Artigo, Milton Pires, Ataque Aberto - Agora se virem - A chegada do coronavírus ao Brasil


- Milton Pires é médico no RS.


Sete anos atrás, por ocasião do incêndio da Boate Kiss em Santa Maria (RS), eu escrevi um artigo chamado “Santa Maria e a Guerra do Vietnam”. Alertei sobre o descaso com a rede hospitalar brasileira, alertei para as consequências clínicas da inalação de fumaça e gases tóxicos e dei “nome aos bois” provando ao leitor que toda Saúde Pública Brasileira estava entregue à uma legião de marginais, estelionatários e corruptos do PT, PSOL e PC do B dizendo, antes de todo mundo saber, que os Vagabundos Petistas trariam falsos médicos cubanos ao país.

Estamos em 2020. A pior presidente (ou presidenta como ela gosta de ser chamada) da história do Brasil foi derrubada – a terrorista e ladra Dilma Rousseff. Os chefes da organização criminosa que levou Dilma ao governo, o analfabeto alcoólatra e ladrão Luiz Inácio Lula da Silva e o terrorista José Dirceu foram presos, Bolsonaro assumiu o governo e NADA mudou.

Falsos médicos cubanos vão voltar a atender pacientes (com e sem coronavírus) no SUS, uma legião de incompetentes formados em Medicina na Bolívia vai ser médica no Serviço Público e, acima de tudo, a Rede Hospitalar Brasileira continua destruída.

A Rede Hospitalar continua destruída porque Jair Bolsonaro deixou dentro do Ministério da Saúde pessoas que continuam insistindo na ideia de transformar o país num gigantesco postão de saúde.

Agora vamos ver quais são as consequências desse tipo de atitude. Pacientes infectados pelo coronavírus evoluem (em número significativo) para Insuficiência Respiratória Aguda como aconteceu com os jovens que sobreviveram ao incêndio da Boate Kiss que precisaram de leito em Unidade de Terapia Intensiva.

O que os médicos que estão nos postos de saúde, nas UPA’s ou dentro das salas de observação dos hospitaizinhos “das irmãs” por todo Brasil devem fazer com estas pessoas? Devem colocá-las em “lista de espera para leito de UTI” ou devem fazer “teleround” com os médicos do Hospital Albert Einstein em São Paulo?

Respondam! Digam qual é a saída para isso que eu escrevi acima!

Expliquem, ainda, qual o tipo de “medidas de prevenção” que podem ser implantadas numa cidade em que o Secretário Municipal da Saúde é o “Zezinho do PC do B” ou a “Enfermeira Sandrão do PSOL”.

A Esquerda criou o problema, Bolsonaro não fez NADA para resolver o problema, não quis escutar a opinião de NINGUÉM que já passou pela desgraça de ser médico na linha de frente do SUS, e aí está o problema (mais uma vez) para médicos e pacientes resolverem.

Agora se virem !

Artigo, Astor Wartchow - Cavando a própria cova, Astor Wartchow​


- O autor é advogado​ no RS.

Não interessa se com razão ou sem razão, provocado ou não, a continuar a falar "merda", dia após dia, Bolsonaro cava a própria "sepultura". Cedo ou tarde, haverá um cansaço generalizado. E surgirão os pedidos de impeachment. ​
Primeiramente, Bolsonaro comete um equivoco central, qual seja, de achar que ele foi eleito por seus méritos e plano de governo, quando, na verdade,  o Partido dos Trabalhadores (PT), o candidato Haddad e o "conjunto da obra" foram rejeitados. ​
A eleição presidencial foi plebiscitária. Opção por exclusão. Escolha não por méritos, mas por deméritos alheios. Ainda que verdade que parcela dos eleitores de Bolsonaro é motivada pelo projeto economico-fiscal, que prevê e enseja privatizações e reformas estruturais.​
Logo, a prosseguir nesta lenga-lenga ofensiva e grosseira, intencional ou aleatória, baseada sei lá em que teoria de comunicação, o que pode  salvar/adiar sua crucificação institucional será a economia.​
Mas o ambiente econômico-social apresenta poucos sinais de recuperação. Uma realidade mundial que não permite sonhar mais alto de  momento. São tempos difíceis em todos os lugares. Há uma retração geral.​
Como não tem base partidária suficiente e ampla no Congresso, nem grupo de apoio incondicional, ficará a merce dos humores e interesses parlamentares. De boicotes e chantagens, inclusive.​
Aliás, exemplo de chantagem será a aprovação de emenda ao orçamento que garantirá aos parlamentares indicar diretamente a aplicação de mais de 30 bilhões, de um total 126 bilhoes disponiveis e discricionários. É o orçamento impositivo ampliado.​
Para atender todos os poderes e órgãos de estado, a quase totalidade do orçamento nacional (94%) está destinada por obrigações constitucionais, legais e vinculadas.  Pouco, quase nada, resta ao poder executivo para utilizar em novos investimentos. ​
Esta inovadora,  absurda e criminosa manobra parlamentar explica e justifica a reação do general Heleno, quando disse "Dane-se o Congresso!", em contexto distorcido e mal explicado  pela maioria da imprensa. Tanto o Fundo Partidário quanto o Orçamento Impositivo são "pratos quentes" para negociatas.​
Alias, ainda que menos submissa ao "patrulhamento ideológico", típico do meio dito artístico-acadêmico-intelectual, parcela importante da imprensa tem se comportado de modo medíocre. Tem deixado se pautar pelas grosserias do presidente. Como se não houvesse assuntos mais importantes e urgentes.​
Por todos os citados e suas melancólicas intervenções, o país virou como que um imenso "facebook", rede social capaz de reunir em torno de um mesmo assunto e debate, análises e comportamentos infantis, estúpidos, idiotizantes, esquizofrênicos, grosseiros, etc...​
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