A sensação de que o mundo está "de cabeça para baixo" ganha uma representação real com o mapa-mundi invertido que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lançará no próximo mês, durante Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global. O Mapa em que os continentes aparecem invertidos destaca o Sul Global em uma perspectiva totalmente diferente.
Em Nota Técnica, o IBGE explica que o lançamento " integra uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global, em meio à crescente importância do Brasil no cenário internacional e às mudanças geopolíticas mundiais".
O novo mapa traz destacados os países que compõe o BRICS, o Mercosul, os países de língua portuguesa e do bioma amazônico, também a cidade do Rio de Janeiro, como capital dos BRICS, a cidade de Belém, como capital da COP 30 e o Ceará como sede do Triplo Fórum. Em 2024, o IBGE despertou polêmica nas redes sociais ao lançar mapa-mundi com o Brasil no centro do mundo em ano do G20.
O Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global - Novos indicadores e temas estratégicos para o desenvolvimento e a sustentabilidade na Era Digital", acontecerá de 11a 13 de junho em Fortaleza. O evento organizará o debate técnico (presencial e remoto), com a oportunidade de reunir os chefes dos Institutos Nacionais de Estatística, autoridades, parlamentares, gestores públicos e privados, universidades, entidades da sociedade civil, jovens pesquisadores, estudantes, entre outros, em torno dos desafios da Governança internacional na Era Digital e seus impactos para as economias do Sul Global.
Em 2025, o Brasil preside o BRICS e o Mercosul, tendo o IBGE como o representante brasileiro dos institutos de estatísticas desses países. E também o Brasil terá agenda especial dedicada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
São três fóruns estratégicos para avançar em propostas e ações de novos indicadores soberanos e refletir sobre temas essenciais para o desenvolvimento e a sustentabilidade, em ano de realização no Brasil da COP 30 - 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), no que envolverá a participação dos países do bioma amazônico
Como adquirir o mapa-mundi
O novo mapa-múndi poderá ser adquirido a partir de amanhã na loja do IBGE (com prazos de entregas variados), no endereço virtual https://loja.ibge.gov.br/. E as compras físicas a partir de segunda-feira (12/05), no Palácio da Fazenda - Sobreloja 1, Centro/Castelo - Rio de Janeiro/RJ -;CEP: 20020-010.
A Livraria do IBGE faz parte da Casa Brasil IBGE, que funciona no mesmo espaço. Mais informações: https://www.ibge.gov.br/casabrasil/
Nota técnica Mapa-múndi invertido
A maior parte do mundo está acostumada a ver a América do Norte no Norte e a América do Sul no Sul, mas essa representação não é a única possível e nem a única que foi registrada durante a história.
Na verdade, não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida.
A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller. Mas existem mapas que têm outra orientação e onde o Norte não está no topo. É o caso, por exemplo, dos mapas medievais ou de alguns mapas feitos por outras culturas.
Nos mapas modernos, há questões relacionadas a reinvindicações políticas nesses mapas invertidos, geralmente realizada por países localizados no Hemisfério Sul. Segundo Nicole De Armendi, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”.
Um exemplo famoso é a obra do artista uruguaio Joaquín Torres-García, que em 1943 fez o que se conhece como “o mapa invertido”. A obra tornou-se um símbolo para os latino-americanos em seus esforços para se tornarem reconhecidos na visão geral do mundo.
O mapa-múndi invertido é lançado no momento em que o Brasil tem a presidência do BRICS e do Mercosul, além da atenção na agenda dos Países de Língua Portuguesa e da realização da COP 30 no País.
Neste contexto, o IBGE divulga essa nova versão de mapa-múndi em conjunto com as ações do órgão em 2025, como líder dos institutos de pesquisa dos referidos blocos geopolíticos. Isso inclui a agenda de eventos nacionais e internacionais e lançamento de pesquisas e indicadores, entre outras atividades de disseminação de informações.
Esse lançamento integra uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global, em meio à crescente importância do Brasil no cenário internacional e às mudanças geopolíticas mundiais.