Moraes expõe o Brasil ao ridículo internacional

Até as pedras das ruas sabem que existem centenas e centenas de presos políticos no Brasil e que centenas e centenas deles ou de outros brasileiros estão sendo julgados aos magotes pelo STF, inclusive o ex-presidente bolsonaro.

Até  a mídia tradicional tem se rendido à evidência de que não pode tratar esses patriotas brasileiros como pessoas invisíveis.

O que quero destacar é o drama que vivem centenas de outros patriotas brasileiros que estão exilados. Os mais conhecidos são os mais de 300 que se asilaram na Argentina, nos Estados Unidos e na Espanha.

Sobre os exilados políticos, quero ressaltar que pedi, hoje mesmo, ao líder da Oposição na Câmara, o deputado Luciano Zucco, que na defesa do projeto de anistia política trate de dar ênfase ao que acontece com os exilados brasileiros.

Nestas últimas horas, o caso dos exilados ganhou mais espaço na mídia por conta do drama vivido pelo jornalita brasileiro Oswaldo Eustáquio, que está exilado na Espanha.

O que houve de novo ?

O que houve é que a Justiça da Espanha negou o pedido do ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse preso e deportado para o Brasil.

A decisao judicial foi de que o jornalista é perseguido político.

E é aí que entra um dado relevantíssimo para os defensores da anistia.

Por que razão ?

Por que existem decisóes de governos estrangeiros, reconhecendo que os exilados brasileiros são perseguidos políticos. Cito três casos 1) Os Estados Unidos, que não aceitaram prender e deportar o jornalista Alan dos Santos. 2) A Argentina, que não deportou nenhum dos 300 exilados. 3) A Espanha que judicialmente considerou que Oswaldo Eustáquio perseguido político.

A reação do ministro Alexandre de Moraes diante da decisáo da justiça espanhola, além de flagrantemente ilegal, chega a ser ridícula e patética 1) em represália, ele suspendeu a extradição do cidadão búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, preso no Brasil a pedido do governo da Espanha. 2) E numa espécie de julgador mundial, ele deu prazo de 5 dias para que o embaixador da Espanha se explique.

Mais ridículo ainda é a saida que Moraes encontrou para o caso do embaixador não se manifetar, o que ele evidentemte não o fará, já que o próprio governo espanhol rebateu tudo em nota política.

Vejam só se não é de rir

- Neste caso, Moraes dará por encerrado o caso.

Éisto.

Tudo isto é digno desta república bananeira em que se transformou o Brasil por ordem e graça do sr. Moraes e sua turma do STF.

Artigo, Ives Gandra Martins - Saiba por que é imprestável a decisão de jogar Bolsonaro no banco dos réus

Quatro Pontos jurídicos que divergem da decisão do STF  que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu

A decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro de aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da

República (PGR) e torná-lo réu, entendendo que houve uma tentativa de golpe de Estado com base no que foi, fundamentalmente, encontrado no celular do coronel Mauro Cid e em sua delação premiada, merece algumas breves considerações.

Trata-se de uma mudança na jurisprudência do Supremo, pois, no caso da Lava Jato, apesar do prejuízo de bilhões causado ao Brasil por corruptores confessos, a Suprema Corte não utilizou a delação premiada como fundamento de suas decisões e até entendeu que ela não poderia servir para embasar prisões.

Artigo, Ives Gandra Martins - Saiba por que é imprestável a decisão de jogar Bolsonaro no banco dos réus

Como um velho advogado, com 68 anos de exercício profissional e 61 de magistério universitário e 90 anos de idade, confesso que ainda tenho muitas dificuldades para compreender a decisão, sem, contudo, fazer qualquer crítica aos Ministros. Aliás, por não criticá-los e, muitas vezes, elogiá-los, sou frequentemente censurado por meus leitores e seguidores das redes sociais.

Fato é que, primeiro, para haver uma tentativa de golpe, seria necessária uma ação concreta, que só poderia ser realizada por militares. No entanto, nenhum militar com comando de tropas saiu às ruas para essa tentativa.

Lecionei durante 33 anos para coronéis que seriam promovidos a generais e, em 2022, creio que aproximadamente 90% dos generais haviam assistido às minhas aulas de Direito Constitucional. Lembro-me perfeitamente de que, durante as aulas, nos momentos de debate, não havia ambiente para que algum deles cogitasse golpes de Estado, até porque minhas aulas eram sobre o respeito à Constituição, jamais sobre sua ruptura.

Reafirmo: para haver tentativa, é necessário que exista um ato de execução do crime. E, nesse caso, as Forças Armadas seriam as únicas que poderiam executar um eventual golpe. No entanto, não houve tentativa, pois sequer houve o início de uma ação.

Em segundo lugar, afirmar que o evento de 8 de janeiro foi um golpe é algo muito difícil de aceitar. Digo isso como historiador da Academia Paulista de História, com livros publicados na área.

Como acadêmico da Academia Paulista de História, nunca vi, ao estudar a história mundial, um golpe de Estado sem a participação das Forças Armadas. Destaco, ainda, que a minha segunda tese acadêmica foi sobre o impacto das despesas militares nos orçamentos públicos, analisando todas as conhecidas batalhas mundiais até o ano 1.200, quando se tornaram tão numerosas a ponto de não ser mais possível citá-las individualmente.

Insisto que o ocorrido em 8 de janeiro não foi um golpe de Estado também porque ninguém estava armado. Foi uma baderna, mas não foi um golpe de Estado. Uma das participantes estava com batom e alguns tinham estilingues. Ora, com batom e estilingues não se faz uma revolução.

O terceiro elemento que me impressiona é chamar de documento golpista um papel sem assinatura, onde constava uma declaração de estado de sítio.

Ora, o estado de sítio é uma figura constitucional que existe para garantir o Estado de Direito e não para rompê-lo. Para ser decretado pelo presidente, o estado de sítio deve ser autorizado por maioria absoluta do Congresso Nacional.

Trata-se, portanto, de um papel sem valor algum, já que o Congresso Nacional jamais autorizaria o estado de sítio. Sendo assim, não vale nada, não é um documento.

Quarto ponto que, como advogado, me parece importante: muitos dos advogados que eu conheço, alguns brilhantes e respeitadíssimos no Brasil, não tiveram acesso completo à delação premiada e a todos documentos.

Como é que eu vou defender o meu cliente sem conhecer todos os elementos que levaram à acusação? A Constituição, no inciso LV do artigo 5º prevê a garantia da “ampla defesa”. A palavra "ampla" é um adjetivo de uma força ôntica impressionante. Não é, portanto, qualquer defesa judicial e processual. Mesmo assim, a defesa queixou-se de ter tido acesso a apenas aquela parte que constava dos autos. Tratou-se, portanto, de uma defesa limitada e cerceada.

Com todo o imenso respeito que tenho aos Ministros, a matéria teria, a meu ver, que ser decidida pelo Plenário da Suprema Corte, dada a importância da discussão.

Uma vez mais, quero deixar muito claro que não faço juízo de valores sobre os Ministros, até porque tenho livros escritos com alguns deles e sempre os admirei como juristas. Embora, nas decisões judiciais, nossa convergência seja muito grande, nossa divergência ocorre quando entendo que eles se transformaram em poder político.

Por essa razão é que, hoje, são obrigados a andar acompanhados de seguranças. Algo que não ocorria quando eu saía com os Ministros Maurício Corrêa, Moreira Alves, Oscar Corrêa, Cordeiro Guerra, Sidney Sanches, enfim, todos aqueles que foram meus amigos de tempos imemoriais, como os de Aliomar Baleeiro, Hahnemann Guimarães ou José Néri da Silveira. Não era necessário uso de seguranças, porque era o STF apenas Poder Judiciário.

Significa dizer que os nossos atuais Ministros recebem um tratamento típico de políticos: quando estão na rua, quem os aprova, aplaude, enquanto quem não gosta, os ataca.

Como um modesto advogado de província e esforçado professor universitário de Direito Constitucional, creio que não foi essa a intenção dos Constituintes, até por conta do que presenciei ser discutido durante a elaboração da nossa Carta Magna. Nos 20 meses em que participei comentando a Constituição, fui ouvido em audiências públicas pelos Constituintes, mantendo contato permanente com Bernardo Cabral e visitando Ulisses Guimarães em sua casa, perto do Jóquei Clube, para discutirmos pontos da Constituição.

Naquele momento, o objetivo era, ao sairmos de um regime de exceção, onde havia um poder dominante, estabelecer três poderes harmônicos e independentes.

Retrato, pois, aquilo que vi na discussão e na formulação de uma Constituição ampla, prolixa, mas que tinha uma espinha dorsal fantástica, baseada na harmonia e independência dos Poderes, além da previsão dos direitos e garantias individuais, que são os dois maiores sustentáculos da Constituição de 1988.

Como um idoso de 90 anos, prisioneiro de São Paulo por conta da dificuldade de locomoção, mas com a cabeça ainda funcionando um pouco, embora não mais como antigamente, gostaria de trazer essas minhas reflexões para aqueles que me lêem e viram a decisão de ilustres Ministros do STF, a quem respeito, mas que têm, entretanto, neste nonagenário, advogado e professor universitário, uma interpretação que, infelizmente, em relação ao direito, é bem diferente daquilo que foi decidido.

Sem ter posição em relação a A, B ou C, mas apenas analisando o julgamento como um advogado com 68 anos de experiência e 61 anos como professor universitário,  que passou 20 meses estudando para comentar com Celso Bastos, em 15 volumes e cerca de 10 mil páginas, a Constituição do Brasil, essa é a minha opinião.

Fico muito constrangido de divergir dos meus amigos da Suprema Corte, que tanto admiro. Mas, como cidadão, não poderia me calar.

-  Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Feco mercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).


 

 


Mais da metade dos atacados gaúchos continua impactada pela tragédia das águas, diz pesquisa da Fecomércio. Cionheça os números.

A primeira rodada do ano da Sondagem do Segmento Atacadista traz aspectos relacionados ao perfil do segmento, a situação atual das vendas, expectativas e desafios do setor – inclusive em relação aos impactos ainda presentes das enchentes de 2024. Realizada entre os dias 26/02 a 26/03 pela Fecomércio-RS, a pesquisa entrevistou 385 estabelecimentos selecionados aleatoriamente no estado do RS. 

Os resultados da sondagem mostram que, mesmo depois de quase um ano das enchentes, os desafios do setor permanecem para parte relevante dos negócios. Com a maior parcela dos atacadistas (74,5%) tendo sido impactados de alguma forma, a sondagem identifica que ainda mais da metade dos entrevistados (58,9%) não estavam recuperados plenamente – apenas 13,2% estavam quase totalmente recuperados e 28,3% parcialmente, enquanto para 17,4% a retomada ainda era bastante limitada. Muitos negócios continuam impactados em função da crise, com destaque para perda de clientes (34,8%), redução de faturamento (33,5%) e dificuldades financeiras (21,6%). 

“Se a edição anterior apontava a descapitalização dos negócios e dos sócios para fazer frente ao impacto da tragédia, essa rodada nos mostra um estágio de recuperação ainda não completado. Diante da incerteza atual e o cenário econômico mais adverso, a marca da tragédia pesa ainda mais sobre a capacidade dos negócios se tornarem mais competitivos, sobretudo aqueles sem estrutura sólida de gestão”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Entre algumas características levantadas, a sondagem mostra que 21% misturavam as finanças da empresa e dos sócios, 19,5% não tinham controle informatizado de vendas e estoques e 36,3% não vendia por canais digitais, sendo que 26,2% não demonstra interesse nessa estratégia.

Na autoavaliação sobre a situação financeira atual das empresas, apesar de pouco mais da metade (55,6%) considerar uma situação positiva, para 36,4%, a situação era regular – mantendo operações, mas com desafios financeiros – e, para 8%, as finanças não estavam bem: 6,2% tinha dificuldades para honrar compromissos (situação ruim) e 1,8% indicava uma situação crítica (muito ruim), com risco de insolvência ou fechamento. A avaliação vem em linha com as consequências de uma dinâmica recente do faturamento em que não predomina uma percepção positiva, com frustração de expectativas para 53% dos entrevistados. Segundo a avaliação dos empresários, 42,6% consideram o desempenho das vendas nos últimos seis meses regular (42,6%) e 17,4% consideraram ruim; 40% avaliaram como no mínimo bom (30,1% “bom”, 7% “muito bom”, 2,9% “excelente”). Também sobre o momento atual, de custos em alta nos últimos seis meses, a maioria do segmento (72,8%) reporta repasse ao varejo, sendo, sobretudo, de forma parcial (51,2%).

Para o futuro, o cenário econômico brasileiro esperado pelas empresas gaúchas do segmento não é favorável, predominando expectativa de piora nos próximos seis meses (57,1%); 24,7% esperam estabilidade e 18,3% esperam melhora. Para a economia gaúcha, a expectativa é menos negativa, mas não chega a ser positiva: 38% esperam piora nos próximos seis meses, 40% esperam estabilidade e 22,1% esperam melhora. Ainda assim, a projeção para a força de trabalho nos próximos seis meses é de diminuição para 6,2%, consideravelmente menor que os 23,6% que esperam ampliação; 67,5% esperam manutenção do contingente de trabalhadores. Assim, a expectativa sobre a força de trabalho vem mais alinhada com a perspectiva para o próprio negócio: 46,5% esperam melhora das vendas para os próximos 6 meses; 40,5% esperam que fiquem estáveis; 13% ainda preveem uma piora. Menos da metade dos entrevistados (45,2%) pretendem investir nos próximos meses.


Mais sobre a Sondagem do Atacado

A Sondagem do Atacado faz um levantamento sobre as principais características dos negócios do segmento, identificando o perfil em termos de estrutura, finanças, gestão e estratégia das vendas. O panorama geral do segmento identifica que 81,3% atuam a mais de 10 anos no mercado, com quase metade (47,3%) contando com no máximo cinco pessoas trabalhando (22,9% tinham de 6 a 10 pessoas na força de trabalho e 29,9% contavam com mais de 10 pessoas). A sondagem também captura a heterogeneidade das atividades atacadistas, com as maiores participações na amostra sendo dos segmentos máquinas, equipamentos e ferramentas (20%), produtos alimentícios e bebidas 19,5% e outros três segmentos com 10,1% cada (insumos agropecuários; materiais de construção e ferramentas; vestuário calçados e têxteis). Em termos de porte do estabelecimento, por faturamento, 44,7% são pequenas empresas, 26,5% médias, 24,2% microempresas e 4,7% têm porte grande. Sobre endividamento, 44,7% referem não usar crédito comercial ou de instituições financeiras; 30,6% têm nível baixo de endividamento, 16,6% moderado, 6,2% alto e 1,8% crítico. Os tipos de crédito mais usados pelo setor são em compra de estoques (31,4%), utilizando crédito comercial (com fornecedores) e para capital de giro (26,2%) junto a instituições financeiras.



Abaixo assinado

 A votação do parecer favorável do relator ao Projeto de Lei do deputado Rodrigo Lorenzoni, que acaba com a taxa de Licenciamento de Veículos não estava nem na pauta da reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa desta terça-feira (15).


O PL 599/2023 dispõe sobre a cobrança de taxas de serviços diversos prestados pelo Estado e órgãos estatais, incluindo taxas dos Serviços de Trânsito, acaba com a cobrança da taxa de licenciamento/expedição do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos Eletrônico. A justificativa é do conhecimento geral: desde que o CRLV é um documento digital, não há mais despesas com logística, impressões e custos de envio. Mesmo assim, Detran e o governo seguem cobrando a taxa, desde 2019.


TRAMITAÇÃO – A tramitação do PL que acaba com a taxa do CRLV iniciou em dezembro de 2023 e deu entrada na CCJ em fevereiro de 2024. Exatamente um ano depois, foi lido o parecer favorável do relator Edivilson Brum. Em função de dois pedidos de vista e sucessivas ausências do relator, estava sendo aguardada a votação do parecer para as próximas reuniões da Comissão.


MOÇÕES DE APOIO – Desde a leitura do parecer até a reunião da CCJ desta semana, o projeto do deputado Rodrigo Lorenzoni vem recebendo moções de apoio de Câmaras de Vereadores de todo o RS. Até agora já foram 46 moções aprovadas e inúmeras protocoladas. Estima-se que mais de 4,5 milhões de gaúchos representados querem o fim da taxa do CRLV.


SEM RELATOR – A nomeação do relator do projeto do CRLV, Edivilson Brum, ao cargo de secretário estadual de Agricultura, intencionalmente ou não, fez com que o projeto, pronto para ser votado, volte à estaca zero. É que na Assembleia Legislativa RS, quando um relator designado se afasta por qualquer motivo do cargo de deputado, segundo entendimento do Departamento de Assessoramento Legislativo, o projeto – com parecer favorável ou sem parecer – precisa aguardar que o novo indicado do partido à CCJ reinicie a tramitação, ou seja, faça novo parecer.


Apesar de reconhecer que a saída do relator prejudicou o projeto, Rodrigo Lorenzoni está confiante de que ainda se faça justiça com relação à cobrança da taxa do CRLV pelo governo RS. “No momento, não há prazo para que seja apresentado um novo relator, o relatório pode demorar, mas vamos seguir mobilizados. As moções de apoio das Câmaras de Vereadores, que representam a população – que não aguenta mais pagar tantas taxas indevidas, além da altas cargas tributárias – são muito importantes. Mas vamos além: estamos lançando um abaixo-assinado que vai ser encaminhado a todos os parlamentares para que este projeto possa tramitar rápido. Vamos trabalhar muito para conseguir o fim da taxa de licenciamento de veículos. Esse é o meu compromisso”, garante o deputado.



 

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiu a versão enganosa de que o ex-senador José Serra (PSDB) foi atingido por uma “bolinha de papel” em ataque que sofreu durante a campanha à Presidência nas eleições de 2010. O tema foi o primeiro destacada por Lula no discurso em evento de inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos dos Goytacazes (RJ), nesta segunda-feira, 14.

“O Sandrão é hoje presidente da CUT. Ele foi muito conhecido no Brasil. Esses companheiros ficaram famosos de perseguir a candidatura do Serra. Depois, eles jogaram uma bola de papel que inventaram que era pedra. Inventaram que era uma pedra e esses companheiros foram perseguidos durante muito tempo na questão da profissão deles”, afirmou Lula, referindo-se ao presidente da Central Única dos trabalhadores (CUT) no Rio, Sandro Cezar, envolvido na confusão na qual Serra foi atingido na campanha.

Lula na cerimônia de inauguração da unidade de Campos dos Goytacazes da Universidade Federal Fluminense Foto: Ricardo Stuckert/PR

O episódio em questão foi uma briga ocorrida no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, durante uma campanha de José Serra, em outubro de 2010. Sandro Cezar era um dos integrantes do grupo de trabalhadores de combate a endemias que protestava contra o então candidato à Presidência. O episódio terminou em briga generalizada.

As primeiras imagens da época mostraram apenas uma bolinha de papel atingindo o candidato tucano. Contudo, imagens posteriores feitas por apoiadores de Serra presentes no evento exibiram que objetos como pedras e mastros de bandeira foram arremessados na direção do ex-ministro da Saúde, que chegou a passar por exames médicos.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que disputava pela primeira vez a Presidência, lamentou o episódio, no dia seguinte.

Nos dias seguintes ao tumulto, Lula e Serra trocaram acusações. O presidente cobrou de Serra desculpas ao povo brasileiro e chegou a comparar o episódio ao do goleiro Rojas, da seleção do Chile, que fingiu ter sido atingido por um rojão no gramado do Maracanã, em jogo contra o Brasil. Em resposta, Serra afirmou ter sido atingido, de fato, por outros objetos. Além disso, retrucou que, se alguém devia desculpas, era Lula, por ter qualificado o episódio como uma farsa e por incentivar a violência.

O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o ministro Celso de Mello determinou o arquivamento de interpelação feita pelo médico Jacob Kligerman contra o presidente Lula.

Ollanta pega 15 anos de cadeia na Lava Jato do Peru

No mesmo momento em que os ministros do STF comemoram o desmonte da Lava Jato e a libertação dos condcenados por corrupção, a Justiça do Peru faz o caminho inverso e ontem condenou o ex-presidente Ollanta Humala a 15 anos de prisão, tudo por lavagem de dinheiro, depois que ele recebeu propina da brasileira Odebrecht, tudo no âmbito da Lava Jato do Peru. A Odebrecht foi a principal protagonista da organização criminosa desmontada por Sérgio Moro.

Esposa pediu asilo ao Brasil

O tribunal também condenou a esposa de  Ollanta,Nadine Heredia a 15 anos no mesmo julgamento que durou três anos com uma investigação que começou em 2016. Humala negou durante o julgamento as acusações que ele chamou de "perseguição política". Nadine já está asilada na embaixada do Brasil, que lhe concedeu asilo imediato.

O governo peruano disse que forneceria passagem segura e garantias para a transferência deles.

Os promotores do caso haviam pedido 20 anos de prisão para o ex-presidente, um militar aposentado que governou o país entre 2011 e 2016, e cerca de 26 anos para sua esposa.

De acordo com a acusação da promotoria, Humala aumentou sua riqueza e a de sua esposa Nadine Heredia graças à "contribuição ilícita" feita pela construtora brasileira Odebrecht, agora conhecida como Novonor, e pela OAS, para sua campanha eleitoral em 2011.

A juíza Nayko Coronado, presidente do tribunal responsável pelo caso, disse que a família Humala também recebeu contribuições da Venezuela para sua campanha de 2006, quando o militar aposentado tentou se tornar presidente pela primeira vez.



Novo mínimo

 O salário mínimo em 2026 deverá ser de R$ 1.630, com aumento nominal de 7,37%. O reajuste consta do Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, enviado nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional.


Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.518. O reajuste segue a projeção de 4,76% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para os 12 meses terminados em novembro mais o teto de crescimento de gastos de 2,5% acima da inflação, determinado pelo arcabouço fiscal. A estimativa para o INPC também consta do PLDO.


O projeto também apresentou previsões de R$ 1.724 para o salário mínimo em 2027, de R$ 1.823 para 2028 e de R$ 1.925 para 2029. As projeções são preliminares e serão revistas no PLDO dos próximos anos.


Em 2023, o salário mínimo voltou a ser corrigido pelo INPC do ano anterior mais o crescimento do PIB, soma das riquezas produzidas pelo país, de dois anos antes

Be8 lançou segunda fase da nova usina de etanol, Passo Fundo. Investimento irá a R$ 1,1 bilhão.

Ocorreu, ontem, em Passo Fundo, o lançamento oficial da segunda fase das obras da nova usina de etanol da Be8. A planta, que utilizará trigo e outros cereais como matéria-prima, receberá investimento de R$ 1,1 bilhão e será a maior do tipo no Estado. Com área de 80 hectares, a usina terá capacidade de produção anual de 220 milhões de litros de etanol e contará também com a primeira planta industrial de glúten vital do Brasil, com capacidade para atender ao mercado nacional e ao Mercosul. 

A previsão é de que as operações tenham início no segundo semestre de 2026. No pico das obras, serão gerados até 2 mil postos de trabalho. Após a conclusão, o empreendimento deverá empregar 175 trabalhadores de forma direta e outros 1,5 mil de forma indireta.

Com o uso de trigo, triticale, milho e outros cereais, a nova usina deve ampliar em mais de 250 mil hectares a área de cultivo de inverno para biocombustíveis, sem afetar a oferta de alimentos. A expectativa é que a unidade seja capaz de suprir até 23% da demanda de etanol do Rio Grande do Sul a partir de 2027.

Com sede em Passo Fundo, a Be8 é a maior produtora de biodiesel do país e atua em seis estados brasileiros, além de operações no Paraguai e na Suíça. Em 2024, a empresa registrou receita líquida de R$ 7,3 bilhões e EBITDA de R$ 599,3 milhões, um recorde histórico.

Moraes investe de novo contra Eustáquio

O ministro Alexandre de Moraes decidiu que o governo soberano da Espanha, por meio de seu embaixador, apresente informações que comprovem os motivos pela rejeição da extradição do jornalista Oswaldo Eustáquio. E exige que o embaixador faça isto em 5 dias.

Moraes já expediu dois mandados de prisão contra o jornalista e um pedido de extradição, como também já investiu contra a esposa e a filha de Eustáquio.

O pedido acontece após o ministro do STF suspender um pedido de extradição do governo da Espanha de um cidadão búlgaro que está no Brasil e cometeu crimes em 2022. A decisão de Moraes cita a reciprocidade inclusa na Lei de Migração e no Tratado de Extradição entre o Brasil e a Espanha. Nela, os Estados são obrigados a entregar indivíduos que foram condenados pelas autoridades judiciárias ou respondam a processos penais e estejam nos territórios do outro país Suspensão de extradição 

Disse o ministro:“Em matéria extradicional, é pacífico o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido da exigibilidade da reciprocidade pelo país requerente, sendo que, a ausência deste requisito obsta o próprio seguimento do pedido.