Por Amanda Prestigiacomo, DailyWire.com
Os coronavírus devem seu nome à coroa como projeções visíveis ao microscópio que circundam o capsídeo. Os coronavírus são responsáveis por doenças respiratórias e gastrite. O vírus responsável por Sars pertence a esta família. (Foto By BSIP / UIG Via Getty Images)
O epidemiologista Neil Ferguson, que criou o célebre modelo de coronavírus do Imperial College London, citado por organizações como o The New York Times e tem sido fundamental para a tomada de decisões em políticas governamentais, ofereceu uma projeção massivamente rebaixada do possível número de mortes na quarta-feira.
O modelo de Ferguson projetou 2,2 milhões de pessoas mortas nos Estados Unidos e 500.000 no Reino Unido a partir do COVID-19, se nenhuma ação fosse tomada para retardar o vírus e diminuir sua curva. O modelo previa muito menos mortes se medidas de bloqueio - medidas como as tomadas pelos governos britânico e americano - fossem tomadas.
Após apenas um dia de bloqueios ordenados no Reino Unido, Ferguson está apresentando estimativas drasticamente rebaixadas, creditando medidas de bloqueio, mas também revelando que muito mais pessoas provavelmente têm o vírus do que sua equipe imaginava.
Ferguson explicou : “Devo admitir que sempre fomos sensíveis na análise na modelagem a uma variedade de níveis ou valores a essas quantidades. No entanto, o que temos visto na Europa nas últimas duas semanas é uma taxa de crescimento da epidemia mais rápida do que esperávamos dos dados iniciais da China. E assim estamos revisando nossas citações, nossa melhor estimativa central da reprodução ... algo da ordem de três ou um pouco acima, em vez de cerca de 2,5 ”. Ele acrescentou que "os valores atuais ainda estão dentro da ampla gama de valores que os grupos de modelagem [ininteligíveis] deveríamos ter analisado anteriormente".
Uma taxa de transmissão mais alta do que o esperado significa que mais pessoas têm o vírus do que o esperado anteriormente; quando o número de pacientes com coronavírus é dividido pelo número de óbitos, a taxa de mortalidade pela doença diminui.
Com base nessas estimativas revisadas e nas medidas de bloqueio adotadas pelo governo britânico, prevê o epidemiologista, os hospitais estarão bem em receber pacientes com COVID-19 e estima que 20.000 ou menos pessoas morrerão pelo próprio vírus ou pela agitação de outras pessoas. doenças, conforme relatado pela New Scientist Wednesday.
A mudança de tom de Ferguson ocorre dias depois que o epidemiologista de Oxford Sunetra Gupta criticou o modelo do professor.
"Estou surpreso que tenha havido uma aceitação tão qualificada do modelo imperial" , disse Gupta , de acordo com o Financial Times.
O professor Gupta liderou uma equipe de pesquisadores em Oxford em um estudo de modelagem que sugere que o vírus está se espalhando invisivelmente há pelo menos um mês antes do que se suspeitava, concluindo que cerca de metade das pessoas no Reino Unido já foram infectadas pelo COVID -19.
Se o modelo dela for preciso, menos de um em cada mil infectados pelo COVID-19 ficará doente o suficiente para precisar de hospitalização, deixando a grande maioria com casos leves ou sem sintomas.
Ferguson continuou a argumentar que o modelo de Oxford é otimista demais em relação às taxas de mortalidade.
Correção: O título original deste artigo sugeriu incorretamente que Neil Ferguson declarou que seu modelo inicial estava errado. O artigo foi revisado para deixar claro que ele forneceu uma projeção rebaixada, dados os novos dados e as atuais etapas de mitigação.
Entrevista, Cristino Kalkmann - Haverá aumento vertiginoso dos pedidos de recuperações judiciais nos próximos 90 dias
ENTREVISTA
Cristiano Kalkmann, sócio da Rebuild, onsultoria que atua na área jurídica, econômica e de reestruturação de empresas com sede em Porto Alegre.
Como ficarão as empresas que sobreviverem ao vírus chinês ?
Empresas serão obrigadas a passar por forte reestruturação devido ao colapso gerado pelo coronavírus
O que poderão fazer para evitar que também quebrem ?
Aumento vertiginoso de pedidos de recuperação judicial, não pagamentos de impostos e fornecedores, além de demissões e até acesso a fundos. Esse é o cenário para os próximos 90 dias.
Quem mais vai sofrer ?
Empresas e indústrias que não atuam no fornecimento de itens de primeira necessidade serão os primeiros a sofrer. Kalkmann cita, por exemplo, setores como estruturas metálicas, colchões, automotivo e peças, eletromecânica, móveis, construção e turismo.
Isto começa já ou depois da crise ?
Tentando projetar um cenário, imagine que, de uma semana para outra, simplesmente, os pedidos parem. Se uma indústria, por exemplo, ficar paralisada por 20 dias que seja, já basta para a operação ser completamente comprometida. E é o que seguramente ocorrerá. Já está ocorrendo, na verdade.
Como andam os pedidos de recuperação judicial ?
O número de pedidos de recuperação judicial de empresas gaúchas subiu de 15, em janeiro de 2019, para 23 em janeiro de 2020, segundo levantamento da Serasa Experian. Em todo o Brasil, foram 94 pedidos feitos no primeiro mês deste ano, contra 95 realizados em janeiro do ano passado.
Esta crise sanitária ocorre num momento em que a economia já não andava bem.
O desempenho da economia já não vinha bem há cerca de dois anos e muitas empresas já estão operando no limite, sem caixa, sem gordura para queimar.
Cristiano Kalkmann, sócio da Rebuild, onsultoria que atua na área jurídica, econômica e de reestruturação de empresas com sede em Porto Alegre.
Como ficarão as empresas que sobreviverem ao vírus chinês ?
Empresas serão obrigadas a passar por forte reestruturação devido ao colapso gerado pelo coronavírus
O que poderão fazer para evitar que também quebrem ?
Aumento vertiginoso de pedidos de recuperação judicial, não pagamentos de impostos e fornecedores, além de demissões e até acesso a fundos. Esse é o cenário para os próximos 90 dias.
Quem mais vai sofrer ?
Empresas e indústrias que não atuam no fornecimento de itens de primeira necessidade serão os primeiros a sofrer. Kalkmann cita, por exemplo, setores como estruturas metálicas, colchões, automotivo e peças, eletromecânica, móveis, construção e turismo.
Isto começa já ou depois da crise ?
Tentando projetar um cenário, imagine que, de uma semana para outra, simplesmente, os pedidos parem. Se uma indústria, por exemplo, ficar paralisada por 20 dias que seja, já basta para a operação ser completamente comprometida. E é o que seguramente ocorrerá. Já está ocorrendo, na verdade.
Como andam os pedidos de recuperação judicial ?
O número de pedidos de recuperação judicial de empresas gaúchas subiu de 15, em janeiro de 2019, para 23 em janeiro de 2020, segundo levantamento da Serasa Experian. Em todo o Brasil, foram 94 pedidos feitos no primeiro mês deste ano, contra 95 realizados em janeiro do ano passado.
Esta crise sanitária ocorre num momento em que a economia já não andava bem.
O desempenho da economia já não vinha bem há cerca de dois anos e muitas empresas já estão operando no limite, sem caixa, sem gordura para queimar.
Ações globais para mitigar os efeitos econômicos do coronavírus
- Esta análise é dos economistas do Bradesco e foram entregues, hoje, ao editor.
o Restrições cada vez mais amplas sobre o movimento da população para conter a transmissão do Covid-19 têm sido acompanhadas por medidas econômicas para mitigar o dano sobre o balanço das famílias e empresas. Em todo o mundo, vemos ações de isolamento social para conter a velocidade de transmissão da doença e, com isso, preservar a capacidade de atendimento dos sistemas de saúde. No entanto, o efeito dessa ação será uma espécie de “hibernação” da atividade econômica de duração incerta, e caberá à política econômica o papel de evitar que essa fase se torne uma depressão, ou mesmo contamine a economia real a ponto de inviabilizar uma normalização relativamente rápida da atividade econômica depois que a crise de saúde pública estiver controlada.
o A China foi o primeiro país a ser afetado pelo Covid-19 e o shutdown das províncias mais severamente afetadas – antes que o surto se espalhasse por todo o país – estabeleceu um roteiro sugestivo, que tem sido utilizado nos demais países. A transmissão local da doença na China arrefeceu e os primeiros sinais de retorno à normalidade começam a aparecer. Entretanto, como o grau de imunidade populacional ainda é baixo, o risco de um segundo surto ainda é elevado e, recentemente, novas medidas de restrição têm sido impostas na Ásia e em Wuhan, epicentro da doença na China, justamente para mitigar esse risco. Diante de novos casos, o governo chinês optou por estender as medidas restritivas a Wuhan até dia 8 de abril (inicialmente seriam afrouxadas em 25 de março). Ainda assim, caso o processo de normalização siga seu curso, é provável que a demanda chinesa – a ser estimulada por ações governamentais – poderá ter um papel importante no processo de recuperação da economia mundial, mesmo que insuficiente. As projeções para a economia dos Estados Unidos no segundo trimestre têm convergido para uma contração de duplo dígito e a queda do PIB da Área do Euro não deve ficar longe disso – mesmo considerando que as redes de proteção social europeia talvez ajudem a amortecer os efeitos secundários do choque econômico.
o Como na crise de 2008, os bancos centrais estão na linha de frente, buscando evitar disfuncionalidades nos mercados financeiros. O risco a ser controlado é evitar que a demanda por liquidez dos agentes econômicos – em reação ao choque de confiança e à incerteza – cause convulsões nos mercados, minando as cadeias de pagamentos. Além disso, em uma crise de grandes proporções, as decisões das empresas para preservar o caixa podem não só reforçar o processo recessivo, mas até mesmo criar obstáculos para a recuperação delas próprias depois que o surto do Covid-19 for controlado. O papel da política econômica nessas horas é de conter o efeito agregado das decisões individuais e dar condições para que os empresários continuem levando o cenário de médio e longo prazo em consideração em suas decisões.
o Os bancos centrais têm agido mais rápido do que em 2008/2009. Em parte, porque puderam reaproveitar mecanismos e programas desenvolvidos ao longo de vários anos após a crise de 2008 para lidar com o cenário inédito de risco de deflação em um ambiente de juros próximos a zero. Outra lição aprendida a partir de 2008, e posta em prática nos últimos dias, é a importância de se agir rapidamente e com firmeza. Na prática, os bancos centrais entraram no modo “faremos o que for necessário” nos primeiros dias da crise.
o Tal postura é desejável, pois ao contrário de crises anteriores, a natureza dessa crise é de ordem de saúde pública e não de gestão de negócios. Não há contingência possível para muitas empresas afetadas em seus negócios, com receitas e lucros cessantes. Em geral, parece haver mais disposição política global para que os governos ofereçam estímulos e, se necessário, resgatem empresas e famílias em dificuldade.
o Trata-se de um choque muito severo, mas que tende a ser temporário, mesmo que se prove mais longo do que imaginado inicialmente. E, nesse caso, cabe à política econômica e ao crédito (público e privado) suavizarem o ciclo econômico para se evitar uma depressão. Os bancos centrais têm os instrumentos e mostram disposição para mitigar os riscos associados ao empoçamento de liquidez. No entanto, a crise também tem um impacto sobre o balanço das empresas e das famílias. Para muitos setores, parte importante dos prejuízos com a perda de vendas (e no caso das famílias, de renda) não será reposta quando a crise sanitária ficar para trás – especialmente no setor de serviços. Caso isso dificulte a recuperação pós crise e gere uma perda permanente de bem-estar da sociedade, faz sentido que ao menos parte dessas perdas sejam absorvidas pelo governo. Esse é o papel da política econômica em situações como essas. Além disso, as políticas a serem implementadas precisam ser transitórias para que não haja deterioração fiscal permanente em nenhum lugar. Se bem desenhadas, seu efeito final sobre a dinâmica da dívida pública dos países pode ser neutro ou apenas marginalmente negativo.
o O objetivo tem que ser evitar um cenário de quebras em série na economia que inviabilizariam a própria recuperação. Não é um argumento para que o governo assuma os riscos privados de um negócio, mas justificável nesse momento, em que se “ganha” tempo contra a doença, para evitar que a paralisação temporária gere perdas permanentes. Um exemplo disso foi o anúncio de que ao mesmo tempo em que estava ordenando o fechamento de negócios não essenciais, o governo britânico se comprometeu a pagar parte da folha de salário das empresas enquanto as medidas de distanciamento social permanecessem em vigor. Todo esse debate evolui enquanto falamos e as quarentenas aplicadas em vários países visam também “ganhar” tempo para que essas decisões sejam tomadas.
o Não se sabe por quanto tempo a economia mundial ficará em “hibernação”, apenas que a crise tende a ser temporária se for bem administrada. Cabe à política econômica reduzir o impacto desse
o Restrições cada vez mais amplas sobre o movimento da população para conter a transmissão do Covid-19 têm sido acompanhadas por medidas econômicas para mitigar o dano sobre o balanço das famílias e empresas. Em todo o mundo, vemos ações de isolamento social para conter a velocidade de transmissão da doença e, com isso, preservar a capacidade de atendimento dos sistemas de saúde. No entanto, o efeito dessa ação será uma espécie de “hibernação” da atividade econômica de duração incerta, e caberá à política econômica o papel de evitar que essa fase se torne uma depressão, ou mesmo contamine a economia real a ponto de inviabilizar uma normalização relativamente rápida da atividade econômica depois que a crise de saúde pública estiver controlada.
o A China foi o primeiro país a ser afetado pelo Covid-19 e o shutdown das províncias mais severamente afetadas – antes que o surto se espalhasse por todo o país – estabeleceu um roteiro sugestivo, que tem sido utilizado nos demais países. A transmissão local da doença na China arrefeceu e os primeiros sinais de retorno à normalidade começam a aparecer. Entretanto, como o grau de imunidade populacional ainda é baixo, o risco de um segundo surto ainda é elevado e, recentemente, novas medidas de restrição têm sido impostas na Ásia e em Wuhan, epicentro da doença na China, justamente para mitigar esse risco. Diante de novos casos, o governo chinês optou por estender as medidas restritivas a Wuhan até dia 8 de abril (inicialmente seriam afrouxadas em 25 de março). Ainda assim, caso o processo de normalização siga seu curso, é provável que a demanda chinesa – a ser estimulada por ações governamentais – poderá ter um papel importante no processo de recuperação da economia mundial, mesmo que insuficiente. As projeções para a economia dos Estados Unidos no segundo trimestre têm convergido para uma contração de duplo dígito e a queda do PIB da Área do Euro não deve ficar longe disso – mesmo considerando que as redes de proteção social europeia talvez ajudem a amortecer os efeitos secundários do choque econômico.
o Como na crise de 2008, os bancos centrais estão na linha de frente, buscando evitar disfuncionalidades nos mercados financeiros. O risco a ser controlado é evitar que a demanda por liquidez dos agentes econômicos – em reação ao choque de confiança e à incerteza – cause convulsões nos mercados, minando as cadeias de pagamentos. Além disso, em uma crise de grandes proporções, as decisões das empresas para preservar o caixa podem não só reforçar o processo recessivo, mas até mesmo criar obstáculos para a recuperação delas próprias depois que o surto do Covid-19 for controlado. O papel da política econômica nessas horas é de conter o efeito agregado das decisões individuais e dar condições para que os empresários continuem levando o cenário de médio e longo prazo em consideração em suas decisões.
o Os bancos centrais têm agido mais rápido do que em 2008/2009. Em parte, porque puderam reaproveitar mecanismos e programas desenvolvidos ao longo de vários anos após a crise de 2008 para lidar com o cenário inédito de risco de deflação em um ambiente de juros próximos a zero. Outra lição aprendida a partir de 2008, e posta em prática nos últimos dias, é a importância de se agir rapidamente e com firmeza. Na prática, os bancos centrais entraram no modo “faremos o que for necessário” nos primeiros dias da crise.
o Tal postura é desejável, pois ao contrário de crises anteriores, a natureza dessa crise é de ordem de saúde pública e não de gestão de negócios. Não há contingência possível para muitas empresas afetadas em seus negócios, com receitas e lucros cessantes. Em geral, parece haver mais disposição política global para que os governos ofereçam estímulos e, se necessário, resgatem empresas e famílias em dificuldade.
o Trata-se de um choque muito severo, mas que tende a ser temporário, mesmo que se prove mais longo do que imaginado inicialmente. E, nesse caso, cabe à política econômica e ao crédito (público e privado) suavizarem o ciclo econômico para se evitar uma depressão. Os bancos centrais têm os instrumentos e mostram disposição para mitigar os riscos associados ao empoçamento de liquidez. No entanto, a crise também tem um impacto sobre o balanço das empresas e das famílias. Para muitos setores, parte importante dos prejuízos com a perda de vendas (e no caso das famílias, de renda) não será reposta quando a crise sanitária ficar para trás – especialmente no setor de serviços. Caso isso dificulte a recuperação pós crise e gere uma perda permanente de bem-estar da sociedade, faz sentido que ao menos parte dessas perdas sejam absorvidas pelo governo. Esse é o papel da política econômica em situações como essas. Além disso, as políticas a serem implementadas precisam ser transitórias para que não haja deterioração fiscal permanente em nenhum lugar. Se bem desenhadas, seu efeito final sobre a dinâmica da dívida pública dos países pode ser neutro ou apenas marginalmente negativo.
o O objetivo tem que ser evitar um cenário de quebras em série na economia que inviabilizariam a própria recuperação. Não é um argumento para que o governo assuma os riscos privados de um negócio, mas justificável nesse momento, em que se “ganha” tempo contra a doença, para evitar que a paralisação temporária gere perdas permanentes. Um exemplo disso foi o anúncio de que ao mesmo tempo em que estava ordenando o fechamento de negócios não essenciais, o governo britânico se comprometeu a pagar parte da folha de salário das empresas enquanto as medidas de distanciamento social permanecessem em vigor. Todo esse debate evolui enquanto falamos e as quarentenas aplicadas em vários países visam também “ganhar” tempo para que essas decisões sejam tomadas.
o Não se sabe por quanto tempo a economia mundial ficará em “hibernação”, apenas que a crise tende a ser temporária se for bem administrada. Cabe à política econômica reduzir o impacto desse
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