Opinião do editor - Saiba o que há de comum entre Moraes, Bolsonaro, Trump, Erasmo de Roterdam e Esopo

Antes de aprofundar qualquer análise a respeito deste novo episódio movido pelo ministro Alexandre de Moraes na verdadeira caça às bruxas que move contra Bolsonaro e que hoje configurou o episódio mais detestável de ódio entranhado contra o ex-presidente, pelo menos até aqui, quero citar dois ensinamentos  que me parece apropriados para este caso:

1) Cito Erasmo de Roterdam, que no seu clássico Elogio à Loucura, deixou claro que há lógica na loucura. Erasmo não se referia à loucura tal como a entendemos, mas a atos como estes de Moraes. 

Cito o Elogio à Loucura, porque recebi muitos recados e o mais recorrente deles é me chamando a atenção para o fato de que Moraes esperou o Congresso entrar em recesso para usar a força contra Bolsonaro. O deputado federal Zucco, líder da oposição, me mandou uma nota oficial para dizer isto, entre outras coisas. Além disto, Moraes agiu um dia depois da carta de apoio enviada por Trump a Bolsonaro e na qual exige que o STF pare de persegui-lo.

Há lógica nesta loucura aparente de Moraes e seus companheiros do STF e do governo do PT.

2) Quero citar a fábula O lobo e o cordeiro, de Esopo. Vocês devem conhecer esta fábula. Aprendi no 2o ano do ginasial, no Ginásio São Luiz, Jaraguá do Sul, Santa Catarina, onde eu morava quando criança e adolescente. Na fábula, o lobo alega qualquer circunstância para castigar o cordeiro que bebia da mesma água do rio onde ambos estavam.

Por que cito esta fábula.

Vejam só as razões alegadas por Moraes para investir selvagemente contra Bolsonasro. Jair Bolsonaro é acusado dos crimes de coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal), obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, § 1 º, da Lei 12.850/13) e atentado à soberania (art. 359-I do Código Penal).

Nada se sustenta.

O ministro poderia alegar que Bolsonaro não gosta dele, por exemplo, porque ditadores ou candidatos a ditadores não precisam comprovar nada quando querem a cabeça da presa.



Moraes manda por tornozeleira em Bolsonaro e proíbe uso de redes. Ele também não poderá chegar perto de embaixadas.

 A ilustração ao lado é do site Poder360.


CLIQUE AQUI para ler a íntegra da decisão de Moraes.

A decisão de Moraes surge 24 horas depois que Bolsonaro recebeu carta de apoio de Trump. Moraes e seu STF afrontam o governo dos EUA, encorpam a reação destemperada de Lula e partem para cima domaior líder da oposição do Brasil.

A oposição classifica o ato de Moraes como "ilegal e criminoso".

A Polícia Federal cumpre mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta sexta-feira (18). Os mandados estão sendo cumpridos na casa do ex-presidente, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro.

Entre as restrições, Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica, não poderá mais falar com seu filho Eduado Bolsonaro e não poderá acessar redes sociais.

Ele também terá de permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã, e foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas), nem com outros réus e investigados pelo Supremo.

Opinião

  As draconianas imposições de restrições aos direitos constitucionais das liberdades de ir e vir, da liberdade de expressão e de litigar com paridade de armas, todas elas aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro, reduzem de modo dramático as opções que tem o ex-presidente em relação a esta verdadeira caça às bruxas que ele vem sofrendo há 7 anos, ou seja, durante os seus 4 anos de governo e aos 3 anos do regime atual.

No campo do que ainda resta de legalidade judicial, Bolsonaro, claro, poderá recorrer da decisão de Moraes, inclusive através da interposição de habeas corpus, mas isto, já se sabe, de nada adiantará, uma vez que o jogo é de cartas mais do que marcadas.

Assim sendo, Bolsonaro só tem duas alternativas:

Cadeia - Aceitar tudo, como vem aceitando, e aguardar a sentença de prisão por 43 anos e ir para a cadeia.

Exílio - Aproveitar a justificativa que lhe concedeu, hoje, o STF, que materializou a inédita perseguição política que vem sofrendo, e tratar de buscar a embaixada dos EUA e ali se asilar.

O exílio parece a melhor opção, tanto do ponto de vista político quanto do ponto de vista pessoal. Bolsonaro não será o primeiro líder político que comandará do exterior a reação à ditadura.

Dica do editor - Casos de bronquiolite aumentaram exponencialmente em Uruguaiana, RS. Faltam vacinas.

Dica do editor - Casos de bronquiolite aumentaram exponencialmente em Uruguaiana, RS. Faltam vacinas.

O jornal "Cidade" denuncia que faltam vacinas em Uruguaiana
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O jornalista Luís Alberto Goulart, Rádio Líder FM, de Uruguaiana, usou o Facebook da emissora para denunciar o aumento exponencial dos casos de bronquiolite, uma doença respiratória aguda que afeta principalmente crianças com menos de dois anos. 

Quem confirmou tudo foi o  médico pneumologista Luiz Fernando Cibin, responsável técnico do Pronto Socorro da Santa Casa de Caridade. Segundo ele, o número de internações de crianças com a doença aumentou consideravelmente no hospital.  O frio também atinge com mais intensidade pessoas com asma, com bronquite crônica e com pneumonia. 

"A população deve se vacinar contra as doenças virais do período para evitarem complicações, especialmente com a influenza", alertou o médico.

CLIQUE AQUI para ler toda a postagem de Goulart.


O Novo Otimismo Empresarial: Como Fóruns e Jantares Viraram Cortina para o Declínio Institucional

Este artigo é do "Observatório para um Brasil Soberano".

É curioso observar como parte da elite empresarial brasileira parece convencida de que a crise institucional do país pode ser resolvida com bom networking, jantares de gala e fóruns de prestígio. A cena se repete: empresários reunidos com autoridades do Judiciário, eventos cheios de otimismo performático, colunas celebrando o “espírito colaborativo”. Fica até difícil saber se estamos num país em colapso jurídico ou num clube de negócios em expansão. 

O Brasil atravessa um dos momentos mais críticos de sua história recente. Não por indicadores econômicos isolados, mas pela corrosão silenciosa da previsibilidade institucional. Censura normalizada, insegurança regulatória, perseguições políticas, decisões judiciais erráticas — tudo isso afeta diretamente o ambiente de negócios. E, no entanto, boa parte do empresariado prefere agir como se a estabilidade fosse uma questão de etiqueta e diplomacia. 

O Grupo Esfera talvez seja o exemplo mais acabado desse fenômeno. Ao invés de se posicionar como voz ativa contra os abusos que corroem a segurança jurídica do país, tornou-se uma espécie de vitrine de prestígio, onde o foco parece ser manter bons contatos — ainda que a estrutura legal desmorone ao redor. Fóruns são realizados, jantares são promovidos, colunas são publicadas… mas as palavras que realmente importam — censura, judicialização da política, aparelhamento institucional — raramente aparecem. 

Esse novo otimismo empresarial não é ingênuo. Ele é, em grande parte, um mecanismo de adaptação. Diante de um Judiciário politizado e de um Legislativo paralisado, muitos empresários passaram a operar num sistema informal, onde “conversas certas” e “caminhos corretos” valem mais que regras claras. É uma lógica perversa: para sobreviver, evita-se o conflito. Para manter-se relevante, finge-se normalidade. 

O problema é que esse teatro tem custo. Ao se ausentar do debate institucional, o empresariado acaba legitimando os abusos que, em última instância, inviabilizam o próprio investimento. O silêncio que antes protegia, agora compromete. A omissão que antes parecia estratégica, agora revela cumplicidade. 

É natural que empresários queiram estabilidade. Mas não se constrói estabilidade institucional evitando temas sensíveis. Não se defende segurança jurídica bajulando quem a destrói. E não se protege o investimento fingindo que o problema é técnico quando, na verdade, é estrutural. 

A elite empresarial brasileira precisa decidir se quer apenas sobreviver ao sistema ou ajudar a reformá-lo. Enquanto os fóruns seguirem ignorando o elefante institucional na sala, o país continuará afundando — com ou sem jantares.