Agostinho Celso Pascalicchio, professor da Mackenzie - A duração do inesperado

É impossível estar preparado para algo em que se desconhece aquilo que pode acontecer. Na vida, os golpes violentos e repentinos, os acontecimentos imprevistos, são aqueles que provocam os efeitos mais dolorosos e sofridos sobre as pessoas. O inesperado, o grave e o súbito acontecimento negativo causam muita dor. Diante da possibilidade do imprevisto, assumir um pensamento negativo de que algo pior sempre possa acontecer é uma filosofia de trabalho e também de vida. Como ensinado por pensadores estoicos, como Sêneca, um filósofo romano - pensar sempre o pior é muito útil para enfrentar as adversidades e os infortúnios da vida. Talvez, entre as profissões, a reação de um jornalista ao preparar a manchete e uma matéria sobre um fato novo e inesperado para a sociedade seja aquela que está mais próxima da surpresa que o imprevisível e o desconhecido pode causar sobre as pessoas. Na economia, os efeitos da surpresa e do inesperado normalmente são captados pelas variações nos preços dos produtos contidos nesses movimentos e causam diversos efeitos sobre uma sociedade.

 

A atual situação econômica do mundo está em patamares extremos, mas não deve ficar pior. O petróleo, depois da alta atingida na segunda metade do mês de fevereiro, tem apresentado uma evolução lateral em seu preço, incluindo arrefecimentos no valor do barril. O índice Commodity Research Bureau (CRB), que avalia os mercados globais de commodities, vem apresentando um comportamento semelhante. O preço de diversas commodities agrícolas, como a do trigo, também vem lateralizando e arrefecendo o seu preço. Começamos a ter indícios de uma nova situação com estabilidade. Não há necessidade em continuar premeditando e anunciando o mal. 

 

Ainda temos valores espelhando condições extraordinárias, mas os custos de adaptação estão sendo assumidos, internalizados nas economias e recebendo ajustes. A sociedade ainda sofre com o efeito dos cartéis sobre diversos setores. A crise de refugiados está em evolução. A Europa se adapta para depender menos dos recursos russos e toma sanções rigorosas contra responsáveis pela desfeita causada pelos imprevistos. O repentino fim de algumas facilidades, ou suas futuras limitações ao uso, como o do oleoduto e do gasoduto russo, e que foram diligentemente construídas, foi inesperado e impactou os preços. Existem, agora, medidas de adequações e de adaptações sendo preparadas. A transição energética continua e ajusta novas plantas industriais e produtos à situação. Algumas delas podem causar o adiamento de decisões como a da Alemanha de fechar suas usinas nucleares até o final deste ano. São diversas as medidas tomadas para impedir a propagação de efeitos negativos maiores sobre a economia. 

 

A atual situação econômica do mundo está em uma situação extrema, mas não deve ficar pior

 

No começo de junho acabou o “lockdown” na economia de Xangai. O confinamento durou mais de 65 dias. A China voltou a reabastecer as cadeias de suprimento com prioridade para as empresas dos países desenvolvidos. O Brasil, além da demora chinesa no fornecimento, registra lentidão na liberação de cargas nas alfândegas, o que causa impacto na produção das fábricas. Porém, a reposição dos produtos está em andamento e sendo gradativamente realizada.

 

Nos Estados Unidos, a partir de março deste ano, o FED, banco central norte-americano, iniciou a política de alta nas taxas de juros para conter a inflação. O aumento de 0,75% em junho certamente trará efeitos no segundo semestre deste ano, além de trazer implicações na alocação dos ativos financeiros do mundo.

 

Não há mal que para sempre dure e nem existe uma longa noite que não encontre o dia. Os processos estão em andamento e gerando diversos ajustes que produzirão efeitos durante os próximos meses. Os países estão se adaptando e o conjunto de ações causará melhoras na economia internacional a partir deste segundo semestre do ano. 

 

Agostinho Celso Pascalicchio é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Doutor e Bacharel pela USP e Mestre pela University of Illinois/USA. 

 

 

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie 

 

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) está na 71ª posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa Times High Education 2021, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Comemorando 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.


EUA irão contratar mais de 300 mil profissionais de saúde nos próximos dez anos e mercado está aberto para profissionais brasileiros

 EUA irão contratar mais de 300 mil profissionais de saúde nos próximos dez anos e mercado está aberto para profissionais brasileiros

Serão pelo menos 200 mil vagas para profissionais de enfermagem, especialista explica como conseguir o tão sonhado green-card

 Uma boa notícia para quem sonha em viver nos Estados Unidos, as emissões de green cards, como são chamados os vistos de residência permanente que garantem o direito de morar e trabalhar nos EUA, também aumentaram e atingiram o seu segundo maior patamar da história, com 17.952 novas expedições para brasileiros. E a falta de mão de obra tem tido uma grande importância no avanço desses números, apenas no primeiro trimestre deste ano, os Estados Unidos tinham 11,5 milhões de vagas de emprego abertas, o maior número já registrado na história do país. 

 

E a demanda continua crescendo mais do que a disponibilidade de profissionais. No setor da saúde, desde o início da retomada da economia americana, no chamado pós-pandemia, houve um êxodo de trabalhadores do mercado. O movimento é motivado por diferentes fatores, entre elas a busca por salários melhores, o conforto de benefícios para desempregados e um grande número de trabalhadores se aposentando. Segundo estimativas do próprio governo dos EUA, o país precisa atualmente de mais de 16 mil trabalhadores de cuidado primário (médicos e enfermeiros), 11 mil novos dentistas e 7 mil profissionais da área da saúde mental para acabar com a falta de mão de obra especializada na área. 

 

A chamada fuga dos jalecos do Brasil já é uma realidade, muitos profissionais da saúde estão mudando de vida e país, trocando os reais pelos dólares, mas antes é preciso fazer os processos para revalidação do diploma e emissão de visto para trabalho nos EUA.

 

“Temos uma demanda de vagas, existe uma necessidade de mão de obra e profissionais brasileiros cada vez mais capacitados, por isso a chamada fuga de jalecos, de profissionais da saúde que estão buscando essa nova vida nos Estados Unidos. Atualmente são muitos médicos, enfermeiros, dentistas e fisioterapeutas que esperam encontrar mais reconhecimento e melhor qualidade de vida”, explica o advogado Leonardo Leão, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group.

 

Mas não basta arrumar as malas e partir...

Parece simples, eles precisam de profissionais e o médico, fisioterapeuta, profissional de enfermagem ou dentista está aqui, pronto para arrumar as malas e voar para uma nova vida na terra do Tio Sam... Não é tão simples assim, alerta Leão.

 

“Todas as etapas devem ser respeitadas antes de uma mudança para os Estados Unidos. As autoridades americanas são pragmáticas e eficientes, se você cumprir a lei e realizar todo o processo de visto de forma correta, você conseguirá sua permissão para atuar nos Estados Unidos”, explica Leão, que há mais de quinze anos trabalha com resultados expressivos quando o assunto é migração para os Estados Unidos.

 

Ainda sobre a falta de mão de obra na saúde, Leão lembra que não é uma exclusividade apenas para esses profissionais, que outras áreas, como tecnologia, engenharia, entre outras também estão carentes de profissionais qualificados.

 

Os vistos permanentes para os EUA, são divididos em EB-1, EB-2, e EB-2 NIW. Cada categoria traz diferentes exigências, mas todas esperam que o imigrante comprove interesse e condições de contribuir com alguma demanda da sociedade americana. Para profissionais brasileiros, as categorias EB-2 e EB-2 NIW são as que trazem melhores oportunidades, pois visam justamente suprir carências no mercado de trabalho americano. É o visto que permite ao estrangeiro com uma carreira sólida adquira um trabalho nos EUA e possa viver com sua família no país.

 

“É importante salientar que não é preciso ser milionário ou um gênio para conseguir um visto de trabalho nos EUA. O tipo EB-2 são para pessoas focadas, o cidadão comum, aquele que quer trabalhar, contribuir com a sociedade americana, existe hoje uma preocupação das autoridades dos Estados Unidos em acelerar a ida desses profissionais, eles (americanos) precisam, mas é sempre bom lembrar, que é preciso cumprir todos os requisitos para obter o green-card”, alerta o especialista.

 

Apenas na área da saúde, informações da Associação Americana de Hospitais, os EUA ainda vão enfrentar uma escassez de 124.000 médicos até 2033 e precisarão contratar pelo menos 200.000 novos enfermeiros anualmente para atender ao aumento da demanda e substituir os profissionais que vão se aposentar. Além disso, de acordo com a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas, serão gerados, em média, cerca de 5.000 vagas para dentistas e 15.600 para fisioterapeutas a cada ano, em média, ao longo da próxima década.

 

Sobre Leonardo Leão 

É especialista em Direito Internacional, advogado, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group. Mestre em Direito pela University of Miami School of Law, com especialização na University of Miami Division of Continuing & International Education. É pós-graduado em Direito Empresarial e Trabalhista pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui MBA pela Massachussets Institute of Business. Tem um vasto conhecimento e histórico comprovado de mais de 15 anos fornecendo conselhos indispensáveis aos clientes que buscam orientações em relação a internacionalização de carreiras e negócios.

 

Leonardo Leão, especialista em Direito Internacional, advogado, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group


Sobre a Leão Group

Mais do que um escritório de consultoria jurídica, que auxilia os clientes na conquista de vistos, a empresa Leão Group tem como responsabilidade estar perto dessas pessoas desde o início, participando de todo processo. “Entendemos que é um projeto de vida e ficamos próximos dos nossos clientes, utilizando toda experiência adquirida e a nossa equipe de especialistas na área”, explicou o CEO. 

 

A Leão Group está há 10 anos atuando no mercado e conquistou mais de 90% de aprovações dos vistos solicitados. Foi criada pelo advogado Leonardo Leão para oferecer um trabalho que incentiva estrangeiros a investirem no sonho de morar nos EUA, conquistarem liberdade e qualidade de vida, dentro da lei. 

Hoje a empresa é uma das maiores no ramo de imigração registrada nos EUA, com sede no estado da Flórida. Atualmente há escritórios e advogados correspondentes em diversas partes do mundo, como Orlando, Boca Raton, Rio de Janeiro e Fortaleza.



 


Mediação tributária começou em Porto Alegre

 A Procuradoria-Geral do Município (PGM) iniciou o primeiro procedimento de medição em matéria tributária após a regulamentação da Lei 13.028/2022. A legislação, pioneira no Brasil, foi regulamentada pelo Decreto 21.527, publicado na última sexta-feira, 17. A primeira mediação tributária do país está sendo feita com uma empresa e envolve questionamentos envolvendo o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, o ISS. 


Pode ser objeto de mediação toda controvérsia ou disputa acerca da qualificação de fatos geradores da cobrança tributária, questões relativas à interpretação de norma ou divergências sobre o cumprimento de obrigações e deveres tributários relacionados à competência da Administração Tributária Municipal. Para realizar os procedimentos, foram criadas duas câmaras de mediação tributária – uma no âmbito da Procuradoria-Geral do Município (PGM), que atua nas demandas já judicializadas, e outra na Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), para situações ainda em cobrança administrativa.


De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), uma execução fiscal tem duração média de 10 anos no Brasil. Cerca de 45 mil execuções fiscais tramitam só na Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre. O total de dívidas tributárias em discussões judiciais e administrativas nas esferas federal, estadual e municipal chega a R$ 5 trilhões, representando 75% do PIB brasileiro. Os dados foram apresentados no Relatório do Contencioso Tributário divulgado este ano pelo CNJ. 


Em matéria de mediação, a capital dos gaúchos já acumula uma experiência de cinco anos. Em 2016, a Lei 12.003 instituiu a Central de Conciliação no âmbito da estrutura da Procuradoria-Geral do Município. Além da recém criada Câmara de Mediação Tributária, a Central é constituída pela Câmara de Indenizações Administrativas (CIA), Câmara de Conciliação de Precatórios e Câmara de Mediação e Conciliação.

Este texto é da jornalista Andréa Back, prefeitura de Porto Alegre.