também são populares no país, assim como raviólis doces (vareniki) e salgado (pelmeni). Os russos são conhecidos por seu gosto apurado para bebidas alcóolicas e pelo alto consumo de vodka, bebida feita com trigo. Mas há outras bebidas populares o país, como a cerveja báltica e uma feita com água, mel e levedura. Para quem não é adepto do álcool, o Kvass é uma ótima opção: uma espécie de refrigerante à base de trigo.

RESTAURANTES
- Nas grandes cidades, como Moscou e São Petersburgo, há uma boa variedade de restaurantes. Além de culinárias consagradas como italiana, japonesa e asiática no geral, as cozinhas ucraniana e georgiana são populares na Rússia. Como em qualquer lugar do mundo, há opções para todos os bolsos para os turistas se alimentarem em meio à Copa do Mundo. Obviamente, o torneio deve inflacionar um pouco os preços em suas sedes, como aconteceu no Brasil, principalmente nas maiores cidades e nas regiões próximas aos estádios. Uma solução econômica sempre são os fastfoods, que também podem trazer uma noção do preço da alimentação no país. Uma refeição com sanduíche, batata frita e refrigerante sai por 350 rublos (R$ 20,20).

TELEFONIA E INTERNET
- É bom comprar um chip russo para usar durante a estadia no país. Além de evitar gastos inesperados com o serviço de roaming, ter um número russo permite a utilização de aplicativos locais, que pedem a confirmação através de SMS. Há três grandes operadoras na Rússia.

PASSAGENS BRASIL - RÚSSIA
- Não há opções de voo diretos de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo para Moscou. Os viajantes terão que escolher um local de parada na Europa (ou Estados Unidos) para a conexão: o país dependerá da companhia aérea solicitada: Paris, Amsterdã, Lisboa, Zurique, entre outras opções. O tempo de viagem pode ficar em torno de 13h a 16h, em voos com apenas uma parada. O preço para uma passagem de ida em junho e retorno em julho, atualmente, está variando entre R$ 2600 e R$ 3500, na classe econômica - saindo de Rio ou São Paulo.

É PRECISO VISTO?
- Turistas brasileiros não precisam de visto para ter sua entrada na Rússia permitida. O Brasil tem um acordo com a Rússia que permite, desde 2010, que seus nativos possam visitar o país europeu e lá permanecer por até 90 dias, com passaporte válido.

DESLOCAMENTO INTERNO
- Para poder curtir a Copa do Mundo e investir em ingressos, além de permitir seu deslocamento, o torcedor deve pensar bem onde se hospedar em cada sede. As opções são mais variadas, obviamente, nas grandes cidades - mas a oferta em todas as cidades que receberão jogos deve aumentar na época do Mundial.

TÁXI E CARROS PARTICULARES
- O uso de táxi também pode ser uma peculiaridade na Rússia, se comparado a outros países europeus. Na realidade, a função de transporte de passageiros é dividida por táxis oficiais (com os tradicionais letreiros em cima) e por carros particulares, mas não só por meio de aplicativos como o Uber (que também é usado no país). Para conseguir um carro para levar ao destino desejado, basta o passageiro fazer sinal na rua e esperar que alguém pare.

TRANSPORTE PÚBLICO
- Metrô: As cidades em que o metrô pode ser uma ótima opção para deslocamento são justamente as duas maiores da Rússia: Moscou e São Petersburgo, que oferecem uma grande malha de estações. Entre as sedes da Copa ainda há outras cidades que possuem metrô, mas com malha menos abrangente: Kazan, Níjni Novgorod, Samara e Ekaterimburgo.
- Ônibus e bondes elétricos: nos locais em que o metrô não traz opções diversificadas, as alternativas podem ser as linhas de ônibus e até mesmo bondes elétricos, os Trams, que ainda podem ser encontrados até mesmo em grandes cidades, como Moscou.

COMIDA TÍPICA
- A Rússia possui uma vasta variedade de saladas em sua culinária, sejam elas com legumes, maionese, frango... As sopas também fazem parte da alimentação no país, com destaque para a Borsh, feita com beterraba. Outro artigo popular da culinária local é um bolinho de carne moída chamado kotleti. Os peixes também são populares no país, assim como raviólis doces (vareniki) e salgado (pelmeni). Os russos são conhecidos por seu gosto apurado para bebidas alcóolicas e pelo alto consumo de vodka, bebida feita com trigo. Mas há outras bebidas populares o país, como a cerveja báltica e uma feita com água, mel e levedura. Para quem não é adepto do álcool, o Kvass é uma ótima opção: uma espécie de refrigerante à base de trigo.

RESTAURANTES
- Nas grandes cidades, como Moscou e São Petersburgo, há uma boa variedade de restaurantes. Além de culinárias consagradas como italiana, japonesa e asiática no geral, as cozinhas ucraniana e georgiana são populares na Rússia. Como em qualquer lugar do mundo, há opções para todos os bolsos para os turistas se alimentarem em meio à Copa do Mundo. Obviamente, o torneio deve inflacionar um pouco os preços em suas sedes, como aconteceu no Brasil, principalmente nas maiores cidades e nas regiões próximas aos estádios. Uma solução econômica sempre são os fastfoods, que também podem trazer uma noção do preço da alimentação no país. Uma refeição com sanduíche, batata frita e refrigerante sai por 350 rublos (R$ 20,20).

TELEFONIA E INTERNET

- É bom comprar um chip russo para usar durante a estadia no país. Além de evitar gastos inesperados com o serviço de roaming, ter um número russo permite a utilização de aplicativos locais, que pedem a confirmação através de SMS. Há três grandes operadoras na Rússia.

A Copa do Mundo de Futebol chega a Rússia

A COPA CHEGA À RÚSSIA 

DOBRO POZHALOVAT, MIR!
(BEM-VINDO, MUNDO!)

A Copa do Mundo FIFA de 2018 ou Campeonato Mundial de Futebol FIFA de 2018 será a vigésima primeira edição deste evento esportivo, um torneio internacional de futebol masculino organizado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), que ocorrerá na Rússia, anfitriã da competição pela primeira vez. Com onze cidades-sede, o campeonato será disputado entre 14 de junho e 15 de julho. A edição de 2018 será a primeira realizada no Leste Europeu e a décima primeira realizada na Europa, depois de a Alemanha ter sediado o torneio pela última vez no continente em 2006.

A Rússia impressiona, em todos os sentidos. E o torcedor brasileiro que pretende acompanhar a Copa do Mundo de perto no próximo ano vai poder comprovar isso. Nessa época do ano, no verão russo, as noites são chamadas de ‘noites brancas’. Isso porque escurece tarde, lá pelas 22h, e o sol aparece nas primeiras horas da madrugada. Antes de investir suas economias e se aventurar para acompanhar a Copa do Mundo, o torcedor precisa planejar bem todos os passos que dará na Rússia - como qualquer bom viajante, independente do destino. Além do desejo de viver momentos históricos em um país diferente, é importante já ter traçado as rotas que pode fazer durante a viagem, os documentos que precisará carregar,  onde se hospedar e como se locomover.

O sorteio que definiu a tabela dos oito grupos da Copa do Mundo Rússia 2018 aconteceu no início de dezembro, em Moscou. A seleção brasileira conseguiu escapar de enfrentar as equipes da Inglaterra e da Espanha na primeira fase, ficando no grupo E, com as seleções da Suíça, Costa Rica e Sérvia. O Brasil estreia no domingo, dia 17 de junho, às 15h, em Rostov- on- Don, em jogo contra a Suiça. O segundo jogo da primeira fase é numa quinta-feira, dia 21 de junho, às 9h, em Saint Petersburg, contra Costa Rica. O terceiro jogo, na terça-feira, dia 26, será às 15h, em Moscou no estádio Spartak, contra a Sérvia. Confira os grupos da Copa da Rússia:

Grupo A: Rússia, Uruguai, Arábia Saudita e Egito
Grupo B: Espanha, Portugal, Marrocos e Irã
Grupo C: França, Austrália, Peru e Dinamarca
Grupo D: Argentina, Islândia, Croácia e Nigéria
Grupo F: Alemanha, México, Suécia e Coreia do Sul
Grupo G: Bélgica, Panamá, Tunísia e Inglaterra
Grupo H: Polônia, Senegal, Colômbia e Japão.



BOLA DA COPA

A nova bola da Copa do Mundo da Adidas é a “Telstar 18”. Depois de algumas edições da Copa do Mundo de Futebol usando bolas com nomes derivados de elementos culturais do país sede, dessa vez a empresa das três listras resgatou o nome da bola Adidas Telstar 18, usada nos anos de 60 e 70.



MASCOTE DA COPA

O mascote da Copa da Russia é Zabivaka, um "lobo que irradia diversão, charme e confiança”. Em russo, Zabivaka quer dizer "aquele que marca um gol". Ele foi desenhado pela estudante de design Ekaterina Bocharova e recebeu 53% dos cerca de 1 milhão de votos recebidos em enquete pelo site da Fifa durante um mês.

LOGOMARCA DA COPA


A Rússia usou seus astronautas em missão no espaço para apresentar ao planeta a sua logomarca para o torneio mais popular do futebol internacional. As agências que participaram da concorrência foram incumbidas de apresentarem desenhos que capturassem a "alma russa". O desenho vencedor foi o da Brandia Central, empresa baseada em Lisboa, Portugal. 

Artigo, Mateus Bandeira, Correio do Povo - Posição e verdade


Enquanto as eleições se aproximam, algumas das práticas mais demagogas vêm à tona. É o caso do discurso que se molda às circunstâncias – e que demonstra que figuras aparentemente jovens também adotam hábitos da velha política. Em uma mescla de conveniência e oportunismo, partidos que até ontem integravam a base do governo agora adotam posição contrária a temas relevantes para o futuro do Rio Grande do Sul, como o plebiscito sobre a privatização de três empresas estatais.

Há quase duas décadas, esse é o mecanismo necessário para se vender uma companhia do estado. Trata-se de um absurdo, é claro. Estatais não foram criadas por plebiscito, mas por projetos de lei aprovados na Assembleia Legislativa. E assim deveriam ser extintas. Mas se a Constituição estadual prevê esse procedimento, que assim seja – e que a população não fique privada de decidir sobre o destino de empresas deficitárias que, hoje, sugam recursos que poderiam ser alocados em segurança, saúde e educação.

Esse foi um tema exaustivamente discutido na imprensa, nas redes sociais e no Parlamento ao longo dos últimos anos. A dificuldade de encaminhar a matéria ao Legislativo deve-se a um equívoco do próprio governador José Ivo Sartori, que deveria ter falado abertamente sobre o assunto durante a campanha. Isso, porém, não tira o mérito da iniciativa.

É preciso ter postura definida: eu, pessoalmente, defendo as privatizações e um estado mais enxuto e eficiente. Ao tentar impedir que esse tema também seja votado em outubro, imagino que alguns políticos tradicionais tenham resistência – ou medo – de se manifestar a respeito.

Em um período de tanta descrença na política, o mínimo que se espera de um postulante ao cargo de governador é nada menos que a verdade. Ter posições claras para que a população, à frente das urnas, saiba em qual projeto está votando.

As eleições que se avizinham serão uma oportunidade de as pessoas se manifestarem através do voto. O que estará em jogo não é apenas o nome que assumirá o Piratini a partir de 2019, mas suas ideias, seus planos e seus posicionamentos. Espera-se que sejam retos e conhecidos, e que não mudem ao sabor dos ventos e das circunstâncias. Quem pretende governar o Rio Grande deve, no mínimo, ter coragem de assumir posições claras e objetivas. Depois, soberano, o eleitor decide.

Ex-CEO da FALCONI, ex-presidente do Banrisul e ex-secretário de Planejamento do Rio Grande do Sul

Astor Wartchow - Emendas Parlamentares


No que tange a previsão de receitas e despesas, investimentos e custeios dos bens e serviços públicos, a formulação e organização do orçamento são tarefas a cargo do poder executivo.
Porém, ocorre que os parlamentares não querem apenas conhecer, discutir, aprovar ou rejeitar a proposta orçamentária, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. Querem apontar serviços e obras, receitas e despesas, ainda que sem a necessária visão e percepção técnica, fiscal e monetária do “todo”.
São as famosas emendas parlamentares ao orçamento. Em evidente prejuízo ao necessário estudo e debate sobre as contas públicas, as emendas se transformaram em moeda de troca para aprovar rapidamente o orçamento.
Mais: indiretamente também desequilibram as disputas eleitorais futuras. Afinal, regra geral as emendas contemplam áreas de interesses político-eleitoral do parlamentar.
Isto quando não se transformam em meio de enriquecimento pessoal. Como tem sido comum, notadamente em Brasília. Ao indicar valores e destinos do dinheiro público, e se sabendo como se concretizam historicamente nossas operações licitatórias, tudo é possível.
Minha vivência na administração pública e na assessoria parlamentar fortaleceu algumas convicções acerca do orçamento público: sou contrário às emendas parlamentares. A principal e mais nobre tarefa do poder legistativo é fiscalizar a execução orçamentária!
Todas as possíveis incidências e influências ideológicas, políticas, partidárias, sociais e econômicas, deveriam se dar durante o processo de consultas, estudos, formatação e organização do orçamento. E uma vez enviado ao parlamento, deveria ser objeto apenas de rejeição ou aprovação pela íntegra.