Bolsonaro vence em 97% das cidades mais ricas e Haddad em 98% das pobres


Entre os mil municípios com os maiores IDHs do País, Bolsonaro venceu em 967, enquanto Haddad conquistou 33. Já nas mil cidades menos desenvolvidas, Haddad ganhou em 975 e Bolsonaro em 
  
Texto: Luiz Fernando Toledo e Cecília do Lago / Dados: Vinicius Sueiro / Infografia: Bruno Ponceano

Apesar de ter perdido a eleição, o candidato petista Fernando Haddad teve mais votos na maioria dos municípios brasileiros. O petista ganhou em 2.810 cidades, ante 2.760 de Bolsonaro. Ainda assim, a diferença de votos entre eles foi de 10,7 milhões.

Os dados levantados pela reportagem mostram ainda que, quanto menor o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município, maior foi a votação em Haddad – e quanto maior, mais votos para Bolsonaro. O indicador mede a qualidade de vida da população com métricas de acesso à educação, longevidade e renda.

Em São Caetano do Sul (SP), cidade com maior IDH do País, o militar da reserva venceu com 75,1% dos votos. Já o pequeno município de Melgaço (PA), com menos de 10 mil habitantes e o menor IDH do País, deu vitória a Haddad por 75,6% dos votos.

A correlação é semelhante à estabelecida a partir das eleições presidenciais de 2006, quando o candidato petista era Lula e o antipetista era Geraldo Alckmin, do PSDB. A onda Bolsonaro praticamente substituiu o protagonismo do PSDB. Alckmin teve votação abaixo do esperado, mesmo no principal reduto do partido, o Estado de São Paulo.

A cidade de Nova Pádua, no Rio Grande do Sul, deu a maior vitória de Bolsonaro – 93% de seus 1.904 habitantes o escolheram como novo presidente. Guaribas, no Piauí, deu 98% de seus 2.938 votos a Haddad.

DESEQUILÍBRIO
Haddad conquistou mais municípios, porém com menos eleitores
Apesar de ter conquistado maioria em menos municípios, Bolsonaro foi vitorioso em cidades muito mais populosas do que Haddad – como São Paulo, por exemplo, que tem o maior eleitorado no País. Em votos válidos, a diferença de Bolsonaro para Haddad foi de 10,7 milhões de votos.

Os resultados do segundo turno mostram que o presidente eleito venceu em menos cidades do Nordeste – no primeiro turno ele teve mais votos em 38 de 1.377 municípios da região e no segundo, em 23. Haddad foi o que mais teve votos na região – ele venceu em todos os nove Estados nordestinos. Mas o militar da reserva teve vitória com larga diferença em Estados como São Paulo, Acre e Santa Catarina.

Em São Paulo, Bolsonaro conseguiu vencer com folga – teve 67,97% dos votos, ganhando na grande maioria dos municípios. O governador eleito no Estado, João Doria (PSDB), deixou de lado a figura do presidente de seu partido Geraldo Alckmin, que não decolou na eleição presidencial, e colou no nome do militar da reserva para se alavancar com pedidos de voto “Bolsodoria”. Ele e Márcio França (PSB) vinham polarizando fortemente desde que o socialista ultrapassou Paulo Skaf (MDB) e conseguiu ir ao segundo turno. Doria venceu com 10,9 milhões (51,75%) de votos válidos.

Nos três Estados do Sul, a vitória de Bolsonaro foi ainda mais expressiva. No Rio Grande do Sul, ele teve 63,24% dos votos válidos, ante 36,76% de Haddad. No Paraná, Bolsonaro ficou com 68,43% dos válidos, ante 31,57% de Haddad. Mas o Estado que mais deu votos para o presidente eleito na região foi Santa Catarina, com 75,92% dos válidos, contra 24,08% de Fernando Haddad.

Mudança. Alguns municípios mudaram de lado entre um turno e outro. Bolsonaro conseguiu converter 25 municípios de Fernando Haddad, seis deles em São Paulo, mas a resposta do petista foi maior. Haddad “virou” a disputa em 120 municípios onde o capitão reformado tinha sido o vencedor no primeiro turno, sendo que 41 deles estão em Minas Gerais, 19 em Goiás e 17 no Rio Grande do Sul.

Além disso, Haddad herdou a vitória em todos os 103 municípios em que Ciro Gomes (PDT) tinha obtido maior parte dos votos, todos na região Nordeste do País. No Estado do Ceará, que é reduto político de Ciro, o petista teve um de seus melhores desempenhos no Brasil e ficou com 71% dos votos válidos.

Essa transferência de votos de Ciro para Haddad já era prevista na série de pesquisas Estado/Ibope/TV Globo divulgadas durante o segundo turno, a partir do dia 15 de outubro, mesmo com o pedetista não declarando apoio formal a Haddad. O ex-governador do Ceará teve 13,3 milhões de votos no primeiro turno (12,47%) e ficou em terceiro lugar na disputa

O fenômeno Bolsonaro


O fenômeno Bolsonaro

Outro dia assisti a um documentário na Netflix sobre a Guerra do Vietnã. Realmente impressionante!
Entre 1965 e 1975, período de maior engajamento norte-americano no conflito, morreram 58 mil solados americanos. Ou seja, 5.800 mortos por ano em média. Este morticínio levou a sociedade americana a um total repúdio à guerra, com grandes manifestações por todo país. Foi um trauma que os norte-americanos nunca esqueceram e, até hoje, tem dificuldade de tocar no assunto.
Isso me levou a fazer uma comparação com o Brasil. Por aqui, morrem 63 mil pessoas assassinadas por ano e o governo não dá a menor importância. Ou seja, enquanto nos EUA seis mil mortos por ano é considerado uma taxa inaceitável, por aqui, dez vezes mais não causa nenhum assombro no governo ou na mídia. A mídia só se manifesta quando morre alguém importante (um médico famoso, por exemplo) ou com a qual tenha afinidade ideológica, como foi o caso de Marielle Franco. Se o “Zé das Couves” foi assassinado no subúrbio e deixou sua família desamparada, ninguém em absoluto dá a menor atenção. Mas imaginar que essa opressão não provoque profunda indignação na sociedade, tal como ocorreu nos EUA, demonstra apenas falta de sensibilidade política.
Vamos imaginar que desses 63 mil mortos, a metade seja constituída por criminosos pelos quais ninguém vai derramar uma lágrima. Restam os outros 31.500 cidadãos de bem, muitos deles policiais, que foram assassinados por motivos fúteis, tais como um celular, uma mochila ou uma bicicleta. Ainda assim é uma taxa anual seis vezes maior que a cobrada pela Guerra do Vietnã. A sociedade brasileira está profundamente marcada por essa violência criminosa. Não há uma família sequer que não tenha sido atingida pela mão do crime. Traficantes e milicianos dominam comunidades inteiras criando áreas de exclusão onde a polícia não pode entrar. Se antes era uma característica das grandes cidades, hoje o crime campeia livremente no interior e a população mora entre muros, cercada por grades e com medo de andar nas ruas.
O que fizeram os governos proto-socialistas desde FHC até hoje para enfrentar essa calamidade? A solução milagrosa tirada do fundo da cartola por FHC e entusiasticamente defendida por Lula e seus seguidores foi o desarmamento civil, medida esta que se provou contraproducente em todos os países onde foi anteriormente adotada.
Mas nossos governantes foram além no descaso com a sociedade. No referendo de outubro de 1985 o povo teve a chance de manifestar sua desaprovação em relação ao desarmamento civil e, mesmo assim, o recado foi ignorado pelo governo. Outras medidas totalmente absurdas, tais como redução de penas, indulto natalino, saída no dia das mães, bolsa presidiário, audiência de custódia, etc. provocaram profunda indignação na população. A sensação geral é de que o crime compensa.
Agravando esse quadro, intelectuais identificados com o governo proclamam que o Brasil prende demais e que prisão não é solução. Os grupos de Direitos Humanos mostram-se muito preocupados com a integridade dos presidiários, mas não demonstram nenhuma compaixão para com as vítimas e seus familiares. No campo, milícias invadem e destroem propriedades e empresas e só podem ser retirados por ordem judicial de reintegração de posse. O Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado por Collor em 1990, criou uma categoria de intocáveis, cuja ficha criminal é apagada ao completar 18 anos de idade, independentemente do que tenham feito antes.
Nesse cenário de completo descalabro e anomia, surge um político que proclama o óbvio: que bandido não é cidadão; que as penas devem ser cumpridas até o fim; que o Estatuto do Desarmamento deve ser revisto; que menor de idade não é irresponsável; que aluno deve respeitar professor; que invasores devem ser expulsos pela polícia; que prisão é bom porque tira o criminoso da sociedade e que qualquer um tem o direito de defender sua vida, de seus familiares e sua propriedade – inclusive com o recurso a armas de fogo. É o típico “óbvio ululante” de que falava Nelson Rodrigues: estava diante dos olhos e ninguém via.
Bolsonaro não é um fenômeno. Se há algo de fenomenal no Brasil é a insensibilidade e a incompetência de nossa classe política.

Leonardo Arruda

Artigo, Marcelo Aiquel - O resultado das eleições

        Finalmente, terminou a campanha eleitoral! Uma campanha marcada pelas mentiras e baixarias patrocinadas – como sempre – pelos “desesperados” PT; PSOL e PCdoB.
         Escrevo novamente (desta vez me despedindo definitivamente. Sim, este deverá ser meu último artigo sobre política) para dizer que – independente do que gostariam alguns – o capitão Bolsonaro venceu. Apesar da tentativa de fraude! E houve!
         E acrescentar que o sucesso dele (Bolsonaro) deveu-se, em grande parte, á soberba e a arrogância dos militantes defensores do Luladrão, condenado sem gópi e com provas, sim. Muitas, por sinal.
         Ah, também por causa da cegueira hipócrita e seletiva dos seus admiradores, que não cansaram – ao longo da campanha eleitoral – de argumentar (ou tentar) com teses pra lá de duvidosas e um palavreado “chulo” (não é mesmo, Doutor Sílvio, de Santos/SP? Mais um “raivoso” adorador dos políticos ladrões) ofendendo graciosamente todos os seus opositores.
         Como as boas lições raramente são aprendidas (é absolutamente necessário ser humilde e inteligente para tal) sei que dizendo isso estou “batendo em ponta de faca”... Ops, faca não! Isto é especialidade do “desempregado abonado”, e agora “doente mental”, do assassino confesso Adélio. Evidentemente, do PSOL, outro membro da ORCRIM!
         Concluindo: Como as boas lições raramente são aprendidas, continuem (os fanáticos e os dependentes) a saudar um psicopata bêbado e comprovadamente ladrão, enquanto o Brasil caminhará para a frente.
         Agradeço a todos, recomendando apenas: andem na linha e na ordem que nada de mal lhes acontecerá. Afinal, as leis são para todos! Dura lex, sed lex...

        Saudações e até qualquer dia.