Ofício ao presidente do Senado

  Ao cumprimentar Vossa Excelência cordialmente, servimo-nos do presente para solicitar a adoção das providências internas cabíveis em face das manifestações públicas divulgadas pelo Sr. Eduardo Rômulo Bueno, membro do Conselho Editorial do Senado Federal (CEDIT), que, conforme ampla repercussão na imprensa e redes sociais, comemoram o assassinato do Sr. Charlie Kirk, ocorrido no campus de universidade norte-americana. Não obstante a defesa da liberdade de expressão e do debate público, entendemos que declarações que desconsideram a dignidade da pessoa humana e celebram o assassinato de uma pessoa durante um debate livre de ideias causam grave constrangimento institucional e colidem com os princípios éticos que devem nortear a atuação dos ocupantes do Conselho Editorial do Senado Federal. Ressalte-se que o próprio Sr. Eduardo Bueno reconheceu, em seguida, o excesso em suas declarações, admitindo ter ultrapassado limites aceitáveis. “No vídeo original, que circula amplamente nas redes, Peninha ironiza a morte de Kirk. "Mataram o Charlie Kirk. Ai, coitado, tomou um tiro, não sei se na cara, o Charlie Kirk. Tem duas filhas pequenas, que bom pras filhas dele, né". Após a repercussão, Eduardo Bueno publicou uma retratação em suas redes sociais. O escritor admitiu que passou do limite. 2710292c0d91c60fc4b328d901061818373b50cb Página: 1/2 15/09/2025 14:27:26 Praça dos Três Poderes | Senado Federal | Anexo 2 | Ala Teotônio Vilela | Gabinete 11 | CEP: 70165-900 | Brasília-DF Telefone: +55 (61) 3303-1818 | sen.rogeriomarinho@senado.leg.br Acesse para assinar SF/25223.10240-00 Gabinete do Senador Rogério Marinho "Os deslizes e excessos eventualmente nos incitam e empurram, e não restam dúvidas que cometi. Estou aqui para fazer retratação seguida de poréns (...)". Outros fatos relevantes noticiados, incluindo a suspensão da participação do Sr. Eduardo Bueno em evento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em razão da repercussão das declarações, reforçam a necessidade de que o Conselho Editorial do Senado Federal adote posição institucional adequada, a fim de preservar a dignidade do Senado e a confiança pública nas suas instâncias consultivas. Ante o exposto, vimos requerer a Vossa Excelência que sejam adotadas, com a urgência que o caso requer, as seguintes providências: i) a instauração de procedimento administrativo interno, nos termos regimentais, para apuração dos fatos e eventual responsabilização do membro do Conselho Editorial do Senado Federal; ii) a solicitação de retratação pública, formal e ostensiva, por parte do sr. Eduardo Rômulo Bueno, com alcance compatível à gravidade das declarações divulgadas; iii) avaliação pela Presidência do Senado Federal e do Presidente do Conselho Editorial do Senado Federal acerca da manutenção do Sr. Eduardo Rômulo Bueno. Atenciosamente, Senador ROGÉRIO MARINHO Líder da Oposição 2710292c0d91c60fc4b328d901061818373b50cb Página: 2/2 15/09/2025 14:27:26 Praça dos Três Poderes | Senado Federal | Anexo 2 | Ala Teotônio Vilela | Gabinete 11 | CEP: 70165-900 | Brasília-DF Telefone: +55 (61) 3303-1818 | sen.rogeriomarinho.

Estudantes se matam na universidade de Rio Grande

 O suicídio dos estudantes Gustavo Ledur e Gabriela Simões, dias 9 e 14 (ontem), levou a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) a suspender as atividades acadêmicas em todos os seus campi, entre os dias 15 e 19 de setembro. A medida foi tomada às pressas, ontem. Os estudantes eram do curso de Ciências Econômicas, ambos moradores da Casa do Estudante Universitário.

Há denúncias de mais outros dois suicídios.

A decisão atinge as unidades de Rio Grande, Santo Antônio da Patrulha, São Lourenço do Sul e Santa Vitória do Palmar. De acordo com a instituição, a suspensão busca oferecer um espaço de acolhimento e diálogo diante do impacto causado pelas perdas recentes na comunidade acadêmica.

Durante o período sem aulas, a universidade promoverá reuniões e atividades voltadas ao cuidado coletivo. A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) manterá o serviço de psicologia disponível para estudantes, enquanto a Pró-reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progep) oferecerá suporte a servidores. As atividades administrativas seguem normalmente, e a Furg informou que o calendário acadêmico será reprogramado sem prejuízo aos alunos.

Suicidios

O Jornal das Cidades explica quem foram os dois suicidas:

O estudante Gustavo Ledur, que cursava Ciências Econômicas e residia na Casa do Estudante, faleceu no dia 3 de setembro. Na ocasião, a direção do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac) manifestou solidariedade à família e suspendeu as aulas do instituto por um dia. Em nota, entidades estudantis cobraram maior atenção institucional às políticas de saúde mental e criticaram a manutenção de atividades festivas no campus no mesmo dia do ocorrido.

Na noite de 14 de setembro, a Furg comunicou também o falecimento da estudante Gabriela Simões Reis, colega de curso e residente da mesma Casa do Estudante. Em texto publicado no site da Furg, o coordenador do curso de Ciências Econômicas, Pedro Leivas, destacou a dedicação da jovem à vida acadêmica e ao convívio comunitário. A diretora do Iceac, professora Audrei Cadaval, afirmou que a perda deixa um “vazio irreparável” e ressaltou o compromisso da unidade em honrar a memória da estudante.


Vereador Rony Gabriel, Erechim, pede cassação do deputado petista Leonel Radde. Radde festejou assassínio de Kirk.

 Rony Gabriel (PL) pede cassação de deputado petista que incitou a violência contra conservadores no caso Charlie Kirk


Vereador de Erechim acionou a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, o Ministério Público, a Corregedoria da Polícia Civil e a Embaixada dos EUA, pedindo inclusive a perda do visto norte-americano de Leonel Radde (PT).


O vereador de Erechim, Rony Gabriel (PL), protocolou nesta segunda-feira (15) uma denúncia formal contra o deputado estadual Leonel Radde (PT), acusando-o de incitação à violência política e disseminação de ódio em publicações feitas nas redes sociais.


De acordo com o documento, Radde utilizou suas plataformas digitais para justificar a morte do militante conservador norte-americano Charlie Kirk, insinuando que o crime teria ligação com a “extrema direita” e declarando que “agora é hora de derrotar o fascismo”. Em outra postagem, o deputado petista chamou conservadores de “neonazistas” e disse que essa visão deveria ser “varrida do mapa”.


Para Rony Gabriel, tais manifestações são inaceitáveis para um parlamentar e configuram grave afronta ao Código de Ética da Assembleia Legislativa. “Não é porque alguém pensa diferente que se torna criminoso. Quando um deputado chama todos os conservadores de fascistas e neonazistas, ele legitima perseguições, agressões e até assassinatos. Isso é extremamente perigoso para a democracia”, afirmou o vereador.


Denúncias em diferentes esferas


Além da representação protocolada na Assembleia Legislativa, Gabriel encaminhou denúncias em outros órgãos:

Ministério Público do RS – para apuração de possível crime de incitação previsto no artigo 286 do Código Penal;

Corregedoria da Polícia Civil – já que Radde é policial civil licenciado, e sua conduta viola os princípios da corporação;

Embaixada dos Estados Unidos – solicitando a avaliação da perda do visto norte-americano do deputado, em razão de suas declarações sobre a morte de Charlie Kirk e hostilidade a conservadores ligados ao país.


Fundamentação


O vereador cita na denúncia a Resolução nº 2.514/1993, que rege o Código de Ética da Assembleia, e o artigo 2º da norma, que exige legalidade, boa-fé e respeito à democracia. Também destacou o artigo 286 do Código Penal, que trata da incitação pública à prática de crimes.


“É inadmissível que um parlamentar incite violência e ódio contra opositores, ainda mais utilizando a condição de deputado e de policial civil para legitimar esse tipo de discurso. A Assembleia precisa dar o exemplo e agir”, completou Gabriel.


Próximos passos


A denúncia deve ser analisada pela Comissão de Ética da ALRS, além das providências cabíveis pelo Ministério Público, pela Corregedoria da Polícia Civil e pela Embaixada dos EUA.


Até o momento, o deputado Leonel Radde não se manifestou oficialmente sobre o caso

Artigo, especial - Alex Pipkin - Holofotes do Horror

Alex Pipkin, PhD


Qual é o papel da imprensa? A imprensa séria, honesta, moral. Não é simplesmente informar, sem manipular, sem criar narrativas? Pois é justamente isso que não temos mais. Hoje, a imprensa se transformou em máquina de espetacularizar o grotesco, de amplificar o asqueroso, de dar ibope ao que deveria ser rechaçado. O sensacionalismo, potencializado pelas redes sociais, alimenta essa engrenagem perversa.

O resultado é devastador. Os vícios da natureza humana são mais antigos que andar para a frente. Sempre existiram homens — entre aspas — especialmente os jovens, que ainda não possuem a maturidade que o tempo concede. A experiência e a moral contêm os impulsos primitivos, mas na juventude esses freios ainda não estão firmes. Evidente que a psicopatia sempre existirá. Mas é na impetuosidade dos jovens que brota a violência, porque o que buscam é notoriedade. Querem palco, querem fama macabra.

E a imprensa lhes dá exatamente isso: transforma assassinos em protagonistas, multiplica nomes, imagens e mensagens. É a consagração da “sociedade do espetáculo”, onde o feio vira bonito, o imoral se torna interessante e a violência política encontra a plateia perfeita.

O mais grave é que isso se mistura ao discurso de líderes que fazem do duplo discurso a sua arma preferida. Simulam racionalidade, invocam a “defesa da democracia e da Constituição”, enquanto produzem um espetáculo midiático incessante, regado a propaganda pública. Fingem eficácia econômica onde reina negligência, sectarismo e incompetência. Pregam liberdade onde impera a coerção. Vendem união, quando o que domina é o medo. É o show grotesco da demagogia, do assistencialismo, do histrionismo barato e do arbítrio travestido de virtude.

Não se trata apenas de manipulação superficial. É um método; uma engrenagem que une mídia servil, populismo de fachada e massa desinformada. Como alertou Hannah Arendt, regimes totalitários não sobrevivem só do terror; precisam conquistar as massas com propaganda, tornando a mentira plausível e o absurdo normal.

Eis a tragédia do nosso tempo. A mídia não apenas perdeu o compromisso com a verdade, mas a negligencia em prol de um progressismo do atraso, de jornalistas doutrinados que se alinham a líderes corruptos, omitindo, distorcendo, mentindo, privilegiando um lado e apagando narrativas que não convêm aos seus interesses. Nesse ambiente distorcido, a mentira prevalece, o crime é romantizado, a violência se normaliza e o sangue se converte em espetáculo. É nesse terreno que os criminosos descobrem que a fama se conquista com sangue; a violência se naturaliza; e a mentira triunfa sobre a realidade.

A imprensa, no entanto, poderia e deveria cumprir seu papel, o de informar com rigor, mas sem alimentar o espetáculo do horror. Informar, sim — mas não repetir, sensacionalizar, holofotizar, porque é exatamente isso que eles querem; palco, plateia, eternidade. A imprensa deveria ser o freio moral e social diante do grotesco, não o seu amplificador.

Quando a mídia transforma assassinos em celebridades e populistas e corruptos em estadistas, deixa de ser imprensa e se converte na cúmplice mais perversa da história