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1º Registro de Títulos e Documentos e Civil das Pessoas Jurídicas
Capítulo I
O Processo
CAPÍTULO II
O pecado original
CAPITULO III
A Delegada Andrea Matos, filha do ex-juiz federal Rocha Matos
CAPÍTULO IV
O interrogatório
CAPÍTULO V
Assassinato de Reputação. O papel jogado pelo MPRS.
CAPÍTULO VI
Luciana Genro mentiu ao investir contra Polibio Braga
PESQUISAR https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=polibio+braga
CAPÍTULO VII
Luciana Genro mentiu no caso da Operação Rodin
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
Os governos do PT contra a liberdade de imprensa em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil.
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CAPÍTULO I
O PROCESSO.
Promotor Luciano Vaccaro
Gabriel, o que o senhor sabe sobre esses fatos que estão sendo imputados ao Jornalista Polibio Braga.
Gabriel Galli Arévalo, na época funcionário do gabinete da Deputada Federal do PSOL, Fernanda Melchionna, e representante da ONG Somos, testemunha do Promotor e um dos autores do Boletim de Ocorrência registrado na Polícia.
Olha, eu sei que no dia 18 de maio de 2021, o jornalista Políbio Braga fez uma publicação no blog dele registrando a iluminação que o Palácio, que o Governo do Estado realizou no palácio Piratini, né, em relação à alusão a um dia de combate à LGBTfobia. Essa é uma data bastante importante para o movimento LGBT porque marca a saída da caracterização da homossexualidade como uma doença dos registros da Organização Mundial da Saúde. E, nesse texto opinativo que o senhor Políbio realizou nesse blog, ele utilizou uma serie de termos que, na minha compreensão e da organização a que eu faço parte, ONG Somos, que trabalha há 20 anos na defesa e na luta por direitos humanos, tem uma conotação LGBTfóbica. E essas conotações, elas aparecem de forma, na nossa interpretação, propositalmente camufladas, mas que ficam evidentes o teor homofóbico quando faz uma serie de brincadeiras de certa forma com a própria homossexualidade do governador do Estado de cunho vexatório e também quando relaciona a homossexualidade com outras práticas sexuais ou outras, até questões que vão para um cunho de patologia ou doença mental como a zoofilia, pedofilia, né. Fazendo uma associação que é bem clássica e bem conhecida do movimento LGBT, quando tentam nos caracterizar como pessoas sujas e perversas, né (A conceituação que ele concede ao termo “homossexualismo” é própria, pessoal, e não tem nada a ver com o sentido etimológico e legal do termo – veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade). Então esse texto ele passa dessa forma e, na nossa compreensão, enquanto jornalista o senhor Políbio Braga assume a posição de disseminar conteúdo discriminatório quando ele faz esse texto. Não é a primeira vez que ele se comporta dessa forma né, por isso também que eu me motivei a prestar essa denúncia, porque nós acreditamos que é de interesse público que esse tipo de comportamento seja pausado. Hoje mesmo houve comentários no blog dele a respeito de como mulheres trans tiram o lugar de pessoas, de outras mulheres no esporte, enfim, sei que não é o conteúdo, não é o caso aqui do que está sendo analisado por essa Vara. Mas eu cito aqui que é uma pessoa que é conhecida por disseminar conteúdos que, na nossa compreensão, podem ser entendidos enquanto discriminatórios e nós entendemos que a partir do momento que o STF define que a homofobia é um crime, nós entendemos que isso deveria ser classificado dessa forma então.
Promotor Luciano Vaccaro
Só, desculpa te interromper, mas desculpa, eu posso ser ignorante, mas eu também uso a expressão homossexualismo. Eu não sabia que isso não é admitido pela associação de vocês. Me desculpa. Então é uma interpretação sua de que ele agiu dessa forma? Como é que o senhor pode dizer que o fato dele ter usado homossexualismo é de cunho discriminatório homofóbico? Porque eu mesmo uso essa expressão e confesso aqui minha total ignorância, eu estou surpreso. Desculpa.
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Na época, 2021, este então servidor (CC ou Cargo em Comissão) do gabinete da Deputada Federal Fernanda Melchionna, PSOL, no caso Gabriel Galli Arévalo, Diretor Operacional da ONG Somos, que é também Jornalista, foi a única testemunha arrolada pela Promotora Ivana Machado Moraes Battaglia ao acolher indiciamento pedido pela Delegada Andrea Matos e denunciar-me perante a 11a. Vara Criminal do Foro de Porto Alegre por crime de homofobia.
Este denodado diretor da ONG Somos permaneceu como alto funcionário de Cargo em Comissão durante todo o primeiro mandato da Deputada do PSOL, mas no dia 1o de Janeiro de 2025 resolveu migrar dali para o gabinete da Vereadora Natasha Ferreira,mulher travesti, ativista pelos direitos humanos e das pessoas LGBTI+, Líder da bancada do PT na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
O cargo para o qual foi nomeado, no caso de Supervisor de Gabinete Parlamentar, rende-lhe polpuydos r$ 15.212,30 mensais.
Estas informações foram obtidas depois de repetidas consultas promovidas com base na Lei de Acesso às Informações.
Depois de peregrinar pela Polícia e pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, o Jornalista e Mestre em Comunicação, Galli Arévalo foi ouvido em audiência no dia 20 de junho de 2022 pela juíza Quelen Van Caneghan, que não só acolheu as acusações feitas no inquérito policial conduzido em tempo recorde pela Delegada Andrea Mattos, aceitas e amplificadas de modo inquisitorial pela Promtora Ivana Bataglia, em nome do Ministério Público Estadual, como elevou até a última potência os ataques feitos pelas duas mulheres, condenando o editor a 2 anos de cadeia, mais multa exorbitante.
Galli Arévalo e seu companheiro da ONG Somos, Carlos Cesar Klein, registraram BO, Boletim de Ocorrência, no dia 18 de maio de 2021, dois dias depois Mattos instaurou o inquérito, 5 dias mais tarde ouviu Carlos Klein e a mim mesmo, sendo que um mês depois concluiu sua tarefa com meu indiciamento, acolhido em seguida pelo Ministério Público Estadual, que sequer quis me ouvir.
A partir daí, o Ministério Público Estadual e o aparato oficial e oficioso do PSOL, com ênfase para as Deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna, abriram um campanha pública de calúnias, injúrias e difamações contra mim, usando todo o arsenal conhecido de assassinatos de reputação que a esquerda costuma empunhar contra seus desafetos, inclusive com investida direta e bem sucedida de intimidação de anunciante do blog www.polibiobraga.com.br, levando a cancelamentos de contratos de publicidade, com ênfase para o cliente Assembleia do RS, causando-me graves prejuízos financeiros.
As duas representantes do PSOL, do mesmo Partido ao qual pertenceu Adélio Bispo antes de tentar assassinar o Presidente Jair Bolsonaro, não conseguiram e nem conseguem arranhar a reputação de ninguém, embora tentem isto de forma recorrente.
Desde a redemocratização, líderes e liderados de Governos e Partidos de corte ideológico comunista, como PT, PCdoB e PSOL, tentam sem sucesso na maioria esmagadora dos casos, mas com sucesso em outras situações, não apenas me meter na cadeia, como, sobretudo, retirar minhas condições de trabalho, meu patrimônio e minha reputação.
Esta é a escalada que as lideranças lulopetistas empreendem há 38 anos (ano base 1988 e ano examinado de 2024))contra mim:
1) Tirar meus empregos, o que conseguiram com sucesso em empresas como RBS, Band e Caldas Júnior.
2) Meter-me na cadeia, o que não conseguiram, apesar das inúmeras ações criminais movidas ao longo dos anos posteriores à redemocratização.
3) Tomar minha renda e meu patrimônio, o que conseguiram em valores muito expressivos.
4) Caluniar-me, injuriar-me e difamar-me publicamente, promovendo inacreditáveis, recorrentes e incríveis assassinatos de reputação, fazendo uso de expedientes sórdidos como neste caso do malfadado e fracassado processo criminal por homofobia, mas principalmente pelo uso massivo de informações totalmente falsas e insultuosas promovidas pelos blogs Tomando na Cuia e Nova Corja. No caso destas duas publicações, fui buscar reparação judicial e consegui empastelá-los, calando e punindo os detratores. É um caso que a seguir vai contado em detalhes, em capítulos especiais.
Tentaram a mordaça social, física ou financeira, além dos casos já citados, por exemplo, entre dezenas de outros reclamantes, os ex-Governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, o ex-Prefeito Raul Pont e Deputados como a própria Luciana Genro e Manuela D'Ávila, o ex-Presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, sem contar a arraia miúda ideologicamente comprometida com a vanguarda do atraso.
Ajudei a contar parte desta história no livro "Vanguarda do Atraso", no qual 11 jornalistas e intelectuais narraram as perseguições políticas que sofreram ou registraram durante os Governos do PT.
Boa parte dos autores deste livro, entre os quais eu mesmo, tiveram que ser desagravados em sessão pública levada a efeito pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos, numa memorável noite realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil.
No caso da ação movida pela Promotora Ivana Battaglia, meus advogados tentaram obter Direito de Respostas às acusações públicas do Ministério Público Estadual, todas publicadas no site da própria instituição. Foi tudo em vão, porque os pedidos foram recusados administrativa e judicialmente, prevalecendo apenas a denúncia, sem qualquer contraditório. Nos demais casos, não houve busca por direito de resposta, já que as publicações foram consideradas, via de regra, irrelevante.
Interpelações judiciais, com ênfase para os Deputados Luciana Genro e Gabriel Souza resultaram desertas.
Personagens que atuam nas sombras dos Deputados e que rechearam as redes sociais para repercutirem as falsas acusações, foram emparedados também por interpelações judiciais. Todos cessaram os ataques.
Ao longo dos 38 anos que vão da redemocratização até 2024, o pêndulo judicial não esteve apenas inclinado do lado dos falsos acusadores, porque em pelo menos dois casos memoráveis, foi preciso usá-lo para cobrar judicialmente a responsabilidade por campanhas difamatórias desfechadas contra mim em publicações de internet e que se consideravam fora do alcance dos longos braços da lei. Foram os casos de dois blogs, "Tomando na Cuia" e "Nova Corja", ambos editados por ativistas esquerdopatas. "Nova Corja" foi o capítulo mais complicado, porque mais amplo e tocado por um grupo organizado, coeso, de professores e alunos da PUC do Rio Grande do Sul
Depois de investigações completas, consegui identificar os editores, processei-os, todos foram condenados e ao final e ao cabo, "Nova Corja" e "Tomando na Cuia" resultaram fechados para sempre.
Estes dois casos exemplares serão narrados em detalhes neste livro.
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Depois que fui condenado a 2 anos de cadeia no dia 16 de agosto de 2022, tudo por sentença da Juíza da 11a. Vara Criminal de Porto Alegre, Quelen Van Caneghan, os meus advogados Rafael Nunes Leal, Taís Comasseto e Isabela Muller Rocha recorreram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, protocolando tudo no dia 3 de abril de 2023.
No dia 23 de setembro, a 8a. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça concluiu inédito acórdão, anulando todo o processo e remetendo-o para a Justiça Federal, sob o elementar entendimento legal de que o suposto crime de homofobia, conforme o alegado, ocorreu de fato no âmbito da internet, rede mundial de computadores regulada por tratados internacionais dos quais o governo federal brasileiro é signatário.
A Delegada Andrea Matos, a procuradora Ivana Bataglia e a juiza Quelen Van Caneghan tinham ignorado a letra fria da lei.
Mas não só.
No dia 26 de março de 2024, o Procurador Federal Felipe Souza, acionado pelo Juiz Federal Guilherme Beltrami, que recebeu o caso, ignorou a discussão sobre o foro adequado, considerando fato vencido, e foi diretamente ao ponto, fulminando o conteúdo e os termos do inquérito, da denúncia e da sentença.
Souza pediu o arquivamento da ação.
Simples assim.
O Juiz Federal Guilherme Beltrami, no mesmo dia, arquivou o processo, que transitou em julgado.
Todos os atores que participaram da orquestração ilegal pagarão pelo que fizeram, menos a Delegada Andrea Mattos, que morreu antes de responder em juízo e fora dele pelas acusações infundadas.
Ao fim e ao cabo, prevaleceu esta manifestação inequívoca a favor da liberdade de expressão, portanto também de imprensa, traduzida em letra de forma pelo Procurador Federal Felipe Souza, tudo no dia 26 de março de 2024:
- Ouso divergir do Ministério Público Estadual do RS e não vislumbrar no texto indução ao pensamento discriminatório, tampouco incitação ao preconceito e discurso de ódio (....) O trecho não contém nenhum tipo de argumentação encadeada (...) Não me parece adequado, quando da formulação da denúncia, pretender emprestar a quaisquer manifestações públicas a pior interpretação possível, capaz de vislumbrar nelas intento criminoso (...) Pelo contrário, a liberdade de expressão é direito fundamental e deve ser ao máximo prestigiada (...) Sendo compatível com a Gramática e a Lógica, mais consentâneo com a dita liberdade, afigura-se-me tentar ler qualquer postagem pública de forma dar ao texto interpretação que não o leve a ser criminializado (...) Tendo sido feita in bonam partem, afasta o caráter criminoso que lhe irrogou o MP-RS).
Fundamentos legais
A acusação
A longo dos 3 anos de tramitação da ação criminal, a Delegada Andrea Matos, a Promotora Ivana Battaglia e a Juíza Quelen Van Caneghan, todas mulheres e operando na primeira instância da Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, esgrimiram reduzidíssimo arsenal de disposições legais, todo ele fulminado pelo juízo competente, que não era o delas, na fase final, na Justiça Federal:
- ADO 26, nos termos do artigo 20, parágrafo 2o da lei 7.716/89.
Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, que tornou efetiva a criminalização específica de todas as formas de homofobia e transfobia, como poderia tornar efetiva a criminalização de qualquer outro objeto, conforme o que bem entendesse a Corte, que, aliás, tem feito isto a partir de abril de abril de 2019, quando censurou a revista eletrônica Crusoé, primeira vítima do escabroso inquérito das fake news. O objeto direto da ação movida no STF foi declarar a inconstitucionalidade na falta de lei que punisse a ação discriminatória contra pessoas LGBTQIA+. A Corte acolheu a ação, desconsiderando o fato de que o constituinte de 1988 não incluiu a questão na Carta Magna porque não quis fazê-lo, por não considerar a existência de crime, o que também não quiseram fazer os legisladores federais a partir dali. O constituinte e o legislador ordinário, entenderam e entendem que ofensas de gênero estão suficientemente tipificadas no Código Penal, quando ele trata dos casos de calúnia, injúria e difamação.
A defesa
Os Advogados de Defesa invocaram proteção constitucional, inclusive jurisprudência e dispositivo do Código de Processo Penal, todos garantidores do livre direito de expressão:
- Artigo 220 da Constituição Federal e tudo que se vincula ao art. 5o, IV, V, X,XIII E XIV, ADPF 1287 sobre livre pensamento, Artigos 395 e 396 e do Código de Processo Penal.
Tudo começou a mudar, no entanto, apenas quando os Advogados de Defesa Taís Comasseto e Rafael Nunes Leal apelaram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que decidiu por unanimidade fulminar todo o processo judicial, mantendo apenas os termos do inquérito policial, já que o caso era evidentemente de competência da Justiça Federal, tudo com base no artigo109, V, da Constituição Federal.
O Juiz Federal Guilherme Beltrami mandou ouvir o Ministério Público Federal, que repeliu as acusações, defendeu a aplicação do Artigo 5o da Constituição Federal, já que foi caracterizada a garantia constitucional do princípio da liberdade de expressão, portanto também de imprensa. Além disto, o Procurador Federal Felipe de Souza não quis sequer levar o caso a julgamento, pedindo o arquivamento de tudo.
Na decisão final que aceitou o pedido de arquivamento, o Juiz Federal considerou que não teria outra alternativa senão basear a sentença final no acolhimento do disposto na Lei 13.964/19e nos Artigo 18 e 28 do Código de Processo Penal, considerando que o Ministério Público Federal é o titular da ação penal em curso, reforçando assim o princípio legal acusatório definido para o caso do processo penal brasileiro.
CAPÍTULO II
A Origem
A defesa da liberdade de expressão, mais especificamente a liberdade de imprensa, é uma das principais batalhas destes tenebrosos anos do Século XXI, como já foi antes, nos séculos anteriores, desde que Gutenberg, 1439, inventou sua galáxia de tipos móveis e que deu início à revolução da imprensa, fundamental no desenvolvimento da Renascença, da Reforma e da Revolução Científica, tudo que lançou as bases materiais para a moderna civilização, baseada no conhecimento e na disseminação em massa da informação, o que inclui a aprendizagem em larga escala.
No século XXI, como no Século XV, os poderosos de plantão operam de modo sutil ou descaradamente para impor mordaças aos meios, às mensagens e até a eliminação dos mensageiros que os desagradam.
Foi em tudo que isto que pensei ao me dirigir ao interrogatório exigido pela jovem e bela Delegada Andrea de Melo da Rocha Mattos Reschke, a primeira ocupante da então novíssima Delegacia de Combate à Intolerância, inaugurada com grande pompa e circunstância pelo Governador Eduardo Leite no dia 10 de dezembro de 2020, quase ao final do seu primeiro mandato. Na ocasião, a nova Delegacia e Andrea, foram imediatamente paparicados pela mídia tradicional e também por toda a vanguarda do atraso. Uma romaria de políticos comunistas foi prestigiar pessoalmente a Delegada. Dou ênfase para a visita da Deputada do PSOL, Luciana Genro. Ambas, sorridentes, tiraram foto na porta da Delegacia. O deputado estadual do PT, Leonel Radde, entregou-lhe a Medalha do Mérito Farroupilha.
Aquele início da tarde do dia 25 de março de 2021, pareceu tão sombrio quanto os dias que o antecederam e sucederam, tudo porque Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, o Brasil e o mundo todo estavam acossados pela pandemia da Covid-15.
A Delegada Andrea Mattos morreu dois anos depois, de câncer.
Um ano antes, no dia 2 de setembro de 2022, morreu o pai de Andrea Mattos, no caso o ex-Delegado Federal, Ex-Procurador Federal e ex-Juiz Federal João Carlos da Rocha Mattos, que vivia em São Paulo.
Pouca gente dentro e fora do governo sabia do parentesco.
Rocha Mattos deixou a magistratura depois de ter sido alvo de inquérito que apontou um esquema de venda de sentenças judiciais. Ele já havia sido condenado anteriormente por corrupção e formação de quadrilha.
Em 2015, o ex-juiz foi condenado a 17 anos, cinco meses e dez dias de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo a denúncia, ele recebeu valores sem origem justificada e enviou ilegalmente quantias para uma conta bancária na Suíça com o auxílio da ex-mulher, Norma Regina Emílio Cunha.
Sua primeira condenação ocorreu em 2003, por formação de quadrilha, denunciação caluniosa e abuso de autoridade. Ele cumpriu oito dos 12 anos da sentença até ir para prisão domiciliar em abril de 2011. Voltou a ser preso em outubro de 2016 para cumprir pena pelo crime de peculato, pelo qual foi condenado, em junho de 2006 a quatro anos e seis meses de prisão. Em 2020, Rocha Mattos foi para prisão domiciliar por causa da crise sanitária imposta pela Covid-19 e, posteriormente, foi para o regime aberto. No mesmo ano, dois imóveis que pertenciam a ele foram a leilão.
.......
O Advogado Pedro Lagomarcino foi quem me acompanhou até o acanhado prédio da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, instalada em enxutas, espartanas e novíssimas instalações no bairro São Geraldo, a poucos minutos do Centro Histórico de Porto Alegre.
Chegamos no horário, 14h.
A Delegada Andrea Mattos chegou mais tarde. Ela se desculpou pelo atraso. Na época, eu ainda não sabia que a Delegada já lutava contra um câncer que poucos anos depois a mataria.
Não houve troca de gentilezas, porque o escrivão de plantão já anotava os primeiros dados preparatórios ao interrogatório.
Na parede da sala onde eu e o Advogado Pedro Lagomarcino respondíamos ao questionamento da Delegada, percebemos uma placa com esta advertência ilegal e canalha, colocada como aviso na parede:
- Seu silêncio pode ser interpretado como culpa.
O silêncio nesta fase de interrogatório policial é garantido por qualquer legislação penal de países civilizados, inclusive Brasil, e nem de longe pode ser tomado como confissão de culpa.
Mais tarde, representamos contra a ilegalidade.
Eu me apresentei propositadamente com uma máscara respiratória protetora semi-facial Epi com 2 filtros, não só pelo risco de contrair o vírus, mas também porque sempre considerei tóxicos os ambientes de delegacias policiais, salas de audiências e cárceres em geral, tudo por experiência própria.
Não chovia na Capital, naquele momento, 14h. Segundo o Inmet, os termômetros marcavam 12,4o e a pressão atmosférica batia em 1.015,7, mas nuvens negras ameaçavam a iminência de chuvas sobre Porto Alegre.
Era um dia sombrio.
Antes mesmo do interrogatório conduzido pela Delegada Andrea Matos, o escrivão fez algumas perguntas de praxe, avisando que eu seria ouvido como suspeito e teria direito a permanecer calado. Em seguida, ele perguntou:
- O senhor já foi preso anteriormente ?
Claro que sim. E não foi apenas uma vez. Eu conto minhas prisões políticas durante o regime militar no livro "Ahú - Diários de Minhas Prisões Políticas"
Ainda sem a presença da Delegada, que parecia não chegar nunca, o Escrivão resolveu ler o histórico da ocorrência, começando pelo resumo do Boletim de Ocorrência, o BO protocolado pelos ativistas de extrema-esquerda Gabriel Galli Arévalo e Carlos Krebs:
“ Houve ofensas a alguém, foram atribuídas ofensas reforçando a vítima no meio social em que ele vive, foram atribuídas qualidades negativas aos defeitos da vítima. Ofensas à vítima constitui na utilização de elementos discriminatórios referente a raça e etnia, a vítima não foi agredida fisicamente. A Delegacia de Polícia de combate à tolerância DPCI, conforme imagem anexada, o jornalista proferiu ofensas a todas as pessoas LGBT relacionando-as à prática de zoofilia.
Eis a nota:
“ Eduardo Leite manda bordar as cores do arco-íris gay na fachada do Piratini”
A foto é assunto em todo Brasil e também no exterior. O governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como a opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia. Pelo menos no ponto de vista da polêmica OMS. Ontem foi o dia internacional do universo LGBTQIA+ que engloba não só o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos e coxilhas pouco frequentadas. Rio Grande do Sul, a política estadual de atenção e integração de uma população LGBTQIA + implantada com decisão por Eduardo Leite visa elaborar, estimular, apoiar, participar, e promover eventos, estudos, pesquisas, debates e ações que envolvam discussões de saúde da população LGBTQIA +. O relato mais recente do grupo gay da Bahia, GGB, divulgado no início de 2019 resultou que 2018 ocorreu 420 mortes de LGBTs no Brasil, 320 homicídios e 100 suicídios.
O imbroglio todo começou com uma curta nota publicada no blog www.polibiobraga.com.br:
O governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia, pelo menos do ponto de vista da polêmica OMS. Ontem foi o Dia Internacional do Universo LGTBQIA+, que engloba nao apenas o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos de coxilhas do Rio Grande.No RS, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBTQIA+, implantada com decisão por Eduardo Leite, visa laborar, estimular, apoiar, participar e promover eventos, estudos, pesquisas, debates e ações que envolvam discussões de saúde da população LGBTQIA+. O relatório mais recente do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado no início de 2019, registrou que em 2018 ocorreram 420 mortes de LGBTs no Brasil - entre 320 homicídios e 100 suicídios.
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CAPITULO III
A Delegada Andrea Matos
Naquele início de tarde do dia 25 de maio de 2021, em plena pandemia do vírus chinês, depois conhecido mundialmente como Covid 19, eu e o Advogado Pedro Lagomarcino aguardávamos a chegada da Delegada Andrea Mattos, mas como ela estava muito atrasada, o Escrivão Abayomi Mandela Silva Felix, que registraria o interrogatório, resolveu iniciar tudo pela parte introdutória desses tipos de caso, ou seja, pela qualificação do depoente.
Um pouco antes de ingressarmos na sala da inquisição, pedi ao meu Advogado, o Dr. Pedro Lagomarcino, que ativasse o modo "gravador" no seu celular, tudo com o objetivo de registrar até a respiração da Delegada Andrea Mattos. Eu imaginava que ela produziria um resumo canhestro da conversa, o que realmente acabou acontecendo, incapaz de fornecer o verdadeiro ambiente ocorrido ali, mas também imprestável no caso de registrar o exato conteúdo da conversação, porque foi muito mais uma conversação do que uma inquisição o que aconteceu, embora a isto eu tenha sido forçado.
Ainda assim a oitiva foi muito mais civilizada do que o interrogatório a que fui submetido anos antes, em 1969, por um oficial do Exército vinculado à Operação Bandeirante, a temida Oban, deslocado para Porto Alegre, em pleno regime militar. Ao me ver algemado nas instalações do Dops, na Avenida Ipiranga, Porto Alegre, ao lado do Delegado Pedro Seelig o oficial disparou perguntas que não fizeram sentido para mim, confundindo-me. Incontinenti, ele passou a mão na minha língua e denunciou:
- A língua está seca. Ele está mentindo.
Eu não estava mentindo e nem falando a verdade.
Sem acusações e sem ser interrogado, fui depois de duas semanas libertado da cela escura, vazia, que continha apenas um caninho para circulação de ar, colocado ao alto de uma das paredes do Dops, sem sequer um pedido de desculpas.
Era este o tipo de ambiente que eu quis registrar quando pedi ao Dr. Pedro Lagomarcino que gravasse tudo no seu celular, mesmo sem o conhecimento da Delegada Andrea Mattos.
(incluir fac simile do resumo)
A máscara respiratória protetora semi-facial Epi com 2 filtros, meus problemas de audição, a baixa temperatura em Porto Alegre naquele momento, 14 horas, e a tensão do ambiente, dificultaram o início da conversa:
Escrivão: Qual a profissão do Senhor ?
Políbio: Como?
Escrivão: Qual a profissão do Senhor ?
Políbio : Jornalista
Escrivão: E o seu endereço ?
Políbio : Eça, Eça com “Ç”, Eça de Queiroz.
Escrivão: Está bem. Então só apresentando algumas informações, que são seus direitos constitucionais. O senhor vai ser ouvido aqui como suspeito nesse caso. Então o senhor tem direito a permanecer em silêncio, só falar em juízo e o senhor também tem direito a presença do advogado.
Políbio: Sim, sim
Escrivão: O Sr. Já foi preso anteriormente?
Políbio : Se eu já fui preso?
Escrivão: É.
Políbio: já!
Escrivão: O Sr. Possui algum vicio?
Políbio: Desculpe?
Escrivão: O Sr. Possui algum vício?
Políbio : Vício?
Escrivão: É
Políbio: Não.
Escrivão: Morou com os pais até quantos anos?
Políbio: Não consegui entender o que você falou.
Escrivão: Morou com seus pais?
Políbio: Se eu morei com meus pais? Morei.
Escrivão: Até quantos anos?
Políbio: É...17 anos.
Escrivão: Começou a trabalhar com quantos anos?
Polibio: Com 13 anos
Antes de ser ouvido pela Delegada Andrea Mattos, eu já tinha sido interrogado, inúmeras vezes por policiais, oficiais militares, delegados federais e estaduais, promotores, procuradores, juizes e desembargadores, e algumas perguntas sempre me surpreenderam pela imbecilidade delas.
Não foi diferente nesta oitiva na Delegacia de Combate à Intolerância.
O que pode interessar para o caso de um inquérito do gênero, saber quantos anos eu morei com meus pais ou se eu tenho algum vício. E que tipo de vício ? Nem mesmo nos mais acesos interrogatórios policiais ou militares, debaixo de pancadaria, qualquer agente estatal me fez tal tipo de pergunta, a não ser este Escrivão e, mais tarde, uma magistrada de Vara Penal que queria saber se eu me drogava.
Se eu me drogava ?
Fiquei perplexo.
E se eu me drogasse, que efeito teria isto na ação penal movida contra mim ?
E a Delegada Andrea Mattos demorava a chegar.
Foi então que o Escrivão resolveu ir adiante e passou a ler o Boletim de Ocorrência apresentado por ativistas de uma ONG chamada "Somos", Gabriel Galli Arévalo e Carlos César Klein, todos eles ligados à extrema esquerda gaúcha, com ênfase para o PSOL. Sao indivíduos de ligações fortes com as Deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna. Na época, Galli Arévalo era ocupante de Cargo em Comissão do gabinete de Melchionna.
A Deputada Luciana Genro é minha velha conhecida e costuma fazer a alegria dos meus advogados. Ela, seu pai Tarso Genro e seu primo, o então Capitão Adelmo Genro, ex-Chefe da Defesa Civil d Porto Alegre, moveram processos penais contra mim, alegando crimes de opinião. Eles perderam em todas as instâncias.
Luciana e seu pai, além do seu ex-marido, o Vereador Roberto Robaiana, são personagens recorrentes do meu livro "Cabo de Guerra", e nenhum deles é retratado com cores favoráveis.
Ao contrário de Luciana Genro, eu não conheço pessoalmente a sua companheira de extrema esquerda, a Deputada Fernanda Melchionna.
É mais do que evidente que Luciana Genro e Fernanda Melchionna estavam por trás do BO registrado na Delegacia de Combate à Intolerância.
Eis o que leu para mim o Escrivão Abayomé Mandela Silva Felix:
Escrivão: Tá...enquanto a Delegada não chega, vou ler para o senhor aqui o histórico da ocorrência. Quando ela chegar a gente dá continuidade, tá?
“ Houve ofensas a alguém. Foram atribuídas ofensas reforçando a vítima no meio social em que ele vive, foram atribuídas qualidades negativas aos defeitos da vítima. Ofensas à vítima constitui na utilização de elementos discriminatórios referente a raça e etnia, a vítima não foi agredida fisicamente. A Delegacia de Polícia de combate à tolerância DPCI, conforme imagem anexada, o jornalista proferiu ofensas a todas as pessoas LGBT relacionando-as à prática de zoofilia.
Verifique anexo.”
Escrivão: O autor Sr. Polibio Braga e ele no caso. O texto que se refere é esse aqui, né.
“ Eduardo Leite manda bordar as cores do arco-íris gay na fachada do Piratini”
Foto de Felipe Dalla Valle - Fotógrafo contratado pelo Piratini.
A foto é assunto em todo Brasil e também no exterior. O governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como a opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia. Pelo menos no ponto de vista da polêmica OMS.
Ontem foi o dia internacional do universo LGBTQIA+ que engloba não só o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos e coxilhas pouco frequentadas.
Rio Grande do Sul, a política estadual de atenção e integração de uma população LGBTQIA + implantada com decisão por Eduardo Leite visa elaborar, estimular, apoiar, participar, e promover eventos, estudos, pesquisas, debates e ações que envolvam discussões de saúde da população LGBTQIA +.
O relato mais recente do grupo gay da Bahia, GGB, divulgado no início de 2019 resultou que 2018 ocorreram 420 mortes de LGBTs no Brasil, 320 homicídios e 100 suicídios.
CAPÍTULO IV
O interrogatório
Concluída a parte cartorial inicial do interrogatório, a qualificação, não foi preciso aguardar mais tempo algum para a chegada da Delegada Andrea Matos.
Ela foi direto ao ponto:
Delegada: Olá, tudo bem?
Advogado: Olá, boa tarde. Tudo bem?
Delegada: O Senhor é Advogado?
Advogado: Sim! Sou Advogado do Políbio. Isto.
Delegada: Primeiramente, obrigada Senhor Advogado, pela sua presença. A ideia, Jornalista, é conversar com o senhor, entender o que aconteceu...o que que o senhor quis dizer quando escreveu aquilo...enfim, basicamente isso.
Políbio: A senhora quer que eu explique o que eu quis escrever, é isso?
Delegada: Ahmm. Justamente. Isso que eu gostaria que o senhor falasse.
Políbio: Bom, o que eu tenho a declarar sobre isso é que o texto é autoexplicativo.
Delegada: O senhor quis dizer o que está escrito ali?
Políbio: É exatamente aquilo ali, é o que está escrito no meu texto, não na denúncia.
Delegada: Não, claro ! No seu texto, justamente. E o senhor acredita que tenha feito uma declaração de cunho homofóbico?
Políbio: Em absoluto! Não fiz. Não é esse o sentido.
Delegada: Não é esse o sentido .... Então, até desculpa algumas perguntas, elas terão um tom até meio retórico, mas eu gostaria de entender exatamente o que o Senhor quis dizer. Tá, não foi a intenção, mas o que o senhor acha que levou a crer que essa seria a intenção.
Políbio: Na minha atividade como jornalista - eu sou jornalista polêmico - volta e meia as pessoas não fazem uma análise léxica do meu texto e interpretam sempre de uma maneira incorreta. E eu acho que foi o que aconteceu.
Delegada: E a questão da comparação...da aparente comparação com a zoofilia?
Políbio: Não existe essa comparação no texto.
Delegada: Não existe essa comparação ...
Políbio: Não existe, ela não foi feita pelos extremistas de esquerda que me denunciaram. É só dar uma olhadinha no advérbio atemporal que foi usado, ele não faz essa conexão.
Delegada: É por que o senhor citou então a zoofilia?
Políbio: Como eu poderia ter citado qualquer outra coisa ali.
Delegada: Então não teve nenhuma comparação de ordem moral?
Políbio: Não, não. O texto não é comparativo. Não é um nexo de comparação de texto, qualquer análise léxica pode demonstrar que não é assim: o advérbio não é utilizado para efeitos de comparação, de modo. Estas pessoas horríveis que entenderam de maneira diferente e fizeram essa comparação, é porque provavelmente não estudaram muito bem o português, entende ?
Delegada: Mas se a gente pega aqui, ó: vamos pegar os comentários, tá? Isso aqui o senhor não tem controle, né? Isso aqui as pessoas escrevem o que elas querem.
Políbio: Não, não tenho controle sobre isso aí e nem é responsabilidade legal minha ser responsável pelo que é publicado como opinião de leitor.ç
Delegada: Justamente.
Políbio: Eu não censuro os meus comentários e mesmo que censurasse, a responsabilidade por eles não é minha, segundo dispõe claramente o Marco Civil da Internet..
Delegada: Sim, sim. E também não é um dever do senhor, mas pelo que a gente percebe aqui, grande parte das pessoas, ali, corroboraram com o que foi escrito. O senhor entende que as pessoas corroboraram, quanto as pessoas que criticaram o que foi escrito, que ambos os grupos não entenderam o que o senhor quis dizer.
Políbio: Olha, sinceramente...deixa eu dizer duas coisas a respeito disso:
Primeiro, eu não leio todos os comentários e eu não sei nem do que a senhora está falando.
Delegada: O senhor quer dar uma olhada?
Políbio: Não quero não. Isto não me interessa.
Delegada: Não quer olhar…
Políbio: Não. Então a primeira é que eu não leio todos os comentários e segundo, os investigados ou denunciados não são eles, mas sou eu, não ?
Delegada: Eu fiz uma pergunta pro senhor e o senhor tem a liberdade de responder ou não. Então o senhor disse que não lê os comentários, que não bloqueia os contatos, eu não estou fazendo nenhuma análise com relação ao que o senhor está falando, estou sendo objetiva.
Polibio: Cada comentário desses, a pessoa que fez a crítica é responsável por ele, mesmo que seja mínima a opinião. Ora, basta peticionar em juízo e quebrar o protocolo da internet que vai chegar ao autor, entende ?
Delegada: Então bom, o Senhor não lê, não bloqueia e não é responsável pelos comentários.
Delegado: Vamos ver o que você colocou aí até agora.
Escrivão
O declarante afirma que o seu texto é autoafirmativo/autoexplicativo. Garante que não teve a intenção que o seu texto fosse interpretado como sendo homofóbico.
Perguntado sobre a comparação com a zoofilia, responde que não houve esse tipo de comparação no seu texto. Perguntei sobre ter citado a zoofilia, responde que não há nenhum motivo específico para o uso do termo “ zoofilia”. Garante que não há comparação no uso de advérbios que permitam tal comparação com a zoofilia.
O declarante afirma que tal observação somente poderia ser realizado por pessoas com dificuldade na língua portuguesa. Perguntado sobre as pessoas comentarem no seu texto e interpretar como sendo termo homofóbico, responde que não lê e que não é responsável pelos comentários.
Delegada: O senhor tem mais alguma coisa pra falar sobre isso ou alguma observação que o senhor quer que conste aqui no depoimento?
Políbio: Não. A senhora quer saber mais alguma coisa ? Pode perguntar.
Delegada: Não, na verdade eu queria saber realmente se havia alguma relação, esse termo me chamou atenção, né...Se pode levar a entender, não estou dizendo pelo entendimento meu, mas de que existe alguma relação com a zoofilia. O senhor disse que não.
Políbio: Isto lhe chamou atenção? Também?
Delegada: Acho que não cabe a mim responder esse tipo de pergunta. Na verdade é o que vem na denúncia, não estou falando da minha interpretação, a minha interpretação aqui, neste momento, nem cabe.
Políbio: Ah, tá.
Delegada: Eu estou falando do teor da denúncia, enfim.
Políbio: Foi o que lhe chamou atenção, né ? Tem outras colocações ali, mas o que lhe chamou atenção foi isso, né ?
Delegada: Não estou falando que me chamou atenção, eu tenho que perguntar o que chamou atenção da pessoa que fez a denúncia. Segundo a alegação, seria com relação ao termo homossexualismo, se isso denotaria algum tipo de patologia.
Políbio: Aquele negócio da Organização Mundial da Saúde, a OMS, né? Ah, tá.
Delegada: Na visão do senhor, eu quero saber na visão do senhor, usar esse termo homossexualismo com o final “ ismo”, isso denotaria uma ideia de que a opção sexual seria uma doença?
Políbio: Eu não quero falar sobre esse assunto. Acho que é irrelevante. Gostaria que registrasse que na minha opinião isso é irrelevante, eu não vou entrar numa discussão científica, tá?
Delegada: Tudo bem.
Eu acho que é isto. Mais alguma coisa?
Advogado: Eu gostaria, apenas, de registrar, se a senhora me permitir, Delegada, que ele destacou no final do texto, foi um grande parágrafo em que ele trouxe todos os dados em relação ao que ocorre na realidade e isso não foi pontuado, pelo menos não nas perguntas da senhora, com o devido respeito, mas ele faz um relato sobre todo histórico que existe de agressão exatamente a essa comunidade. Então, nessa questão, O jornalista deixa claro que o texto é autoexplicativo. Ao meu ver, isso é importantíssimo.
Delegada: Então, tá. Vou ajustar.
Advogado: Que a denúncia, na verdade, ela se debruça sobre essas marcações que estão em rosa, né.
Delegada: Sim, justamente por isto que nós marcamos aqui, não é uma opinião nossa, é o que chegou pra nós.
Delegada: Acho que é isso. Por mim é isso. Se não tiver mais nada a acrescentar…mais nada a acrescentar?
Políbio: Não tenho nada a acrescentar.
Delegada: Qualquer coisa, a gente volta a entrar em contato.
CAPÍTULO V
Assassinato de Reputação
A ONG Somos, ligada de forma umbilical a ativistas e dirigentes gaúchos do Psol, com ênfase para os casos das deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna, e a Delegada Andrea Mattos, da Delegacia de Combate à Intolerância, criada em 2021 pelo primeiro governador assumidamente gay do Rio
Grande do Sul, não trabalharam sozinhos e, sim, de forma orquestrada com o Ministério Público Estadual, tudo para assassinar a minha reputação.
Em prazo curto, a ONG Somos registrou BO, em prazo mais curto ainda a Delegada Andrea Mattos me indiciou e em velocidade extrema a Promotora Ivana Machado Moraes Battaglin me denunciou criminalmente.
E não foi só isto.
Há 50 anos venho respondendo processos judiciais criminais, cíveis e militares, sempre recheados por acusações no âmbito do meu trabalho jornalístico ou mais amplamente por usar livremente a garantia constitucional da liberdade de expressão, mas em nenhum caso anterior ocorreu uma campanha explícita, midiática, inclusive administrativa, de assassinato de reputação, como se deu nesta sórdida investida contra minha liberdade, minha honra, minha profissão, minha renda e meu patrimônio, portanto os meios de minha sobrevivência como profissional e pessoa humana.
Os principais protagonistas dessa orquestração puderam ser identificados pelos meus Advogados Taís Comasseto, Rafael Leal, João Darzone e Pedro Lagomarcino. Eles moveram ações junto aos agentes do Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul, da Assembleia do Estado e da Câmara dos Deputados.
Mais tarde, depois do caso transitado em julgado, o dr. Alexandre Gotz das Neves foi contratado pro bono para levar a juízo os diretores da ONG Somos, a própria ONG e a Deputado Luciana Genro. O controle da mão mudou.
Os responsáveis por toda a perversa orquestração são agrupados por mim em dois núcleos cujos líderes estiveram articulados entre si, contanto ou não com colaboradores, no caso a Coordenadoria da Diversidade Sexual e a Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social do MPRS (Núcleo 1) e a Deputada Estadual Luciana Genro (Núcleo 2).
NÚCLEO 1
Ministério Público aplica fake news contra mim
Foi neste núcleo que uma campanha midiática se estabeleceu, tudo para construir a falsa narrativa construída pela ONG Somos, a Delegada Mattos e o MPRS imputaramndo-me a "prática de indução e incitação à discriminação e ao preconceito de cunho homofóbico", conforme publicação que o Ministério Público Estadual disponibilizou no seu site no dia 29 de julho de 2021, exatamente às 13h26m.
No mesmo dia exigi direito de resposta, mas isto me foi negado. O recurso ao Judiciário foi infrutífero. As decisões contrárias ao pedido ferem as razões de direito. De qualquer modo, publiquei meu direito de resposta no blog www.polibiobraga.com.br:
O ataque do MPRS contra a liberdade de imprensa e de expressão
No dia 29 de julho de 2021, no seu site, o Ministério Público do RS abriu espaço para que a Coordenadoria de Diversidade iniciasse ataque pouco oblíquo, elogiando a decisão da Delegada Andrea Mattos de me denunciar.
O título da matéria não deixou margem a qualquer dúvida:
- Coordenadoria de Diversidade apoia investigação contra homofobia.
No texto, mesmo sem me ouvir, o MPRS resolveu que eu era culpado pelo crime de homofobia e que precisava ir para a cadeia: "Nesse sentido, a Coordenadoria acompanha a denúncia oferecida pelo Ministério Público, no dia 15/7, contra o jornalista Polibio Braga, por prática de indução e incitação à discriminação e ao preconceito de cunho homofóbico".
Sob uma bandeira do arco íris, símbolo do movimento gay, a coordenadora da diversidade sexual Gabriela Lorenzi, demonstrou de que lado se colocou: "A importância dessas ações, após a decisão do STF que enquadrou homofobia e transfobia como crimes de racismo, tem, também, o caráter de coibir falas LGBTfóbicas baseadas na liberdade de expressão". Gabriela Lorenzi chegou a declarar, na entrevista, que a Delegada Mattos e o MPRS "atuaram de brilhantemente após a denúncia da ONG Somos contra o jornalista Políbio Braga por crime de homofobia".
Ops !
A Promotora Gabriela Lorenzi, a Delegada Andréa Mattos, o MPRS, Luciana Genro, Melchionna e a ONG Somos, mas não apenas eles, tiveram, mais tarde, que engolir cada uma das suas falsas acusações.
A seguir, o texto integral da matéria publicada pelo site do Ministério Público Estadual. Depois da publicação feita sem contraditório algum, o MPRS negou-me direito de resposta.
Coordenadoria de Diversidade apoia investigação contra homofobia
Publicação: 29/07/2021 às 13h26min
Bandeira do movimento LGBTQIA+
Por meio da Coordenadoria da Diversidade Sexual, a Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social trabalha para que não seja tolerado qualquer tipo de ação discriminatória, pois o respeito à diversidade e à dignidade humana é um aspecto fundamental em nossa sociedade.
Neste sentido, a Coordenadoria acompanha a denúncia oferecida pelo Ministério Público, no dia 15/7, contra o jornalista Políbio Braga, por prática de indução e incitação à discriminação e ao preconceito de cunho homofóbico. A ação foi formulada com base na investigação realizada pela Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância de Porto Alegre.
No dia 18 de maio de 2021, o jornalista publicou, em seu blog, um artigo intitulado “Eduardo Leite manda bordar as cores do arco-íris gay na fachada do Piratini”, sobre a iluminação do Palácio Piratini com as cores da bandeira LGBTQIA+, no Dia Internacional contra a LGBTfobia. No texto, constam frases percebidas como de caráter homofóbico, como: “o governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como opção da vontade sexual das pessoas e não como patologia, pelo menos do ponto de vista da polêmica OMS” e “ontem foi o Dia Internacional do Universo LGTBQIA+, que engloba não só o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia”.
Para a coordenadora da diversidade sexual Gabriela Lorenzet, este é um movimento muito importante para garantir o respeito à população LGBT. “A importância dessas ações, após a decisão do STF que enquadrou homofobia e transfobia como crimes de racismo, tem, também, o caráter de coibir falas LGBTfóbicas baseadas na liberdade de expressão” e reiterou a atuação da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância de Porto Alegre e do Ministério Público do Estado, “que atuaram brilhantemente após a denúncia da ONG Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade contra o jornalista Políbio Braga por crime de homofobia”.
A Coordenadoria espera que o episódio seja esclarecido o mais rapidamente possível, que as responsabilidades sejam apuradas, pois entende que o amadurecimento da sociedade passa pelo combate a toda forma de intolerância. O objetivo do poder público é evitar que situações semelhantes se repitam.
Apesar do pedido de direito de resposta, o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul negou abrir espaço, alegando que o site usado para me caluniar, injuriar e difamar, tinha apenas caráter institucional e que portanto não tinha cunho jornalístico, algo que nem mesmo o Marco Civil da Internet distingue.
Mentira pura.
A busca pela proteção jurisdicional também resultou fracassada.
Diante disto, a alternativa, então, foi usar o próprio blog www.polibiobraga.com.br para responder às pérfidas acusações e provocações feitas pelos agentes públicos do Ministério Público Estadual, que em momento algum permitiram o contraditório, ignorando até mesmo o princípio básico do jornalismo, que é o de ouvir a outra parte.
Direito de resposta
Direito de resposta
Este texto corresponde ao direito de resposta exigido pelo editor do blog www.polibiobraga.com.br, citado e acusado nominalmente através do site do Ministério Público Estadual, sem que tenha sido ouvido e baseado unicamente nos termos de inquérito policial aberto em cima de uma denúncia de organização não governamental, ONG, que se sentiu desrespeitada em seus direitos civis.
No Brasil atual, existe uma perseguição clara contra jornalistas que usam a liberdade de expressão, portanto também de imprensa, para que se calem diante do discurso único que tenta impor suas opiniões, tentando suprimir o direito constitucional e legal à informação e ao contraditório, apanágio de qualquer sociedade civilizada. Na nota, a representante do MPE não é sequer capaz de tipificar legalmente o caso de homofobia, já que o constituinte de 88 jamais fez isto e jamais o legislador tipificou-o. O que existe é uma jurisprudência polêmica, extremamente subjetiva, estabelecida pelo STF, comparando homofobia a crimes de racismo.
O MPE no seu site do dia 15, informou que ofereceu denúncia contra o jornalista Políbio Braga por prática de indução e incitação à discriminação e preconceito de cunho homofóbico. A notícia informa que a ação foi formulada com base no inquérito policial oriundo da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância em Porto Alegre, mas não revela quais foram os termos do inquérito.
A bem da verdade dos fatos, o editor do blog www.polibiobraga.com.br publica no link a seguir os exatos termos do inquérito, de acordo com transcrição fiel de tudo que aconteceu durante a oitiva realizada pela delegada do caso. CLIQUE AQUI para ler o texto integral do interrogatório e perceber que no texto publicado pelo jornalista e nas respostas que deu na delegacia, nada há que cheire a homofobia.
Não há, no texto do blog, “nenhuma prática de indução e incitação à discriminação e preconceito de cunho homofóbico”, ao contrário do que conta a promotora de Justiça Ivana Machado Moraes Battaglin na nota publicada neste site.
Diz a nota do site do MPE: “Ivana destaca que a conduta do denunciado configura a prática de homofobia, pois menospreza a dignidade humana das pessoas integrantes da população LGBTQIA+, atingindo-os de modo genérico por sugerir a patologização e a imoralidade das identidades de orientação sexual e de gênero nela inseridas”. Não é verdade. O jornalista tem 60 anos de profissão como jornalista profissional, escritor, advogado inscrito na OAB sob número 8771 e esta é a primeira vez na sua vida que enfrenta acusações tão desarrazoadas e pelas quais já busca em juízo e fora dele a devida reparação civil e criminal.
NÚCLEO 2
LUCIANA PEDE BOICOTE DA ASSEMBLEIA
Aliança de Ferro une Luciana Genro, Psol, e Gabriel Souza, MDB.
https://lucianagenro.com.br/2021/05/apos-pedido-de-luciana-genro-blog-lgbtfobico-perde-patrocinio-da-assembleia
21.5.21
Tão logo a Delegada Andrea Mattos pediu meu indiciamento e o Ministério Público Estadual decidiu aceitar o pedido e me denunciou judicialmente, no dia 21 de maio de 2021, a Deputada Luciana Genro, PSOL, a quem são ligados dirigentes da ONG Somos, dirigiu-se ao então Presidente da Assembleia e mais tarde Vice-Governador do Governo tucano de Eduardo Leite, Gabriel Souza, para exigir o cancelamento do contrato de publicidade existente entre meu blog www.polibiobraga.com.br e o Poder Legislativo.
A Deputada vem do PT, cujos governos de Olívio Dutra e do próprio pai de Luciana Genro, Tarso Genro, durante seus mandatos na Prefeitura de Porto Alegre e no Governo do Estado, executaram multiplicados meios para garrotear meus serviços jornalísticos, como narrado nos meus livros "Vanguarda do Atraso", "Herança Maldita - Os 16 anos do PT em Porto Alegre" e "Cabo de Guerra".
Ela revelou-se boa aprendiz.
A expedição exitosa da Deputada do extremista PSOl, Luciana Genro, foi contada por ela mesma nesta publicação a seguir, datada de 15 de julho de 2021:
Após a ONG Somos denunciar uma postagem preconceituosa de Políbio Braga em seu blog, a deputada Luciana Genro (PSOL) solicitou ao presidente da Assembleia Legislativa que retirasse um anúncio publicitário que o Parlamento mantinha em seu site. O presidente Gabriel Souza atendeu ao pedido e removeu o patrocínio.
“Uma vitória da luta de toda a comunidade LGBT, afinal de contas não podemos financiar discurso de ódio, ainda mais com recursos públicos”, disse a deputada. O movimento Sleeping Giants RS também está lutando para alertar empresas e órgãos públicos a respeito de seus anúncios veiculados no blog de Políbio.
O post denunciado pela ONG Somos associa a população LGBT à prática de zoofilia ao comentar a iluminação do Palácio Piratini com as cores do orgulho LGBT na segunda-feira, dia 17, data em que se celebrou o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia. Os ativistas da ONG Somos realizaram um boletim de ocorrência contra Políbio por crime de homofobia em virtude de sua postagem
PEDEM MINHA MORTE NO FACE DA LUCIANA
No próprio Facebook da Deputada do PSOL, Partido nanico de extrema esquerda, nascido de uma dissidência do PT. seguidores de Luciana Genro me insultaram, inuriaram, difamaram e caluniaram, inclusive com ameaças de morte, como esta:
Carlos Jose Dos Santos
Esse cara tem mais é q morrer.
Esta outra seguidora de Luciana Genro usou idosofobia para me atacar:
Marilia Verissimo Veronese
te aposenta, velha múmia obsoleta!
Moa Porto preferiu baixar ainda mais o nível, sem censura da responsável pela rede social extremista de Luciana Genro:
Os comentários ofensivos cessaram por completo depois que acionei meus Advogados para interpelar e processar civil e criminalmente pelo menos dois dos autores, escolhidos aleatoriamente para que servissem de exemplo.
Todos se acovardaram e recolheram os flaps.
O texto completo da deduração feita por Luciana Genro e os comentários insultuosos dos seus seguidores foram salvos por mim neste endereço:
https://www.facebook.com/LucianaGenroPSOL/posts/361020412045059/
No mesmo dia 15 de julho de 2021, reverberaram entre os aliados do PSOL, todo o texto comemorativo da denúncia feita contra mim pelo Ministério Público Estadual a partir de registro de BO por parte da ONG Somos e do indiciamento patrocinado pela Delegada Andrea Matos, e comemorando a asfixia financeira exigida por Luciana Genro junto ao Deputado Gabriel Souza.
Basta procurar no Google, porque lá continuam registros de 15 de julho de 2021:
1) Como o do site Extra Classe, controlado pelo Sindicato dos Professores do RS, o Sinpro (https://www.extraclasse.org.br/justica/2021/07/ministerio-publico-denuncia-polibio-braga-por-homofobia/
2) Como o do X da Deputada Federal Fernanda Melchionna, aliada de Luciana Genro (https://x.com/fernandapsol/status/1415843807665565708).
Poucos dias depois, no dia 27 de junho de 2021, os Advogados João Darzone Júnior e Pedro Lagomarcino interpelaram a Deputada Luciana Genro junto ao Tribunal de Justiça, visando obter mais informações, confirmação e retratação em relação a suas ações contra minha renda, meu patrimônio e minha honra junto ao Presidente da Assembleia do Estado, no caso o Deputado Gabriel Souza. A deputada tinha foro privilegiado. O relator do caso negou o pedido, os Advogados insistiram e ele acabou cedendo. A deputada nada respondeu.
A interpelação foi medida cautelar preparatória para ação penal.
O inteiro teor da ação foi salvo por mim e está neste link, inclusive a bateria de perguntas a respeito de pontos obscuros das denúncias e do pedido de corte da programação publicitária autorizada pela Agência Moove em nome do seu cliente Assembleia do Estado do RS.
http://www.polibiobraga.com.br/inicial.pdf
Sem resposta à interpelação judicial, decidi usar a Lei de Acesso à Informação, protocolando uma bateria de perguntas objetivas a respeito das circunstâncias das exigências feitas ao Presidente da Assembleia por parte da Deputada Luciana Genro. A Assembleia respondeu algumas das questões colocadas, mas não todas elas, alegando que os elementos solicitados encontravam-se sob resguardo legal.
Inconformados, eu e meus Advogados decidimos ajuizar Mandado de Segurança contra o Deputado Gabriel Souza, que se obrigou a responder em juízo todas as questões recusadas. Foi no dia 14 de dezembro de 2021.
O inteiro teor das explicações fornecidas ao Relator Marco Aurélio Heinz está no link a seguir e é tudo exemplar:
http://www.polibiobraga.com.br/preliminares.pdf
CAPÍTULO VI
Uma velha birra com a Família Genro
Ao replicar de imediato a decisão do Ministério Público Estadual de acolher a denúncia da delegada Andrea Mattos contra mim, baseada em BO da ONG Somos, a deputada estadual Luciana Genro, líder do nanico extremista PSOL, deixou claro que todos os agentes públicos e os denunciantes firmaram uma aliança de ferro para me meter na cadeia.
Mas não só.
Luciana Genro teve bons mestres no quesito da censura à imprensa através do corte de publicidade nos veículos de comunicação considerados "desagradáveis". Um desses mestres foi seu próprio pai, conforme revela o livro "Vanguarda do Atraso", que publica minhas denúncias da época em que Tarso Genro foi Prefeito de Porto Alegre e depois Governador do Rio Grande do Sul.
A deputada do PSOL também agiu para me atacar financeiramente, tudo ao exigir que a Assembleia do RS tratasse de cancelar o contrato de publicidade que mantinha com meu blog www.polibiobraga.com.br, o que de fato aconteceu.
Ao viralizar nas redes sociais a notícia do cancelamento, aos quatro ventos, a deputada provocou tensão e temor contra mim no mercado publicitário, resultando numa debandada em massa de de anunciantes, com visíveis e permanentes prejuízos financeiros ao editor do blog.
Tão logo o processo criminal por homofobia transitou em julgado, resolvi ir a juízo para responsabilizar civil e penalmente a ONG Somos e a Deputada Luciana Genro.
Foi por isto que decidi contratar o advogado Alexandre Gotz das Neves no dia ... de ........ de 2025 para buscar reparações por parte da ONG Somos e dos seus dirigentes, como também da Deputada Luciana Genro.
Há algumas décadas tenho me encontrado em juízo com a Família Genro, inclusive com a Deputada Luciana Genro.
E sempre levei vantagem.
A família Genro tenta me botar na cadeia de qualquer maneira. Além de Luciana Genro, também seu pai, o ex-governador Tarso Genro, que promoveu uma desastrada administração na pPrefeitura e no Governo do Rio Grande do Sul, moveu ação criminal contra mim, fulminada no dia 10 de janeiro de 2020 pelo TJRS, que lhe negou recurso extraordinário ao STJ, já que não logrou êxito em todas as fases anteriores do processo, inclusive recursos, embargos e apelações. Antes de Tarso e filha, também um primo de Tarso, o então capitão bombeiro André Genro, processou o editor, tudo por não tolerar críticas por atos que praticou na Defesa Pública de Porto Alegre durante a gestão do PT, 2002 a 2004. Como Tarso, ele perdeu o caso em todas as instâncias e teve que pagar custas completas.
Da mesma forma que o pai, Luciana Genro, moveu ação penal contra mim no dia 2 de junho de 2015, visando meter-me na cadeia, tudo porque não gostou de quatro notas que publiquei e que considerou crimes contra sua honra. Ela fez isto quando ainda era chefe de gabinete da bancada de um deputado só, uma excrecência dos parlamentos brasileiros, usando esta condição para fazer o Ministério Público Estadual trabalhar em seu lugar e de graça.
Defenderam-me os advogados Nilton Carvalho, Nathália de Borba Carvalho e Rodrigo Alves, todos do escritório gaúcho Carvalho Vernet Advogados.
A representação de Luciana Genro pedindo abertura de processo penal contra mim foi entregue ao MP
RS no dia 28 de abril de 2018. Na representação, ela pediu que o MPRS me enquadrasse nos crimes de calúnia, injúria e difamação, mas o promotor Carlos Odone Costa dos Santos preferiu ficar apenas com a questão menor da injúria. Na verdade, ele se limitou a anexar a representação da deputada e promoveu a acusação em escassas oito linhas.
Ao acionar o MPE, a líder gaúcha do Psol, ex-candidata fracassada à presidência, livrou-se das custas do processo, inclusive ao pagamento dos meus Advogados.
Luciana Genro e seu aliado MPRS perderam o caso.
CAPÍTULO VII
Luciana
Luciana Krebs Genro, como o pai, é de Santa Maria, a mesma terra de lideranças comunistas conhecidas nacionalmente, como é o caso de Paulo Pimenta, que foi ministro da Secom por alguns meses e acabou defenestrado sem dó e nem piedade por Lula no seu 3o governo. Nos seus primeiros anos, Luciana foi criada pela mãe, Sandra Krebs Genro, médica, e pelos avós, porque Tarso Genro tinha fugido e se exilado no Uruguai, temendo ser preso pelo regime militar. Acabou voltando sem problemas. O coronel Brilhante Ustra, acusado como torturador pela esquerda brasileira, contou, mais tarde, que foi ele quem garantiu o retorno de Tarso, mas o pai de Luciana nega tudo, embora prefira não falar no caso.
O pai de Tarso e avô de Luciana, Adelmo Simas, foi dirigente do PSB e por isto também foi perseguido pelo regime militar.
Em 2025, no dia 17 de janeiro, a líder psolica fez 55 anos, exercendo pela terceira vez o mandato de Deputada Estadual pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), dissidência do PT e que ela ajudou a fundar em 2003, expulsa que foi do PT por discordar da proposta lulopetista da previdência dos servidores federais. Trata-se de um Partido que coloca no seu programa a destruição do capitalismo e do imperialismo, portanto de corte ideológico comunista.
Um monstrengo partidário deste feitio no tem como dar certo, como a história já demonstrou em casos emblemáticos como os da URSS, Coreia do Norte e Cuba, mas não só.
A filha rebelde de Tarso Genro, que nunca saiu do PT, foi duas vezes Deputada Federal e três vezes Deputada Estadual, perdeu duas eleições para Prefeito de Porto Alegre e uma vez para Presidente da República (2014), entrando sempre em 4o lugar e nunca emplacando mais de dois dígitos de votos. Ao contrário do pai, Tarso Genro, que foi Prefeito de Porto Alegre e Governador do Rio Grande do Sul, Luciana Genro nunca exerceu cargo executivo algum, a não ser CCs (Cargo de Confiança na bancada estadual do PSOL) quando ficou sem mandato e sem renda e precisou do benefício. Políticos profissionais sem mandato, tanto de esquerda quanto de direita, fazem isto sem pudor algum.
A deputada é casada com o jornalista Sérgio Bueno, mas antes dele morou três anos com Roberto Robaina, Vereador do PSOL de Porto Alegre. Luciana conheceu Roberto na militância estudantil do Colégio Júlio de Castilhos. Ela ingressou ali em 1985, com 14 anos. Deste relacionamento, nasceu Fernando Marcel Genro Robaiana, que em 2025 completou 37 anos. Luciana e Roberto fazem dupla política até hoje. Em 1997, ambos envolveram-se em atos violentos de ocupação da Assembleia do RS. Robaiana era CC de Luciana. Ele foi condenado no caso. Em 1999, no governo Olívio Dutra, ela divergiu do PT e acabou punida. Mais tarde, 2002, eleita Deputada Federal, divergiu várias vezes do Governo Lula e acabou expulsa do Partido.
Mas ela também enfrentou problemas graves.
Em um episódio que ficou conhecido como "A Farra das Passagens", em 2009, no qual deputados federais utilizavam verba parlamentar para compra de passagens aéreas para parentes, Luciana Genro foi denunciada pelo MPF pelo crime de peculato, juntamente com outros 71 ex-parlamentares, pela compra, segundo o MPF, de 233 passagens aéreas, totalizando R$ 197.166,26. Em sua defesa, alega que a compra das passagens "foi totalmente dentro da lei e da moralidade" e que vai "colaborar com todas as investigações". O processo foi extinto, devido à expectativa de prescrição que, segundo o juiz que julgou o caso, ocorreria quando o processo chegasse ao final. O MPF recorreu da decisão.
Luciana iniciou sua trajetória política em 1985, aos 14 anos,[19] no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, quando entrou no movimento estudantil. Foi a partir deste momento que passou a ter contato com as mais diversas correntes internas do Partido dos Trabalhadores, organização a qual seu pai era filiado[17]. Ainda que a convivência com a política tenha começado dentro de casa, Luciana sempre teve importantes divergências políticas com Tarso inclusive depois de também ingressar nas fileiras do PT.
A deputada do PSOL tem se notabilizado por denúncias e acusações pesadas contra adversários, sempre em tom extremamente áspero e grosseiro, mas o conteúdo mais claro da sua atuação é a suposta defesa dos descamisados, para os quais prevê a solução de regimes políticos de corte ideológico comunista e de sistemas econômicos também comunistas, embora rotule uns e outros como "socialista" e "anti-capitalista".
No final de 2004, iniciou-se o processo de coleta de assinaturas para a criação do PSOL, e em setembro de 2005 foi concedido o registro legal ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
O PSOL chegou a manter autonomia em relação ao PT, com ênfase na fase do julgamento do Mensalão, 2005, quando Luciana foi um dos políticos e ativistas que chegou a lavar o piso do Congresso Nacional.
Este período foi um doce sonho de verão, porque o PSOl virou nanico e acabou linha auxiliar do PT.
CAPITULO VII
Luciana Genro e a Operação Rodin
PSOL e Luciana Genro reuniram a imprensa para mentir
Apenas 48 horas depois que encontrou o cadáver que buscava para emparedar o Governo Yeda Crusius, a ponta de lança que o Eixo do Mal usava para empreender missões politicas suicidas já estava a postos de novo para tirar o máximo proveito da morte do ex-representante do Piratini em Brasília, Marcelo Cavalcante
O PSOL e seus líderes, tendo à frente a filha do então Ministro da Justiça e Chefão da Polícia Federal, depois Governador do Rio Grande do Sul, Luciana Genro, tendo ao seu lado o ex-marido, o Presidente do Partido, Roberto Robaina, e mais os Vereadores Pedro Ruas e Fernanda Machiori, reuniram a imprensa na tarde do dia 19 de fevereiro de 2009, para disparar uma saraivada de acusações e denúncias, sem apresentar qualquer prova.
As missões politicamente suicidas de Luciana Genro e do PSOL serviram como uma luva aos interesses eleitorais do Ministro Tarso Genro e do PT. Foram por eles estimuladas e amparadas.
Antes mesmo da coletiva de imprensa, os comunistas psólicos Luciana Genro e Pedro Ruas. tiveram um último contato com seus mais improváveis novos aliados o Vice-Governador Paulo Feijó, do DEM, e o lobista Lair Ferst, ambos anticomunistas fervorosos, mas inimigos jurados de Yeda Crusius, por terem seus interesses contrariados. O ódio aos tucanos foi o que uniu gente tão antípoda. Lair Ferst e Paulo Feijó, irmãos na mesma dor da rejeição, do ciúme, da inveja e da vingança, supriram os dois líderes esquerdistas com farta munição falsa.
Ao abrir a entrevista, a líder gaúcha do PSOL foi direto ao ponto, expressando-se através de frases curtas, usando falsetes para sublinhar as palavras finais de cada fala, engolindo escancaradamente a saliva para pontuar os dramaticamente os pontos mais expressivos:
- Estamos fazendo estas denúncias porque um já foi assassinado e outros também poderão ser mortos. Queremos que ajudem a sociedade a se livrar dessa quadrilha que mente descaradamente para evitar que a opinião pública conheça quem é que está comandando o Estado neste momento.
As acusações e denúncias não envolveram apenas a morte de Marcelo Cavalcante, ex-chefe do Escritório de Representações do Governo do Rio Grande do Sul em brasília, embora ela tenha sido o ponto de convergência do dramalhete midiático e tenha puxado a entrevista. No total, saíram nove grosseiras denúncias, inclusive sobre vídeos que teriam sido gravados pelo lobista Lair Ferst, contendo supostas cenas de corrupção explícita, todas ocorridas durante a campanha eleitoral tucana de 2006.
Estas foram as s nove denúncias e acusações apresentadas durante a coletiva do PSOL:
1- Recursos da Mac Engenharia para caixa 2 de campanha – R$ 500 mil repassados a Lair Ferst, Delson Martini e Carlos Crusi; 2 - RS 200 mil entregues duas vezes a Aod Cunha e Lair por empresas fumageiras do RS; 3 -Testemunha afirma que Yeda e "outras pessoas” estariam, em uma conversa, negociando R$ 100 mil da fraude do Detran; 4 – O Deputado José Otávio Germano recebeu RS 400 mil de caixa 2 para o segundo turno da campanha; 5- Lair conversando (em áudio e vídeo) com corretor sobre a compra da Mansão Assombrada. Além dos R$ 750 mil que Yeda diz ter pago, Lair teria pago outros R$ 400 mil informalmente": 6- Mensalinho distribuido Pela Secretária Walna Vilarins e pelo Delson Martini, em 2007. As empresas que estariam recebendo "não são conhecidas"; 7 - Pagamentos de contas pessoais de Yeda feitos por agência de publicidade, inclusive "compras de Supermercado”; 9- R$ 100 mil de caixa 2 entregues para campanha por Humberto Busnello, do"; 8- Lair em áudio e vídeo negociando uma reforma feita na casa de Yeda; 9 – R$ 100 mil de caixa 2 entregues para a campanha por Humberto Busnello, empreiteiro.
São antológicas duas frases produzidas durante a coletiva por Genro e seu ex-marido, Roberto Robaina, Presidente do Luciana PSOL:
Luciana Genro - Os vídeos são claros como filme de cinema.
Roberto Robaina – São imagens registradas por estes olhosque a terra há de comer.
Era tudo mentira.
Menos de três anos depois, no dia 4 de julho de 2011, a Turma Recursal Criminal do Tribunal de Justiça acatou ação movida pelo Professor Carlos Crusius e condenou a três meses de cadeia o Vereador Pedro Ruas por ter mentido naquele dia. Na mesma data, o mesmo Pedro Ruas, mais Luciana Genro, Roberto Robaina e o próprio PSOL, foram desmentidos sistematicamente diante da Juíza Zaffari Lacerda, em processo ajuizado pelo empresário Humberto Busnello, incomodado com a citação do seu nome entre os personagens que teriam sido filmados pelo lobista Lair Ferst e disponibilizadas por Paulo Feijó para Luciana e Pedro Ruas, em supostas sucessivas reuniões que realizaram no chamado Palacinho, escritório de despachos do Vice-Governador, e no seu escritório pessoal do Edifício Iguatemi Corporate.
Não foram os únicos casos em que Luciana, Pedro Ruas, Robaina e o PSOL sentaram no banco dos réus em função das mentiras que produziram no dia 19 de fevereiro de 2009. Luciana Genro, Deputada Federal, e Pedro Ruas, Vereador, tentaram em todos os casos escapar da afiada espada da lei e da justiça, invocando imunidade parlamentar num caso em que não existe “nexo de causalidade entre o exercício da atividade parlamentar e as afirmações realizadas”, conforme ensinou no dia 4 de julho de 2011 a Dra. Cristina Pereira Gonzales no arrazoado de 12 laudas proferido no âmbito do Acórdão da ação 71003108065 (Carlos Crusius contra Pedro Ruas).
As repetidas tentativas de fuga empreendidas pelos líderes do PSOL contrastaram de maneira escandalosa com as bravatas que todos eles faziam em todos os jornais, rádios e TVs que procuravam para falar. Desafiador e arrogante, o vereador Pedro Ruas sempre pareceu mais bravateiro.
-Eu quero que me processem. Eles não têm coragem de fazer isto, porque sabem que pedirei exceção da verdade provarei em juízo.
Ele fugiu do processo e do contraditório nas ações cível e criminal movidas pelo Professor Carlos Crusius. Ao final e ao cabo do primeiro processo transitado em julgado no dia 4 de julho de 2011, uma ação cível, humilhado, cabisbaixo, não pediu exceção da verdade, não provou nada, perdeu até os prazos para recursos e foi condenado.
Era tudo mentira.
Em Porto Alegre, na sede do PSOL, bem antes disso, no entanto, Luciana Genro, Roberto Robaina e Pedro Ruas não usaram meias palavras para acusar Yeda Crusius pela morte de Marcelo Cavalcante, mesmo sem apresentar prova alguma. O trio tentou oferecer credibilidade às acusações, ao repetir até a exaustão que provas de tudo que estavam dizendo encontravam-se em poder do Ministério Público, Polícia Federal. Justiça Federal de Santa Maria e Procuradoria Geral da República. Bastava que os jornalistas fossem procurá-las. Quase em coro, a troika do PSOL passou a sentença final:
- Yeda está por trás de tudo. Foi queima de arquivo.
Naquela tarde do dia 19 de fevereiro de 2009, nenhum jornalista ousou questionar ali mesmo, na sede do PSOL, a total falta de provas materiais e de testemunhas, O clima na sede do partido era de já ganhou", um "oba-oba" de vamos pra frente", porque o Cenário estava montado desde a Operação Rodin e nele só havia lugar para bandidos e mocinhos, um novo embate entre o bem e o mal, sem meios termos, bem ao gosto das históricas disputas que a ferro e fogo moldaram as fronteiras, o estabelecimento, a vida e o caráter de todos os gaúchos dentro do território incandescente do Rio Grande do Sul.
Os jornalistas atraídos pelo PSOL para a entrevista coletiva acomodaram-se no pequeno auditório de 20 cadeiras, desarranjadas em três fileiras, defronte à mesa principal, onde só cabem seis pessoas, ainda assim acotovelando-se para abrir espaço sob o teto sem forro, pintado de amarelo-claro. Todos chegaram até ali através de um pequeno hall de entrada, protegido pelos olhares congelados de fotos que retratam Carlos Marighella e Che Guevara, os dois heróis do Partido Socialismo e Liberdade. O pardieiro antigo, de dois andares, na Rua da República 108, mal se sustenta em meio ao reboco solto, à fadiga dos materiais e à sujeira generalizada. A escada de madeira que dá acesso ao andar superior, nem sequer range quando alguém se aventura a buscar material no depósito.
Antes de reunir os jornalistas para a coletiva, os líderes do PSOL entregaram o que supunham ter para a RBS.
Foi um jogo de cartas marcadas.
O Eixo do Mal articulou-se para passar credibilidade à farsa.
O cadáver de Marcelo Cavalcante, as "gravações produzidas do arrepio da lei pelo lobista Lair Ferst e pelo Vice-Governador Taulo Feijó, balizaram dali para a frente toda a farsa política manipulada de modo permanente e cruel pelos agentes do Eixo do Mal.
Os eventos sucessivos reproduziram variações sobre o mesmo tema.
Em Brasília, enquanto corria a entrevista coletiva na sede do PSOL, os pais, o irmão e a filha de Marcelo Cavalcante preparavam-se para revelar na Polícia Civil e no Ministério Público Federal suas suspeitas de que inimigos de Yeda Crusius estavam por trás da morte do ex-representante do Governo do Rio Grande do Sul. Marcos Cavalcante, o irmão, registrou formalmente as suspeitas da família no dia 5 de março de 2009, ao depor no inquérito policial:
- Não foi suicídio. Foi queima de arquivo. Os inimigos de Yeda Crusius mataram meu irmão porque ele iria denunciá-los por terem tentado usá-lo contra o Governo do PSDB.
A Polícia Civil de Brasília jamais registrou qualquer denúncia ou acusação contra Yeda Crusius ou seus aliados e por isso não buscou esta linha de investigação para apurar a morte de Marcelo, mas foi atrás das denúncias dos familiares de Marcelo e ouviram o lobista Lair Ferst e sua amiga Magda Koenigan.
O caso foi encerrado como suicídio, a pedido do Ministério Público Federal, já que os promotores e a polícia não se convenceram de que tinha ocorrido assassinato ou induzimento ao suicídio.
Mas naquela tarde do dia 19 de fevereiro de 2009, uma quinta-feira muito quente, abafada pelo tempo gris e chuvoso, apenas 48 horas depois de encontrado o cadáver do ex-auxiliar de Yeda Crusius no Lago Paranoá, enquanto os familiares de Marcos Cavalcante ainda choravam sobre a sepultura do morto, Luciana Genro, Pedro Ruas e Roberto Robaina, aproveitaram a desgraça da família Cavalcante para reacender a crise politica no Grande do Sul, desencadeada quase dois anos antes, no dia 6 de novembro de 2007, com a eclosão da Operacão Rodin por parte da Polícia Federal, então sob o comando efetivo do Ministro da Justiça, o mesmo Tarso Genro que mais tarde seria eleito Governador.
O caso mais escabroso e que mexeu com a honra pessoal de dezenas de pessoas denunciadas e acusadas sem provas e sem testemunhas pelos líderes do PSOL nem foi o que resultou na condenação transitada em julgado do Vereador Pedro Ruas, embora este tenha sido emblemático, já que teve começo, meio e fim.
É que o discurso e a prática criminosos do PSOL do Rio Grande do Sul ficam muito mais escrachados na revelação dos termos das audiências a que compareceram Luciana Genro, Pedro Ruas e Roberto Robaina, no andamento da ação cível por danos morais movida na 2a Vara Cível de Porto Alegre pelo empresário Humberto Busnello, sob o número 001/1.09.0085539-1. Na petição inicial, o empresário prometeu doar o dinheiro da indenização para a entidade Pão dos Pobres.
O que contrariou o empresário Humberto Busnello foi esta denúncia de Luciana Genro aos jornalistas que foram ouvi-la na sede do PSOL:
- O sr. Humberto Busnello entregou R$ 100 mil para o Aod Cunha (ex-Secretário da Fazenda) na presença de Lair Ferst, em plena campanha eleitoral de Yeda. Isso foi o que ouvi na fita com cenas nítidas como um filme de cinema.
Humberto Busnello era, na época, um dos mais poderosos, influentes e sérios empresários do Rio Grande do Sul. Ele já tinha sido Presidente do Sicepot, o sindicato das empreiteiras gaúchas, e foi Vice-Presidente da Fiergs. Era membro proeminente da famíli Toniolo, Busnello, empreiteira que realizava obras em todo o Brasil. Aod Cunha, na época da suposta reunião, era o Coordenador do Programa de Governo de Yeda, mas não era o Tesoureiro da campanha. Até pouco tempo antes, tinha ocupado a Presidência da Fundação de Economia e Estatística.
Busnello e Aod nem se conheciam pessoalmente.
Era tudo armação do PSOL.
Ao sentar no banco dos réus para depor como acusada, Luciana Genro mostrou a cabeça erguida e o ar desafiador de quem não teme nada, mas ao final do corrosivo interrogatório conduzido pela própria Juíza Zaffari Lacerda, a líder do PSOL começou a vacilar e baixou a cabeça.
Quem fez a filmagem?
Supostamente o próprio Lair, com o intuito de obter premiada. Ele conseguiu excluir do processo a esposa familiares.
E a situação do Lair na época?
Ele ofereceu aquele vídeo para que o Feijó comprasse. Para autorizar que viesse a público o vídeo, Feijó tinha que comprar, mas o Feijó não quis.
Não deu explicações por não comprar?
Ele disse que era uma coisa ilegal.
Estava autorizado a fazer a negociação?
O Lair ofereceu ao Feijó. No vídeo está escrito o nome dos personagens. Por isso que nós tivemos a certeza de que era o Busnello e eram R$ 100 mil, porque o Feijó também nos disse isso e nos mostrou o termo da delação premiada em que estava escrito isso.
No vídeo, aparecia o Dr. Humberto Busnello, que está aqui na audiência?
Ele estava meio de costas e o dinheiro estava num envelope.
Deu para contar o dinheiro?
As cenas estavam legendadas e diziam: “Busnello entrega RS 100 mil para Aod". O Paulo Feijó confirmou isso.
Foi um espetáculo escabroso e degradante.
Os Advogados Ricardo Giuliano e Laércio Leivas, em memorial entregue à Juiza Zaffari Lacerda, expuseram as veias abertas de Luciana Genro:
-A política deve ser praticada tendo em vista o interesse público e nunca para a satisfação das disputas políticas de ocasião, menores e sem qualquer sentido republicano.
O pior para a situação complicada dos réus Luciana Genro, Pedro Ruas e Roberto Robaina ainda estava por vir. Acontece que não tỉnham prestado depoimento duas das quatro testemunhas chamadas pelos réus, no caso o Chefe de Gabinete do Vice-Governador, André Zielmanovicz, e o próprio Paulo Feijó. As outras duas testemunhas, o Deputado Onyx Lorenzoni, do DEM, e o lobista Lair Ferst, negaram-se a depor.
André e Paulo Feijó desmentiram tudo.
Novamente foi a Juíza Zaffari Lacerda quem insistiu em buscara verdade. Este interrogatório de Paulo Feijó equivale a uma sentença de morte:
O Dr. Humberto Busnello, que está presente, é o homem que aparece no vídeo referido no processo?
Humberto Busnello é homem de bem, respeitađo, e jamais vi qualquer CD ou imagem dele junto ao ex-Secretário Aod Cunha.
Este CD existe?
Não existe, mas existe uma gravação no HD do notebook do lobista Lair Ferst, editado por ele, sem legenda, mas ali não aparece o Dr. Busnello.
CAPÍTULO VIII
NOVA CORJA E TOMANDO NA CUIA
A história de como empastelei os blogs sujos surgiram para assassinar minha reputação
Com o cancelamento da Lei de Imprensa pelo Supremo Tribunal Federal, em 30 de abril de 2009, só é possível processar criminalmente por injúria, calúnia ou difamação o autor de um comentário ofensivo, e não o responsável pelo blog. Assim concluiu o juiz Carlos Francisco Gross, da 9ª Vara Criminal de Porto Alegre, ao recusar queixa-crime apresentada pelo jornalista Políbio Adolfo Braga, que se sentiu ofendido com textos publicados no blog Nova Corja.
Esta constatação do juiz Carlos Francisco Gross, consagrada mais tarde, 23 de abril de 2014, quando da promulgação do Marco Civil da Internet, artigo 19, foi modificada de maneira ilegal pela maioria formada no STF, que ousou avançar sobre prerrogativas constitucionalmente estabelecidas ao Legislativo.
O primeiro texto que motivou a discordância em relação ao blog Nova Corja, assinado pelo jornalista Rodrigo Álvares, afirmou que Políbio Braga "trocou favores com autarquias ligadas ao governo estadual e à prefeitura de Porto Alegre". Segundo a nota, Políbio Braga fazia elogios às administrações estadual e municipal e, em troca, recebia verba publicitária de órgãos públicos para publicar anúncios em seu site.
"O que leva anunciantes como prefeitura de Porto Alegre, Banrisul, Assembléia Legislativa, BRDE [Banco Regional de Desenvolvimento], Cremers [Conselho Regional de Medicina] ou Simers [Sindicato Médico] a comprar mídia em sites sem expressão, tais quais os de Políbio Braga…. Certamente não é a repercussão ou os preços camaradas”, diz o texto publicado pelo blog em 25 de junho de 2009
O jornalista acusado de forma vil ingressou com duas ações contra Walter Valdevino, um dos editores do blog, cuja identidade foi informada pelo servidor do site. Alegou não ter conseguido localizar o verdadeiro autor — Rodrigo Álvares, o qual classificou como fugitivo. A ação civil cautelar por danos morais foi extinta em julho e o processo cível ainda está em tramitação.
Já a ação penal foi arquivada no dia 6 de outubro de 2009. O juiz Carlos Francisco Gross recusou a queixa-crime por inépcia
CAPÍTULO IX
Os governos do PT contra a liberdade de imprensa em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Entre os anos de 1967, pleno regime militar, e 27 de fevereiro de 2009, 11 anos depois da promulgação da Constituição de 1988, os chamados crimes de imprensa sempre foram objeto de ações judiciais baseadas numa draconiana Lei de Imprensa. Antes de 1967, casos controversos deste gênero, levados ao Judiciário, baseavam-se na Constituição e na legislação infraconstitucional, notadamente os Códigos Penal e Civil, mais seus respectivos Códigos de Processos.
Acontece que com a redemocratização, a Lei de Imprensa, continuou em vigor, mesmo contrariando a nova Constituição Federal, a de 1988. Ela só deixou de existir a partir de 27 de fevereiro de 2009, quando o STF acatou a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 130-7-DF). Através desta decisão daCorte, resultaram candelados os artigos 3, 4, 5, 6, 20, 21, 22, 23, 51 e 52 da Lei de Imprensa (Lei 5.250/67), inviabilizando-a na prática.
Somente em 2014 surgiu nova legislação para atacar os chamados "crimes de imprensa", no caso o Marco Civil da Internet,. que foi criado em 23 de abril de 2014, através da Lei nº 12.965. Ele estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, além de definir diretrizes para a atuação do governo em relação à rede. O projeto de lei, que tramitou por anos, foi sancionado pela então presidente Dilma Roussef.
Em 17 de agosto de 2018, um novo ordenamento legal somou-se à farta legislação já existente para regular os conteúdos disponibilizados dentro e fora do mundo virtual, no caso a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709/2018, que é a legislação brasileira que estabelece regras para a coleta, tratamento, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais, tanto no ambiente online quanto offline. Seu objetivo principal é proteger os direitos fundamentais de liberdade e privacidade, além de garantir a livre formação da personalidade de cada indivíduo.
Antes mesmo da Lei de Imprensa promulgada pelos militares em 1967, mas mesmo depois dela e sobretudo a partir do advento da Constituição de 1988, enfrentei e enfrento toda a sorte de embates judiciais, o que me torna seguramente o jornalista que maior número de processos enfrentou e enfrenta, pelo menos até metade do ano de 2025.
Tudo isto a tal ponto que NO DIA 10 DE DEZEMBRO de 2000, às 20h, um pequeno e nervoso público que se aglomerava no auditório da OAB do Rio Grande do Sul participou do início de uma sessão de desagravo a mim e a mais onze jornalistas que vinham sendo perseguidos por governos do PT na prefeitura de Porto Alegre e depois pelo governo estadual de Olívio Dutra.
Foi uma sessão inédita e histórica.
A tensão que manteve o ambiente em suspense até o início da reunião foi provocado pelo então presidente da OAB, Nelson Batista, que se recusou a integrar a mesa organizada para a cerimônia.
Apesar disto, com vinte minutos de atraso, o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Jair Krischke, deu por abertos os trabalhos, sem a presença do dono da casa, que decidiu ele também agravar os jornalistas.
Uma pomba transparente de acrílico, gestada pela cabeça e pelas mãos do artista plástico uruguaio Mario Cladera, foi entregue a cada um dos doze jornalistas presentes. Entre os doze profissionais desagravados, estavam este autor e os jornalistas Érico Valduga, Hélio Gama, Diego Casagrande, Gilberto Simões Pires, José Barrionuevo.
Muitos outros também foram perseguidos e são perseguidos pelos Governos do PT em Porto Alegre (1989-2004), no Rio Grande do Sul (1998-2002) e no Brasil (2003-2016/2023-2026). De algum deles, nem se conhecem os nomes. São profissionais do interior gaúcho e de Porto Alegre, que não ganham espaço na mídia e nem nos foros políticos, mas pagam caro por considerarem que podem denunciar os malfeitos e criticar os governos do PT da mesma forma que fizeram com governos anteriores.
As administrações populares de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul foram os laboratórios da grande experiência que o PT tentaria repetir no Brasil. Isso não só ocorreu porque as instituições e os líderes republicanos brasileiros, sob o comando forte da mídia e das lideranças políticas empresariais paulistas, não permitiram. No Rio Grande do Sul, a mídia e as lideranças políticas e empresariais gaúchas não se opuseram aos desmandos do PT contra a liberdade de imprensa, tarefa que coube isoladamente a poucos jornalistas, que resolveram fazer o enfrentamento por sua conta e risco.
No decorrer das quatro administrações do PT em Porto Alegre, nas duas do governo estadual (Olívio e Tarso) e nas duas do governo federal (Lula e Dilma), passaram pela área de comunicação social jornalistas como jornalistas Félix Valente, Vera Spolidoro, Ilza do Canto e Ayrton Kanitz e Guaracy Cunha, todos para o caso do RS.
Foram czares absoluto da área de comunicação, interferindo não apenas sobre o conteúdo das informações e o patrulhamento dos jornalistas, mas também sobre as decisões de mídia paga.
A seguir, em três blocos, será possível examinar, em detalhes, as monstruosidades causadas pela censura petista à imprensa do Rio Grande do Sul. O primeiro bloco tratará dos casos de Porto Alegre, numa entrevista conduzida pelo jornalista Diego Casagrande*, enquanto que o segundo e terceiro blocos examinarão, com profusão de detalhes, o atrevimento do Palácio Piratini na tentativa de censura a um órgão da imprensa brasileira, a IstoÉ, e, por último, o estrangulamento imposto a um jornal diário do interior, o Jornal de Caxias, de Caxias do Sul.
A ver:
Diego Casagrande entrevista Polibio Braga
O CERCO À IMPRENSA MOVIDO PELO PT EM PORTO ALEGRE E NO RIO GRANDE DO SUL
1o de janeiro de 2006
Pergunta-Como foi a tua relação com o Governo Estadual do PT?
Políbio Braga - Eu já vinha numa relação muito desgastada com o PT desde 1989. Comecei brigando com eles desde o primeiro dia e não parei mais de brigar. Então, quando o ex-prefeito Olivio Dutra chegou ao Governo do Estado, eu já tinha uma relação absolutamente desgastada com eles. Primeiro, fui incluído em um Index da Secretaria da Comunicação do Governo, e a minha inclusão como jornalista significava o seguinte: a partir daquele momento, eu não receberia mais releases de área nenhuma do Governo. Não tive mais acesso a nenhuma autoridade do Governo do Estado. Não adiantava pedir uma entrevista com um secretário, com o governador, com qualquer pessoa, que eu não tinha acesso. Além disso, fui cortado da lista de todos os atos oficiais ou não-oficiais do Governo. A partir daquele momento, solenidades, cafés da manhã, almoços, coletivas, enfim, qualquer ato público, eu não estava incluído. Era considerado persona non grata. Tanto que, durante quatro anos, não entrei no Palácio do Piratini e em nenhuma repartição pública estadual, a não ser em uma Delegacia de Policia, porque fui chamado para responder a um inquérito policial. A Policia Civil tentava conseguir o nome de uma fonte que eu utilizei numa nota que escrevi sobre perseguições políticas no Banrisul. Esse foi meu único comparecimento em uma repartição estadual durante todo o Governo Olívio. Na qualidade de investigado. Aliás, nunca pisei na Prefeitura de Porto Alegre enquanto o PT foi Governo. Fiquei fora dali durante 16 anos.
Pressão similar relatou-me o jornalistas Helio Gama, que foi chamado por um promotor de Justiça. Isso te constrangeu como jornalista?
Políbio Braga - Claro que me constrangeu. No caso do Helio Gama, um promotor não é subordinado ao Governo do Estado. Hoje em dia, o Ministério Público, tanto o Estadual, quanto o Federal, constituem praticamente um novo Poder. Um Quarto Poder. Dizem que somos o Quarto Poder. Ora, o Quarto Poder é o Ministério Público. Mas, no meu caso, o constrangimento foi evidente, porque eu tive que comparecer numa Delegacia de Polícia e fui peitado pelo delegado. Aliás o delegado foi muito elegante. Ele disse: "Olha, eu estou constrangido de perguntar isso a você, mas recebi o pedido do Ministério Público Estadual". A pedido dos diretores do Banrisul, que queriam saber o nome de uma fonte que eu estava usando. Claro que isso me constrangeu, porque tu sabes que comparecer diante de uma autoridade policial sempre constrange. E, principalmente, quando você é intimado a fazer uma coisa que não quer fazer. E que, aliás, é inconstitucional. Tanto que eu disse para o delegado na ocasião, que nem poderia me fazer tal pergunta, porque a Constituição me garante o sigilo da fonte. Ele disse: "Mas é minha obrigação perguntar". É claro que eu não abri o sigilo da fonte, eu não abro o sigilo de fonte em hipótese alguma. Aliás, nesse mesmo período também a Polícia Federal me chamou para abrir o sigilo de fonte num caso sobre os Correios. E durante os quatro anos do Governo Olívio Dutra, além do constrangimento de comparecer a uma Delegacia de Polícia, de todos esses incidentes que ocorreram na Secretaria da Comunicação, de ser vetado para tudo e não receber release, e não poder comparecer a repartições públicas, além disso, eu tomei alguns processos judiciais. Tanto cíveis quanto criminais, por parte de autoridades do Governo do Estado, ou dirigentes do PT. E, ainda, fui demitido da Bandeirantes e da Gazeta Mercantil, por pressão direta do Governo Olívio Dutra, que cortou a publicidade nesses dois veículos, com a exigência de que só voltaria a anunciar se me botassem na rua. Chantagem direta. Foi corte de publicidade. E também, durante esse período, eu trabalhei em um jornal de Caxias do Sul, o Novo Jornal, que foi gravemente pressionado pelo Governo Olívio, que cortou todas publicidades. E o jornal inclusive, foi obrigado a fechar. E perdi também a possibilidade de trabalhar. O Governo Olívio fez comigo, em síntese, praticamente tudo que podia fazer: cortou-me todas as fontes de suprimento de informações, me tirou o emprego, tentou me botar na cadeia, tomar meu patrimônio, me intimou policialmente, além de me procesar civil e criminalmente. A única coisa que faltou ali foi me matar, porque o resto ele fez. Foi uma perseguição implacável: tirar o emprego, processar para botar na cadeia, para tirar o patrimônio através de ações de indenização. E não foi só em relação a mim. Isso ocorreu com vários jornalistas. Duas dezenas de jornalistas. Tanto que no final do Governo Olívio, eu estava pronto para pedir ajuda a Associação Protetora dos Animais. Só não fiz isso porque o Movimento de Justiça e Direitos Humanos me acudiu antes. A mim e a outros jornalistas, dando suporte para que eu pudesse me manter, ainda, com alguma dignidade no que eu estava fazendo.
Quando começou, na tua visão, essa escalada do PT contra a liberdade de imprensa e expressão?
Políbio Braga - No dia 1º de janeiro de 1989, quando o PT assumiu a Prefeitura de Porto Alegre. E tanto eu como vários jornalistas têm colocado exatamente essa questão, de que a instalação do Governo do PT na Prefeitura de Porto Alegre significou também um plano diabólico de amordaçamento da imprensa aqui no RS e no Brasil. Não deu outra coisa. E eles fizeram isso durante os dezesseis anos de Prefeitura e no período em que estiveram no Governo do Estado. Essas coisas que o Governo Lula tentou emplacar, como o Conselho Nacional de Jornalistas, isso tudo que em Porto Alegre já tinha acontecido. Foi o preâmbulo do que se vislumbrava para o País.
Tu foste um homem de esquerda...
Políbio Braga - Eu fui. Praticamente na minha juventude, eu acho que até os quarenta anos.
Mas a esquerda sempre teve esse viés autoritário?
Políbio Braga - A esquerda do Brasil?
É...ou isso foi uma surpresa?
Políbio Braga - Para mim foi uma surpresa. Durante a ditadura militar, combati ao lado de toda a esquerda que não se alçou em armas, mas minha luta foi pelo restabelecimento do estado democrático de direito, o que significa, por exemplo, liberdade de imprensa. Nos anos de chumbo, trabalhei em jornais como Opinião e Correio da Manhã, que faziam franca oposição ao regime militar, o que me levou inúmeras vezes à prisão. Durante o Governo de esquerda, do Getúlio, de 1950 a 1954, eu era muito jovem. No Governo do Jango, eu já não era tão jovem, já tinha uns vinte anos. Conheci e trabalhei com o presidente. Nunca houve perseguição de jornalistas, uma coisa orquestrada como foi aqui. Então, o que é isso? O que o Jango e o Getúlio não fizeram? Por exemplo: não fizeram corte da publicidade nos veículos de comunicação que eram contra seus Governos, para amordaçar jornalistas e veículos de comunicação. Eles não fizeram isso. O PT fez e faz. Na Prefeitura e no Governo do Estado. Quer dizer: intimar para falar na Polícia. Pressionar os veículos de comunicação, cortando publicidade, visando à demissão de jornalistas. Quer dizer, não é o fato de você ir lá e tentar conversar, porque isso até a agência de publicidade faz, vai ao dono do veículo de comunicação, vai lá na RBS, por exemplo, uma agência forte de publicidade e diz: "Olha eu não estou gostando do que o Diego está fazendo. Vamos botar esse cara pra fora". Hoje, fazem menos, mas dezenas de agências de propaganda e empresas fizeram o que o Governo Olívio fez. Foram nos jornais onde eu trabalhava e pediram para me botar na rua. Chantageando. Às vezes, não era tão explícito assim. Eram afirmações como: "Olha, eu vou cortar a publicidade". Mas estava implícito que, ou me botavam na rua, ou então iam cortar a verba. Nesses Governos do Jango e do Getúlio não há exemplo disso. Como também não há exemplo de processar criminal e civilmente jornalista, botar na cadeia, ou tirar o patrimônio dele. Qualquer jornalista de esquerda ou de direita, nos dois Governos, tinha acesso a um ministro de Estado, ao próprio presidente. Aqui, foi diferente, porque o PT do RS e os Governos que ele teve em Porto Alegre, tinham um viés fascista-comunista.
Isso é uma coisa clara para ti?
Polibio Braga- É muito claro. Porque quem estudou o comunismo como eu, quem lê a biografia de Stalin, entende perfeitamente que na União Soviética ocorreram fatos exatamente semelhantes. E em Cuba ou na China, que eu visitei várias vezes, também. E tanto num lugar como no outro, eu percebi isso claramente. Quer dizer: eu nem precisava perceber, porque lá não tem imprensa livre. Os jornalistas são todos empregados do Estado e do Partido. A imprensa é totalmente amordaçada. Só existe jornal do governo. Então, eu tenho que rir, aqui, quando alguém da esquerda resolve fazer humor negro e reclama da imprensa. O cara, aqui, pode reclamar. O que quer a esquerda? Ela quer a imprensa tutelada totalmente pelo Estado.
E conseguem?
Políbio Braga - Não conseguem.
Mas, de certa forma, essa pressão que a esquerda exerce nos veículos e sobre os próprios jornalistas, e que foi muito latente no período de Olívio, não é uma forma de tutela?
Políbio Braga - É uma tutela, claro. Eu não tenho dúvida disso. Mas aqui existe liberdade para empreender e dá para fazer muita coisa mesmo fora dos grandes jornais, das emissoras de rádio e TV de maior peso. Eu faço isso com sucesso. Se o sujeito for corajoso, empreendedor, trabalhador, consegue fazer.
Teve algum momento daquele período em que tu te sentiste realmente isolado? Que pensaste assim: o que vai ser da minha vida com esse cerco todo?
Políbio Braga - Eu nunca penso assim. Eu sou uma pessoa pró-ativa. Sempre penso em ir adiante. Pode me acontecer a pior coisa do mundo que eu não vou pensar que estou isolado ou liquidado. Eu sempre caminho para frente. Mas senti momentos de grande angústia. Quando fui demitido simultaneamente e sucessivamente, no segundo ano do Governo Olívio, da Gazeta Mercantil e, depois, da Bandeirantes, eu senti que tentavam me isolar. Porque eu já tinha sido posto para a rua da RBS por questões políticas e da mesma forma tinha saído da Caldas Júnior porque não quis apoiar o PT, desobedecendo a ordens do dono da empresa, o sr. Renato Ribeiro. Não concordei com isso e me demiti. Eu até prefiro quando o dono do jornal faz isso, porque está sendo claro. O pior de tudo é quando você trabalha em um veículo de comunicação e ele tem uma posição, mas tudo é obliquo. Isso me aconteceu na Zero Hora várias vezes: eu escrevia a principal página da ZH, que era o Informe Especial, e o meu diretor-editor era o Lauro Schirmer. No outro dia, várias notas que eu tinha escrito não saíam. E saíam outras que eu não tinha escrito, com posições às vezes conflitantes com o que eu pensava. E eu me queixava para a direção e eles diziam: "Não, mas é isso mesmo. Porque, inclusive, você não assina. E a posição do jornal. De modo que tu és um dos redatores". Eu digo: "Como sou um dos redatores? Eu sou editor da página!" "Pois é, mas isso é assim mesmo." E eu fui tolerando aquilo enquanto deu. Mas era tudo muito obscuro, eles não diziam claramente para mim: "Olha, Políbio, nós estamos alinhados com essa coisa aqui. Sobre essa empresa você não escreve porque ela não anuncia no jornal". Eu sabia que era isso, mas eles não diziam: "Ah, esse político aqui você não ataca porque é querido da direção da empresa". O jornalismo, no caso dos veículos da RBS, tem que adivinhar essas coisas. Ele tem que ser inteligente o suficiente para perceber para onde está indo a empresa dele e de postar de acordo. Não gosto disso. Eu prefiro essa grossura do Renato Ribeiro.
Por que o apoio era ao Olívio?
Políbio Braga - Por que ele teve duas grandes questões com o Governo do Britto: uma estava relacionada ao Porto de Rio Grande, que foi privatizado e Renato teve alguns interesses contrariados lá. Alguns interesses legítimos dele, como exportador de soja. E, depois, ele teve os interesses novamente contrariados na privatização da CRT, que ele queria disputar também. Então, ficou claro que ele estava procurando uma aliança com o adversário principal de Britto. Tanto que ele ganhou e teve uma parceria muito positiva com o Governo do Olivio. E o Renato teve as vantagens decorrentes disso, o que eu acho natural. Porque sempre a principal aliada dos Governos foi a RBS. No caso do Governo Olívio, não foi. Quer dizer: o Renato foi para o Governo do Olívio o que a RBS sempre foi para todos os outros governadores. Ele ficava de fora e a RBS levava. No Governo do Olívio, ele levou e a RBS ficou de fora, quer dizer, em termos.
E neste momento, de sucessivas demissões, é que tu te sentiste mais isolado?
Polibio Braga - Sim, isso foi no segundo ano do Governo do Olívio. Qual foi meu raciocínio? Para onde eu posso ir, em Porto Alegre? O jornal O Sul a ainda não tinha chegado. Eu só podia ir para o Jornal do Comércio. Como sou advogado, pensei naquele momento: "Eu advogar". Em outros momentos eu já tinha advogado, inclusive como consultor jurídico do Banerj, nomeado pelo Brizola. Mas daí estava surgindo uma nova mídia, que era a internet, e alguém me falou: “Olha, quem sabe você tenta". E comecei a fazer um trabalho de jornalismo na internet. Um ano depois, o jornal O Sul apareceu e eu recebi dois convites simultâneos, um do Jornal do Comércio e um outro, do jornal O Sul. Os dois juntos. Daí fui para O Sul.
E teu site também nesse momento de conflito...
Polibio Braga -0 site surgiu um pouco antes, na época em que eu trabalhava na Band. Numa certa manhã, o Bira Valdez (ex-diretor-geral da Band RS, falecido em 2005) sugeriu para mim: "0lha, quem sabe você escreve alguma coisa, faz um site, edita um site". Eu digo: "Mas como? Eu não tenho esse site". Daí eu produzi um para a Band, para poder ter uma coluna. Tanto que o site está aí até hoje. Fui eu que idealizei e produzi. E nesse site da Band eu tinha uma coluna. Por que consegui tocar o projeto? Porque quando foi criado o primeiro provedor de internet no RS há dez anos, o Via-RS, o primeiro jornalista que colocou a primeira coluna na internet fui eu. Se um dia escreverem a história do jornalismo na internet e alguém buscar quem foi o primeiro jornalista a escrever uma coluna diária, vão me encontrar.
E para ti foi bom ter descoberto a internet?
Políbio Braga - Sim, porque estávamos falando de coisas muito recentes. Eu trabalhava no Correio do Povo ainda. Isso há dez anos. Cinco anos depois, eu criei esse site para a Band e fiz uma coluna lá dentro. Então, passei a fazer diariamente. Aí começou a dar um retorno interessante para mim, e um dia um leitor, pelo telefone, ligou para a Band e disse: "Por que você não cria um sistema de assinatura da tua coluna?". E eu n nem sabia que diabo era isso de assinatura. Eu perguntei para todo mundo: "Como assinatura? Isso não é jornal!". Aí, alguém me disse: "Olha, tu podes mandar a coluna por e-mail para as pessoas", Procurei me informar melhore verifiquei realmente que eu podia mandar por e-mail. E o resultado foi muito acima da minha expectativa. Em seguida, briguei com a Band e saí da empresa. Portanto, não pude mais continuar escrevendo. O que eu fiz/ Criei um site pra mim: mim: www.polibiobraga.com.br. E passei a enviar, não mais na minha coluna, mas uma newsletter.
E lá passaste a denunciar esses desmandos, essa agressividade, contra a liberdade de opinião do Governo Olívio?
Políbio Braga – Sim. A partir dali, a quantidade e a qualidade das minhas denúncias tiveram em crescimento geométrico. Poque eu antes era limitado pelos donos dos jornais, rádios e televisão onde eu trabalhava. Agora, o dono do meu negócio era eu mesmo. Então, passeio a escrever absolutamente tudo que eu sabia.
E tinha muita coisa para escrever...
Políbio Braga - Mas bah, tchê! 0 que aconteceu durante o Governo do Olívio era coisa para escrever um livro por dia. Foi alguma de dantesco, o que ocorreu no RS durante esse Governo.
Queria que tu falasses um pouco dos teus processos judiciais no período petista de Olívio Dutra.
Políbio Braga -O primeiro processo judicial do PT contra mim foi em 1989. No primeiro ano do Governo Olívio Dutra na Prefeitura, eu já fui processado diretamente pelo prefeito. Eu fiz algumas críticas fortes à administração municipal, quando eles intervieram nas empresas de ônibus, e o prefeito na ocasião não gostou e me processou. Civilmente, utilizando a lei de imprensa. Isso em 1989. O meu advogado na ocasião foi o Marco Túlio de Rose, e por um erro processual o Olivio perdeu. Não houve nem julgamento.
Pergunta – Tu estavas na Zero Hora?
Políbio Braga - No Correio do Povo. Antes de me processar, Olívio até tentou um contato comigo. Fomos almoçar no Treviso, no Mercado Público. Meio que brincando e meio que falando sério, eu respondi desta forma, pelo telefone, ao convite que ele me fez: "Só se tu te comprometeres a não me envenenar durante o almoço". Foi uma conversa agradável. Olívio Dutra é um sujeito agradável quando conversa coisas que não interessam. Depois, eu tive um incidente com o então secretário do Meio Ambiente, Caio Lustosa. Ele também me processou na lei de imprensa, também cometeu um erro processual e não foi adiante. Aí, eu voltei a criticá-lo e ele me processou de novo. Aí, nessa segunda vez, eu fui absolvido. E então, quando eu ia atacar de novo, o pessoal do Correio do Povo não deixou, porque achou demais. Durante alguns meses, a direção do DEMAE me interpelou judicialmente, mas o caso não foi adiante. Depois disso, deu uma parada. Quando o PT assumiu o Governo do Estado, de processos, que eu me lembro, tive um cível e um criminal movido contra mim pelo deputado Frei Sergio Göergen (PT). Eu trabalhava em um jornal de Caxias e fui condenado em primeira instância, tanto cível, quanto criminalmente. Até, na época, busquei um acordo com Frei Sergio, porque me baseei em informações que não eram procedentes. A minha fonte não era crível. O Único caso em que eu me lembro que “pisei na bola”. Perdi em primeira e segunda instância. Fui condenado a uma indenização, e também fui condenado à prisão. Não fui preso porque era primário.
De qualquer maneira, te defendestes até o último grau?
Políbio Braga – Ah, eu vou até onde é possível. No governo Olívio, foi isso aí. O do deputado Frei Sergio Göergen, que foram as ações criminal e cível, e desses quatro diretores do Banrisul, que foram também criminal e cível. Nesses casos, eu perdi para os dois. Depois disso, todos os outros processos foram movidos numa tacada só, no ano passado. Foi o Fórum Social Mundial, em que fui absolvido no processo crime e condenado no cível. Nos casos da agência e publicidade Intelig e o CPERS, fui absolvido em primeira e segunda instâncias. Era tudo gente ligada ao PT. Ainda respondo a vários processos, movidos pelo Sinttel, pelo ex-coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre e pelo presidente da Eletrobrás. Nem lembro de todos. E eu não tenho dúvida de que esses casos são quase todos orquestrados. Em 2005 e 2006, foi uma sucessão de seis processos contra mim. A cada dois meses, era movido um. Eu não posso acreditar que isso não tenha sido orquestrado porque, em muitos casos, o advogado era o mesmo. E eram todas pessoas ou entidades ligadas ao PT. Recentemente, foi o Sinttel (Sindicato dos Telefônicos), em que eu também fui absolvido, e também ligado ao PT. Também, cinco diretores dos Correios do RS e assessores moveram processo contra mim. Quer dizer: nós estávamos s falando de uns oito ou dez caras do PT que, de dois anos pra cá, me processaram, lideranças do PT do RS ou entidades ligadas ao PT. Eles ficam malucos quando vão para o Governo. Fora dele, são mansinhos, mas quando vão para o Governo, aí ficam valentes de novo. Eu recebi, também, muitas exigências de direitos de resposta e ameaças. Uma ameaça do Eliezer Pacheco, que é marido da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Ele mandou um e-mail desaforado porque eu tinha criticado a administração dele na Secretaria da Administração. E ele, agora, é homem lá do Palácio do Planalto, e de lá me mandou um e-mail dizendo que queria me processar. E também do ex-procurador-geral do município, o doutor Rogerio Favretto, que também, hoje é homem da copa e da cozinha do Palácio do Planalto e do Lula, que também me mandou um email com ameaças. A partir dali, também uma coisa que mudou na minha vida foi o seguinte: eu passei a me defender. Porque até ali, eu pedia para me defenderem. E os advogados que estavam me defendendo estavam perdendo. Eu pensei comigo: se é para perder mesmo vou me defender. Pelo menos, não fico gastando dinheiro e perdendo tempo. E eu passei a ganhar a maioria das causas.
A questão do anonimato, que tem contrariado inúmeros leitores que se identificam, não assombra o editor por uma razão muito simples:
- O editor identifica qualquer anônimo, no momento que bem entender, através do IP utilizado. A Internet possui inúmeras ferramentas que permitem isto.
Não é comum, mas o editor lembra que em pelo menos dois casos bem conhecidos, os dos canalhas blogs Tomando na Cuia e Nova Corja, identificou os IPs e através deles chegou aos provedores localizados fora do País, encontrou os responsáveis, puniu-os judicialmente e promoveu o cancelamento dos registros que tinham na Web, poupando os leitores dos atos criminosos que se utilizavam do anonimato existente na rede.
Atua nas áreas do Direito Previdenciário e Direito Penal no escritório Genro & Genro Advocacia dos Direitos Constitucionais, em Porto Alegre.[70]
INTERROGATÓRIO
De acordo com arts. 187, paragrafo 2o, 188, 189 e 190 do CPP
INQUÉRITO POLICIAL 134/2021, decorrente de BO de Caio Cesar Klein e que gerou este inquérito
Em 2019 STF tornou homofobia, bifobia e transfobia equivalente a racismo, de acordo com resultado da ADO 26, nos termos das lei 7.716/89. 3 páginas.
Me indiciou como incurso no art. 20, p. 2o da lei 7.716/89.
No inquérito policial, falou Gabriel Galli Arevalo. FOI DISPENSADO DE COMPROMISSO PELO ART. 201 DO CPP.
AÇÃO MOVIDA PELO MPE
Incurso no art. 20, parágrafo 2o, lei 7716/89
6 páginaS
DEFESA DE POLIBIO BRAGA
Invoca art. 220 da CF e que se vincula ao art. 5o, IV, V, X,XIII E XIV
ADPF 1287 sobre livre penamento
VERIFICAR MAGISTRADA DIVERSA DA TITULAR QUE ACEITOU A DENÚNCIA
A decisão da magistrada violou art. 5o CF e 396 do CPP
PEDE REJEIÇÃO DE ACORDO COM ART. 395, INCISO III DO CPP
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ALEGAÇÕES FINAIS
53 páginas
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ALEGAÇÕES FINAIS PB
Absolvição pelo asrt. 386, III dlo CPP
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SENTENÇA
Condena pelo art. 20, parágrafo 2o da lei 7.716/89
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ACÓRDÃO
Base para enviar para a JF é artigo 109, V, da Constituição Federal
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JUIZ FEDERAL
Lei 13.964/19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13964.htm
Art. 28 do CPP
O juiz não quis aplicar esta lei, considerando que o |MPF é o titular da ação penal, até porque a lei 13.l964 reforçou o perfil acusatório do processo penal brasileiro.
Ressalvfados disposto no art. 18 do CPP.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art.

LEI Nº 14.197, DE 24 DE MARÇO DE 2025 Inclui art. 2º-A na Lei nº 12.302, de 19 de setembro de 2017, vedando a divulgação das campanhas de peças ou anúncios publicitários institucionais em veículos de notícias ou informações que tenham sido condenados por difusão de notícias fraudulentas – fake news ou por crimes resultantes de prática de discriminação ou de preconceito. A PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE Faço saber, no uso das atribuições que me obrigam os §§ 3º e 7° do art. 77 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que a Câmara Municipal aprovou e eu promulgo a Lei nº 14.197, de 24 de março de 2025, como segue: Art. 1º Fica incluído art. 2º-A na Lei nº 12.302, de 19 de setembro de 2017, conforme segue: “Art. 2º-A Fica vedada a divulgação das campanhas de peças ou anúncios publicitários institucionais de que trata esta Lei em sites, blogs, portais ou qualquer outra plataforma de veiculação de notícias ou informações, impressa ou digital, que tenha sido condenada, com sentença transitada em julgado, por ação ou omissão decorrente da divulgação de notícias fraudulentas – fake news – ou por crimes resultantes de prática de discriminação ou de preconceito. Parágrafo único. A vedação de que trata este artigo perdurará pelo prazo de 2 (dois) anos, contados a partir do trânsito em julgado da sentença condenatória, e será aplicada nos casos em que os responsáveis pelas plataformas de veiculação de notícias ou informações tenham sido condenados por: I – praticar crime ou contravenção penal por meio de divulgação de notícias fraudulentas; ou II – praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de: a) raça; b) cor; c) gênero; d) orientação sexual; e) etnia; f) religião; ou g) origem.” Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 24 DE MARÇO DE 2025. Documento assinado eletronicamente por Nadia Rodrigues Silveira Gerhard, Presidente, em 25/03/2025, às 09:46, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no Art. 10, § 2º da Medida Provisória nº 2200-2/2001 e nas Resoluções de Mesa nºs 491/15, 495/15 e 504/15 da Câmara Municipal de Porto Alegre. Documento assinado eletronicamente por Tiago Jose Albrecht, Vereador, em 29/04/2025, às 11:00, conforme
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Projeto de 7 de 6 de 2021
Detalhes do Processo 00558/21 | Câmara Municipal de Porto Alegre
Maio de 2021 saíram BO e o resto do processo por homofobia
CAPÍTULO IX
A censura à imprensa nos governos do PT
NO DIA 10 DE DEZEMBRO de 2000, às 20h, um pequeno e nervoso público que se aglomerava no auditório da OAB do Rio Grande do Sul aguardava, impaciente, o início de uma sessão de desagravo a doze jornalistas perseguidos pelo Governo Olívio Dutra, do PT. A tensão que manteve o ambiente em suspense até o início da sessão foi provocado pelo presidente da OAB, Nelson Batista, que se recusou a integrar a mesa organizada para a cerimônia.
Finalmente, com vinte minutos de atraso, o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Jair Krischke, deu por abertos os trabalhos, sem a presença do dono da casa, que decidiu ele também agravar os jornalistas.
Uma pomba transparente de acrílico, gestada pela cabeça e pelas mãos do artista plástico uruguaio Mario Cladera, foi entregue a cada um dos doze jornalistas presentes. Entre os doze profissionais desagravados, estavam este autor e os jornalistas Érico Valduga, Hélio Gama, Diego Casagrande, Gilberto Simões Pires, José Barrionuevo.
Muitos outros também foram perseguidos e são perseguidos pelos Governos do PT em Porto Alegre (1989-2004), no Rio Grande do Sul (1998-2002) e no Brasil (2003-2016). De algum deles, nem se conhecem os nomes. São profissionais do interior gaúcho e de Porto Alegre, que não ganharam espaço na mídia e nem nos foros políticos, mas pagaram caro por considerarem que poderiam criticar os governos do PT da mesma forma que fizeram com governos anteriores.
As administrações populares de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul foram os laboratórios da grande experiência que o PT tentaria repetir no Brasil. Isso não só ocorreu porque as instituições e os líderes republicanos brasileiros, sob o comando forte da mídia e das lideranças políticas empresariais paulistas, não permitiram. No Rio Grande do Sul, a mídia e as lideranças políticas e empresariais gaúchas não se opuseram aos desmandos do PT contra a liberdade de imprensa, tarefa que coube isoladamente a poucos jornalistas, que resolveram fazer o enfrentamento por sua conta e risco.
No decorrer das quatro administrações do PT em Porto Alegre, passaram pela área de comunicação social da Prefeitura os jornalistas Félix Valente, Vera Spolidoro, Ilza do Canto e Ayrton Kanitz.
O jornalista Guaracy Cunha voltou a ajudar Olívio Dutra no Piratini. Ali, foi o czar absoluto da área de comunicação, interferindo não apenas sobre o conteúdo das informações e o patrulhamento dos jornalistas do Rio Grande do Sul, mas também sobre as decisões de mídia paga, que invariavelmente se insubordinavam aos interesses do Governo do PT.
As administrações do PT em Porto Alegre trabalhavam sob o sistema de Coordenação de Comunicação Social, dividida em quatro setores: Jornalismo, Publicidade, Relações Públicas e Políticas públicas, na verdade o relacionamento com a mídia segmentada.
No último ano do Governo João Verle, as verbas de publicidade da Prefeitura somaram R$6,4 milhões, valor que, ajustado para 2008, soma R$ 8 milhões. Essa verba foi administrada no Governo Verle por duas agências principais, a IM8 e a Competence. Os servidores do quadro, mais cargos em comissão e estagiários, formavam um contingente de 110 profissionais na Coordenação de Comunicação Social. Seu trabalho mais vistoso foi, com certeza, o programete semanal de rádio e TV, o "Cidade Viva", que consumia um quarto de toda a verba publicitária, algo como R$ 2,1 milhões por ano. Antes da Competence, produziram "Cidade Viva" as agências Cooperativa de Vídeo, Eixo Z e Radioativa.
A seguir, em três blocos, será possível examinar, em detalhes, as monstruosidades causadas pela censura petista à imprensa do Rio Grande do Sul. O primeiro bloco tratará dos casos de Porto Alegre, numa entrevista conduzida pelo jornalista Diego Casagrande*, enquanto que o segundo e terceiro blocos examinarão, com profusão de detalhes, o atrevimento do Palácio Piratini na tentativa de censura a um órgão da imprensa brasileira, a IstoÉ, e, por último, o estrangulamento imposto a um jornal diário do interior, o Jornal de Caxias, de Caxias do Sul.
Diego Casagrande entrevista Polibio Braga
O CERCO À IMPRENSA MOVIDO PELO PT
Pergunta-Como foi a tua relação com o Governo Estadual do PT?
Políbio Braga - Eu já vinha numa relação muito desgastada com o PT desde 1989. Comecei brigando com eles desde o primeiro dia e não parei mais de brigar. Então, quando o ex-prefeito Olivio Dutra chegou ao Governo do Estado, eu já tinha uma relação absolutamente desgastada com eles. Primeiro, fui incluído em um Index da Secretaria da Comunicação do Governo, e a minha inclusão como jornalista significava o seguinte: a partir daquele momento, eu não receberia mais releases de área nenhuma do Governo. Não tive mais acesso a nenhuma autoridade do Governo do Estado. Não adiantava pedir uma entrevista com um secretário, com o governador, com qualquer pessoa, que eu não tinha acesso. Além disso, fui cortado da lista de todos os atos oficiais ou não-oficiais do Governo. A partir daquele momento, solenidades, cafés da manhã, almoços, coletivas, enfim, qualquer ato público, eu não estava incluído. Era considerado persona non grata. Tanto que, durante quatro anos, não entrei no Palácio do Piratini e em nenhuma repartição pública estadual, a não ser em uma Delegacia de Policia, porque fui chamado para responder a um inquérito policial. A Policia Civil tentava conseguir o nome de uma fonte que eu utilizei numa nota que escrevi sobre perseguições políticas no Banrisul. Esse foi meu único comparecimento em uma repartição estadual durante todo o Governo Olívio. Na qualidade de investigado. Aliás, nunca pisei na Prefeitura de Porto Alegre enquanto o PT foi Governo. Fiquei fora dali durante 16 anos.
Pressão similar relatou-me o Helio Gama, que foi chamado por um promotor de Justiça. Isso te constrangeu como jornalista?
Políbio Braga - Claro que me constrangeu. No caso do Helio Gama, um promotor não é subordinado ao Governo do Estado. Hoje em dia, o Ministério Público, tanto o Estadual, quanto o Federal, constituem praticamente um novo Poder. Um Quarto Poder. Dizem que somos o Quarto Poder. Ora, o Quarto Poder é o Ministério Público. Mas, no meu caso, o constrangimento foi evidente, porque eu tive que comparecer numa Delegacia de Polícia e fui peitado pelo delegado. Aliás o delegado foi muito elegante. Ele disse: "Olha, eu estou constrangido de perguntar isso a você, mas recebi o pedido do Ministério Público Estadual". A pedido dos diretores do Banrisul, que queriam saber o nome de uma fonte que eu estava usando. Claro que isso me constrangeu, porque tu sabes que comparecer diante de uma autoridade policial sempre constrange. E, principalmente, quando você é intimado a fazer uma coisa que não quer fazer. E que, aliás, é inconstitucional. Tanto que eu disse para o delegado na ocasião, que nem poderia me fazer tal pergunta, porque a Constituição me garante o sigilo da fonte. Ele disse: "Mas é minha obrigação perguntar". É claro que eu não abri o sigilo da fonte, eu não abro o sigilo de fonte em hipótese alguma. Aliás, nesse mesmo período também a Polícia Federal me chamou para abrir o sigilo de fonte num caso sobre os Correios. E durante os quatro anos do Governo Olívio Dutra, além do constrangimento de comparecer a uma Delegacia de Polícia, de todos esses incidentes que ocorreram na Secretaria da Comunicação, de ser vetado para tudo e não receber release, e não poder comparecer a repartições públicas, além disso, eu tomei alguns processos judiciais. Tanto cíveis quanto criminais, por parte de autoridades do Governo do Estado, ou dirigentes do PT. E, ainda, fui demitido da Bandeirantes e da Gazeta Mercantil, por pressão direta do Governo Olívio Dutra, que cortou a publicidade nesses dois veículos, com a exigência de que só voltaria a anunciar se me botassem na rua. Chantagem direta. Foi corte de publicidade. E também, durante esse período, eu trabalhei em um jornal de Caxias do Sul, o Novo Jornal, que foi gravemente pressionado pelo Governo Olívio, que cortou todas publicidades. E o jornal inclusive, foi obrigado a fechar. E perdi também a possibilidade de trabalhar. O Governo Olívio fez comigo, em síntese, praticamente tudo que podia fazer: cortou-me todas as fontes de suprimento de informações, me tirou o emprego, tentou me botar na cadeia, tomar meu patrimônio e me intimou policialmente. A única coisa que faltou ali foi me colocar na cadeia ou me matar, porque o resto ele fez. Foi uma perseguição implacável: tirar o emprego, processar para botar na cadeia, para tirar o patrimônio através de ações de indenização. E não foi só em relação a mim. Isso ocorreu com vários jornalistas. Duas dezenas de jornalistas. Tanto que no final do Governo Olívio, eu estava pronto para pedir ajuda a Associação Protetora dos Animais. Só não fiz isso porque o Movimento de Justiça e Direitos Humanos me acudiu antes. A mim e a outros jornalistas, dando suporte para que eu pudesse me manter, ainda, com alguma dignidade no que eu estava fazendo.
Quando começou, na tua visão, essa escalada do PT contra a liberdade de imprensa e expressão?
Políbio Braga - No dia 1º de janeiro de 1989, quando o PT assumiu a Prefeitura de Porto Alegre. E tanto eu como vários jornalistas têm colocado exatamente essa questão, de que a instalação do Governo do PT na Prefeitura de Porto Alegre significou também um plano diabólico de amordaçamento da imprensa aqui no RS e no Brasil. Não deu outra coisa. E eles fizeram isso durante os dezesseis anos de Prefeitura e no período em que estiveram no Governo do Estado. Essas coisas que o Governo Lula tentou emplacar, como o Conselho Nacional de Jornalistas, isso tudo que em Porto Alegre já tinha acontecido. Foi o preâmbulo do que se vislumbrava para o País.
Tu foste um homem de esquerda...
Políbio Braga - Eu fui. Praticamente na minha juventude, eu acho que até os quarenta anos.
Mas a esquerda sempre teve esse viés autoritário?
Políbio Braga - A esquerda do Brasil?
É...ou isso foi uma surpresa?
Políbio Braga - Para mim foi uma surpresa. Durante a ditadura militar, combati ao lado de toda a esquerda que não se alçou em armas, mas minha luta foi pelo restabelecimento do estado democrático de direito, o que significa, por exemplo, liberdade de imprensa. Nos anos de chumbo, trabalhei em jornais como Opinião e Correio da Manhã, que faziam franca oposição ao regime militar, o que me levou inúmeras vezes à prisão. Durante o Governo de esquerda, do Getúlio, de 1950 a 1954, eu era muito jovem. No Governo do Jango, eu já não era tão jovem, já tinha uns vinte anos. Conheci e trabalhei com o presidente. Nunca houve perseguição de jornalistas, uma coisa orquestrada como foi aqui. Então, o que é isso? O que o Jango e o Getúlio não fizeram? Por exemplo: não fizeram corte da publicidade nos veículos de comunicação que eram contra seus Governos, para amordaçar jornalistas e veículos de comunicação. Eles não fizeram isso. O PT fez e faz. Na Prefeitura e no Governo do Estado. Quer dizer: intimar para falar na Polícia. Pressionar os veículos de comunicação, cortando publicidade, visando à demissão de jornalistas. Quer dizer, não é o fato de você ir lá e tentar conversar, porque isso até a agência de publicidade faz, vai ao dono do veículo de comunicação, vai lá na RBS, por exemplo, uma agência forte de publicidade e diz: "Olha eu não estou gostando do que o Diego está fazendo. Vamos botar esse cara pra fora". Hoje, fazem menos, mas dezenas de agências de propaganda e empresas fizeram o que o Governo Olívio fez. Foram nos jornais onde eu trabalhava e pediram para me botar na rua. Chantageando. Às vezes, não era tão explícito assim. Eram afirmações como: "Olha, eu vou cortar a publicidade". Mas estava implícito que, ou me botavam na rua, ou então iam cortar a verba. Nesses Governos do Jango e do Getúlio não há exemplo disso. Como também não há exemplo de processar criminal e civilmente jornalista, botar na cadeia, ou tirar o patrimônio dele. Qualquer jornalista de esquerda ou de direita, nos dois Governos, tinha acesso a um ministro de Estado, ao próprio presidente. Aqui, foi diferente, porque o PT do RS e os Governos que ele teve em Porto Alegre, tinham um viés fascista-comunista.
Isso é uma coisa clara para ti?
Polibio Braga- É muito claro. Porque quem estudou o comunismo como eu, quem lê a biografia de Stalin, entende perfeitamente que na União Soviética ocorreram fatos exatamente semelhantes. E em Cuba ou na China, que eu visitei várias vezes, também. E tanto num lugar como no outro, eu percebi isso claramente. Quer dizer: eu nem precisava perceber, porque lá não tem imprensa livre. Os jornalistas são todos empregados do Estado e do Partido. A imprensa é totalmente amordaçada. Só existe jornal do governo. Então, eu tenho que rir, aqui, quando alguém da esquerda resolve fazer humor negro e reclama da imprensa. O cara, aqui, pode reclamar. O que quer a esquerda? Ela quer a imprensa tutelada totalmente pelo Estado.
E conseguem?
Políbio Braga - Não conseguem.
Mas, de certa forma, essa pressão que a esquerda exerce nos veículos e sobre os próprios jornalistas, e que foi muito latente no período de Olívio, não é uma forma de tutela?
Políbio Braga - É uma tutela, claro. Eu não tenho dúvida disso. Mas aqui existe liberdade para empreender e dá para fazer muita coisa mesmo fora dos grandes jornais, das emissoras de rádio e TV de maior peso. Eu faço isso com sucesso. Se o sujeito for corajoso, empreendedor, trabalhador, consegue fazer.
Teve algum momento daquele período em que tu te sentiste realmente isolado? Que pensaste assim: o que vai ser da minha vida com esse cerco todo?
Políbio Braga - Eu nunca penso assim. Eu sou uma pessoa ativa. Sempre penso em ir adiante. Pode me acontecer a pior coisa do mundo que eu não vou pensar que estou isolado ou liquidado. Eu sempre caminho para frente. Mas senti momentos de grande isolamento. Quando fui demitido simultaneamente e sucessivamente, no segundo ano do Governo Olívio, da Gazeta Mercantil e, depois, da Bandeirantes, eu senti que estava assim... isolado. Porque eu já tinha sido posto para a rua da RBS por questões políticas e da mesma forma tinha saído da Caldas Júnior porque não quis apoiar o PT, desobedecendo a ordens do dono da empresa, o sr. Renato Ribeiro. Não concordei com isso e me demiti. Eu até prefiro quando o dono do jornal faz isso, porque está sendo claro. O pior de tudo é quando você trabalha em um veículo de comunicação e ele tem uma posição, mas tudo é obliquo. Isso me aconteceu na Zero Hora várias vezes: eu escrevia a principal página da ZH, que era o Informe Especial, e o meu diretor-editor era o Lauro Schirmer. No outro dia, várias notas que eu tinha escrito não saíam. E saíam outras que eu não tinha escrito, com posições às vezes conflitantes com o que eu pensava. E eu me queixava para a direção e eles diziam: "Não, mas é isso mesmo. Porque, inclusive, você não assina. E a posição do jornal. De modo que tu és um dos redatores". Eu digo: "Como sou um dos redatores? Eu sou editor da página!" "Pois é, mas isso é assim mesmo." E eu fui tolerando aquilo enquanto deu. Mas era tudo muito obscuro, eles não diziam claramente para mim: "Olha, Políbio, nós estamos alinhados com essa coisa aqui. Sobre essa empresa você não escreve porque ela não anuncia no jornal". Eu sabia que era isso, mas eles não diziam: "Ah, esse político aqui você não ataca porque é querido da direção da empresa". O jornalismo, no caso dos veículos da RBS, tem que adivinhar essas coisas. Ele tem que ser inteligente o suficiente para perceber para onde está indo a empresa dele e de postar de acordo. Não gosto disso. Eu prefiro essa grossura do Renato Ribeiro.
Por que o apoio era ao Olívio?
Políbio Braga - Por que ele teve duas grandes questões com o Governo do Britto: uma estava relacionada ao Porto de Rio Grande, que foi privatizado e Renato teve alguns interesses contrariados lá. Alguns interesses legítimos dele, como exportador de soja. E, depois, ele teve os interesses novamente contrariados na privatização da CRT, que ele queria disputar também. Então, ficou claro que ele estava procurando uma aliança com o adversário principal de Britto. Tanto que ele ganhou e teve uma parceria muito positiva com o Governo do Olivio. E o Renato teve as vantagens decorrentes disso, o que eu acho natural. Porque sempre a principal aliada dos Governos foi a RBS. No caso do Governo Olívio, não foi. Quer dizer: o Renato foi para o Governo do Olívio o que a RBS sempre foi para todos os outros governadores. Ele ficava de fora e a RBS levava. No Governo do Olívio, ele levou e a RBS ficou de fora, quer dizer, em termos.
E neste momento, de sucessivas demissões, é que tu te sentiste mais isolado?
Polibio Braga - Sim, isso foi no segundo ano do Governo do Olívio. Qual foi meu raciocínio? Para onde eu posso ir, em Porto Alegre? O jornal O Sul a ainda não tinha chegado. Eu só podia ir para o Jornal do Comércio. Como sou advogado, pensei naquele momento: "Eu advogar". Em outros momentos eu já tinha advogado, inclusive como consultor jurídico do Banerj, nomeado pelo Brizola. Mas daí estava surgindo uma nova mídia, que era a internet, e alguém me falou: “Olha, quem sabe você tenta". E comecei a fazer um trabalho de jornalismo na internet. Um ano depois, o jornal O Sul apareceu e eu recebi dois convites simultâneos, um do Jornal do Comércio e um outro, do jornal O Sul. Os dois juntos. Daí fui para O Sul.
E teu site também nesse momento de conflito...
Polibio Braga -0 site surgiu um pouco antes, na época em que eu trabalhava na Band. Numa certa manhã, o Bira Valdez (ex-diretor-geral da Band RS, falecido em 2005) sugeriu para mim: "0lha, quem sabe você escreve alguma coisa, faz um site, edita um site". Eu digo: "Mas como? Eu não tenho esse site". Daí eu produzi um para a Band, para poder ter uma coluna. Tanto que o site está aí até hoje. Fui eu que idealizei e produzi. E nesse site da Band eu tinha uma coluna. Por que consegui tocar o projeto? Porque quando foi criado o primeiro provedor de internet no RS há dez anos, o Via-RS, o primeiro jornalista que colocou a primeira coluna na internet fui eu. Se um dia escreverem a história do jornalismo na internet e alguém buscar quem foi o primeiro jornalista a escrever uma coluna diária, vão me encontrar.
E para ti foi bom ter descoberto a internet?
Políbio Braga - Sim, porque estávamos falando de coisas muito recentes. Eu trabalhava no Correio do Povo ainda. Isso há dez anos. Cinco anos depois, eu criei esse site para a Band e fiz uma coluna lá dentro. Então, passei a fazer diariamente. Aí começou a dar um retorno interessante para mim, e um dia um leitor, pelo telefone, ligou para a Band e disse: "Por que você não cria um sistema de assinatura da tua coluna?". E eu n nem sabia que diabo era isso de assinatura. Eu perguntei para todo mundo: "Como assinatura? Isso não é jornal!". Aí, alguém me disse: "Olha, tu podes mandar a coluna por e-mail para as pessoas", Procurei me informar melhore verifiquei realmente que eu podia mandar por e-mail. E o resultado foi muito acima da minha expectativa. Em seguida, briguei com a Band e saí da empresa. Portanto, não pude mais continuar escrevendo. O que eu fiz/ Criei um site pra mim: mim: www.polibiobraga.com.br. E passei a enviar, não mais na minha coluna, mas uma newsletter.
E lá passaste a denunciar esses desmandos, essa agressividade, contra a liberdade de opinião do Governo Olívio?
Políbio Braga – Sim. A partir dali, a quantidade e a qualidade das minhas denúncias tiveram em crescimento geométrico. Poque eu antes era limitado pelos donos dos jornais, rádios e televisão onde eu trabalhava. Agora, o dono do meu negócio era eu mesmo. Então, passeio a escrever absolutamente tudo que eu sabia.
E tinha muita coisa para escrever...
Políbio Braga - Mas bah, tchê! 0 que aconteceu durante o Governo do Olívio era coisa para escrever um livro por dia. Foi alguma de dantesco, o que ocorreu no RS durante esse Governo.
Queria que tu falasses um pouco dos teus processos judiciais no período petista de Olívio Dutra.
Políbio Braga -O primeiro processo judicial do PT contra mim foi em 1989. No primeiro ano do Governo Olívio Dutra na Prefeitura, eu já fui processado diretamente pelo prefeito. Eu fiz algumas críticas fortes à administração municipal, quando eles intervieram nas empresas de ônibus, e o prefeito na ocasião não gostou e me processou. Civilmente, utilizando a lei de imprensa. Isso em 1989. O meu advogado na ocasião foi o Marco Túlio de Rose, e por um erro processual o Olivio perdeu. Não houve nem julgamento.
Pergunta – Tu estavas na Zero Hora?
Políbio Braga - No Correio do Povo. Antes de me processar, Olívio até tentou um contato comigo. Fomos almoçar no Treviso, no Mercado Público. Meio que brincando e meio que falando sério, eu respondi desta forma, pelo telefone, ao convite que ele me fez: "Só se tu te comprometeres a não me envenenar durante o almoço". Foi uma conversa agradável. Olívio Dutra é um sujeito agradável quando conversa coisas que não interessam. Depois, eu tive um incidente com o então secretário do Meio Ambiente, Caio Lustosa. Ele também me processou na lei de imprensa, também cometeu um erro processual e não foi adiante. Aí, eu voltei a criticá-lo e ele me processou de novo. Aí, nessa segunda vez, eu fui absolvido. E então, quando eu ia atacar de novo, o pessoal do Correio do Povo não deixou, porque achou demais. Durante alguns meses, a direção do DEMAE me interpelou judicialmente, mas o caso não foi adiante. Depois disso, deu uma parada. Quando o PT assumiu o Governo do Estado, de processos, que eu me lembro, tive um cível e um criminal movido contra mim pelo deputado Frei Sergio Göergen (PT). Eu trabalhava em um jornal de Caxias e fui condenado em primeira instância, tanto cível, quanto criminalmente. Até, na época, busquei um acordo com Frei Sergio, porque me baseei em informações que não eram procedentes. A minha fonte não era crível. O Único caso em que eu me lembro que “pisei na bola”. Perdi em primeira e segunda instância. Fui condenado a uma indenização, e também fui condenado à prisão. Não fui preso porque era primário.
De qualquer maneira, te defendestes até o último grau?
Políbio Braga – Ah, eu vou até onde é possível. No governo Olívio, foi isso aí. O do deputado Frei Sergio Göergen, que foram as ações criminal e cível, e desses quatro diretores do Banrisul, que foram também criminal e cível. Nesses casos, eu perdi para os dois. Depois disso, todos os outros processos foram movidos numa tacada só, no ano passado. Foi o Fórum Social Mundial, em que fui absolvido no processo crime e condenado no cível. Nos casos da agência e publicidade Intelig e o CPERS, fui absolvido em primeira e segunda instâncias. Era tudo gente ligada ao PT. Ainda respondo a vários processos, movidos pelo Sinttel, pelo ex-coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre e pelo presidente da Eletrobrás. Nem lembro de todos. E eu não tenho dúvida de que esses casos são quase todos orquestrados. Em 2005 e 2006, foi uma sucessão de seis processos contra mim. A cada dois meses, era movido um. Eu não posso acreditar que isso não tenha sido orquestrado porque, em muitos casos, o advogado era o mesmo. E eram todas pessoas ou entidades ligadas ao PT. Recentemente, foi o Sinttel (Sindicato dos Telefônicos), em que eu também fui absolvido, e também ligado ao PT. Também, cinco diretores dos Correios do RS e assessores moveram processo contra mim. Quer dizer: nós estávamos s falando de uns oito ou dez caras do PT que, de dois anos pra cá, me processaram, lideranças do PT do RS ou entidades ligadas ao PT. Eles ficam malucos quando vão para o Governo. Fora dele, são mansinhos, mas quando vão para o Governo, aí ficam valentes de novo. Eu recebi, também, muitas exigências de direitos de resposta e ameaças. Uma ameaça do Eliezer Pacheco, que é marido da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Ele mandou um e-mail desaforado porque eu tinha criticado a administração dele na Secretaria da Administração. E ele, agora, é homem lá do Palácio do Planalto, e de lá me mandou um e-mail dizendo que queria me processar. E também do ex-procurador-geral do município, o doutor Rogerio Favretto, que também, hoje é homem da copa e da cozinha do Palácio do Planalto e do Lula, que também me mandou um email com ameaças. A partir dali, também uma coisa que mudou na minha vida foi o seguinte: eu passei a me defender. Porque até ali, eu pedia para me defenderem. E os advogados que estavam me defendendo estavam perdendo. Eu pensei comigo: se é para perder mesmo vou me defender. Pelo menos, não fico gastando dinheiro e perdendo tempo. E eu passei a ganhar a maioria das causas.