Estas são as histórias das sagas do Brasil profundo e dos Guerreiro

 Estas são as histórias das sagas do Brasil profundo e dos Guerreiro

Polibio Braga, 5 de novembro de 2025.

Porto Alegre.

Este livro do advogado, professor e advogado Oreste Vidal Guerreiro não se resume a uma biografia, o que por si só valeria ler o texto por inteiro, já que retrata com precisão cirúrgica a saga da família Guerreiro, pelo menos desde que chegou ao Brasil, desbravando as terras inóspitas dos interiores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde os pais do autor acabaram fazendo a sua própria história familiar.

O que mais me chamou a atenção na narrativa da saga familiar dos Guerreiro, com ênfase para cada uma das fases de vida do próprio autor, foi o modo com que ele situou os acontecimentos dentro do contexto maior da história contemporânea do que aconteceu na política e na economia de Santa Catarin do Rio Grande do Sul e sobretudo do Brasil.

Confesso que me emocionei com as histórias familiares, mas me emocionei muito mais quando a leitura me transportou  para os idos dos anos 60, acompanhando a narrativa do Oreste Guerreiro a respeito daqueles turbulentos tempos que precederam o advento do regime militar. 

Foi uma época durante a qual éramos muito jovens, idealistas, estudantes e líderes estudantis secundaristas. Na época, 1962, Orestes foi eleito Presidente da UCES e eu seu Vice. No ano seguinte, fui eleito Presidente da UBES, com sede no Rio.

Eu conheci o autor um ano antes, em 1961, naqueles anos de enorme efervescência política dentro e fora do Brasil.

Era época da guerra fria, tendo de um lado o comunismo, com seu regime político ditadorial e sua economia totalmente estatizada, liderado pela União Soviética, e de outro lado o regime democrático e a economia de mercado, liderada pelos Estados Unidos. Os soviéticos avançavam muito e tinham acabado de chegar à América Latina com a revolução comunista de Cuba. 

Neste pano de fundo, ferveu como caldeirão ardente o ambiente político e social brasileiro, acabando por resultar, 1964, num enfrentamento cujo desfecho político acabou por nos conduzir até mesmo ao cárcere. 

Isto tudo foi devorado pela voragem do tempo e a partir de 1988, com a redemocratização e a nova Constituição, o Brasil abraçou de vez a democracia e a economia de mercado, praticamente sem opositores internos e externos que pudessem representar ameaças reais.

As intercorrências políticas, sociais e econômicas malignas que ocorrem desde então, podem ser debitadas ao próprio sistema democrático e ao estado geral de atraso social, cultural, político e econômico brasileiros.

Oreste Guerreiro fez Faculdade de Direito na UFSC, casou, foi para Joaçaba, fez família, demonstrando na vida profissional, novamente, a enorme liderança que já tinha apresentado como líder estudantil, mas desta vez nas áreas da advocacia, do magistério e da área empresarial.

É como empreendedor que o memorialista alcança seus maiores momentos de glória no conjunto da obra que construiu na economia da região oeste de Santa Catarina. Tudo que ele conta no livro, constitui completa surpresa para mim e por isto devorei cada página com enorme atenção.

Eu, de minha parte, fui para pegar em armas na cidade de Porto Alegre, acabei me escondendo num tambo de leite com Ivo Eckert e Francisco Mastella, busquei exílio no Uruguai, voltei, fui preso várias vezes, casei, busquei graduação em Direito pela UFRGS, fiz muita política tradicional, fui governo, escrevi e editei muitos livros e faço jornalismo de verdade há pelo menos 60 anos, praticamente desde criança. Nunca abandonei o jornalismo, mesmo quando transitava por outras áreas.

Muitos destes episódios esta biografia de Oreste Vidal Guerreiro aborda com mais detalhes.

Quero deixar registrado, também, as detalhadas ocorrências de desvelo na construção da sólida união familiar, com ênfase para o feliz casamento cinquentenário com a minha amiga Adelina, mas também para as narrativas sobre as tremendas e heróicas histórias vividas pelo primogênito Daniel, que por um momento cheguei a conhecer quando ele foi internado para cirurgias de urgência no Banco de Olhos de Porto Algre. 

Vale a pena ler cada uma das mais de 300 páginas deste livro.

O Oreste Vidal Guerreiro me deu a honra de ajudar a editar este livro e por isto cada linha que vocês lerão, terá também um pouco do meu olhar agudo de jornalista e escritor, mas sobretudo do leal e duradouro amigo do  destemido autor.desta biografia.



Comissão de Segurança Pública aprova convocação do ministro Ricardo Lewandowski

Requerimento é de autoria do líder da Oposição, deputado Zucco (PL-RS)


A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (4) o requerimento apresentado pelo líder da Oposição, deputado federal Zucco (PL-RS), que convoca o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para prestar esclarecimentos sobre a ausência do governo federal na megaoperação realizada no Rio de Janeiro contra a facção Comando Vermelho.


“O que aconteceu no Rio de Janeiro não foi apenas uma operação policial — foi uma guerra. E o governo federal se omitiu. O ministro Lewandowski precisa explicar por que a Polícia Federal ficou de fora e por que o governo Lula recusou, por três vezes, o pedido do governador Cláudio Castro para o uso das Forças Armadas no apoio à segurança pública. Isso é gravíssimo”, afirmou Zucco.


Segundo o parlamentar, a convocação também foi motivada pela declaração do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, que, na semana passada, admitiu publicamente que a PF foi comunicada sobre a operação pelo governo do Rio de Janeiro, mas decidiu não participar, alegando que “não havia necessidade”. Para Zucco, essa postura representa uma confissão de omissão e descompromisso com a segurança nacional.


“Não é aceitável que divergências partidárias ou conveniências ideológicas se sobreponham ao dever de proteger vidas. A Polícia Federal tinha conhecimento da operação, mas optou por não participar. Enquanto isso, policiais estaduais enfrentaram sozinhos criminosos fortemente armados, com granadas e fuzis de guerra. Onde estava o governo federal?”, questionou o líder da Oposição.



Zucco destacou que o episódio revela o completo abandono da política de segurança nacional por parte do governo Lula, que insiste em tratar facções criminosas como vítimas da sociedade, enquanto a população sofre sob o domínio do medo e da violência.


“O país precisa de um governo que combata o crime, não que o relativize. A ausência da União é um recado perigoso: passa a impressão de que o governo prefere proteger o discurso ideológico de aliados e movimentos radicais a garantir a segurança dos brasileiros. O Rio pediu ajuda — e o governo virou as costas”, criticou.


O parlamentar enfatizou que a convocação do ministro Lewandowski busca restabelecer o princípio da cooperação federativa, garantindo que o Ministério da Justiça não repita a omissão em futuras ações de combate ao crime organizado.


“A segurança pública não pode ser instrumento de disputa política. A omissão do governo federal diante do apelo do governador Cláudio Castro expõe um desprezo com a vida de policiais e civis. O ministro deve explicações urgentes ao Parlamento e à sociedade”, concluiu.


Além da convocação, Zucco reafirmou que a Oposição seguirá mobilizada para aprovar o projeto que equipara as facções criminosas a organizações terroristas, endurecendo o enfrentamento ao crime organizado no país.


“Quem coloca barricadas para dominar territórios, aterroriza comunidades e age como um estado paralelo precisa ser tratado como terrorista. O Brasil não pode mais ser refém do medo nem da leniência ideológica de um governo que fecha os olhos para o crime”, declarou.


Zucco também reiterou críticas à chamada PEC da Segurança, proposta pelo governo, que, segundo ele, representa um grave retrocesso institucional.

“Essa PEC não combate o crime — ela combate a autonomia dos estados. É uma manobra política para concentrar poder no Planalto e transformar as forças federais em instrumentos de controle. O Brasil precisa de integração técnica, não de submissão política”, concluiu o líder da Oposição.