Artigo, especial, Renato Sant'Ana - Por enquanto é na Venezuela

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.

E-mail: sentinela.rs@outlook.com

O político venezuelano Rodrigo Cabezas foi preso por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN) e ninguém sabe do seu paradeiro.


Cabezas, que se diz "chavista desde sempre", foi ministro da Economia e Finanças do governo Hugo Chávez. E foi deputado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que dá sustentação à ditadura chavista. Mas, nos últimos anos, andou criticando a gestão de Nicolás Maduro, o que azedou sua relação com o PSUV e lhe valeu o rótulo de inimigo do regime: agora está nas garras do SEBIN, órgão de repressão semelhante à Gestapo, a temível polícia secreta do regime nazista chefiado por Adolf Hitler. Tal como a Gestapo, o SEBIN se ocupa de investigar e perseguir pessoas e grupos fichados como inimigos do chavismo.


Cabezas foi detido em 12/06/25, em Maracaibo, onde reside, sem que se saiba do que está sendo acusado, onde foi parar nem se está vivo. Além dele, há milhares de pessoas submetidas a "desaparecimento forçado" na Venezuela, vítimas de uma "caça às bruxas" sem precedentes, promovida pela ditadura chavista.


Os fatos falam por si. Em 1998, quando Hugo Chaves se elegeu presidente do país, o povo venezuelano era o mais rico da América Latina - graças ao petróleo. (Pouca gente sabe que a Venezuela, em 1960, junto com Irã, Arábia Saudita, Iraque e Kuwait, fundou a OPEP, Organização dos Países Produtores de Petróleo). Só que, a partir de 1999, Chaves usou a PDVSA, espécie de PETROBRAS da Venezuela, para financiar a "revolução", botando muito dinheiro, claro, no bolso dos revolucionários: administrada por sindicalistas, a PDVSA foi totalmente sucateada. E a partir de 2017, a Venezuela virou grande importadora de petróleo.


Com incompetência e corrupção, o chavismo fez o PIB do país despencar e a economia derreter com hiperinflação; estatizou a agricultura e, em menos de 10 anos, viu a produção de alimentos cair mais de 60%; hordas de criminosos foram aproveitadas como milícias do governo; a Venezuela é hoje um narco-estado e a maior exportadora da cocaína das FARC e da Bolívia para os cartéis de drogas mexicanos e do norte da África; as forças armadas foram "compradas" pelo regime e hoje operam no tráfico de drogas; a suprema corte virou órgão auxiliar da ditadura; as eleições são fraudadas, não há garantias individuais nem liberdade de imprensa; há presos políticos, torturados e desaparecidos.


O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informa que há no mundo 122 milhões de deslocados à força e que 

Venezuela lidera essa lista: no final de 2024, entre "refugiados" e "pessoas necessitadas de proteção internacional" eram mais de 6 milhões de venezuelanos.


Mas isso é só um flash do inferno. E Cabezas sempre esteve lá. Porém, em 2017, ficou claro o seu distanciamento do atual governo. Economista e professor universitário, é crítico da política monetária de um primitivo Nicolás Maduro. Em 2022, Cabezas apoiou publicamente o oposicionista e ex-presidente do parlamento Juan Guaidó, que, anteriormente, se havia declarado presidente interino da Venezuela com o fito de tirar do poder o ditador e herdeiro de Hugo Chaves.


Onde foi que o socialismo chegou ao poder sem instituir a violência? Não só contra a população, mas igualmente entre os próprios revolucionários! Quem, por indiferença ou maldade, aceita a injustiça contra inimigos deveria lembrar: os maus também são maus entre si. Quem abraça o diabo termina chamuscado: não importa se foi por ingenuidade, omissão ou para levar vantagem, o risco de queimar-se é real.


Rodrigo Cabezas é ator no drama venezuelano. Abraçou o socialismo e não se importou com o terrorismo de Estado enquanto a violência atingia só os seus adversários. Agora, ele, que é cardíaco, que tem um stent no coração e precisa medicação diária para controlar a pressão arterial, está desaparecido. Ninguém sabe se sua saúde é assistida por seus algozes. Sequer se sabe se ainda está vivo.


Pode parecer piada, mas não tem graça. Embora socialista-raiz, Cabezas é hoje chamado de "fascista", palavra que, na boca dessa gente, não tem valor conceitual, servindo só para exprimir ódio, mais nada. E isso é um padrão: Trotski, um comunista-raiz fanático, por discordâncias com Stalin, foi rotulado de "fascista" e morto a golpes de picareta.


A Venezuela, que já foi um país riquíssimo, hoje agoniza na maior crise humanitária do continente. Apesar disso, no meu país, com as honrosas exceções, por ignorância, por covardia ou por ambas, a extrema imprensa se cala, a parasitária casta acadêmica argumenta em defesa da ditadura, e a autoproclamada classe artística aplaude.


 



 O Brasil como Jurisdição de Risco: Quando o Empresariado Precisa de Um Mapa para o Próprio País Em uma única semana, o setor produtivo brasileiro foi atingido por dois eventos com impacto direto sobre seus custos operacionais: a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos e a reoneração do IOF, implementada por decreto e validada posteriormente por decisão judicial. À primeira vista, podem parecer acontecimentos distintos. Mas, analisados em conjunto, revelam um problema estrutural: o Brasil está se transformando em uma jurisdição de risco institucional. No caso das tarifas, o recado dos EUA foi direto. As medidas não foram motivadas por desequilíbrios comerciais nem por dumping. Foram uma resposta à instabilidade jurídica e à percepção crescente de que o país perdeu a capacidade de manter um ambiente regulatório confiável. A sinalização não foi econômica — foi política. Já no caso do IOF, o Executivo editou um decreto para aumentar a alíquota. O Congresso rejeitou a medida por ampla maioria. Ainda assim, o aumento entrou em vigor, respaldado por decisão do Judiciário. O que era para ser exceção — um mecanismo provisório — foi normalizado como forma de governo. O Parlamento foi simplesmente ignorado. E o empresariado, mais uma vez, arca com o custo. O ponto central não está nos tributos ou nas tarifas em si, mas no que esses episódios revelam: a desorganização do pacto institucional brasileiro. Hoje, é impossível saber com clareza quem tem a palavra final sobre temas essenciais da política econômica. O Executivo age por decreto, o Judiciário valida medidas controversas, e o Congresso perde função sem que isso provoque qualquer reação de reequilíbrio. Para o investidor, isso significa operar em um ambiente onde decisões políticas podem ser implementadas sem trâmite legislativo, e onde a rejeição formal de uma norma não garante sua revogação prática. Em outras palavras, o custo não está apenas na medida em vigor, mas na impossibilidade de prever qual será a regra amanhã. Essa insegurança tem efeito direto sobre crédito, câmbio, investimentos e contratos. E, mais grave ainda, enfraquece a interlocução do setor produtivo com o próprio Estado. Quando as decisões passam a ser tomadas em circuitos fechados, sem mediação institucional clara, o empresariado perde sua capacidade de negociar, propor ou sequer reagir. Torna-se objeto da política — e não mais sujeito. O Brasil ainda possui um arcabouço legal robusto, mas sua aplicação tem sido cada vez mais marcada por interpretações casuísticas, inversões de hierarquia entre os Poderes e decisões unilaterais com efeito imediato. Isso é o oposto de segurança jurídica. E, no limite, compromete a lógica do investimento de longo prazo. O que está em curso não é uma crise de governo. É uma mudança de regime institucional silenciosa, sem ruptura formal, mas com consequências profundas. Quando um decreto rejeitado continua em vigor, quando um Parlamento eleito é desconsiderado, e quando o setor produtivo paga a conta sem compreender as regras do jogo, a lógica econômica se desfaz. E com ela, a previsibilidade que sustenta qualquer ambiente de negócios sério

Artigo, especial, Alex Pipkin - Com pedigree americano

Alex Pipkin, PhD


A ofensiva americana já começou. E não é à-toa. Nem improvisada. Nem personalista. O império não se move por birra — age por interesse. É geopolítica nua e crua. E é por isso que o Brasil entrou, oficialmente, no raio-x da máquina imperial.

Evidentemente, não foi pelo aclamado xaxado diplomático de Lula, nem pela presença honorária de Gleisi Hoffmann nas entrevistas internacionais. Também não foi pelas preces progressistas do senador Randolfe Rodrigues, que, com ares de humor institucional, recomendou aos ministros do STF que visitassem as “praias afrodisíacas” do Amapá. Ah, ainda tem Paris…

 Porque o Brasil virou isso: uma tragicomédia internacional.

Mas vamos ao que importa. O recado de Washington foi claro: os Estados Unidos consideram que há algo estruturalmente errado com o poder no Brasil. Eles sabem. Eles viram. Eles mapearam. E eles, como sempre, agirão como se fossem os donos do tabuleiro — porque, em boa parte, são mesmo.

O lulismo, que prometia harmonia e liderança sul-americana, entrega o oposto! Um Estado decadente, cercado por delações, blindado por políticos disfarçados de ministros, e guiado por um populismo de bar de esquina travestido de diplomacia.

Enquanto isso, nosso comandante-em-chefe segue crente de que com uma conversa morfética, sorrisos e um aperto de mão tudo se resolve.

Sim, Lula — o grande negociador — garantiu ao mundo que Trump nunca negociou 10% do que ele já negociou. Mas, ironicamente, o Brasil, sob sua gestão, é o único país que não consegue negociar com os Estados Unidos. Tragicômico. Sob sua gestão, a diplomacia virou uma extensão do diretório do PT. Nada se resolve; tudo se encena.

A verdade é que o socialismo dessa turma é sempre para os “voltos” — o povaréu que sustenta a máquina —, enquanto eles seguem na vida boa da famosa esquerda caviar: jatinhos, hotéis cinco estrelas, iPhones de última geração, blindagens jurídicas e… cash. Porque o capitalismo, para eles, é um perfume que se usa discretamente, sem dar nome.

Enquanto isso, o STF — essa sigla que virou sinônimo de onipotência — assiste à crise com ar de inocência, como se os ministros fossem espectadores do próprio teatro. Seus familiares despontam em negócios, cargos e escritórios com conexões obscuras, mas o problema, claro, é o “ataque à democracia”. E, se formos falar de privilégios, a filha do “Perdeu, mané” — o excelentíssimo Iluminista Barroso” — bem que poderia ir defender a democracia em Cuba, que fica ali do ladinho dos Estados Unidos.

Já o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, hoje tratado como intelectual orgânico do regime, declarou que “a medida dos EUA é simbólica”. Curioso. Sua filha não continuará estudando nos Estados Unidos, afinal “brasileiro não deve ir onde não é bem recebido”.

Não se enganem: o carimbo americano é um espelho. Ele não mente. É uma certidão internacional de que há algo profundamente podre no sistema de poder brasileiro — e não se trata de teoria conspiratória ou antipetismo militante. É um fato diplomático, geopolítico, irreversível.

A Procuradoria-Geral da República segue inerte, como sempre — ocupada em não incomodar. O Ministério da Justiça, hoje sob comando de um ex-ministro do STF, atua como anexo jurídico do palácio. E o Itamaraty… bem, esse virou uma ONG petista de relações internacionais, gerida por militantes com diplomas em marxismo de boutique.

O mundo “imperialista” assistiu ao strip-tease institucional do Brasil — e reagiu. O cadáver perfumado da nossa democracia ainda está sendo velado, mas agora com convidados estrangeiros de peso, que olham e anotam. Tende a empiorar.

O mundo viu. Carimbou. E agora cobra.

Bem-vindos à era da verdade com pedigree americano.

E lembrem-se: o império não cancela. Ele age.

Governo dos Estados Unidos acaba de anunciar cassação dos vistos diplomáticos da família e de Moraes

O efeito é imediato. Moraes, a família e ministros do STF cujos nomes ainda não foram divulgados, estão proibidos de viajar para os EUA.

O governo dos Estados Unidos acaba de cassar os vistos do ministro Alexandre de Moraes. Ele é acusado de impor criminosamente uma ampla campanha pretensamente  legal de censura à liberdade de expressão e perseguição a líderes políticos da oposição, com ênfase para o caso do ex-presidente Bolsonaro.

O anúncio partiu do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Ele avisou que a cassação do visto atinge também a família de Moraes, no caso sua mulher e filhos, como também outras autoridades.

A medidas é claramente uma represália à perseguição promovida hoje por Moraes e pelo STF contra Bolsonaro.

O que disse Marco Rubio:

- A perseguição política do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão amplo que não só viola direitos básicos dos brasileiros, como também ultrapassa as fronteiras do Brasil para atingir americanos;.

CLIQUE AQUI para ler o comunicado no X de Rubio.