Análise - Fundamentos da economia e não crise política ditarão política monetária

A análise é da equipe de economistas do Bradesco e acaba de ser entregue ao editor. Em função dela é que a equipe aposta que a taxa básica de juros concluirá o ano em 8%.

Mantendo a avaliação apresentada na última Ata do Copom, o Banco Central reforçou que o ritmo de flexibilização e a extensão do ciclo continuarão condicionados aos fundamentos econômicos e ao balanço de riscos, conforme nossa leitura do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado há pouco. Trazendo a questão das incertezas para seu balanço de riscos, de forma aberta e transparente, o documento ressaltou mais uma vez que não existe “relação direta e mecânica entre o aumento de incerteza e a política monetária”. Isso porque as incertezas – se mantidas por um longo período – poderão influenciar negativamente a atividade, com impactos desinflacionários. Ao mesmo tempo, caso os preços sejam impactados – com uma depreciação mais acentuada da moeda, por exemplo – e a velocidade do processo de reforma seja influenciada, as estimativas dos juros estruturais podem ser revisadas para cima. Esses efeitos podem, contudo, ser compensados e, nessas condições, a trajetória de inflação seguirá inalterada. Somado a isso, devemos considerar as projeções para a inflação trazidas no RTI, com um cenário prospectivo favorável. Nosso entendimento é de que os fundamentos econômicos permanecerão com peso relevante na definição do ciclo, levando em conta essas informações e a disposição revelada pela autoridade monetária em ajustar suas próximas decisões. Dessa forma, mantemos nossa expectativa de que a Selic chegará a 8,00% ao final deste ano.

MPE quer punir PMDB por propaganda subliminar de Sartori

O procurador regional eleitoral no RS, Marcelo Beckhausen, pediu ontem que seja reconhecida a propaganda subliminar que o governador Ivo Sartori fez no programa de propaganda política do PMDB e diante da infração seja cassado o direito do Partido de transmitir e retransmitir a propaganda partidária, no semestre seguinte, em um tempo equivalente a cinco vezes ao das supostas irregularidades.

O PMDB vai se defender e não aceita as queixas.

Ao analisar as inserções em rádio e TV feitas pelo PMDB, Beckhauisen fez um raciocínio sofisticado e concluiu que o conteúdo das peças encoraja a população à continuidade, usando frases como “Vamos juntos continuar fazendo o que precisa ser feito para melhorar a vida de todos” e “Vamos continuar as mudanças. Do mesmo jeito, com verdade e trabalho”. Mais elástico na conceituação dofenômeno subliminar da propaganda eleitoral, o procuirador disse que as frases visariam“criar estados mentais favoráveis à atual Administração, procurando incutir no imaginário do eleitor que aquele agente público central da propaganda é o gestor mais responsável para continuar gerindo o Estado”.


O procurador também acha que Sartori não poderia dizer nada sobre o que fez no governo,como aquilo que defendeu neste trecho:

“Diante das dificuldades do Estado, escolhemos o caminho da verdade e do trabalho. Foi assim que renegociamos a dívida com a União, criamos a Lei de Responsabilidade Fiscal e a nova Previdência. Reduzimos secretarias e cargos de confiança. E é assim que estamos construindo um Estado melhor para você e sua família”.