- Silvio Lopes, jornalista, economista e palestrante.
Uma nação que se preze, é a tal que ofereça uma bem montada e diversificada estrutura econômica que permita à população experimentar a estimuladora mobilidade social.
Mobilidade social é, talvez, o maior instrumento de motivação humana dentro de uma
sociedade livre. Nos modelos totalitários, tanto o indivídual quanto o coletivo, o propósito de crescimento dos humanos- pessoal e profissional- fica subordinado (e até absorvido), aos interesses do aparelho estatal, suas ideologias e idiossincrasias. Platão já a isso se referia. Sim, ele mesmo.
Crescer no intelecto, se realizar como pessoa detentora de direitos como o livre pensar e se expressar, e agir conforme sua vontade, são prerrogativas e princípios impostergáveis e inegociáveis numa sociedade democrática e livre, verdadeiramente.
Pois bem. O Brasil, ao longo do tempo, promoveu justo o casamento entre uma virtude social desejável- a mobilidade- e um defeito perverso- a iniquidade. Nosso desafio é, portanto, eliminar o defeito sem, no entanto, comprometer a virtude.
Temos tudo, porém, capaz de nos auxiliar no sentido de desmontar essa
armadilha histórica que nos vem aprisionando desde sempre. O desafio é perseguir com firmeza e determinação ao expurgo dessas elites nefastas que nos escravizam e condenam ao subdesenvolvimento que origina injustiças no tecido social pelas ações iníquas que praticam.
A verdade é que nosso Brasil tem sido conduzido, há séculos, em suas várias instâncias ( política, empresarial e institucional em geral), por bandos de fanfarrões que, na condição de tiranos brutais, desperdiçam os recursos do Estado e mantém o país em situação de agitação e incertezas.
As ações antidemocráticas emanadas a partir da principal Corte jurídica do país, e imitadas por outras instituições antes respeitáveis, assemelham-se, sem tirar nem por, à tirania de imperadores como Augusto, Calígula e Nero, que levaram à ruína o poderoso império romano.
A luta é sem quartel( no sentido que o leitor quiser emprestar à expressão), e de todos nós. Vamos resistir. Nada nos irá deter.