Novo Hamburgo, RS, consegue recuperar 80% dos veículos roubados

Novo Hamburgo registra um avanço significativo no combate ao furto, roubo e receptação de veículos: entre  janeiro a outubro deste ano, a Guarda Municipal recuperou 72 carros, motocicletas, caminhões e outros automotores — alta de 80% em relação aos 40 recuperados no mesmo período de 2024 —, conforme dados da Secretaria Municipal de Segurança Pública (SMSP).

Explicam o resultado as mudanças logísticas na distribuição da guarda e o cercamento eletrônico com 894 câmeras de videomonitoramento, sendo 83 delas equipadas com tecnologia de leitura automática de placas (OCR).

“Estamos fortalecendo a segurança do cidadão com mais inteligência, integração e tecnologia. A Guarda Municipal está empenhada em defender o patrimônio público e privado dos hamburguenses”, afirma o prefeito Gustavo Finck.

Recuperação rápida
Uma das ocorrências  recentes foi registrada na manhã da última quinta-feira (23), quando a Guarda Municipal de Novo Hamburgo prendeu um homem em flagrante por receptação de um Fiat Uno furtado no bairro Canudos, após tentativa de fuga. O automóvel foi recuperado, e o suspeito, apenado do regime semiaberto, foi encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).Já na manhã da última sexta-feira (24), agentes do GESCOM localizaram uma caminhonete Ford F1000 abandonada na Rua Joaquim Manuel de Macedo, no bairro Vila Rosa. O veículo constava no sistema como em situação de roubo/furto há dois dias.

Artigo, especial - As vidas que pertencem ao tráfico

Esgte artigo é do Observatório Brasil Soberano

Os campos de concentração que marcaram o século passado são estudados como fato histórico ou como uma espécie de forma final de um eterno fascismo. Nossa intelligentsia posa como classe combatente desse eterno fascismo e de qual quer fragmento de nazismo que ameaça constantemente retornar. Mas jamais as vozes públicas do debate nacional esboçaram estudar ou compreender o paradigma político-jurídico que possibilitou a estruturação de campos de concentração. Os criminosos de alta periculosidade hoje, no Brasil, estão mais revestidos de direi tos, amparo legal e dispositivos processuais de garantia da isonomia, o que mostra a necessidade de uma ordem política que garanta a suspensão de direitos, tribunais de exceção e uma polícia imune aos órgãos de vigilância e justiça. Um sistema complexo como os campos de concentração, que possibilitaram os massacres administrativos nazistas — como já anuncia o termo de Hannah Arendt: o massacre é técnico, administrado e sistemático —, não subsistiria na barbárie to tal, em um caos privado de instituições, mas em uma ordem política onde as insti tuições são uma casa de máquinas amoral, governada por tiranos desumanos que comandam o massacre de seus altos postos. É necessário um arranjo institucional que não diferencie o político do policial, o exercício do poder soberano fundamentado no poder nacional e o poder policial que vigia, pune e sanciona segundo seu cânone jurídico. O campo de concentração é o espaço político onde o poder policial é absoluto: o guarda, a polícia especial e o carcereiro exercem o poder sobre o interno do campo, que está despido de todos os direitos. Em certo sentido, o interno do campo de concentração é um homo sacer: uma vida matável, desprovida de direitos e proteção das instituições — inserida na ordem política exclusivamente para a exclusão de seus direitos. Se o campo de concentração demanda uma burocracia organizada para adminis trar o massacre e um espaço político que institui um poder soberano e a exclusão de direitos, estariam muito longe as favelas dos campos de concentração? O morador da favela que está sob jurisdição da burocracia do crime não seria uma vida sem direitos, uma espécie de homo sacer diante da facção dominante? Moradores usados como escudos humanos, coagidos, ameaçados ou obrigados a fugir para não ter parte nos crimes das facções, não são sujeitos excluídos de seus direitos? Não estão igualmente sob exclusão de direitos diante das estruturas de go vernança do narcoestado? Quando tal engenharia de exceções se estabiliza — tornando-se o método de governo da burocracia da facção —, o ilícito deixa de parasitar a ordem e passa a disputá-la, instauran do uma legalidade alternativa que redefine pertencimento, tributação e adjudicação. Dizer que se trata de terrorismo não é exagero retórico, mas de reconhecimento do núcleo do fenômeno: violência sistemática, publicamente exibida e orientada a re modelar a ordem política. A resposta adequada, por sua vez, não pode aceitar a naturalização da exceção — nem da parte criminosa, nem do próprio Estado. Requer recompor a unidade deci sional legítima e a vigência ordinária da lei nos territórios concretos; proteger e for talecer as mediações sociais que ancoram a autoridade; restaurar a previsibilidade normativa e a proximidade institucional com a vida comum. A verdade inconveniente é que moradores das favelas são igualmente excluídos de direitos, tanto quanto os internos de um campo de concentração nazista

Opinião do editor - Saiba por que o governo Lula não quer classificar CV e PCC como organizações terroristas

O governo de Donald Trump ofereceu, em maio, acordos de cooperação internacional entre os Estados Unidos e o Brasil, exigindo como contrapartida que facções brasileiras que atuam do narcotráfico internacional, como o PCC e o Comando Vermelho (CV) sejam classificadas como terroristas.

O governo Lula, PT, recusou a oferta.

O governo Lula, PT, teme que  a oferta visa abrir o território brasileiro para ações militares dos EUA.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, argumentou que PCC e CV não podem ser considerados grupos narcoterroristas pelo governo, porque a legislação brasileira exige que “inclinação ideológica”, para serem relacionados a terrorismo. O ministro disse que a legislação penal brasileira é suficiente.

Nesta quarta-feira, o dvogado Martin De Luca, que defende empresas do presidente dos EUA, a Trump Media, o status de narcoterrorismo para as facções liberaria todo o poder das ferramentas antiterroristas americanas, como o compartilhamento de informações, rastreamento financeiro, congelamento de ativos e sanções. 

Leia a fala do advogado, mais abaixo.

Ele disse que os recursos negados pelo Brasil seriam os mesmos que os norte-americanos usam para desmantelar, por exemplo, a rede global do Estado Islâmico, inclusive financeiramente. Ele explicou que o governo federal está paralisado ou relutante em confrontar as facções. A declarada guerra de Trump contra narcoterroristas na Venezuela incluiu o ditador Nicolás Maduro entre os alvos. Em agosto, o Paraguai ampliou uma parceria com os Estados Unidos contra o grupo terrorista Hezbollah, financiado pelo governo iraniano. O governo do paraguaio Santiago Peña articulou com o FBI a instalação de uma base antiterrorista contra o Hezbollah, na Tríplice Fronteira com o Brasil e a Argentina.

O advogado De Luca atribuiu a uma desculpa de “soberania” à recusa do governo de Lula de firmar parceria antiterrorismo com os EUA. E acusou o petista de usar o mesmo argumento para defender “a censura, a corrupção em massa e a inação enquanto os brasileiros comuns vivem cada vez mais sob o domínio do crime organizado”. No Rio, os narcotraficantes usram fuzis de uso militar exclusivo e até drones para bombardear os policiais.





Artigo, especial, Alex Pipkin - O poder paralelo ignorado pela república

Alex Pipkin, PhD em Administração

É devastador. Até as galinhas sabem que vivemos em um país tomado por um poder paralelo. O narcotráfico não é apenas crime; é governo, é lei, é sentença de morte. Ele decide quem vive, quem morre e quem ousa atravessar o próprio bairro sem pedir licença.

Com lógica e serenidade, eu observo o caos que vivemos no Rio de Janeiro. É desolador constatar que aqueles que deveriam apoiar esta operação, este combate, postam gritos em defesa das vítimas — os bandidos. Pedem direitos humanos para os mortos retirados da mata, como se o terror e o crime tivessem direito a compaixão especial. A carruagem da lei passa, e os cães ladram.

A sociedade brasileira, embriagada por culpa e anestesia moral, se ocupa discutindo os direitos dos criminosos… como se fossem vítimas inocentes da história, da sociedade. 

Neste país em que presidiário tem quatro refeições por dia, o trabalhador trabalha apenas para jantar. As verdadeiras vítimas desta operação foram os quatro policiais mortos, homens e mulheres que arriscaram a vida para defender o Estado e a sociedade.

Ainda assim, o Comando Vermelho segue protegido pelo silêncio do desgoverno. Lula, que defende abertamente os terroristas do Hamas e acusa Israel de genocídio, aqui passa pano para uma organização igualmente terrorista. O Comando Vermelho comanda o narcotráfico e opera como Estado paralelo no Brasil. É surreal. Com o presidente dando sinalizações explícitas de que os traficantes seriam vítimas dos usuários, que se pode esperar deste país?!

A Colômbia viveu algo parecido. Refém dos cartéis, enfrentou o medo e a violência até decidir reagir. Governo, polícia e sociedade uniram-se para retomar a autoridade do Estado. Aqui, seguimos relativizando o crime, anestesiados pela culpa e pela covardia.

Enquanto o poder paralelo impõe toque de recolher, taxa o comércio e dita regras, até o ministro do STF Edson Fachin, durante a pandemia, proibiu que as forças policiais fossem às favelas exercer seu trabalho com dignidade. Os incentivos estão pervertidos nessa república vermelho, verde-amarela. O presidente “honoris causa” declarou que não decretará Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio, e que não quer militares “brigando com bandido”. O inimigo armado e organizado é tratado como desvio social.

O resultado não poderia ser mais previsível. O medo se espalha, o Estado recua, e o crime avança. Policiais são mortos e transformados em culpados; bandidos, em mártires. O país que aplaude a covardia e criminaliza a coragem está condenado a perder a alma antes de perder o território.

É a circunstância e o espaço da bandidolatria, em que exigir justiça e ordem é crime moralmente inaceitável. Direitos humanos para quem mata; quem defende a lei é tachado de neofascista. A inversão é tamanha que se tornou virtude justificar o injustificável e pecado exigir justiça.

Como disse Gary Becker, prêmio Nobel, os incentivos econômicos moldam o comportamento criminoso. Penas devem ser duras o suficiente para dissuadir, mas também justas e proporcionais. Tais penas, porém, não são cumpridas na república da impunidade. Criminosos recebem proteção e aplausos morais; policiais e cidadãos que defendem a lei são desacreditados. Incentivos perversos e impunidade mantém o poder paralelo intacto.

O Brasil parece ter se acostumado a ajoelhar-se diante do caos. Mas não há civilização possível quando o Estado hesita, quando o governo teme nomear o inimigo e quando a sociedade prefere narrativas a enfrentar a realidade. O inimigo está armado, organizado e financiado — e tratado como vítima.

Eu não me acostumo. Não me conformo com o país em que a lei pede desculpas à violência. O futuro só será possível quando reconhecermos o óbvio: criminosos são criminosos; policiais são heróis.

Pois é, nesta republiqueta vermelho, verde-amarela, a justiça desapareceu há muito. O que sobra é a nefasta ideologia progressista. Progressista? Do atraso, da hipocrisia e, claro, do crime.