Artigo, especial, Alex Pipkin - O trem fantasma Brasil

Alex Pipkin, PhD em Administração


Durante décadas, nas minhas aulas de marketing internacional, eu lembrava aos alunos que o Brasil carregava uma marca singular — os 5 S’s do imaginário estrangeiro: soccer, a alegria quase mitológica do nosso futebol; sexiness, a sensualidade eternizada no corpo e no mito da mulher tropical; samba, nossa trilha sonora identitária; sand, as praias que pareciam fabricadas para seduzir olhos estrangeiros; e sound, a musicalidade brasileira que embalava o fascínio externo. Era assim que o mundo nos percebia: um país leve, cordial, festivo — uma marca simpática, impregnada de significados positivos.

Pois bem: essa imagem virou peça de museu.

E pior; aquilo que já foi uma marca leve e encantadora converteu-se num trem fantasma, um horror ambulante que repele quem ousa se aproximar. A marca Brasil foi invertida, distorcida, vandalizada — não por engano, mas pela ação reiterada do lulopetismo, especialista em transformar capital simbólico em sucata institucional.

E a degradação não é fruto de imaginação alheia. É fruto de fatos.

Abra qualquer jornal — tristemente, eu diria jornalecos, muitos deles porta-vozes oficiosos do partido — e o enredo se repete: corrupção endêmica, rombos bilionários, tráfico de influência, negociatas com cheiro de arquivo morto. O caso do INSS, um assalto moralizado sobre crianças e idosos; os prejuízos inéditos das estatais; o capítulo sórdido do Banco Master — tudo compõe o espetáculo nacional da trapaça. É o clube da esperteza, a confraria vitalícia da malandragem institucionalizada.

Como ensinamos em marketing, marcas são repositórios de significados. Elas reverberam.

Elas amplificam.

Hoje, a imagem do país repele investimentos, destrói confiança e rebaixa nossa credibilidade diplomática a patamares vexatórios. Não por acaso, na COP30 em Belém, quando o chanceler alemão apresentou comparações “criativas” entre a cidade e metrópoles europeias, o mundo assistiu, ao vivo, a um capítulo exemplar de escárnio diplomático.

A isso se soma a diplomacia do constrangimento: o Brasil tornou-se aliado de ditadores, teocracias medievais e tiranetes regionais. E, como se a tragédia não bastasse, adicionou-se o escárnio moral: o país pisca para o antissemitismo, oferece acenos diplomáticos a terroristas assassinos como o Hamas e se coloca contra a única democracia do Oriente Médio, Israel. O silêncio sobre o Irã, o apoio constrangedor a Maduro, o flerte permanente com regimes autoritários — isso não é omissão. É adesão. E custa caro.

E ainda convivemos com aquilo que muitos já sentem e descrevem, sem exagero, como a ditadura da toga. A perseguição a opositores, censura, manipulação narrativa, distorção institucional. A aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes pelo governo Trump foi um recado direto e inequívoco: o mundo sabe exatamente o que está acontecendo aqui.

Some-se a violência crescente, a complacência com o narcotráfico, a insegurança crônica — e o quadro se completa. O país que um dia simbolizou leveza e alegria hoje simboliza risco, instabilidade e desconfiança.

A ironia final impõe-se por si mesma:

Antes éramos um cartão-postal; agora somos um trem fantasma.

E o mais devastador é que isso não é um mero vexame estético. É algo muito mais concreto, caro e perigoso. A percepção global de corrupção, insegurança e desordem institucional corrói a credibilidade do país, eleva o risco, encarece acordos, afasta investidores e condena gerações inteiras à mediocridade.

E o trágico — embora previsível — é constatar que tudo isso é conduzido por um presidente descondenado por filigranas jurídicas, absolvido pelo CEP como quem muda o endereço para reescrever a História, condenado em múltiplas instâncias por corrupção comprovada. Nada disso surpreende; é apenas a reprise de um roteiro velho, cansado e decadente.

Uma marca nacional não se reconstrói com propaganda oficiosa ou imprensa alinhada. Reconstrói-se com instituições sólidas, incentivos corretos e seriedade.

E, convenhamos, meus caros leitores: vocês sabem exatamente o que terá de acontecer para que isso mude. Não é mesmo?

Nota Oficial

Acabamos de receber, com profunda indignação e enorme tristeza, a notícia da prisão do presidente Jair Bolsonaro. É impossível descrever o que sentimos neste momento: revolta, perplexidade e um senso de injustiça que ultrapassa qualquer limite aceitável dentro de 

 um Estado de Direito. Trata-se de mais um capítulo na escalada de arbítrio conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes — uma decisão que afronta a Constituição, a lógica jurídica e a própria humanidade.


Prender um ex-chefe de Estado que jamais cometeu crime algum, que sempre se colocou à disposição das autoridades, e que hoje enfrenta um quadro de saúde gravíssimo, é simplesmente abominável. Bolsonaro sofre as sequelas permanentes da facada que quase o matou — sequelas que se agravaram recentemente, com cirurgias delicadas, crises de soluço, episódios de vômito e limitações físicas severas. Submeter um ser humano nessas condições a um regime fechado não é apenas injusto: é desumano. Se algo acontecer ao presidente sob a custódia do Estado, essa responsabilidade será direta, objetiva e inesquecível.


Nós, da oposição, estamos nos deslocando imediatamente a Brasília — eu incluso — para acompanhar de perto este momento sombrio e para prestar todo o apoio possível ao presidente Bolsonaro e à sua família. Não ficaremos calados. Não aceitaremos que o Brasil seja transformado em um país onde a vingança política suplanta a lei, onde decisões monocráticas se sobrepõem às garantias constitucionais, e onde opositores são tratados como inimigos.


O que fizeram hoje com Bolsonaro é um ataque direto à democracia, à alternância de poder e à própria civilização. Mas deixamos aqui um compromisso inabalável: vamos resistir. Permaneceremos unidos, firmes e vigilantes. O legado do presidente Bolsonaro — sua coragem, sua força e sua liderança — permanece vivo em milhões de brasileiros, e em todos nós que fazemos oposição.


Nós não vamos desistir. Nunca.


Deputado Federal Zucco (PL-RS) -  Líder da Oposição na Câmara dos Deputados

Artigo, especial, Fernando Silveira de Oliveira - Santiago se prepara para um novo ciclo econômico com a usina de etanol de trigo

- Fernando Silveira de Oliveira, advogado sócio do Jobim Advogados Associados, consultor de empresas, pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública pela Fundação do Ministério Público – RS e vereador reeleito de Santiago.

Santiago vive um momento de grande expectativa com a instalação da primeira usina de etanol de trigo do Brasil às margens da BR 287. O empreendimento, que recebeu um investimento de cem milhões de reais, está em fase de conclusão estrutural e avança para a etapa decisiva de operação. Com a capacidade prevista para processar cem toneladas de grãos por dia e produzir quarenta mil litros de álcool, o projeto já confirma sessenta empregos diretos e a estimativa de centenas de postos indiretos que surgirão em diversos setores, impulsionando toda a cadeia produtiva e criando uma nova dinâmica econômica para o município.


O desenvolvimento desta usina é resultado de anos de pesquisa e de uma criteriosa avaliação de mais de cento e cinquenta variedades de trigo cultivadas no Estado. A tecnologia escolhida promete maior eficiência na fermentação e coloca Santiago em posição de destaque no cenário da bioenergia nacional. Além do trigo, a planta possui flexibilidade para utilizar triticale, cevada, arroz, sorgo e milho, garantindo ao produtor local mais segurança comercial e fortalecendo a integração entre agricultura e indústria, algo que até então tinha alcance limitado na nossa realidade econômica.


A proposta industrial não se restringe ao etanol hidratado. Há projeção para a fabricação de álcool neutro, destinado às indústrias de bebidas e cosméticos, além de álcool setenta por cento, álcool gel, ração animal de alto teor proteico e gás utilizado em refrigerantes e águas minerais. Somam-se a isso os resíduos sólidos que poderão ser transformados em utensílios biodegradáveis, reforçando uma lógica de sustentabilidade e de economia circular que dialoga com tendências globais e eleva o padrão de inovação do empreendimento.


O planejamento prevê ainda uma expansão futura capaz de elevar a produção anual para até cinquenta milhões de litros, consolidando a usina como uma âncora estratégica para o desenvolvimento regional. Essa perspectiva cria um ambiente favorável para novos investimentos, diversifica a economia e amplia o potencial de geração de renda. Santiago, que sempre teve forte perfil econômico baseado no comércio e nos prestadores de serviços, passa a assumir um papel mais agressivo no setor industrial, criando uma nova matriz econômica que certamente influenciará todo o entorno e abrirá portas para outras iniciativas produtivas.


A chegada desta usina não é apenas a instalação de um novo empreendimento, mas a construção de um novo capítulo para Santiago e região. Representa a possibilidade real de transformar o presente e projetar um futuro mais vigoroso, em que inovação, agricultura e indústria caminham juntas para fortalecer a cidade e oferecer novas oportunidades à nossa gente. A cidade que sempre demonstrou força e resiliência agora se posiciona para assumir protagonismo econômico nacional, mostrando que está pronta para crescer com planejamento, tecnologia e visão de futuro, um futuro promissor que se aproxima a passos firmes e começa a se tornar o presente que sempre sonhamos.


(*) Fernando Silveira de Oliveira, advogado sócio do Jobim Advogados Associados, consultor de empresas, pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública pela Fundação do Ministério Público – RS e vereador reeleito de Santiago.