No meu tempo de guri, fazíamos "das nossas", é claro. Mas, quando flagrados, ficávamos com muita vergonha. Respeitávamos os adultos, em especial os pais, que representavam "a autoridade", até por que, diferente de hoje, eles não fugiam do papel de pais. Agora a coisa é outra! De Brasília a Dom Pedrito, a cara-de-pau é vista como virtude: o sujeito faz trapaça de toda ordem e fica com a cara lisa. Não tem o menor constrangimento.
No jogo entre Grêmio e Ipiranga, o VAR expulsou o lateral do Grêmio na maior cara-dura. Até o analista de arbitragem da mais ouvida, tão inclinado a justificar os critérios de arbitragem, não vacilou: a expulsão foi um erro grosseiro. (Para mim, uma trapaça.)Veio a semifinal e o jogo contra o Juventude. Não vi nenhum analista divergir: o excelente Monsalve foi obstruído de modo ilegal pelo zagueiro Abner do Juventude. Em qualquer quadrante do campo seria falta. Na área, pênalti. Era o 1ª tempo e já estava 1 a 0 para o Grêmio. O fraquíssimo Jonathan Pinheiro, juiz escolhido a dedo para apitar esse jogo, não foi ver o vídeo, isto é, amarelou e deixou que o VAR tomasse a decisão. Pênalti marcado significa grande probabilidade de gol. Convertido ou não, muda o andamento da partida.
Veio o 2º tempo e foi aquilo... Com razão e muito equilíbrio, o treinador Gustavo Quinteros falou: "Estamos muito preocupados com a arbitragem, foram muitos equívocos. O critério do VAR para chamar uma jogada no meio do campo não é o mesmo para chamar uma jogada de pênalti", disse ele, referindo-se ao terceiro gol do Grêmio, anulado pelo VAR alegando falta na origem do lance. Percebem o que significaria ir ao segundo jogo com 2 gols de vantagem?
Tudo bem, Diogo Olivier disse que ele é contra suspeitar dos critérios. Então vamos apenas descrever os fatos. Para marcar uma falta vencida e anular o gol do Grêmio, o VAR chamou Jonathan Pinheiro para ver as imagens. Já para não dar o pênalti, o VAR só mandou um recadinho: "Não foi!". Se Jonathan Pinheiro visse a imagem, daria o pênalti!
No pé em que a coisa vai, é pior ter o VAR. Sem ele, erros de arbitragem passam batidos, sim. mas o juiz, exposto no meio do campo, com câmeras de TV levando sua imagem para o Brasil inteiro e tendo uma carreira a preservar, dificilmente vai errar por negligência ou má-fé. Já escondido na cabine do VAR... Quem conhece o nome do juiz de vídeo que aplicou no Grêmio? E por que os áudios do VAR são mantidos em sigilo?
Está realmente virando moda no Brasil, de norte a sul, passar por cima das regras e decidir conforme motivos obscuros e sem constrangimento. Por exemplo, o juiz decide segundo ele sente que é justo, abandonando o dever de aplicar a regra, não importando o que está escrito. Imaginem se, num jogo entre um time modesto e um muito forte, o juiz decide equilibrar as forças expulsando um dos melhores jogadores do mais rico! Bem, um juiz poderia achar que é justo ajudar a quebrar o jejum de títulos de quem há 8 anos não ganha nada...
Sabem o que vai ocorrer no jogo de volta com o Juventude? Se permanecer o ânimo atual, o VAR vai achar jeito de expulsar alguém do Grêmio. E se houver alguém com 2 cartões amarelos (não sei se há), receberá o terceiro. Caso consiga suplantar o Juventude, o Grêmio irá para a final com desfalques. A menos que... haja uma reação do público.
A torcida tem que botar pressão! E olhem lá! De modo civilizado! Como? Hoje tudo que é programa de esportes nas rádios tem interatividade, quer dizer, manifestação de ouvintes. Se houver uma onda de manifestações protestando contra o VAR, o pessoal da imprensa vai ficar mais à vontade para "descer do muro". Uma grita geral é um fato jornalístico que a imprensa não há de ignorar. Talvez seja pouco, mas no mínimo vai dar força às ações que a direção do Grêmio já está tomando.
Só resta ao torcedor fazer (no limite da civilidade) pressão, barulho, manifestações que empurrem a imprensa e façam a galera da Federação Gaúcha de Futebol ter consciência de que está sendo observada. Se não for por honestidade, que essa gente cumpra as regras por receio de ter prejuízo.
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