Artigo, Estadão - A ditadura do Brasil

Este artigo do Estadão de hoje tem como titulo "Precisamos dar nomes aos bois"

O Brasil ainda não é uma ditadura clássica porque mantém alguns ritos democráticos e institucionais. Mas tampouco é uma democracia substancial

O Brasil não é uma ditadura clássica. Realizamos eleições regulares, partidos disputam espaço no Congresso e a Constituição continua em vigor. Há imprensa, redes sociais e debates públicos. Esses sinais mantêm a aparência de uma democracia funcional, mas, por trás da superfície, acumulam-se evidências de um deslocamento estrutural que corrói seus fundamentos. O diagnóstico de índices internacionais, como o da The Economist, que nos classificam como uma “democracia falha”, é insuficiente. A verdade é mais perturbadora: vivemos uma realidade em que a democracia se encontra suspensa e o estado de exceção fica sob a máscara da constitucionalidade.

Esse estado de exceção não é declarado, como nas ditaduras do século 20. Ele se infiltra por dentro, mantendo os ritos institucionais enquanto esvazia seus contrapesos. Giorgio Agamben descreveu esse fenômeno com precisão: não é necessário fechar o Congresso ou suspender formalmente garantias constitucionais. Basta reinterpretá-las de maneira flexível, sempre em nome de um bem maior, sob a retórica da urgência. No Brasil, a narrativa predominante é a da defesa da democracia e do combate à desinformação. Sob esse pretexto, mecanismos de controle do poder são relativizados e direitos fundamentais se tornam variáveis interpretativas.

O Supremo Tribunal Federal (STF), concebido como guardião da Constituição, transformou-se em protagonista político sem freios efetivos. A Corte investiga, acusa e julga, em inquéritos que se arrastam por anos, sem prazo, sem objeto delimitado e sem transparência. Esse padrão não é episódico, mas estrutural: decisões monocráticas suspendem leis aprovadas pelo Legislativo, interferem em políticas do Executivo e redesenham regras orçamentárias. A suspensão do decreto legislativo que sustava a elevação do IOF, em 2025, ilustra a apropriação de competências se ...

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Audiência Pública reuniu 1,5 mil na discussão sobre o novo Plano Diretor de Porto Alegre

 Foi ontem, sábado, dia 9, a audiência pública de apresentação e discussão da proposta do Plano Diretor Urbano Sustentável (Pdus) e da Lei de Ocupação do Solo (Luos), tudo de Porto Alegre. O encontro, no Auditório Araújo Vianna  marcou  a última etapa de contribuições diretamente do povo ao projeto final antes do envio à Câmara e contou com três mil inscrições virtuais e cadastramento  presencial de 1.517 pessoas. 

O prefeito Segbastião Melo presidiu o evento,bastante dividido, mas assegurou a liberdade de expressão apra todos. O que ele disse:

- É sobre o futuro de Porto Alegre e o direito de todos de viver melhor.

Contribuições e sugestões para revisão do Plano seguem sendo recebidas pelo e-mail planodiretor@portoalegre.rs.gov.br

A proposta do novo Plano Diretor Urbano Sustentável é pautada por cinco objetivos centrais que devem guiar as discussões sobre os próximos anos em Porto Alegre: adaptar às mudanças climáticas e zerar as emissões; qualificar os espaços públicos e potencializar a utilização do Guaíba; reduzir o tempo de deslocamento das pessoas em trajetos diários; reduzir o custo da moradia e garantir o acesso de todos à cidade; e fortalecer o planejamento urbano com base em dados e economia urbana.