Artigo, J.R. Guzzo, Gazeta do Povo - O viaduto argentino que você vai pagar

Está proibido, positivamente, discordar do presidente Lula e de qualquer medida do seu governo. Quer dizer que não pode, então, haver dois ou mais pontos de vista diferentes sobre a mesma coisa? Não pode. Se o presidente disse que é assim ou assado, tem de ser assim ou assado – e quem tiver outra opinião sobre o assunto está automaticamente errado. Acaba de acontecer, agora, com essa prodigiosa história do financiamento do BNDES ao gasoduto argentino de Vaca Muerta – isso mesmo, Vaca Muerta, que não se perca pelo nome. O dinheiro a ser emprestado pertence ao pagador de impostos brasileiro; os cidadãos deveriam, portanto, ter o direito de dizer o que acham dessa história toda. Não têm, segundo Lula. A única coisa que podem fazer é concordar.


Quem não está de acordo com o projeto é “ignorante”, disse Lula


Quem não está de acordo com o projeto é “ignorante”, disse Lula. Fim da conversa. O presidente não conseguiu, em sua recente viagem à Argentina, dar uma explicação coerente para o projeto que ele quer socar no BNDES; fez mais um daqueles discursos constipados nos quais tenta posar como “homem preparado”, mas não deu para entender nada, como costuma acontecer quando ele fala de qualquer coisa que requeira um mínimo de conhecimento objetivo para ser abordada. Seu ministro da Fazenda, que também discursou, foi igualmente incompreensível – a impressão é que não sabia sobre o que estava falando. Fica assim, então: eles não explicam como poderia ser um bom negócio para o Brasil emprestar dinheiro a um país que não paga os credores, não tem crédito no mercado internacional e vive com uma inflação de 100% ao ano, mas não admitem perguntas. Quem questionar é “ignorante” – o que coloca o infeliz, possivelmente, a um centímetro de ser acusado de “golpista”, “direitista”, “fascista” “bolsonarista” e sabe-se lá quantos outros pecados mortais.



Lula não tem “agenda positiva” e só mostrou até agora o que vai destruirLula não tem “agenda positiva” e só mostrou até agora o que vai destruir

Lula já disse que os empresários brasileiros não trabalham; quem trabalha, e os deixa ricos, são os trabalhadores de suas empresas. O agronegócio tem muita gente “fascista”. As Forças Armadas não merecem mais “confiança”. O mercado financeiro não gosta dos “pobres” e age “contra o país”. Quem se manifesta contra o governo na rua é “terrorista”. Quem fala nas redes sociais é agente da “desinformação”. Em apenas 30 dias de governo, já há um belo gasoduto para o cidadão pagar – e nenhuma possibilidade de salvação fora de Lula. Ele é a luz, a verdade e a vida. Você entra com a parte em dinheiro.

Alexandre de Moraes acelera decisão sobre cassação dos mandatos de 11 deputados eleitos

  Um grupo de advogados do chamado Grupo Prerrogativas, que se notabiliza pela defesa de causas lulopetistas, entre eles o conhecido advogado Kakay, pediu que o ministro Alexandre de Moraes casse os mandatos de 11 deputados de oposição. Moraes prontamente mandou ouvir o MPF e concedeu-lhe 24 horas para se manifestar.

CLIQUE AQUI o despacho do ministro, muito parecido com uma peça acusatória, o que já dá uma ideia do tamanho da decisão que ele poderá tomar.

Os advogados de corte ideológico de esquerda dizem que os deputados estão envolvidos no 8 de Janeiro.

Os deputados que Alexandre Moraes poderá casar são estes: Nikolas Ferreira (PL-MG); Sargento Rodrigues (PL-MG); Rodolfo Nogueira (PL-MS); Marcos Pollon (PL-MS); João Henrique Catan (PL-MS); Dr. Luiz Ovando (PP-MS); Carlos Jordy (PL-RJ); André Fernandes (PL-CE); Silvia Waiãpi (PL-AP); Wallber Virgolino (PL-PB); e Rafael Tavares (PRTB-MS).

Lula enta enrolar governadores estaduais, mas Eduardo Leite reclama

 Lula da Silva acenou como compensação, tocar 3 obras para o Estado, mas os governadores já estão escaldados com isto. Dilma prometeu as obras da Copa e até hoje Estados e municípios não conseguiram completar todas elas.

Eduardo Leite, um dos que falou na reunião, não foi atrás da conversa fiada de Lula e exigiu dinheiro.

O governador Eduardo Leite e seus colegas dos 25 Estados do Distrito Federal, voltaram de mãos abanando da reunião que tiveram com Lula da Silva, já que não foram atendidos na demanda principal que é a recuperação perda de arrecadação dos estados com a redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo estadual que incide sobre combustíveis e outros serviços essenciais. No ano passado, foram aprovadas duas leis complementares que alteraram a sistemática de cobrança do ICMS sobre combustíveis e estabeleceram um teto para o imposto, levando à “queda brutal na receita dos nossos estados".

A estimativa é que, somente em 2022, após a entrada em vigor das legislações, as perdas de arrecadação nos cofres dos estados ultrapassaram R$ 33,5 bilhões.Os governadors também querem recuperar as alíquotas antigas.