Alex Pipkin, PhD em Administração
A moda lulopetista sempre foi a do pedestal, do vitimismo.
Evidente. Sustentada pelo progressismo choroso, pela ideologia do fracasso que transforma ressentimento em discurso heroico.
Nada mais conveniente para quem precisa de culpados prontos e inocentes profissionais.
No Brasil, o trono moral foi entregue a quem se diz oprimido, e o país, desde então, ajoelha-se diante da mediocridade travestida de causa.
Ser ferido, mesmo imaginariamente, virou credencial para reivindicar poder.
É o triunfo da mágoa organizada, completamente politizada.
Poucos souberam explorar isso com tanta eficiência quanto o lulopetismo, no marketing da pobreza, na liturgia da queixa, e no espetáculo da injustiça conveniente.
Tudo embalado na retórica dos “direitos humanos” — ou, melhor dizendo, dos direitos desumanos, esses que transformam o erro em qualidade e o crime em bandeira.
Sempre em defesa dos “grupos marginalizados”… Evidente, com uma exceção estratégica: os judeus, interditos no altar das vítimas oficiais, talvez por não se encaixarem no figurino ideológico da esquerda redentora; somos “opressores”.
A velha luta de classes perdeu o fôlego, mas renasceu em moldes identitários.
O criminoso é “fruto da desigualdade”, o invasor é “excluído”, o corrupto é “vítima do sistema”.
A culpa individual desaparece e surge a culpa coletiva, artifício perfeito para absolver os amigos e condenar os adversários. Artifício este que inevitavelmente cria o conflito e alimenta a divisão social.
A lei deixa de ser limite e passa a ser arma ideológica, sendo flexível para os aliados, implacável para os desafetos.
Fragmentada em tribos morais, a sociedade tornou-se uma arena de disputas por reconhecimento.
A convivência foi substituída pelo litígio, o diálogo pelo tribunal da emoção.
A política deixou de ser a arte do possível e virou o espetáculo da sensibilidade ferida. O Estado, incapaz de proteger o cidadão, dedica-se a proteger o infrator, afinal, a culpa é sempre da “sociedade opressora”.
A criminalidade que devasta o país é apenas o sintoma mais visível dessa decadência.
Quando a culpa é sempre dos outros, o criminoso vira mártir e o cidadão honesto, cúmplice involuntário de uma culpa inventada.
A impunidade deixou de ser falha do Estado, transformando-se em política de governo, sustentada por uma cultura que absolve antes de julgar e justifica antes de punir.
O Brasil é hoje o retrato de uma sociedade que confunde compaixão com condescendência, tolerância com covardia.
Sem responsabilidade individual, a liberdade apodrece e o mérito é interditado, sobrepujado pelo lado negro dos sentimentalismos.
Quando a queixa é a prioridade vermelha, verde-amarela, o país deixa de andar para frente — passa a desfilar, orgulhoso, em marcha fúnebre pela própria decadência.
O Brasil virou refém dos que se dizem ofendidos, e esses ofendem quem ousa discordar desses “seres superiores”, apologistas das emoções, do “sentir”.
É hora definitiva de romper o ciclo da chantagem moral e recuperar o país da tutela das minorias ruidosas.
Porque quando cada grupo inventa/sente sua própria verdade, a sociedade inteira se transforma numa piada, e, funestamente, das mais destruidoras.
