Evento apoiado pelo Hospital Moinhos de Vento marcou o
Dia Mundial de Combate ao AVC
O que são chuva forte e vento gelado em uma manhã de fim
de semana para quem já superou dois acidentes vasculares cerebrais e, aos 72
anos, esbanja alegria de viver? “É ainda mais motivação para superar desafios e
correr por uma vida saudável”, responde o aposentado João Guedes. Ele foi um
dos mais de 500 participantes da 4ª edição da Corrida Contra o AVC, realizada
no Parque da Redenção, na Capital, neste sábado (27).
Com apoio do Hospital Moinhos de Vento, uma das
instituições de referência no Brasil no atendimento a vítimas da doença, a ação
promovida pela Secretaria Municipal de Saúde busca conscientizar e informar a
população sobre fatores de risco, sintomas e formas de lidar. A iniciativa
também marcou o Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado nesta segunda-feira
(29), e integra a campanha apoiada nacionalmente pelo Moinhos e que ocorre em
mais de 100 cidades brasileiras.
Dentre os principais sintomas e fatores de risco ao AVC
estão: pressão alta, diabetes, colesterol elevado, arritmia cardíaca, fumo,
obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. Embora a faixa etária que
registre mais casos é a acima dos 65 anos, a doença pode atingir até mesmo
crianças.
Tendo um percurso de cinco quilômetros para a corrida e
três para a caminhada, sendo ambos os trajetos dentro do Parque da Redenção, a
Corrida Contra o AVC reuniu gente de todas as idades. O primeiro colocado na
prova, por exemplo, foi Matheus da Silva, de 18 anos, que sonha em ser corredor
profissional. Já a pessoa de mais idade a participar foi a aposentada de Esteio
Edi Menezes da Costa, 78 anos. “Corro há 15 anos. Fui olhar uma corrida e me
apaixonei. Às vezes, os mais jovens não querem fazer nada, mas tem de se mexer
sim”, ensina a atleta, que já disputou inclusive maratonas, em que o percurso é
de 42 quilômetros.
Neurologista do Moinhos
é especialista na doença
reconhecida mundialmente
Eleita este mês vice-presidente da World Stroke
Organization, a organização mundial de AVC, e presidente da Rede Brasil AVC,
Sheila Martins enfatiza a importância de eventos como a corrida deste sábado.
“Mais de 90% dos casos podem ser prevenidos se as pessoas conhecerem os seus fatores
de risco, mas o AVC ainda é uma doença desconhecida. Saber reconhecer os sinais
de alerta e chamar rapidamente o socorro pode salvar uma vida ou, pelo menos,
diminuir as sequelas. Por isso, chamar a atenção, divulgar e informar as
pessoas é tão importante, além da prática de exercícios diminuir os riscos”,
explica a neurologista, uma das maiores especialistas mundiais na área.
Para demonstrar a importância e o impacto da doença, ela
aponta alguns dados e números preocupantes: são cerca de 400 mil casos de AVC
por ano no Brasil, sendo que mais de um quarto desses pacientes acaba morrendo.
Somente no Rio Grande do Sul, aproximadamente 8 mil pessoas morrem todos os
anos vítimas de acidente vascular cerebral.
Sheila Martins, contudo, destaca que quase 80 milhões de
pessoas no mundo são sobreviventes da doença e “precisam de suporte da família,
dos amigos e das instituições para que possam melhorar e se reintegrar à
sociedade”.
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