Marcus Vinicius Gravina
Cidadão – Título de eleitor n.328036104/34
Mais conhecida por Praça dos Três Poderes será cercada por cavaletes de sinalização proibição ao trânsito de pessoas e veículos por tempo indeterminado, até que alguém com poderes mediúnicos fale com o arquiteto Oscar Niemeyer e lhe encomende um projeto de fechamento do seu em torno. Quem sabe, uma muralha ao estilo do Kremlin.
Os palácios que ele projetou para abrigar a Chefia do Executivo da União, Congresso Nacional, STF e o Itamaraty - que foram alvo de vários ataques de manifestantes, que os invadiram e depredaram nestes últimos anos, são cristaleiras, fachadas inteiras de vidros.
Os arquitetos da esquerda, que reverenciam aquele seu guru sagrado, até agora não se manifestaram contra este sacrilégio que irá borrar o cartão postal de Brasília.
Se o sistema dominante fosse o da direita, haveria imolação entre eles em protesto. Só para lembrar: nenhuma das badernas de antes de 8 de janeiro foi apontada como antidemocráticas e punidos, sumariamente, os seus agentes com 17 anos de cadeia.
Está comprovado mas ninguém ousa apontar as falhas de um projeto de cidade sede do Poder Executivo Federal, mais voltado para estética arquitetônica e sem a necessária preocupação com a segurança externa e interna dos prédios, em consonância com as suas essenciais funcionalidades.
O Palácio do Planalto é um deles, repleto de portas e janelas de vidro e com suas rampas, sem guarda corpos ou corrimões aos que deambulam por elas em manadas. Hoje o projeto daquele prédio não seria aprovado, sequer pela vistoria do Corpo de Bombeiros e o Ministério do Trabalho autuaria o responsável pelos funcionários ou empregados próprios ou terceirizados que atuam naquelas instalações públicas, igual ao que acontece com empresas privadas.
O fechamento da Praça dos Três Poderes ganhou um aliado fortíssimo. O povo é uma ameaça aos poderosos daquela esplanada dos Poderes do País, ocupada por autoridades que não suportam críticas do único detentor do poder original, o povo, constituído de cidadãos brasileiros.
Bastou um tresloucado jogar fogos de artifício contra a “estátua da justiça” em frente ao STF e a atenção dos brasileiros ser desviada da corrupção em órgãos públicos, dos atos inconstitucionais cometidos por alguns ministros do STF e apontados das tribunas das duas Casas do Congresso Nacional.
Disse e afirmo que o material explosivo era de fogos e estampidos de artifício. Todos viram que a compra aconteceu em uma loja aberta ao público, onde são vendidos foguetes utilizados em campos de futebol, em frente a hotéis em pernoites de equipes rivais para perturbar o sono antes do jogos, festejos religiosos e em passeatas e comícios eleitorais. Ele não foi em busca de dinamite, explosivo preferido de terroristas da esquerda internacional.
Quem é da direita, não deve ter gostado do que aconteceu. Provocou uma pausa no projeto de anistia e na campanha de milhões de patriotas por impeachment de alguns ministros do STF.
Em beneficio dos membros do STF, houve mais um pretexto para criar pó nas instalações do Plenário do STF, que continuará com sessões virtuais, caseiras sem terem que se expor nas suas sessões regimentais com direito à sustentação oral, ora suprimidas dos advogados e da participação do público em seu auditório, frequentado por alunos de Faculdades de Direito.
Uma covardia somada ao menosprezo dos cidadãos brasileiros.
Alguns prédios públicos da Praça dos Três Poderes, bem poderiam se converter em museus, abertos à visitação pública mediante ingresso pago para manutenção ou despesas e as suas atividades serem transferidas para área do Comando Militar do Planalto.
De duas, uma: ou, teríamos a garantia de segurança ao Poder Executivo e ao STF ou, tudo ficaria mais fácil, em caso de dispensa temporária de ambos os Poderes, em defesa da verdadeira democracia, atualmente, expressão proclamada em vão, falsamente.
Este foi o meu dilema ao pensar neste artigo: escrever ou calar - como a maioria faz - e perder o “dom da cidadania, composto de direitos e deveres que o indivíduo tem como parte de um País”, verdadeira e única expressão da democracia.
Enquanto isto, o Lula no Rio de Janeiro, soltou o seu grito mágico: “Abra-te sésamo” e recebeu com outros 40 condenados da Lava Jato - os presidentes de vários países em sua caverna secreta/Brasil.
Caxias do Sul, 19.11.2024