Artigo, especial - A dominância fiscal é parte da agenda de empobrecimento programado

Este artigo é do Observatório Brasil Soberano

 Aristides Lobo, em artigo publicado no jornal Diário Popular em 18 de novembro de 1889, descreveu a reação popular diante da proclamação da república: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Mui tos acreditaram seriamente estar vendo uma parada”. Tal testemunho descreve com precisão a natureza do arranjo institucional nacio nal, que, mesmo com modificações periódicas para se adequar ao espírito do tem po, mantém de forma estável sua essência contramajoritária e patrimonialista. O Estado brasileiro, em todas as suas “repúblicas” — seis ao todo, mas nenhuma mini mamente republicana, o que torna anedótica essa classificação —, manteve a participa ção popular e o desenvolvimento da cidadania como promessas eternamente adiadas. O brasileiro sempre viveu à margem da política institucional e distante de qualquer proteção do Estado. É visto pelo poder público apenas como ativo eleitoral. Duran te a sexta república (sic), o establishment vislumbrou a possibilidade de manter sob controle, de forma definitiva, essa massa de “bestas feras” — os iluminados, virtuosos e democráticos são eles — por meio da destruição do sistema produtivo e do assistencialismo do Estado de bem-estar social. O plano consiste nos seguintes passos: destruir a capacidade de produção do ci dadão e do empresário de médio porte, impedindo que a classe média se torne credora do Estado e aproximando cartéis e monopolistas do governo. Em seguida, com a imposição de critérios tecnocráticos, utiliza-se o processo de adesão aos auxílios do Estado de bem-estar social para manter a população mais pobre sob controle, impedindo que os beneficiários de auxílios financeiros possam produzir ou obter um emprego. A partir deste ponto, basta tornar o ambiente gradativamente mais inóspito, com impostos, regulações e burocracia. Assim, gradualmente, os grandes oligopólios assumem os mercados dos peque nos e médios empresários e tornam-se também os credores da dívida pública, que sustentará os auxílios e demais gastos do Estado de bem-estar social. Em tal cenário, empregar tempo, esforço e capital em iniciativas que geram em pobrecimento da população equivale a investir na extinção da concorrência, no controle da população de baixa renda e no aumento do poder do Estado, que, a essa altura, já é aliado dos grandes grupos econômicos. Por essa razão, a explosão fiscal do governo não pode ser vista como simples popu lismo, mas como investimento na manutenção da pobreza e no fortalecimento do empresariado que tem no Estado seu principal aliado. Na conjuntura atual, os sinais de deterioração fiscal se acumulam: despesas já con tratadas e novos programas fazem o gasto crescer de forma persistente. Entre 2024 e 2027, as despesas vinculadas às políticas vigentes sobem de R$ 155,8 bi para R$ 319,5 bi, ao passo que os ganhos do lado da receita caem de R$ 42,2 bi para R$ 39,2 bi, comprimindo o resultado primário. A pressão sobre as contas públicas tende a aumentar com a expansão de benefí cios no período eleitoral e com o crescimento do número de beneficiários diante de um ambiente inóspito à produção de riqueza. Não se trata de um erro de cálculo ou de mera irresponsabilidade: o país caminha para um cenário de dominância fiscal — quando a dívida e os déficits elevados pas sam a constranger o Banco Central, levando a política monetária a se adequar para manter solvência da dívida pública, enfraquecendo o controle da inflação e desva lorizando vertiginosamente o valor da moeda —, não por incompetência de gesto res públicos, mas como etapa de uma agenda de empobrecimento programado, executada por servos altamente competentes do establishment

Moraes manda reabrir inquérito para investir de novo contra Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, sancionado pelos EUA como violador dos direitos humanos e sob corte de visto a efeitos da Lei Magnitsky, inclusive por perseguir o ex-presidente Bolsonaro, recrudesceu, ontem, e autorizou a reabertura do inquérito da Polícia Federal que investigou o ex-presidente Jair Bolsonaro pela suposta interferência na corporação. A questão começou a ser investigada após Sérgio Moro pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e insinuar interferência na PF por meio da troca do então diretor-geral Maurício Valeixo, indicado por ele

O pedido do inquérito partiu de Paulo Gonet, PGR, aliado de Moraes.

Em março de 2022, durante o governo do ex-presidente, a PF concluiu que não houve ingerência política e pediu o arquivamento do caso.



Governo diz que indústria local estagnou por completo no RS

 O governo estadual gaúcho revelou, ontem, que, de janeiro a setembro deste ano, as vendas da indústria de transformação do Rio Grande do Sul permaneceram praticamente estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior, com leve alta de 0,1%. 

Apesar do crescimento de 1,5% nas comercializações para o mercado interno, o setor registrou queda de 0,6% nas vendas para outros Estados e recuo de 1,1% nas exportações.

O que explica o economista André Contri, quje é da Receita do governo do RS:

- Todos os Estados estão acompanhando a tendência de desaceleração da economia brasileira, além dos resultados recentes já refletirem o impacto das tarifas estadunidenses sobre as vendas ao exterior.

As maiores retrações foram observadas na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com uma queda de 9,1% no volume de vendas, seguida pela indústria de móveis, com recuo de 6%. Em contrapartida, apresentaram crescimento nas comercializações as atividades de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (26,5%) e máquinas e equipamentos (11,9%), segmento que representa cerca de 9% do valor total de vendas da indústria do Estado.


Ikeda é o novo secretário da Segurança do RS

 O coronel da Brigada, Mario Yukio Ikeda. é novo secretário da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul. Ikeda, que até então ocupava o cargo de secretário-adjunto da pasta, sucede o delegado da Polícia Federal Sandro Caron. No lugar de Ikeda, na secretaria-adjunta, assumirá a delegada Adriana Regina da Costa, que exercia a função de subchefe da Polícia Civil. 

Ambos assumem os novos postos na segunda-feira (20/10)

Coronel Mario Yukio Ikeda

Mario Yukio Ikeda ingressou na Brigada Militar em 1985 e passou por diversas unidades da corporação. Participou da Força Nacional de Segurança Pública que atuou nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos, no Rio de Janeiro, e integrou a Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos durante a Copa das Confederações, em 2013.Foi gerente de Operações do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) do Estado durante a Copa do Mundo de 2014, além de ter comandado o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e o Comando de Policiamento da Capital (CPC).Ikeda exerceu os cargos de subcomandante-geral e, posteriormente, de comandante-geral da Brigada Militar, entre 2018 e 2019. Foi também secretário de Segurança de Porto Alegre entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2023, quando assumiu como secretário-adjunto da SSP estadual, função que agora deixa para ocupar o comando da pasta.