Na infância, as vitaminas e os minerais são importantes
para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Quando consumidos em
quantidades insuficientes por longo período de tempo, podem gerar uma série de
alterações físicas, porém, a curto prazo, essas deficiências podem se disfarçar
apenas em falta de apetite, suscetibilidade a infecções ou, até mesmo, sem
sintoma algum. A essa deficiência disfarçada ou sem sintomas chamamos de fome
oculta.
A deficiência de micronutrientes não está relacionada
apenas à criança muito magra, mas também às crianças com peso normal ou obesas.
Essa tendência tem aumentado devido ao consumo de alimentos calóricos, cheios
de energia, porém pobres em nutrientes.
A fome oculta afeta mais de 2 bilhões de pessoas, o que
equivale a uma a cada três pessoas no mundo, e ainda está associada a uma dieta
inadequada, pouco diversificada e deficiente em micronutrientes (vitaminas e
minerais). A fim de prevenir a fome oculta é importante conhecer esses
micronutrientes, como, por exemplo, as vitaminas.
As vitaminas têm diversas funções, das quais podemos
destacar: facilitam as reações metabólicas (vitaminas do complexo B e vitamina
K); protegem as células, agindo como antioxidantes (vitaminas C e E); promovem
a formação das proteínas (vitaminas A e D); e apresentam ação hormonal
(vitamina D).
Os alimentos constituem a principal forma de obtenção de
vitaminas, já que não produzimos ou, quando produzimos, sua quantidade é
insuficiente. A única exceção é a vitamina D cuja síntese ocorre,
principalmente, em dependência da exposição solar adequada. Portanto, para
garantir o crescimento e o desenvolvimento adequados de nossas crianças, é
importante que fiquemos atentos ao que elas comem.
As vitaminas podem ser encontradas nos alimentos de
origem animal, como carne e vísceras, ovo, leite e derivados (vitaminas A, D, E
e do complexo B). De origem vegetal, os óleos extraídos de palmeiras (buriti e
dendê) são fontes de vitamina A e D; o azeite de oliva, óleos de milho, de
soja, de girassol e de algodão, são fontes de vitamina E.
As vitaminas A, C e do complexo B também estão presentes
nas frutas e nas hortaliças: as de cor amarelo-alaranjado, como cenoura,
abóbora, manga e mamão são ricas em vitamina A; as folhas verde escura, como
mostarda, couve, agrião e almeirão, em vitamina A, C e K; os vegetais verdes,
como brócolis, alface e abacate, em vitamina E; e outras frutas como acerola,
açaí, caju, goiaba, limão, laranja e tomate são ricas em vitamina C. As
vitaminas do complexo B também podem ser encontradas nas leguminosas.
Algumas vitaminas (A, D, E e K) são menos absorvidas em
dietas pobres em gorduras, e outras, como as do complexo B e a vitamina C, que
são armazenadas em pequena quantidade, demandam uma ingestão mais
frequente.
A longo prazo, essas deficiências podem trazer graves
consequências à saúde, como: o raquitismo, na deficiência de vitamina D; a
cegueira noturna, na deficiência de vitamina A; alterações neurológicas, na
deficiência de vitamina B6; escorbuto, na deficiência de vitamina C; e
sangramentos, na deficiência de vitamina K.
Considerando que as vitaminas estão presentes em uma
enorme variedade de alimentos, a ingestão adequada de vitaminas depende de uma
alimentação balanceada. Para que nossas crianças cresçam saudáveis, e se
desenvolvam com o seu máximo potencial, não podemos abrir mão de uma
alimentação saudável e rica em vitaminas.
• Daniel Magnoni, consultor da iniciativa Nutrientes para
a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital
do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo
– UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição
Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal
de Medicina – CFM
SOBRE NPV
Presente no Brasil desde 2016, a Nutrientes Para Vida
(NPV) é uma iniciativa que possui visão, missão e valores análogos aos da
coirmã americana, a Nutrients For Life. Seu objetivo é esclarecer e informar a
sociedade sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos
alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.
Este tipo de esclarecimento é essencial, se considerarmos
que há muita desinformação sobre o tema. Como dizia uma antiga campanha
publicitária, com o manejo adequado do solo, no Brasil, “adubando, dá”.
Para manter o solo fértil e a alta produtividade de novos
cultivos, os nutrientes precisam ser repostos. Os fertilizantes cumprem o papel
de alimentar a planta, o que é essencial para o seu desenvolvimento.
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