NOTA DE REPÚDIO

A *Aliança Pelotas* e todas as entidades que a compõem vêm a público expressar sua profunda indignação com a realização da Aula Inaugural da VI Turma Especial de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ocorrida no dia 22 de setembro, quando também foi aberta a XII Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, evento que adotou como tema a declaração “Defender a vida, combater o agronegócio”.


Consideramos inaceitável que uma instituição de ensino superior pública, custeada com verbas de toda a comunidade brasileira, use seu espaço para disseminar mensagens que demonizam e atacam diretamente um dos segmentos mais relevantes da economia: o agronegócio, que é parte essencial da vida de cada gaúcho e de cada brasileiro. 


É o agronegócio que garante comida na mesa, que movimenta a economia, que gera empregos no campo e na cidade. Atacar o agronegócio é desrespeitar o esforço diário de milhares de produtores rurais, trabalhadores e empresas que sustentam e promovem o desenvolvimento da Região Sul, de Pelotas e o Brasil inteiro.


Seja pequeno, médio ou grande, o produtor rural cumpre uma missão nobre: cultivar, colher e alimentar famílias. É graças ao seu trabalho que o país cresce, que temos competitividade lá fora e que instituições públicas, como a própria universidade, continuam de portas abertas.


A Aliança Pelotas acredita no diálogo e na convivência de todos os modelos produtivos, da agricultura familiar ao grande agronegócio. Não aceitamos discursos que buscam criar divisões e transformar quem produz alimento em inimigo. O campo precisa ser valorizado, não demonizado.


Por isso, pedimos à Universidade Federal de Pelotas responsabilidade, equilíbrio e respeito ao princípio da neutralidade acadêmica. As universidades devem ser espaços de debate e pluralidade, que construam conhecimento e soluções para o futuro — não palcos para discursos que dividem e atacam setores fundamentais da nossa sociedade.



Pelotas/RS, 23 de setembro de 2025.

Aliança Pelotas

Artigo, especial - Eduardo Bolsonaro como alvo estratégico.

- O título completo é "Eduardo Bolsonaro como alvo estratégico: quando a crise institucional transforma a oposição em inimigo interno.

Este artigo é do Observatório Brasil Soberano. 

Eduardo Bolsonaro voltou a ser colocado no centro da disputa política. A deci são da presidência da Câmara de barrar sua indicação como líder da minoria não pode ser tratada como um ato isolado ou meramente regimental. É parte de um movimento maior que expõe como a crise institucional do Brasil está sendo administrada: quem representa risco ao regime precisa ser neutralizado. 

O argumento apresentado para rejeitar a escolha do PL se apoia em tecnicali dades regimentais. Fala-se em ausências não justificadas, em falta de comuni cação formal à Casa, em descumprimento de deveres funcionais. Mas qualquer observador minimamente atento sabe que o problema não está nas faltas de Eduardo, e sim na sua condição de adversário direto da ordem que hoje se con solidou entre Congresso e Judiciário. A seletividade é evidente: situações seme lhantes envolvendo outros parlamentares jamais ganharam esse peso político. 

Eduardo representa uma minoria que incomoda porque não se ajusta ao pa pel decorativo que querem impor à oposição. Sua indicação à liderança tinha um significado político claro: dar voz a um setor que não aceita o pacto em vi gor, nem a criminalização de posições contrárias ao regime. Ao impedir que ele exerça essa função, a Câmara envia um recado direto — a oposição pode existir, desde que domesticada. O momento em que a decisão é tomada não é acidental. Ela ocorre logo após o endurecimento das tensões com o STF em torno da anistia e no mesmo período em que sanções internacionais passaram a atingir ministros e familiares ligados ao tribunal. Enquanto o sistema fecha fileiras para proteger seus próprios in tegrantes, Eduardo é punido por simbolizar uma militância que denuncia esse alinhamento e busca respaldo em instâncias externas. É nesse ponto que o caso ultrapassa o regimento e ganha caráter estratégico: trata-se de neutralizar uma peça que poderia desequilibrar o tabuleiro de poder. É preciso observar o cenário real. Um deputado eleito, com legitimidade dada pelas urnas, é ameaçado de cassação não por corrupção, não por quebra de decoro em favor próprio, mas por ausência formal em sessões. A mesma Câ mara que sempre conviveu com licenças prolongadas e ausências reiteradas agora descobre um zelo repentino pelas regras, mas apenas quando se trata de alguém que confronta a engrenagem. O sistema opera como se estivesse em estado de autodefesa permanente. A cada movimento de contestação, a resposta é endurecer o cerco. Isso mostra que a oposição está sendo tratada como inimigo interno. Se o regime precisa afastar ou cassar parlamentares para preservar sua estabilidade, já não falamos em demo cracia funcional, mas em administração do dissenso por meio da exclusão. O caso mostra, mais uma vez, que a crise institucional brasileira não é episódi ca, mas estrutural. A linha que separa regras técnicas de perseguição política foi apagada. E o alvo da vez é Eduardo Bolsonaro, justamente porque sua presen ça incomoda, sua liderança ameaça e sua resistência expõe o quanto o sistema precisa sufocar vozes contrárias para sobreviver

Embaixada dos EUA tira nota para criticar duramente o ministro Alexandre de Moraes

Após as sanções aplicadas nesta segunda-feira pelos Estados Unidos, a embaixada norte-americana no Brasil republicou, na rede social X, mensagens de integrantes do governo Donald Trump que apoiam as medidas e criticam o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Isto é o que informa reportagem especial da Agência Brasil de hoje. Leia tudo:

Nesta segunda, o governo dos EUA impôs as sanções da Lei Magnitsky à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Moraes, e ao instituto Lex, ligado à família do ministro. A lei já atinge o próprio Alexandre de Moraes desde 30 de julho. A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro norte-americano.

“Os Estados Unidos estão sancionando uma rede-chave de apoio ao violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, incluindo sua esposa e a holding deles, o Instituto Lex. Que isto sirva de aviso a quem ameace os interesses dos EUA protegendo e respaldando atores estrangeiros como Moraes: vocês serão responsabilizados”, diz a tradução de uma das publicações, feita originalmente pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

Outra mensagem republicada e traduzida é do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent: “Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados — incluindo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o @USTreasury [Tesouro Nacional] continuará a focar em indivíduos que oferecem apoio material a Moraes enquanto ele abusa dos direitos humanos”.

A Lei Magnitsky é um mecanismo previsto na legislação estadunidense usado para punir unilateralmente supostos violadores de direitos humanos no exterior. Entre outros pontos, a medida bloqueia bens e empresas dos alvos da sanção nos EUA. Entre as sanções previstas estão o bloqueio de contas bancárias, de bens e interesses em bens dentro da jurisdição em solo norte-americano, além da proibição de entrada no país.

Reação de Moraes

O ministro do STF também se pronunciou. Moraes afirmou que vai continuar sua missão constitucional de julgar com independência e imparcialidade. O ministro considerou “ilegal e lamentável” a aplicação da sanção contra sua esposa e disse que a medida contrasta com a história dos Estados Unidos de defesa dos direitos fundamentais.