Entrevista, Cristino Kalkmann - Haverá aumento vertiginoso dos pedidos de recuperações judiciais nos próximos 90 dias

ENTREVISTA
Cristiano Kalkmann, sócio da Rebuild, onsultoria que atua na área jurídica, econômica e de reestruturação de empresas com sede em Porto Alegre.


Como ficarão as empresas que sobreviverem ao vírus chinês ?
Empresas serão obrigadas a passar por forte reestruturação devido ao colapso gerado pelo coronavírus

O que poderão fazer para evitar que também quebrem ?
Aumento vertiginoso de pedidos de recuperação judicial, não pagamentos de impostos e fornecedores, além de demissões e até acesso a fundos. Esse é o cenário para os próximos 90 dias.

Quem mais vai sofrer ?
Empresas e indústrias que não atuam no fornecimento de itens de primeira necessidade serão os primeiros a sofrer. Kalkmann cita, por exemplo, setores como estruturas metálicas, colchões, automotivo e peças, eletromecânica, móveis, construção e turismo.

Isto começa já ou depois da crise ?
Tentando projetar um cenário, imagine que, de uma semana para outra, simplesmente, os pedidos parem. Se uma indústria, por exemplo, ficar paralisada por 20 dias que seja, já basta para a operação ser completamente comprometida. E é o que seguramente ocorrerá. Já está ocorrendo, na verdade.

Como andam os pedidos de recuperação judicial ?
O número de pedidos de recuperação judicial de empresas gaúchas subiu de 15, em janeiro de 2019, para 23 em janeiro de 2020, segundo levantamento da Serasa Experian. Em todo o Brasil, foram 94 pedidos feitos no primeiro mês deste ano, contra 95 realizados em janeiro do ano passado.

Esta crise sanitária ocorre num momento em que a economia já não andava bem.
O desempenho da economia já não vinha bem há cerca de dois anos e muitas empresas já estão operando no limite, sem caixa, sem gordura para queimar.

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