Vendas do setor de máquinas tiveram queda de 2,9% no ano passado

         Os fabricantes de bens de capital mecânicos do País fecharam 2017 com uma receita líquida total de R$ 67,1 bilhões, num decréscimo de -2,9% na comparação com 2016. Apesar disso, houve redução gradativa das taxas de queda nas vendas em função do crescimento das exportações que voltaram a níveis mensais registrados em 2011 e 2012.
          O balanço foi divulgado hoje (31) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) durante coletiva de imprensa em São Paulo, transmitida online para as regionais da entidade.
          Em dezembro último, as vendas atingiram R$ 5,4 bilhões, num crescimento de 0,9% na comparação com novembro, também em função do aumento das exportações que tiveram expansão de 16,3% na mesma base de comparação.
           Segundo a ABIMAQ, a receita de dezembro, ligeiramente abaixo da observada no mesmo mês de 2016 (-0,6%) ainda é 45% inferior ao resultado médio de igual mês no período pré-crise.
          Este resultado acumulado corresponde a cinco anos consecutivos de queda nos níveis de investimento no país, só interrompida no segundo semestre de 2017, em que o setor registrou pequeno crescimento de 0,5% em relação a igual período de 2016.
            A entidade projeta que o crescimento observado no final de 2017 deverá continuar ao longo deste ano.




Artigo, Flávio Tavares, Zero Hora - A deformação

Título original; "A deformação"
O caso do apartamento triplex, que levou à condenação unânime do ex-presidente Lula da Silva pelo TRF-4, é só uma das tantas facetas ocultas do horror que a Lava-Jato desvendou


O crime nunca mostra a própria trama. Esconde as mãos que assaltam ou alega que não tem mãos e segue assaltando. Só os perversos ou pervertidos não se ocultam, pois são psicopatas sedentos de sangue e notoriedade. Fora disto, o ato de ocultar mostra a sofisticação e refinamento do crime.

O caso do apartamento triplex, que levou à condenação unânime do ex-presidente Lula da Silva pelo TRF-4, é só uma das tantas facetas ocultas do horror que a Lava-Jato desvendou. Comparado aos bilhões roubados à Petrobras pelo trio PT-PMDB-PP, o triplex é só um "agrado" (como diz o povo) que a OAS fez ao chefe-maior do conluio de empresas e políticos.

Comparado aos bilhões roubados à Petrobras pelo trio PT-PMDB-PP, o triplex é só um "agrado" (como diz o povo) que a OAS fez ao chefe-maior do conluio de empresas e políticos.
Mas, como ressaltou o desembargador Gebran Neto, relator do processo, ali a simulação está à mostra e revela a trama e seu engendro. Se fosse ato lícito, por que ocultar o proprietário ou rasurar recibos?

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O triplex foi, assim, o cerne visível do crime oculto que transformou em covil perverso a empresa que era orgulho nacional.

Tornou-se fundamental por isto, não pelos cifrões em jogo. Pode-se pensar que a tonitruante corrupção na Petrobras tenha se alastrado sem o conhecimento e aprovação (ou incentivo) do então presidente da República? E dos chefetes do PT, PMDB e PP, beneficiários maiores da corrupção?

O ex-presidente é réu em outros seis processos e indiciado em dois mais, todos ínfimos se comparados à imensidão de absurdos que a lei não configura como crime. Por que a Odebrecht pagava (diretamente ou não) 200 mil dólares por cada palestra de Lula no exterior?

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O Tribunal Regional Federal manteve a condenação de Lula por um crime concreto de corrupção. Não julgou o futuro candidato à eleição presidencial, ao contrário do que o PT berra. A candidatura presidencial não é esconderijo de delinquentes, sejam eles quem forem, nem "um jeitinho" para aparentar inocência.

Transformar o condenado em vítima é um acinte a tudo aquilo que (com independência) a Polícia Federal, procuradores e juízes realizaram nos últimos anos, ao punir grandes ladrões que o poder econômico ou político acobertavam até bem pouco.

Crime maior, ainda, é passar aos militantes dos partidos a falsidade de que a Justiça "persegue" certos políticos por serem "líderes populares" ou pregar a desobediência à Justiça, como fez Lula agora. E é triste que ninguém no PT, PMDB, PP, PSDB e outros partidos reprove seus líderes corruptos!


Por que esse incestuoso amor à tragédia maior que deforma a vida partidária no Brasil?

Artigo, Astor Wartchow - Pagadores e gastadores

      Pagadores e gastadores
      Astor Wartchow
      Advogado 
      A obesidade do estado brasileiro é evidenciada pela quantidade de órgãos, empresas estatais e funcionários públicos. Mantidos e garantidos por uma imensa arrecadação e concentração tributária e aparelhamento burocrático. Concomitantemente, o povo cada vez tem menos dinheiro no bolso. Não é a toa que o agravamento de diferenças sociais e injustiças se sucedem e aumentam.  
      As autoridades falam em importantes reformas. Algumas urgentes, sem dúvida. Mas, entre tais, as reformas tributária e fiscal são sempre adiadas. Ou seja, tão cedo não diminuirá o enorme e concentrado poder da União, um monumento ao desprezo dos ideais republicanos.  
      Aliás, é lastimável a romaria de governadores e prefeitos para Brasília, onde trocam abraços, fotos e “tapinhas” nas costas com as autoridades governamentais e burocráticas. Mendigam migalhas. E legitimam o sistema.
      Então, quisera que empresários e suas federações se dedicassem a divulgação e organização de uma resistência cívica e popular. Afinal, sob pena de prisão, são obrigados a recolher vários tributos sobre mercadorias que ainda não venderam. Ou que venderam a prazo. Ou, então, sobre vendas que nunca serão pagas devido à inadimplência popular.
      E se sabe que sobra pouco dinheiro para pagar seus fornecedores e funcionários. E ainda garantir sua margem de lucro para uso pessoal e investimento na empresa. Ou seja, motivos não lhes faltam para reagir.
      Mas, infelizmente e ao contrário, pedem linhas de créditos públicos e prorrogação de prazos de recolhimento de tributos. Subterfúgios que não resolvem nossas contradições fiscais e tributárias.
      Entre os cidadãos, poucos sabem quanto estão pagando de tributos. Por exemplo, nas despesas gerais da família quanto pagam de PIS, COFINS, IPI, CSLL, IRPJ, INSS e PIS-PASEP, recolhidos ao Governo Federal? E quanto de ICMS, destinado ao Estado e Municípios. Ou de ISSQN e IPTU, que pertence ao Município? Quem sabe o que significam essas siglas todas (existem mais de 100 impostos, taxas e contribuições!) e para onde vai o dinheiro?
      Quando a maioria das pessoas compreender o significado de cada tributo e o destino do dinheiro arrecadado, e souber analisar o comportamento dúbio e omisso dos governantes e dos parlamentares, talvez a mudança possa começar e o nosso povo enriquecer.

      Não à toa há tantos vale-disso e daquilo. Uma forma barata de comprar a simpatia, o silêncio e a consciência dos pobres, as maiores vítimas da concentração tributária e estatizante.