Artigo, Alan dos Santos - A mãe de Manuel Uribe, Diana, como o filho, levou dois tiros. Só que ela morreu. E tinha apenas 40 anos.

 A mãe de Miguel Uribe Turbay (atingido com um tiro na cabeça ontem), Diana Consuelo Turbay Quintero, era uma respeitada jornalista colombiana, filha do ex‑presidente Julio César Turbay Ayala. Em 30 de agosto de 1990, ela foi sequestrada pelo grupo Los Extraditables, braço do Cartel de Medellín de Pablo Escobar, sob o pretexto de uma falsa entrevista com um líder guerrilheiro.


Passados meses em cativeiro numa fazenda em Antioquia, em 25 de janeiro de 1991, uma operação de resgate da Polícia Nacional resultou em um tiroteio. Diana foi atingida com um disparo nas costas, que perfurou o fígado e o rim esquerdo, e foi levada de helicóptero a um hospital em Medellín, mas acabou vindo a óbito poucas horas depois em decorrência de hemorragia e choque hipovolêmico.


Ela faleceu com apenas 40 anos, deixando dois filhos: María Carolina (nascida em 1972) e Miguel (nascido em 1986), que tinha apenas 5 anos de idade ao perder a mãe.


Miguel encontra-se internado em estado grave… e a Colômbia

continua sob o domínio do narcotráfico

Artigo, Rodrigo Augusto Prando - Lula e seu projeto de reeleição em risco

Rodrigo Augusto Prando, Professor e Pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Cientista Social, Mestre e Doutor em Sociologia, pela Unesp

 

O fim de semana de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT) não será simples. No Planalto, ninguém falará, com alegria, “sextou!”. As pesquisas de opinião divulgadas essa semana são péssimas: no curto prazo, o governo continua em uma reprovação crescente; no médio, já pensando em 2026, a reeleição está em risco. Alto, inclusive.

 

Coligindo dados de maio de 2025, a Genial/Quaest traz uma desaprovação do Governo Lula de 57% e uma aprovação de 40%. Em março, a desaprovação era de 56% e a aprovação era de 41%. 

 

No gráfico apresentado pelo instituto de pesquisa, o problema tem início entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando a aprovação começa a cair e a desaprovação a subir sem parar. 

 

Em recortes do eleitorado, por exemplo, Lula continua mais aprovado do que desaprovado na região Nordeste, contudo, nas demais regiões – Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte – sua desaprovação é muito grande. 

 

No segmento gênero, as mulheres que sempre aprovaram Lula, já desaprovam. Naqueles que tem Ensino Fundamental, a aprovação está em 50% e a desaprovação em 47%. Entre aqueles que sempre estiveram ao lado de Lula, os que ganham até dois salários mínimos, 50% aprovam e 49% desaprovam, ou seja, empate técnico. Por fim, para ficarmos em aspectos mais gerais, entre os católicos que, geralmente, apoiam Lula, sua aprovação chega em 45% e sua desaprovação em 53%.

Um dos dados mais duros para o governo é que, para os entrevistados, 44% acham que Lula é pior do que Bolsonaro e 40% melhor. Lembrando que Bolsonaro teve, em seu mandato, uma crise pandêmica. 

 

Se Lula firmou-se, em 2022, em uma frente ampla (não tão ampla assim) para defender a democracia, essa narrativa provavelmente não prosperará em 2026. Tenho afirmado, em entrevistas, que o Lula 3 não traz nenhuma marca. O Governo FHC tem como marca o controle da hiperinflação e a estabilidade da economia; Lula 1 e 2 trazem a diminuição da extrema pobreza, incremento da classe média e consolidação de programas sociais. Agora, o questionamento que fica é: qual a marca desse terceiro mandato? 

 

No campo da comunicação política, Lula, o PT e os progressistas, em geral, são superados, de lavada, pelas narrativas encantadoras, especialmente, da extrema direita. 

 

A conexão do presidente com sua base histórica foi, paulatinamente, se esboroando. O mundo é outro, a sociedade está hiperconectada em rede, mas Lula parece manter-se em um ambiente analógico. Inflação dos alimentos (na campanha, promessa de picanha; na prática, dificuldade de comprar o cafezinho), taxação do Pix, escândalo de corrupção do INSS e, agora, a confusa agenda de aumento do IOF. Nada disso foi positivo. Não sendo um governo proativo, cabe ser reativo, mas quando reage, tem feito isso tardiamente e mal. 

 

Em síntese, o governo, caso continue assim, pavimenta uma derrota nas próximas eleições. Pode, obviamente, alterar suas ações, de forma incremental e isso leva tempo. É capaz, ainda, de “dar um cavalo de pau” em suas políticas e isso traz o risco de ações populistas e uma paralisia da combalida governabilidade por uma oposição mais ferrenha do que Lula vivenciou anteriormente. Há tempo para mudar, mas isso exige liderança, grandeza e um norte, um rumo claro. 


Artigo, Deputado Zucco - A oposição alerta: projeto de regulação ameaça a liberdade de expressão no Brasil

Não há dúvida de que essa proposta de regulamentação das redes sociais, da forma como vem sendo conduzida, representa um risco gravíssimo à liberdade de expressão no Brasil. O governo Lula e o PT não aceitam críticas, não toleram questionamentos, sobretudo quando surgem denúncias escandalosas, como o que estamos vendo agora no caso dos descontos ilegais no INSS, que lesaram aposentados e pensionistas em todo o país. Tudo aquilo que contrariar o governo, que expuser suas contradições, seus erros e seus escândalos, será rotulado de discurso de ódio ou fake news.


Essa é a verdadeira intenção por trás desse debate: transformar qualquer crítica, qualquer opinião divergente, em crime. É um projeto de censura disfarçado de regulação. Começam pelas redes sociais, mas o próximo passo, e eles nem escondem, é calar a imprensa. Isso já está acontecendo, como no caso absurdo da jornalista Rosane de Oliveira, condenada a pagar R$ 600 mil simplesmente por divulgar informações públicas.


E, de forma ainda mais preocupante, enquanto o STF retoma o julgamento para tentar empurrar goela abaixo do Brasil essa censura institucionalizada, o governo Lula recebe, de braços abertos, um enviado oficial da ditadura chinesa para 'ensinar' como se faz a regulamentação das redes sociais. É escandaloso. Importar modelos de controle social da China, onde não há liberdade, não há imprensa livre e onde tudo é vigilância e repressão.


Agora, é preciso deixar uma coisa muito clara: a oposição não defende oba-oba, nem vale-tudo nas redes. O que for crime — e aí estamos falando de crimes reais, como pedofilia, exploração de crianças, ameaças, apologia ao crime, estelionato digital e outros — precisa ser combatido com todo o rigor da lei. E, nesses casos, a retirada de conteúdos precisa acontecer, sim, de forma rápida e eficaz. Mas isso são situações bem definidas, bem tipificadas no Código Penal.


O que não podemos aceitar é transformar opinião, crítica, posicionamento político, religioso ou ideológico em crime. Isso é ditadura. Não podemos permitir que, sob o pretexto de proteger crianças ou combater crimes, se abra um guarda-chuva que permita derrubar qualquer conteúdo, sem ordem judicial, com base no arbítrio de autoridades ou de plataformas pressionadas pelo Estado.


A oposição está atenta, vigilante e seguirá atuando com toda a firmeza para impedir esse avanço autoritário. Defender a liberdade não é defender crime. É defender o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e, acima de tudo, o direito do cidadão brasileiro de pensar, se expressar e questionar os donos do poder.


Mendonça está certo sobre regulação das redes

Ministro do STF adere aos princípios constitucionais da liberdade de expressão no julgamento do Marco Civil da Internet


O regime constitucional brasileiro assegura a ampla liberdade de expressão e proíbe categoricamente a censura. Qualquer regulamentação das atividades de comunicação precisa respeitar esses mandamentos sob pena de ser banida do ordenamento legal.


O Marco Civil da Internet, promulgado em 2014 após amplo debate na sociedade e no Congresso Nacional, atende satisfatoriamente aos requisitos constitucionais.


Em seu artigo 19, o código determina que as plataformas que provêm o serviço podem ser responsabilizadas legalmente apenas no caso de se recusarem a cumprir ordem judicial determinando a remoção de conteúdo produzido por usuários.


Nada mais coerente com a ampla garantia à expressão do que delegar decisões de banir manifestações, que ainda assim deveriam ser excepcionais e criteriosas, à autoridade do Poder neutro do Judiciário, cujas ordens devem estar embasadas em sólida argumentação legal e estão em regra sujeitas a recurso e revisão.


O intérprete canônico dos códigos não terá, portanto, estranhado a argumentação do ministro André Mendonça no julgamento que discute a responsabilização de provedores. Ele foi o primeiro dos quatro do Supremo Tribunal Federal que se manifestaram até agora —também votaram Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso— a reconhecer a adequação do artigo 19 à Carta.


Mendonça foi além ao afirmar que, à luz da Constituição, a Justiça não deveria agir para derrubar perfis inteiros das redes sociais, como se tornou frequente em ordens de seu colega Alexandre de Moraes. Que se remova a publicação específica que fere a lei, mas é abusivo proibir seu autor de continuar a se expressar.


O ministro lembrou da importância de resguardar direitos fundamentais que têm sido ignorados no país —como o de as partes atingidas por ordem de remoção terem acesso ao teor da acusação, para que possam se defender.


Ordens secretas, emitidas sem que o acusado tenha o direito de conhecer a acusação, remetem às piores práticas do absolutismo monárquico que predominou na Europa entre os séculos 16 e 17 —e constituem abominação.


Dívida pública federal já é de R$ 7,62 trilhões

 A dívida pública federal voltou a crescer em abril e atingiu o patamar de R$ 7,62 trilhões, de acordo com dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional, ligada ao Ministério da Fazenda. O aumento foi de 1,44% em relação ao mês anterior, quando o estoque da dívida estava em R$ 7,51 trilhões. No acumulado do ano, a dívida subiu R$ 300,6 bilhões — um avanço que reforça os alertas sobre a sustentabilidade fiscal do país.

O dado consta no Relatório Mensal da Dívida (RMD), documento técnico que detalha a evolução dos títulos públicos emitidos pelo governo federal para financiar o déficit das contas públicas. O crescimento da dívida, ainda que em linha com a trajetória esperada, intensifica o debate sobre o equilíbrio entre arrecadação, controle de gastos e capacidade de honrar compromissos sem pressionar juros ou minar a credibilidade fiscal.

Apesar do governo federal defender uma política fiscal “responsável”, os números mostram um cenário cada vez mais pressionado. Em menos de cinco meses, o crescimento da dívida supera os R$ 300 bilhões, um ritmo que, se mantido, poderá comprometer as metas estabelecidas pelo próprio Ministério da Fazenda, como o objetivo de zerar o déficit primário.