Alex Pipkin, PhD em Administração
É devastador. Até as galinhas sabem que vivemos em um país tomado por um poder paralelo. O narcotráfico não é apenas crime; é governo, é lei, é sentença de morte. Ele decide quem vive, quem morre e quem ousa atravessar o próprio bairro sem pedir licença.
Com lógica e serenidade, eu observo o caos que vivemos no Rio de Janeiro. É desolador constatar que aqueles que deveriam apoiar esta operação, este combate, postam gritos em defesa das vítimas — os bandidos. Pedem direitos humanos para os mortos retirados da mata, como se o terror e o crime tivessem direito a compaixão especial. A carruagem da lei passa, e os cães ladram.
A sociedade brasileira, embriagada por culpa e anestesia moral, se ocupa discutindo os direitos dos criminosos… como se fossem vítimas inocentes da história, da sociedade.
Neste país em que presidiário tem quatro refeições por dia, o trabalhador trabalha apenas para jantar. As verdadeiras vítimas desta operação foram os quatro policiais mortos, homens e mulheres que arriscaram a vida para defender o Estado e a sociedade.
Ainda assim, o Comando Vermelho segue protegido pelo silêncio do desgoverno. Lula, que defende abertamente os terroristas do Hamas e acusa Israel de genocídio, aqui passa pano para uma organização igualmente terrorista. O Comando Vermelho comanda o narcotráfico e opera como Estado paralelo no Brasil. É surreal. Com o presidente dando sinalizações explícitas de que os traficantes seriam vítimas dos usuários, que se pode esperar deste país?!
A Colômbia viveu algo parecido. Refém dos cartéis, enfrentou o medo e a violência até decidir reagir. Governo, polícia e sociedade uniram-se para retomar a autoridade do Estado. Aqui, seguimos relativizando o crime, anestesiados pela culpa e pela covardia.
Enquanto o poder paralelo impõe toque de recolher, taxa o comércio e dita regras, até o ministro do STF Edson Fachin, durante a pandemia, proibiu que as forças policiais fossem às favelas exercer seu trabalho com dignidade. Os incentivos estão pervertidos nessa república vermelho, verde-amarela. O presidente “honoris causa” declarou que não decretará Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio, e que não quer militares “brigando com bandido”. O inimigo armado e organizado é tratado como desvio social.
O resultado não poderia ser mais previsível. O medo se espalha, o Estado recua, e o crime avança. Policiais são mortos e transformados em culpados; bandidos, em mártires. O país que aplaude a covardia e criminaliza a coragem está condenado a perder a alma antes de perder o território.
É a circunstância e o espaço da bandidolatria, em que exigir justiça e ordem é crime moralmente inaceitável. Direitos humanos para quem mata; quem defende a lei é tachado de neofascista. A inversão é tamanha que se tornou virtude justificar o injustificável e pecado exigir justiça.
Como disse Gary Becker, prêmio Nobel, os incentivos econômicos moldam o comportamento criminoso. Penas devem ser duras o suficiente para dissuadir, mas também justas e proporcionais. Tais penas, porém, não são cumpridas na república da impunidade. Criminosos recebem proteção e aplausos morais; policiais e cidadãos que defendem a lei são desacreditados. Incentivos perversos e impunidade mantém o poder paralelo intacto.
O Brasil parece ter se acostumado a ajoelhar-se diante do caos. Mas não há civilização possível quando o Estado hesita, quando o governo teme nomear o inimigo e quando a sociedade prefere narrativas a enfrentar a realidade. O inimigo está armado, organizado e financiado — e tratado como vítima.
Eu não me acostumo. Não me conformo com o país em que a lei pede desculpas à violência. O futuro só será possível quando reconhecermos o óbvio: criminosos são criminosos; policiais são heróis.
Pois é, nesta republiqueta vermelho, verde-amarela, a justiça desapareceu há muito. O que sobra é a nefasta ideologia progressista. Progressista? Do atraso, da hipocrisia e, claro, do crime.