No palco do “novo mundo”, desgraçadamente, a virtude virou espetáculo, e a barbárie, aplauso.
Sou judeu, mas, antes de tudo, sou um indivíduo que não aceita a falsa moral que hoje se exibe como “virtude” nesse “novo mundo”. Falo como leitor da história, alguém que estudou e continua estudando padrões que se repetem com teimosa insistência. É essencial conhecer a história para compreender o presente e intuir o futuro. Sou judeu, e, mais que isso, sou uma pessoa que não se deixa enganar por palcos de moral de fachada.
Na mente doentia de terroristas assassinos, nunca houve — e nunca haverá — qualquer visão de coexistência pacífica entre um Estado judeu e um Estado palestino. O objetivo declarado sempre foi outro: eliminar Israel do mapa. Do discurso de Yasser Arafat à brutalidade explícita do Hamas, a retórica em árabe jamais deixou dúvidas; a “paz” é apenas encenação para plateias ocidentais crédulas. Dentro de casa, o refrão é sempre o mesmo — luta armada, glorificação da morte, “jogar os judeus no mar”. As crianças palestinas nascem, tomam café, almoçam e jantam sendo instruídas a matar o inimigo, os judeus, como se fosse rotina doméstica. A educação não é para coexistência, mas para perpetuar o sectarismo homicida, o ódio ensinado como ritual diário
O Hamas, desde 2007 no comando de Gaza, arrancou a máscara que Arafat usava em salões europeus. Seu pacto de 1988 não fala em fronteiras ou compromissos; fala em jihad, em terra como waqf islâmico inegociável, em ódio religioso como dever. É uma carta de intenções sangrentas.
Para ilustrar a ironia cruel desse teatro moral, lembremos Yahya Sinwar, líder do Hamas que recebeu tratamento médico de Israel e foi salvo de uma condição cardíaca grave, apenas para voltar ao comando do Hamas e participar de ataques contra o próprio país que o havia ajudado. Se há uma analogia com essa virtuosidade ignorante do Ocidente, é quase uma síndrome de Estocolmo moral, ou seja, abraçamos quem nos ameaça, louvamos o agressor e nos sentimos virtuosos por fazê-lo.
Diante disso, o que faz o Ocidente? Exibe-se num espetáculo de falsa virtude. Lula, o falastrão antissemita, grita para os holofotes acusando Israel de genocídio, enquanto se cala sobre os 48 reféns ainda apodrecidos nas mãos do Hamas. Prefere posar de paladino da paz universal a reconhecer a barbárie que aplaude. Keir Starmer, em Londres, corre pelo mesmo atalho, erguendo a bandeira de uma Palestina abstrata, ignorando que o projeto real não é o da coexistência, mas o da eliminação.
E a lista dos virtuosos hipócritas vai crescendo. Espanha, Irlanda e Noruega apressam-se em “reconhecer” um Estado palestino que não existe, premiando o sequestro, o foguete disparado contra civis, a apologia da morte. A África do Sul, perdida em seu cinismo, junta-se ao coro como se abençoasse a violência com toga de tribunal. França, Bélgica e Luxemburgo completam o desfile de moral de fachada, todos posando diante das câmeras como se fossem juízes do mundo, enquanto legitimar o terror permanece seu gesto mais concreto.
É preciso dizer com letras garrafais; esse reconhecimento não recompensa moderação, não estimula a paz, não oferece futuro algum. Ele apenas consagra a guerra sem fim, dá verniz civilizatório ao atraso, autoriza a chantagem como política internacional. Ao legitimar líderes que declaram, em árabe, que Israel deve desaparecer, o Ocidente não está “equilibrando narrativas”, está mesmo assinando a certidão de óbito de sua própria moralidade.
Enquanto isso, os progressistas sentimentais, embriagados de vitimismo, aplaudem. São capazes de chorar diante das câmeras, mas incapazes de condenar a monstruosidade de sequestrar crianças e idosos. Lula e seus cúmplices diplomáticos vendem a imagem da virtude superior, mas entregam à História a vergonha de ter premiado o terrorismo.
Não se trata de religião, é bom insistir. Trata-se de fatos, de história, de padrões claros. Jamais o terror construiu paz. Jamais a mentira sustentou a convivência. Jamais a covardia moral preservou civilizações.
Sou judeu, sim, com muito orgulho. Mas falo, sobretudo, como leitor atento da história. Quem lê a história sabe que ao premiar o terror, ao transformar barbárie em virtude, o Ocidente cava sua própria cova, encenando o “novo mundo” enquanto permite que assassinos continuem seu trabalho de destruição. Enquanto a História observa, o Ocidente aplaude os assassinos e enterra sua própria moral, civilidade e progresso.
