Paulo Bauer


As supostas doações foram apontadas na delação premiada do ex-executivo da empresa Hypermarcas Nelson José de Mello. A citação ao político catarinense constava na petição que deu origem a inquérito contra o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também supostamente beneficiado por caixa 2. Com a decisão de Fachin, a PRG fará uma investigação específica para apurar o relato de Mello e decidir se apresenta denúncia ao STF.

Na delação, o ex-executivo diz que o repasse de recursos foi feito por meio de contratos fictícios assinados com outras empresas que não prestaram os serviços oficialmente contratados. Os repasses teriam sido realizados em agosto de 2013 e dezembro de 2014 - abrangendo os períodos anteriores e posteriores à campanha eleitoral.

O objetivo, segundo Mello, era “desenvolver laços políticos com o parlamentar de destaque no PSDB”. Na avaliação da empresa, além de concorrer a governador, Bauer participava “ativamente de assuntos relacionados à guerra fiscal entre os Estados e à indústria farmacêutica” - ramo de atuação da empresa.

Os repasses teriam sido feitos por meio de contratos fictícios com uma empresa de engenharia e saneamento com sede em Joinville, um instituto de pesquisas e um escritório de advocacia - este, segundo o delator, responsável por intermediar R$ 9 milhões dos supostos recursos doados pela empresa, em quatro contratos.

De acordo com o Ministério Público Federal, em parecer solicitado por Fachin, “constatou-se a necessidade de análise pormenorizada, em separado, diante da possibilidade de pedido de instauração de inquérito no âmbito do STF, uma vez que as evidências denotam a possível prática de crime envolvendo autoridade com prerrogativa de foro”.

Contraponto

O senador Paulo Bauer emitiu uma nota oficial sobre o assunto:

Como sempre, defendo que a Justiça cumpra o seu papel e que os órgãos de investigação realizem com isenção e liberdade total o trabalho que a Constituição Federal lhes atribui.

Surpreendido no final desta tarde com a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre investigação referente a um suposto envolvimento com a empresa Hypermarcas, venho com tranquilidade prestar os seguintes esclarecimentos:

Apesar de não ter conhecimento do teor do despacho e do processo, tomei conhecimento pela imprensa de que a decisão do Supremo Tribunal Federal tem relação com a delação pela qual diretor da empresa acima citada afirma que recebi recursos não contabilizados para a campanha eleitoral entre agosto de 2013 e dezembro de 2014. A respeito disso, registro que:

1.            em 2013, não era candidato e nem realizava ações para tornar-me candidato no ano seguinte

2.            ao fim de 2014, não poderia ter recebido – e não recebi – qualquer valor, pois não fui vitorioso no pleito daquele ano

3.  todos os recursos utilizados naquela campanha foram rigorosamente contabilizados tendo sido as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.

4.            Tenho a vida pública conhecida, transparente e honrada nos últimos 37 anos. Por isso, quero manifestar total confiança no Judiciário e assegurar aos catarinenses que estou tranquilo sobre minha inocência.

Menos armas é mais segurança?


    Menos armas é mais segurança?
     Mateus Bandeira
     
      As elites intelectuais e artísticas têm uma receita pronta para a diminuição da violência: mais investimento em educação, medidas para aumento da renda da população e restrição ao porte de armas. Esse é exatamente o caminho que o Brasil tem seguido. Mas será que surtiu os resultados esperados? As estatísticas evidenciam que não.
      Sancionado pelo presidente Lula, o Estatuto do Desarmamento passou a vigorar em 2003.Dois anos depois, fomos chamados às urnas para decidir se o comércio de armas deveria ser proibido. O recado foi claro: 64% das pessoas não queriam perder seu direito à autodefesa. No Rio Grande do Sul, esse foi o posicionamento de 86% dos cidadãos.
      Desde que o estatuto começou a valer, a renda média real do brasileiro cresceu 33%. A taxa de crianças nas escolas atingiu 97%, com o orçamento do Ministério da Educação sendo quadruplicado, de R$ 33 bilhões para R$ 136 bilhões. Enquanto isso, o número de homicídios subiu 20%, superando a casa das 60 mil mortes por ano – mesmo número de vítimas da bomba atômica que explodiu em Nagasaki, no Japão. Desses assassinatos, apenas 5% são solucionados.
      Outra mentira disseminada é a de que os países com menos armas são os mais seguros. Nações como Canadá, Suíça e nosso vizinho Uruguai combinam uma população civil amplamente armada e baixos índices de violência. Já a Venezuela, desarmada por Chávez e Maduro, tem como capital a cidade mais violenta do mundo.
      Precisamos reforçar o óbvio: armas são objetos inanimados, que não matam sem a ação humana. Aliás, a mesma lógica se aplica para os carros, que causam dezenas de milhares de mortes por ano. Seria razoável proibir sua utilização em razão disso?Graças à legislação federal, apenas os bandidos andam armados, enquanto as pessoas de bem estão indefesas e reféns da criminalidade.
      A realidade atesta que o Estado brasileiro não consegue garantir minimamente a nossa segurança. Portanto, se o país não tem condições de proteger seus cidadãos, por que os proibir de se defenderem dos criminosos? Precisamos, com urgência, abandonar a “fórmula mágica” do combate à violência. E, respeitando o que foi decidido no referendo, deve ser reconhecido o direito do cidadão de possuir armas.
      Ex-CEO da FALCONI e ex-presidente do Banrisul

Modelo de gestão do Hospital Moinhos de Vento recebe destaque internacional


Modelo de gestão do Hospital Moinhos de Vento recebe destaque internacional
Implantação do sistema Lean aumentou a disponibilidade de leitos
      Com a melhora nos processos focados no fluxo do paciente, o case do Hospital Moinhos de Vento foi destaque em uma das mais representativas organizações internacionais sobre o tema. Editado pela Lean Global Network, que promove boas práticas de inovação, competitividade e sustentabilidade, o portal Planet Lean detalhou o case da instituição com o sistema Lean.
      Adotada desde 2012, a metodologia preconiza a redução das ineficiências e tem favorecido o aumento da disponibilidade de leitos para novos pacientes ao desenvolver e integrar diferentes áreas. Com a eliminação de gargalos e simplificação de processos, o tempo de reocupação do leito diminuiu 33% entre 2016 e 2017. Isso permitiu o acesso para cerca de 60 pacientes por mês – um total de 710 no ano. O aprimoramento no fluxo também ajuda a evitar as restrições de atendimento, ampliando a disponibilidade para a emergência.
      “Somos uma organização de 90 anos e tínhamos o desafio de mudar uma cultura que estava arraigada. Quando houve a percepção dos resultados e as oportunidades de aprendizado que o sistema possibilita, todos entenderam que a mudança era benéfica”, ressalta Frederico Tarrago, engenheiro de Inovação e Processos da instituição.
      Menos desperdícios e mais eficiência
      Para o superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, o reconhecimento reflete o compromisso da instituição com inovação e gestão. “Nosso planejamento estratégico baseia-se em ensino, medicina de excelência e pesquisa, colocando sempre o paciente no centro de todas as nossas decisões. Investimos muito em qualidade, seja na área médica, nos processos assistenciais ou nas estruturas para elevar a instituição a um novo patamar”, aponta.
      Inspirada em práticas da indústria automotiva, em especial da Toyota, o sistema utilizado pelo hospital consiste na redução contínua de desperdícios e resolução eficiente de problemas. Utilizada pelas empresas mais eficientes do mundo, a prática concentra-se no engajamento permanente da equipe de trabalho. Com uma rotina de reuniões em grupo, os colaboradores expressam suas necessidades e ouvem o que os outros têm a dizer. A prioridade é compartilhada por todos: garantir o fluxo dos pacientes. “É muito importante sermos reconhecidos pela boa gestão e eficiência em uma publicação que é referência no tema e nos coloca junto a empresas de diversos segmentos de vários países”, conclui Mohamed.

Artigo, Marcelo Aiquel - Politicamente correto. "A" definição mais que perfeita.


- O autor é advogado, RS. 

         Num concurso realizado na tradicional Griffith University (Austrália), foi vencedora a frase, mais que perfeita (na minha modesta opinião), criada para definir uma expressão “da moda”: politicamente correto.
         ‘Politicamente correto é uma doutrina, sustentada por uma minoria iludida e sem lógica, que foi rapidamente promovida pelos meios de comunicação e que sustenta a ideia de que é inteiramente possível pegar um pedaço de merda pelo lado limpo.’
         A despeito de ter sido a frase vencedora, não posso deixar de aplaudir a perfeição da definição. Este comportamento esdrúxulo (de “tentar ser”, ou “ser”, politicamente correto) não passa disso.
         Pessoas que se “escondem” nesta carcaça são – via de regra –  dissimulados que insistem em defender o indefensável, agarrados em argumentos pra lá de pífios e mentirosos.
         Mas, também recebi de um grande amigo outra definição que, se não tão perfeita, igualmente é didática e objetiva ao extremo:
         ‘Politicamente correto é renunciar a seus próprios conceitos, para conseguir a falsa aceitação de uma minoria de imbecis.’
         Realmente, a verdade se inclina para o lado contrário a este tipo comportamental, independente da definição escolhida. Ou seja, quem opta pelo modus operandi dos adoradores do politicamente correto fatalmente se trai.
         Seja pelo tipo facilmente identificável, seja pela defesa intransigente da imoralidade. Porque, para estes, tudo o que a moralidade não aceita, se torna uma verdade única, a solução de todos os problemas.
         E assim, esta “moda” vai crescendo e – cada vez mais – conquistando adeptos. Todos – sem exceção – que não se declaram fanáticos da “causa bolivariana” são (aqui no Brasil) inocentes úteis, usados como marionetes para um fim único: poder e riqueza (com o suor e dinheiro dos “trouxas”, óbvio).
         Inocentes úteis que, depois de “bem usados” são rapidamente descartados, jogados no lixo...
         Mas que, enquanto se ufanam de comportarem-se como politicamente corretos, sabem que – mais cedo ou mais tarde – serão jogados fora como um bagaço de laranja.