Dia 3 tem evento da Abracom, Porto Alegre, sobre mercado de comunicação corporativa

Agências de comunicação corporativa gaúchas têm encontro marcado para discutir o mercado e as tendências para o setor. No dia 3 de outubro, será realizado o workshop “Como desenvolver novos negócios e diversificar o portfólio de agências”, que vai indicar alternativas de posicionamento de mercado, tratar do impacto das mídias digitais, falar sobre o desenvolvimento de novos produtos e a importância da capacitação dos profissionais de comunicação.           

O evento é destinado aos proprietários e principais executivos de agências, principalmente os profissionais ligados ao desenvolvimento, estratégia de negócios e estruturação da carteira de produtos e serviços.

O workshop será comandado por Daniel Bruin, diretor de capacitação da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom). Bruin é formado em jornalismo, atuou como gerente de comunicação em multinacionais e atualmente é sócio da XCom, agência de comunicação corporativa com sede em São Paulo. 

Serviço  Data: 3 de outubro Horário: das 8h às 13h Local: FGV Decision – auditório  Endereço: Av. Praia de Belas, 1510 – Praia de Belas Evento gratuito para até 2 participantes por agência associada (R$ 90,00 a partir da terceira inscrição). Encontro aberto a não-associados (R$ 250,00 por pessoa). Informações: eventos@abracom.org.br ou (11) 3079-6839

Mais informações

Irene Ruberti (coordenadora Abracom) irene@abracom.org.br


Karina Santos (analista de eventos Abracom) karina@abracom.org.br


Artigo, Luís Milman - A hegemonia cultural esquerdista

A consequência de décadas desta hegemonia esquerdista é aquilo que chamo de espiral da mediocridade.
O ambiente universitário brasileiro, a exemplo do jornalístico, é um terreno no qual sempre proliferou a mentalidade esquerdista. O Partido dos Trabalhadores, desde os anos 80, é o preferido de professores e alunos, que ostentam sua militância abertamente e com orgulho. Na medida em que o PT foi se tornando um partido de governo, partidos de esquerda mais à margem do poder, como o PC do B, o PSTU e o PSOL, passaram a dividir com os petistas a liderança do movimento estudantil, enquanto os sindicatos docentes, especialmente das universidades públicas, continuaram a ser dominados por petistas. O PT substituiu o antigo PCB, o Partidão – do qual, em muitos aspectos, é um esbirro- na preferência da intelligentsia universitária. Assim, não é novidade que sempre tenha havido, por parte deste setor, uma adesão confessional aos padrões de pensamento e organização marxistas.
Para todos os efeitos, estar vinculado ao PT ou, em segundo plano, aos demais partidos da esquerda, aberta ou informalmente, significa, ainda hoje, possuir uma carta de recomendação ideológica, sem a qual é muito difícil abrir as portas para a participação em grupos que dominam a política e movem a burocracia universitária. Disto decorre implantar uma agenda da qual fazem parte a conhecida ideologia de gênero e a propaganda do gaysismo, o aquecimeto global, a defesa do desarmamento da população e a manuntenção da idade de 18 anos para que alguém possa ser responsabilizado penalmente por qualquer tipo de crime. A credencial esquerdista é responsável pela ocupação de cargos diretivos na Universidade e pela consequente ascensão na carreira docente, sem falar na participação assídua em congressos nacionais e internacionais e, principalmente, nas agências estatais de fomento à pesquisa, que controlam a distribuição de bolsas de estudo para alunos e verbas polpudas para professores . Para aqueles que não se ajustam ao perfil ideológico dominante, que são independentes ou não-alinhados ao ideário hegemônico, resta resignarem-se com um autêntico exercício de sobrevivência profissional, em um contexto que, não raras vezes, torna-se, até mesmo, hostil.
A contraface deste esquerdismo que sequestrou a Universidade brasileira é a inexistência de setores articulados mais identificados com referências teóricas de direita. Entenda-se por direita, aqui, não o espantalho reacionário que os petistas, ou a esquerda brasileira como um todo, fabricou para justificar sua doutrinação. A direita que importa é aquela dos conservadores e liberais, que defende os valores da democracia republicana, da economia de mercado, da tradição e costumes judaico-cristãos e da liberdade individual. Esta está praticamente extinta na Universidade, muito por culpa de sua própria falta de combatividade e de sua aceitação pacífica do expurgo ideológico a que foi submetida pela esquerda.
Externamente, apenas para fins de propaganda, os esquerdistas que dominam os campi sustentam que são democratas e que há, na universidade, um fluxo de pensamento livre. Não há. Este fluxo é condicionado pela aceitação, por parte da maioria esmagadora de professores e estudantes, de modo tácito ou explícito, da mentalidade revolucionária marxista ou paramarxista e de sua superioridade moral. Um professor, na área de Humanidades, por exemplo, tem muita dificuldade operacional para expor as ideias políticas de Hume, Burke ou Toqueville, ou a crítica ao socialismo de Mises e Hayeck, num ambiente no qual Marx , Gramsci, Adorno e Dvorkin são praticamente vistos como sublimes.
São imperceptíveis, na Universidade brasileira, os registros do debate e da abertura intelectual. Em seu lugar, há um compadrio doutrinário e a consequência de décadas desta hegemonia esquerdista é aquilo que chamo de espiral da mediocridade. Nas salas de aula e nos encontros de pesquisadores repetem-se à exaustão as fórmulas surradas de pensadores marxistas. Há muito espaço, também, para anarcomarxistas, como Foucault, ou para pós-modernistas como Derrida, além de uma penca de autores de expressão menor que seguem estas linhas. Tudo produzido de maneira repetitiva para consumo da clientela acadêmica. Não há diferença entre formação e doutrinação . A reflexão dá lugar ao automatismo e os modos de expressão, na mesma medida em que a capacidade crítica é substituída por uma adesão do sujeito a uma dogmática já existente, limitam-se a propagar e a produzir cópias caricatas dos modelos que habitam o Olimpo das ideias revolucionárias e desconstrutivistas.
É a este quadro, em linhas gerais, que está reduzida a intelectualidade na Universidade brasileira. É de se reconhecer, no entanto, que está surgindo, devido à degradação política do PT, uma demanda por mais inteligência na sociedade. Esta demanda reflete-se no meio acadêmico, onde a situação confortável da esquerda passou a sofrer alguma contestação, mesmo que ainda incipiente. Uma das defesas do esquerdismo, digamos, corporativo da Universidade, é fazer com que suas práticas e hábitos permaneçam opacas para essa mesma sociedade que a sustenta. A vida intelectual e a burocracia universitárias ainda constituem uma caixa-preta para o cidadão comum. É preciso urgentemente devassá-la.

Luis Milman é professor de filosofia e jornalista.

Dora Kramer - Mais alto é o tombo

Na chefia, se preso, Lula não teria a quem delatar para fazer jus a prêmio

Os fatos e os atos decorrentes deles mostram que está absolutamente caduco o uso do condicional em relação à alegada candidatura de Lula da Silva à Presidência em 2018, uma vez que resta demonstrada a impossibilidade real da volta dele à chefia da nação que seu partido saqueou e deixou que aliados saqueassem.

Nenhuma das costumeiras condicionantes (caso não seja ficha-suja, não esteja preso e ainda lidere as pesquisas de opinião quando estas refletirem de fato intenção de voto e não mais a exposição midiática do personagem) vale coisa alguma diante da seguinte realidade: o cavalo já não passará mais selado diante de um Lula que perdeu densidade, credibilidade, popularidade, capacidade de atrair aliados.
Perdeu principalmente a condição de mobilizar recursos desde que a Lava-Jato começou a lhe retirar oxigênio político e cortar os dutos financeiros do PT.

O processo tem sido lento, mas constante. No ano passado, a condução coercitiva provocou comoção, e o organograma do Ministério Público desenhando sua posição de chefe do esquema corrupto de sustentação de poder virou motivo de chacota. Já o primeiro depoimento a Sergio Moro movimentou bem menos emoções, e o segundo, no último dia 13, exibiu um homem ciente de seu destino: nervoso, arrogante, insolente e desrespeitoso. Provocou, sem sucesso, o juiz como quem dissesse:
perdido por um, perdido por mil, na tentativa de colher de Sergio Moro reação que pudesse ser apontada como “prova” de que é alvo de ódio e, portanto, de perseguição, insidiosa parcialidade.

Se nada mais fornecesse mostras da trajetória de ilicitudes percorrida pelo PT, duas evidências produzidas pelo próprio partido serviriam de perfeita ilustração. A primeira, a pindaíba em que anda o partido, desprovido de recursos lícitos e impossibilitado de se utilizar de ilícitos eventualmente ainda ocultos devido ao olho vivo da polícia e do Ministério Público, aos processos, bloqueio de contas e prisões.

O segundo destaque é a decisão do PT de expulsar Antonio Palocci em razão das acusações feitas a Lula, enquanto não viu nada de mais no fato de o ex-ministro estar preso há um ano e desde junho condenado a doze anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Astucioso dissimulado (inteligente, não necessariamente esperto, ao contrário de Lula), Palocci fez um relato em que figura como homem correto, sempre atento aos ditames da lei.


No depoimento a Moro, ele estava no direito de não produzir provas nem indícios contra si. Situação diferente dar-se-á quando, e se, sua delação premiada vier a ser aceita pelo MP e homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Nessa ocasião, caso venha a ocorrer, o ato de assumir os crimes para revelar como os cometeu em parceria ou sob as ordens do(s) parceiro(s) é parte indispensável do processo de tentar a obtenção de benefícios. Aí ficará mais difícil, para não dizer impossível, Lula da Silva escapar do destino que construiu. Com a desvantagem de, na condição de ocupante do topo da cadeia alimentar da corrupção, não contar com a possibilidade da delação para fazer jus a benefícios.