Na semana seguinte à eleição de Bolsonaro, vimos o
advento de inúmeros protestos por parte de estudantes, tanto universitários
quanto do ensino secundário. Chamou-me a
tenção o protesto dos alunos do colégio do Rosário, em Porto Alegre. Lá estavam
alunos riquinhos, que nada sabem do mundo ou das mazelas da sociedade,
organizados por professores petistas e psolistas, os quais adoram sequestrar
mentes juvenis, dizendo que fariam a “resistência”. Seria engraçado, não fosse
grave. É grave, pois essa é uma fase da vida em que a personalidade do jovem
não está formada, é o momento em que o jovem deveria estar aprendendo a se
tornar capaz de pensar por conta própria e que se ele for atacado com mentiras
e falácias isso pode lhe custar uma vida de alienação. Mas é sabido que a
esquerda tem predileção por acossar crianças e adolescentes a fim de torná-los
bem cedo fieis idiotas uteis.
Mas afinal, por que o jovem? Sempre me perguntei: de onde vem esse fetiche
da esquerda com o jovem? Sempre escutamos, como um mantra da esquerda, que o
jovem tem que ser respeitado, que o jovem tem que ser ouvido, que o jovem tem
que ser parte da ação política e etc, mas nunca entendi, afinal, por que o
jovem? Um dia fui jovem e me lembro bem do que significava sê-lo, quais são os
predicados próprios da juventude. Ser jovem significava ser impaciente,
abusado, rebelde, inexperiente, prepotente, ignorante, emotivo e muitas vezes
egoísta. Mas então, permanece a pergunta, por que diabos alguém diria que o
jovem é tão importante para a política, sendo que os atributos essências a ela
são o oposto de tudo que elenquei acima?
Com o transcorrer do tempo, fui deixando de ser jovem e
adquirindo informação, assim como encontrando respostas para algumas das muitas
perguntas que sempre me instigavam, entre elas: afinal, por que o jovem?
Em minha inserção pela literatura política, me deparei
com a Escola de Frankfurt e lá estava o que identifiquei como sendo a origem
teórica sobre a elevação do jovem como agente político fundamental para a
esquerda. Ali constava o esforço intelectual de revisar o marxismo e torná-lo
mais adaptado para as questões da ordem política vigente no século XX, muito
diferentes das da época de Marx. Buscava-se um substituto para o proletariado,
que havia, passada a primeira grande guerra mundial, se provado incapaz de
realizar a revolução contra a ordem burguesa. Os intelectuais da Teoria
Crítica, jamais pretenderam descartar a lógica e a estrutura de pensamento de
Marx, precisavam apenas adaptá-las, encontrar soluções para a tornar a profecia
socialista algo factível. Assim, perceberam que o problema não estava na lógica
dialética opressor-oprimido, mas nos agentes identificados por Marx como sendo
correspondentes a essas categorias. Opressor não era mais a burguesia como
classe econômica, mas como classe cultural e oprimido, bem, quem seria o
oprimido?
O oprimido passaria a ser uma categoria mais difusa –
aquilo que hoje chamamos de minorias -, todos que não se encaixassem no estereótipo
do patriarcado burguês (homem branco e hétero) seriam alçados à figura do
oprimido: mulheres, negros, gays, criminosos e os jovens. Esses subgrupos são,
na visão clássica comunista, denominados por Marx de “Lupem Proletariado”: um
subproduto da ordem política burguesa, os quais para Marx não tinham papel na
missão revolucionaria em direção ao socialismo, mas que para a Escola de
Frankfurt adquirira uma função essencial como agente político.
Para os frankfutianos, o foco da luta pelo poder devia
ser transferido da economia para a cultura, os mesmos entendiam que a família
patriarcal era o núcleo da civilização ocidental e, portanto, da ordem
burguesa; corromper essa instituição e finalmente implodir seus valores era um
passo fundamental para atingir as condições necessárias para o advento de uma
nova civilização. Nesse contexto, o jovem é um agente essencial, dado que na
perspectiva da Escola a superestrutura (para usar um termo marxista – ou seja,
a cama superior da civilização representada pelas suas intuições) era uma
reflexo da estrutura patriarcal familiar, a família era a primeira instituição
tipicamente burguesa, estava presente nela a primeira das opressões: a do
marido sobre a mulher e a dos pais sobre os filhos. Essa lógica seguia presente
nas intuições decorrentes, como as escolas e as universidades, assim o jovem
adquire um papel importante como sendo genuinamente um agente político que
devia se rebelar e conduzir ao fim essa logica de “opressão”.
Do ponto de vista estratégico e pragmático, não meramente
teórico a juventude mostrava-se uma ferramenta muito útil para os ideólogos da
revolução, justamente por conta de seus predicados naturais: rebeldia,
inexperiência, hipersensibilidade, prepotência, arrogância etc. quem não
conhece o chavão do adolescente rebelde? Essas características típicas da
juventude, são justamente a resposta para minha pergunta: por que o jovem? O
jovem, pois este é facilmente manipulável, o jovem porque ele não está acostumado
com responsabilidades, porque ele é inconsequente, porque ele não conhece o
mundo e as mazelas da vida, e finalmente porque ele é carente e revoltado com
os que não lhe dedicam atenção, ou seja, o jovem, pois ele é uma vítima ideal
da charlatanice esquerdista.
OTIMO TEXTO! LAMENTO NO ENTANTO, PROFUNDAMENTE QUE OS JUDEUS TEM GRANDE INFLUÊNCIA NA CONTRIBUIÇÃO DO COMUNISMO. DESDE MARX, PASSANDO PELA ESCOLA DE FRANKFURT (ADORNO, MARCUSE, E MUITOS OUTROS0 ATÉ OS DIAS DE HOJE (SOROS, SANDERS, KRUGMAN, ZUCKERBERG E CATREFA) REPRESENTANDO A GROSSO MODO CERCA DE 80%! POVO INTELIGENTE, ESTUDIOSO, CONTESTADOR, MAS QUE FOI ALTAMENTE NEGATIVO PARA O SURGIMENTO DO SOCIALISMO, INCLUSIVE OS BOLCHEVIQUES NA CONSOLIDAÇÃO DO MODELO PRÁTICO NA UNIÃO SOVIÉTICA, PELO MENOS DURANTE A REVOLUÇÃO!
ResponderExcluirGosto do texto, e tenho, mais ou menos, a mesma explicação por outras vias. A cultura moderna ainda não deu a devida relevância para os conceitos de inteligência emocional. O jovem, ao lado de todo seu potencial produtivo, dispõe, infelizmente, de uma baixa inteligência emocional quando comparado ao indivíduo mais maduro. Isso se traduz numa prevalência de elementos emocionais, em detrimento ao conteúdo racional, quando em processos de escolhas e decisões. Assim, diante de uma situação onde valores de justiça e solidariedade se apresentam, propostas simplórias e condenadas pela prática, seduzem os jovens pela aparência de uma nobreza que é puramente teórica. Essas doutrinações da esquerda, se focam claramente no conteúdo emocional que o assunto pode suscitar, envolvendo todo esforço racional numa bolha de inoperância que torna inútil qualquer lampejo de racionalidade. É preciso lembrar, finalmente, que a razão é construída de forma vivenciada, e portanto demora a se tornar operante, enquanto que a emoção é instintiva, isto é, já nasce com o indivíduo, e portanto tende a prevalecer enquanto o indivíduo não amadurece.
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