José Freitas é vereador de Porto Alegre
Apesar de afetar cerca de 1 milhão de brasileiros, o vitiligo continua sendo invisível para grande parte das políticas públicas de saúde no país. A doença, de origem autoimune e não contagiosa, provoca a perda da pigmentação da pele e, embora não represente risco à vida, impacta profundamente a saúde emocional, a autoestima e a qualidade de vida de quem convive com ela.
Hoje, não há no Brasil sequer um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico para o tratamento do vitiligo no Sistema Único de Saúde (SUS). Tampouco há medicamentos registrados na Anvisa com indicação exclusiva para a doença. O que vemos são filas para fototerapia em algumas poucas unidades de saúde, enquanto milhares de pacientes enfrentam o preconceito e a frustração do desamparo.
Como presidente da Frente Parlamentar da Psoríase e Outras Doenças Crônicas de Pele da Câmara Municipal de Porto Alegre, somo-me à mobilização nacional da Psoríase Brasil, com a campanha Cor da Vida – Políticas públicas já para o vitiligo. A iniciativa busca pressionar o Ministério da Saúde a agir. A petição on-line da campanha exige três pontos fundamentais: a criação imediata de um PCDT para vitiligo no SUS; o registro e incorporação de medicamentos eficazes, como o ruxolitinibe, já utilizados no exterior; a inclusão da doença em políticas de combate ao estigma e de promoção da saúde mental.
Em Porto Alegre, dei um passo importante ao criar a Semana Municipal de Combate ao Vitiligo, instituída pela Lei n° 12.733/2020, e que contempla a semana de 25 de junho, com o objetivo de dar visibilidade à pauta, promover o acolhimento e lutar contra o preconceito que ainda cerca o tema.
Precisamos garantir que o vitiligo deixe de ser invisível e passe a ser enfrentado com políticas públicas sérias, contínuas e humanizadas. Seguirei cobrando, articulando e legislando em defesa dessas pessoas.