Inadimplência atinge níveis alarmantes

Especialistas dão dicas de como se organizar e sair das dívidas

Dados recentes divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostram que 79.2% das famílias com renda de até três salários mínimos estão endividadas. Esse número era de 76.5% há um ano. Uma das particularidades da pesquisa mostra que as famílias que possuem renda maior que 10 salários mínimos também tiveram crescimento no índice, chegando a 74.4%. A estimativa para esse ano é que os números continuem atingindo altos patamares, impulsionados pelos juros, desemprego, falta de educação financeira e planejamento.

“Aos endividados, conseguir uma boa negociação é fundamental e, o quanto antes for feita a quitação da dívida, os encargos e juros diminuem, sendo o primeiro passo para a reorganização da saúde financeira”, afirma Edemilson Motoda, diretor do Grupo KSL, empresa que oferece recuperação de crédito, vendas e atendimento, desde 1996.

Em 2023, a empresa foca em novas parcerias e novos serviços, visando as melhores negociações de dívidas em sua cartela de clientes. “Somos uma referência no setor e queremos alinhar nossas equipes às ferramentas tecnológicas que possuímos, para facilitar o processo e auxiliar as pessoas a retomarem suas vidas financeiras”, pontua Motoda.

Confira agora 5 dicas para sair do vermelho:

1. Utilize uma planilha ou caderno para anotar seus gastos e despesas, é muito importante conhecer contas (fixas e variáveis), assim é mais fácil se conscientizar sobre o uso do seu dinheiro.

2. Antes de investir em novas dívidas é importante estar com as contas em dia, evitando assim atrasos que geram cobranças de multas e juros. O ideal é procurar seu credor e negociar, sempre atento para que as parcelas da nova negociação caibam no seu orçamento, mesmo que isso exija um esforço extra durante um período.

3. Defina as prioridades, equilibre o que ganha e o quanto você gasta!

4. Estabeleça metas à curto, médio e longo prazo. É importante definir os objetivos que você tem para você e sua família, mas nunca se esqueça dos prazos.

5. Tenha disciplina! Conheça, organize e planeje-se, mas acima de tudo seja disciplinado, mantendo os gastos sobre controle no dia a dia.

Sobre a KSL

O GRUPO KSL é especialista em cobrança amigável e cobrança jurídica, atuando também em serviços de Contac Center e relacionamento. Desde o seu surgimento em 1996, o equilíbrio entre atendimento humanizado e inovação tecnológica sempre balizaram os serviços prestados pelo grupo, que personaliza serviços e soluções que integram o processo de gestão de seus clientes.

 


Artigo, Alexandre Garcia, Gazeta do Povo - Medo fantasiado

Assisti, aos 23 anos, em 1964, à derrubada do presidente João Goulart. A principal justificativa era de um necessário contragolpe preventivo, para evitar que Goulart e a esquerda instalassem uma ditadura comunista. Quase 60 anos depois, sinto a volta da narrativa do contragolpe preventivo, agora a pretexto de evitar que (Jair) Bolsonaro e a direita instalassem uma ditadura fascista. Desta vez não foram as armas dos fardados, mas as canetas dos togados. Nem as Forças Armadas nem o Judiciário têm mandato popular para tomar decisões de tão grande importância, supostamente como protetoras do regime democrático. Em 1964 e agora, houve prisões genéricas “preventivas”.


Os dois acontecimentos se parecem; apenas com sinais diferentes e com a mesma falta de legitimidade − que só é conferida pelo voto popular, origem do poder. Nem militares nem juízes têm o voto do mandato popular. Em ambos os casos, o Congresso Nacional ficou encolhido. Em 1964 elegeu o general Castello Branco presidente. Agora foi um espectador passivo, mesmo quando foi esmagado o artigo 53, da inviolabilidade do mandato. Pode-se dizer que deputados e senadores, intimidados pela quantidade de processos que respondem, não estiveram à altura da procuração que lhes foi outorgada pelo voto de milhões de brasileiros. Ou seja, também nesse último contragolpe o Poder Legislativo, o primeiro na ordem dos três poderes como mostra a Constituição, esquivou-se para um lugar secundário.


As Forças Armadas saem dos últimos acontecimentos sem a pecha do golpismo de 1964, que ainda vinha sendo usada. Impossível chamar agora de golpista instituição que se recusou a atender o apelo de uma massa por intervenção militar. Agora militares estão sendo criticados por terem se mantido na legalidade. Já o Supremo herdou a pecha. Tem sido criticado por não seguir a Constituição nem o devido processo legal. Adotou a novidade do ativismo a pretexto de evitar suposto golpe fascista. Suponho que já sinta que está numa camisa de 11 varas para encontrar uma saída que signifique o “retorno aos quadros constitucionais vigentes”, que foi a palavra de ordem no contragolpe de Lott no 11 de novembro de 1955, que garantiu Juscelino presidente, com Goulart de vice.


Golpes e contragolpes sempre provocam dores. Ontem em Brasília saiu mais uma vez o bloco do Pacotão − alusão ao Pacote de Abril editado por Geisel, criando o senador biônico. Em 1978, o Pacotão debochava de dois generais, o presidente e seu sucessor, chefe do SNI, fazendo trocadilho com o Aiatolá do Irã: Geisel, você nos atolou/ Figueiredo, você também vai nos “atolá”. Ninguém foi preso ao fim do desfile. Hoje, há centenas de homens e mulheres desesperados em presídios, pelo 8 de janeiro, e o povo ainda não sabe quem realmente entrou nos palácios e quem realmente quebrou o patrimônio de todos. Muito menos se sabe como entraram e quais foram as causas remotas do que desbordou na invasão das sedes dos Três Poderes. É a grande oportunidade de o Poder Legislativo renovado por eleição mostrar que faz jus à representação popular. É nos plenários políticos e não apenas na polícia, que deve ser investigado o grave acontecimento político do 8 de janeiro. Está nas mãos de deputados e senadores demonstrar que são o primeiro dos poderes numa democracia. E não o último num medo fantasiado de democracia.